Portugal está melhor mas os portugueses estão pior
.Quando os ponteiros do relógio batem as 18.30 horas, já várias pessoas estão concentradas junto à entrada dos serviços administrativos da Santa Casa da Misericórdia do Montijo. Aguardam em silêncio que lhes abram a porta, esperam pelas refeições que lhes vão alimentar as famílias, no jantar daquele dia.
É o caso de Ildiko Csomai, uma romena de 30 anos que está em Portugal há onze anos, e tem a seu cargo uma filha de oito anos.
"Estive a trabalhar sempre, mas fiquei sem trabalho. Na última empresa onde trabalhei saí sem ele me pagar. Estou à espera do fundo de desemprego há dois meses, mas tenho de dar comida à minha filha e, graças a Deus, a Santa Casa da Misericórdia deu-me essa ajuda de poder vir buscar almoço e jantar. Não tenho vergonha", contou à Lusa.
As 80 refeições servidas, entre 40 almoços e 40 jantares, são destinadas a 45 pessoas, distribuídas por 14 agregados familiares, explicou à Lusa a diretora técnica das cantinas sociais da SCMM.
Segundo com Cármen Fevereiro, 50% daquelas pessoas pertenciam à classe média, e agora, resultado de um ou dois dos elementos do casal terem ficado desempregados ou de estarem numa situação de sobre-endividamento, acabam por não ter dinheiro para comprar comida.
"O rendimento 'per capita' mais elevado que temos é de onze euros", adiantou.
A cantina social da SCMM é apenas uma das 950 que o Governo quer ter a funcionar de norte a sul do país, projeto para o qual o Ministério da Solidariedade e Segurança Social destinou 50 milhões de euros.
O provedor da SCMM explicou que o protocolo assinado com o Governo estabelece um teto máximo de 80 refeições por dia, pelas quais paga 200 euros, 2,5 euros por cada refeição.
O número é ultrapassado na lista de espera, que conta já com 20 famílias, em média constituídas por três pessoas. Feitas as contas, são 60 almoços e mais 60 jantares, num total de 120 refeições.
Na Santa Casa da Misericórdia do Montijo, a cozinha já existia e servia para confecionar as cerca de 700 refeições diárias para os utentes.
O objetivo do Governo, aliás, era esse mesmo, tendo o ministro da Solidariedade e Segurança Social adiantado que a rede de cantinas sociais seria uma resposta nacional às carências das famílias, que não passaria pela construção de novos equipamentos, mas antes pela maximização do que já existe no terreno.
O presidente do secretariado regional de Setúbal da União das Misericórdias Portuguesas adiantou que o primeiro distrito a ter direito a protocolo assinado para arrancar com as cantinas sociais foi o de Setúbal, dando prioridade aos concelhos com maiores problemas de desemprego.
"Nas zonas com mais população é onde existe mais desemprego e aqui, no distrito de Setúbal, fomos para os concelhos com mais desemprego (...), que são Almada, Seixal, Barreiro, Montijo, Palmela, Setúbal e Moita", explicou Francisco Cardoso.
Destas, acrescentou, estão a funcionar para já apenas três, em Almada, Montijo e Barreiro, sendo a primeira uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).
http://m.jn.pt/m/newsArticle?contentId= ... related=no
A Câmara de Lisboa quer voltar a isentar o Rock in Rio das taxas municipais em 2014, num valor de três milhões de euros, das quais a autarquia abdicou em todas as edições do festival de música.
A proposta de isentar a Better World, produtora do Rock in Rio Lisboa, do "pagamento de todas as taxas devidas à Câmara de Lisboa pela realização do evento" em 2014 é debatida na Assembleia Municipal de Lisboa na terça-feira. A isenção abrange quatro acções de promoção, o aluguer de equipamentos e materiais da câmara e a disponibilização, da parte da autarquia, de 500 metros cúbicos de casca de pinheiro, o que, no total, ronda os três milhões de euros.
O valor foi assumido pelo vereador do Espaço Público, José Sá Fernandes, na discussão desta proposta na reunião de câmara em Março - segundo a ata, o autarca disse que o valor para 2014 era o mesmo de 2012, quando a isenção foi de três milhões.
Há dois meses, o documento foi aprovado apenas com os votos favoráveis da maioria socialista do executivo.
De acordo com o protocolo a discutir, a que a Agência Lusa teve acesso, o município fica ainda responsável por "garantir as fontes de energia eléctrica, pontos de água potável, rede de esgotos e cabos de telefone".
A autarquia excepciona ainda a "responsabilidade pelo consumo decorrente da utilização dos geradores instalados" e utilizados pela Better World.
Os serviços de limpeza, recolha e remoção de resíduos sólidos urbanos do local serão fornecidos também pelo município.
O protocolo não contabiliza os custos inerentes a estes serviços.
A organização do Rock in Rio terá de fazer, como contrapartida à isenção, obras de remodelação do Parque da Belavista (por 300.000 euros) e de alguns estabelecimentos comerciais no vizinho Bairro da Flamenga (por 75.000 euros), ambos a concluir até ao final do ano.
A Better World terá ainda de construir um parque de skate no futuro Parque Hortícola do Vale de Chelas, no valor de 150.000 euros e para concluir Julho de 2013, e uma vedação no Parque da Belavista, por 190.000 euros, para começar no verão do próximo ano.
A Câmara de Lisboa, segundo a proposta de José Sá Fernandes, tem em conta a "relevância" que o Rock in Rio tem para "a promoção e divulgação do nome e da imagem da cidade de Lisboa e de Portugal", justificando, assim, o seu interesse em "garantir e realizar o evento por mais uma edição", a realizar em 2014.
A autarquia afirma ainda o impacto económico do evento para a capital, recordando que um estudo da Universidade Católica de Lisboa estima a entrada de 63 milhões de euros na cidade, nomeadamente no sector do turismo.
A organização do Rock in Rio Lisboa ficou sempre isenta de pagar as taxas de publicidade previstas pela realização do evento na cidade (2004, 2006, 2008, 2010 e 2012).
A edição deste ano do festival arrancou na sexta-feira e termina no próximo fim de semana.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=559057
Esta é uma coisa que não entendo... anda a câmara a perdoar dívidas para que depois o estado tenha que entrar como "fiador" das dívidas das câmaras?
Depois ficam todos admirados como é que em Espanha a Calatunha pede ajuda ao estado, apesar de ser a região mais rica do país...
É simples... contas são contas e devem ser bem feitas...
Apostar em perdão de dívidas, na esperança de que isso traga um retorno que não está devidamente avaliado, não me parece a melhor solução... principalmente porque quem vai pagar estes perdões seremos todos nós contribuintes....
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Bruxelas diz que Vítor Gaspar terá de proceder a uma execução orçamental mais rigorosa
As contas públicas vão voltar a derrapar este ano. A Comissão Europeia prevê que a meta do défice de 4,5% do PIB seja excedida em 0,2 pontos percentuais. E fala de uma execução orçamental mais rigorosa, mas não de novas medidas.
De acordo com as previsões económicas de Primavera, hoje divulgadas pela Comissão Europeia (CE), Portugal vai voltar a falhar as metas orçamentais. O compromisso assumido com a troika previa um défice de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano mas, segundo as últimas projecções de Bruxelas, este atingirá os 4,7%.
Também para 2013, a CE está a prever uma ligeira derrapagem, estimando que o défice seja de 3,1%, acima da meta de 3% do Executivo.
Segundo a Comissão, “os ricos negativos às previsões decorrentes do cenário macroeconómico estão a começar a materializar-se”, com o crescimento a ter de assentar sobretudo nas exportações e não na procura interna, devido à queda mais pronunciada do consumo privado e à deterioração do mercado laboral.
Isto faz com que, em 2012, o défice seja mais alto do que os 4,5% previstos pelo Executivo. No entanto, esclarece Bruxelas, a meta original do Executivo “permanece válida” e “o Governo está comprometido a atingir os objectivos orçamentais de 2012”, pelo que “espera-se uma execução orçamental mais rigorosa”. Bruxelas não se pronuncia, contudo, sobre se serão necessárias medidas adicionais de austeridade para cumprir as metas.
Questionado em Bruxelas sobre a eventual necessidade de Portugal adoptar medidas adicionais, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn limitou-se a dizer que “o programa português está no caminho certo e isso significa que as medidas orçamentais estão no caminho certo”.
Em conferência de imprensa, onde apresentou as previsões da CE, Olli Rehn salientou que a composição do crescimento português deverá orientar-se ainda mais da procura interna para as exportações, salientando que “isto é positivo no médio prazo em temos de reequilíbrio, porque torna a economia portuguesa mais sólida e sustentável e conduzirá ao crescimento em emprego nos próximos anos”.
No entanto, admitiu que, “no curto prazo, a situação do mercado de trabalho continua a piorar desde a última revisão do programa”.
As previsões da CE prevêem uma recessão mais acentuada do que a estimada pelo Governo – o PIB vai contrair 3,3% este ano (em vez dos 3% previstos pelo Executivo) e crescer apenas 0,3% em 2013 (e não 0,6%). A taxa de desemprego será, também, bastante superior ao projecto pelo Executivo em um ponto percentual – 15,5% este ano e 15,1% em 2013.
Notícia actualizada às 12h44, com declarações do comissário europeu Olli Rehn
© Público Comunicação Social SA
Portugal é, ao lado da Grécia, o país com maior nível de risco
Há mais de seis mil milhões de dívidas incobráveis em Portugal
09.05.2012 - 12:54 Raquel Almeida Correia
Nelson Garrido
Incobráveis subiram 13% este ano em Portugal
Valor das facturas vencidas aumentou 13% este ano, provocando uma asfixia financeira nas empresas nacionais. Na Europa, incobráveis já valem 340 mil milhões.
De acordo com estudo divulgado hoje pela empresa de gestão de crédito Intrum Justitia, o valor das dívidas vencidas subiu 13% em Portugal entre Janeiro e Março de 2012, alcançando 6,04 mil milhões de euros. Neste momento, os incobráveis representam já 3,6% da facturação das empresas nacionais.
Na Europa, as facturas vencidas valem já 340 mil milhões de euros, o que representou uma aumento de praticamente 8% face aos 315 mil milhões registados em 2011, revela o relatório que abrange 28 países europeus.
Apesar de uma redução nos prazos de pagamento, Portugal ocupa, ao lado da Grécia, o primeiro lugar no ranking de países com riscos mais elevados por causa dos atrasos no cumprimento de obrigações financeiras.
Numa escala de 100 a 200, o país atingiu em 2012 uma classificação de 190, tendo vindo sempre a pior os resultados nos últimos cinco anos. Em 2007 Portugal tinha uma pontuação de 182 neste índice.
A média europeia é de 163, sendo que os países com melhores classificações são a Finlândia (126), a Suécia (129) e a Noruega (130). A actual instabilidade económica teve impactos nos resultados da maioria dos países analisados. Em 2007, a média na Europa era uma pontuação de150.
Este estudo hoje divulgado é feito com base em inquéritos a 7800 empresas europeias (cerca de 1000 são portuguesas, de acordo com a Intrum Justitia), realizados entre Janeiro e Março deste ano.
© Público Comunicação Social SA
Empresários portugueses e espanhóis querem pagar o mesmo que os alemães
09/05/2012
"Não é aceitável que um empresário alemão se financie a 1,5% e o custo do financiamento seja muito maior para um empresário português e espanhol", afirmou António Saraiva, presidente da CIP, esta manhã, na abertura da Cimeira Empresarial Luso-Espanhola.
António Saraiva, presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), e Juan Rosell, líder da congénere espanhola CEOE, mostram-se unidos na forma como os empresários dos dois países ibéricos são discriminados num espaço europeu supostamente único. "São precisas regras equivalentes para todos. Os portugueses e espanhóis têm distintas capacidades de negociação e isso não pode acontecer num mercado único. Temos de abordar de forma séria e definitiva se queremos um mercado único com as mesmas regras orçamentais, fiscais, laborais", defendeu Rosell, esta manhã, no Porto, na abertura da 1ª Cimeira Empresarial Luso-Espanhola. Já para o líder da portuguesa CIP, "não é aceitável que um empresário alemão se financie a 1,5% e o custo do financiamento seja muito maior para um empresário português e espanhol".
Sobre a situação económica e financeira de Portugal e Espanha, Rosell considerou que "os dois países estão em situações parecidas", enquanto Saraiva, que afirmou que "temos problemas comuns, outros são específicos de cada um dos países", enfatizou: "Vamos ver a evolução próxima em Espanha, esperemos que não venha a cair no mesmo [plano de resgate]". Mas, garantiu, "não foram as empresas as responsáveis pela crise, mas são as empresas que nos podem fazer sair da crise".
A cimeira empresarial ibérica, que está a decorrer no Palácio da Bolsa e será encerrada por Passos Coelho e Mariano Rajoy, que estão reunidos ali perto, no Edifício da Alfândega, "servirá para discutir em conjunto os problemas que nos afligem e pensar soluções para propor aos nossos governos". Portos, plataformas logísticas e transportes são algumas das matérias em discussão. O presidente da CEOE sublinhou que "as relações económicas entre Portugal e Espanha são muito boas, em termos de exportação e investimento, na presença de empresas de um país no outro". E "juntos seremos mais fortes", rematou Saraiva.
De resto, ambos estão sintonizados na leitura que fazem do momento actual: "Vivemos um tempo que não é fácil", admitiu Saraiva. "Tempos passados [de facilidades] não regressarão, e sabemos que não vai ser fácil", acrescentou Rosell.
09/05/2012
"Não é aceitável que um empresário alemão se financie a 1,5% e o custo do financiamento seja muito maior para um empresário português e espanhol", afirmou António Saraiva, presidente da CIP, esta manhã, na abertura da Cimeira Empresarial Luso-Espanhola.
António Saraiva, presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), e Juan Rosell, líder da congénere espanhola CEOE, mostram-se unidos na forma como os empresários dos dois países ibéricos são discriminados num espaço europeu supostamente único. "São precisas regras equivalentes para todos. Os portugueses e espanhóis têm distintas capacidades de negociação e isso não pode acontecer num mercado único. Temos de abordar de forma séria e definitiva se queremos um mercado único com as mesmas regras orçamentais, fiscais, laborais", defendeu Rosell, esta manhã, no Porto, na abertura da 1ª Cimeira Empresarial Luso-Espanhola. Já para o líder da portuguesa CIP, "não é aceitável que um empresário alemão se financie a 1,5% e o custo do financiamento seja muito maior para um empresário português e espanhol".
Sobre a situação económica e financeira de Portugal e Espanha, Rosell considerou que "os dois países estão em situações parecidas", enquanto Saraiva, que afirmou que "temos problemas comuns, outros são específicos de cada um dos países", enfatizou: "Vamos ver a evolução próxima em Espanha, esperemos que não venha a cair no mesmo [plano de resgate]". Mas, garantiu, "não foram as empresas as responsáveis pela crise, mas são as empresas que nos podem fazer sair da crise".
A cimeira empresarial ibérica, que está a decorrer no Palácio da Bolsa e será encerrada por Passos Coelho e Mariano Rajoy, que estão reunidos ali perto, no Edifício da Alfândega, "servirá para discutir em conjunto os problemas que nos afligem e pensar soluções para propor aos nossos governos". Portos, plataformas logísticas e transportes são algumas das matérias em discussão. O presidente da CEOE sublinhou que "as relações económicas entre Portugal e Espanha são muito boas, em termos de exportação e investimento, na presença de empresas de um país no outro". E "juntos seremos mais fortes", rematou Saraiva.
De resto, ambos estão sintonizados na leitura que fazem do momento actual: "Vivemos um tempo que não é fácil", admitiu Saraiva. "Tempos passados [de facilidades] não regressarão, e sabemos que não vai ser fácil", acrescentou Rosell.
mcarvalho
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Portugal pode trabalhar para medir Felicidade Interna Bruta
09/05/2012
O deputado é o relator de um parecer da Comissão da Economia e Obras Públicas da Assembleia da República, que surge no seguimento de uma petição de dois alunos universitários para que o Banco de Portugal inicie estudos e debates tendo em vista a medição da Felicidade Interna Bruta em Portugal.
Sem número de subscritores suficiente para ser debatida no plenário, a petição foi, no entanto, alvo da atenção do deputado do PSD que ouviu o Banco de Portugal e o Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o assunto.
"Todas as entidades são unânimes em dizer que é importante encontrar medidas alternativas ao PIB [Produto Interno Bruto], uma vez que este indicador é reconhecidamente útil, mas tem uma série de insuficiências para avaliar um conjunto de dimensões, como o bem estar ou as questões ligadas à sustentabilidade e ao ambiente", explicou à agência Lusa Luís Leite Ramos.
Nos últimos anos, tem havido interesse de várias entidades internacionais, como a Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Económica (OCDE), o Conselho da Europa, ou a ONU, em encontrar formas alternativas ao PIB.
A Felicidade Interna Bruta é um, mas há outros indicadores que procuram realçar as dimensões social e ambiental do desenvolvimento.
Aliás, o secretário-geral das Nações Unidas propôs que, na conferência do Rio+20 sobre sustentabilidade, a decorrer de 20 a 22 de Junho, no Brasil, se avancem propostas concretas para encontrar alternativas ao PIB.
Actualmente, as estruturas estatísticas nacionais "estão orientadas, organizadas, para fornecer informação para o cálculo do PIB, e têm muito mais dificuldade em contribuir com elementos mais qualitativos e menos quantitativos", referiu o deputado social-democrata.
A dificuldade é "encontrar um indicador alternativo, fácil de elaborar, que seja mais ou menos aceite por todos e que seja capaz de traduzir essas várias dimensões. Neste momento é um desafio", acrescentou.
O INE diz que é possível começar a trabalhar neste sentido em Portugal, e "está envolvido em vários projectos, como relativamente às contas das famílias, à contabilidade dos bens e actividades não mercantis no rendimento".
Já o Banco de Portugal transmitiu que "entende ser muito interessante, muito importante, mas não é uma missão prioritária".
Para Luís Leite Ramos, "faz todo o sentido" que o INE continue este esforço, envolvendo mais entidades, como as universidades, promovendo uma discussão mais ampla na sociedade portuguesa e o Instituto está disponível para fazer esse trabalho.
"É fundamental o envolvimento das universidades, em Portugal há muito pouca gente dos meios académicos a trabalhar esta questão", acrescentou.
O parecer será apreciado e votado na quarta-feira.
O termo Felicidade Interna Bruta foi criado pelo rei do Butão, em 1972, como conceito alternativo ao Produto Interno Bruto (PIB) para medir o nível de desenvolvimento de um país, depois desenvolvido pelo Centro de Estudos do Butão, com um sistema abrangente e complexo de análise para medir o nível geral de bem-estar da população.
09/05/2012
O deputado é o relator de um parecer da Comissão da Economia e Obras Públicas da Assembleia da República, que surge no seguimento de uma petição de dois alunos universitários para que o Banco de Portugal inicie estudos e debates tendo em vista a medição da Felicidade Interna Bruta em Portugal.
Sem número de subscritores suficiente para ser debatida no plenário, a petição foi, no entanto, alvo da atenção do deputado do PSD que ouviu o Banco de Portugal e o Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o assunto.
"Todas as entidades são unânimes em dizer que é importante encontrar medidas alternativas ao PIB [Produto Interno Bruto], uma vez que este indicador é reconhecidamente útil, mas tem uma série de insuficiências para avaliar um conjunto de dimensões, como o bem estar ou as questões ligadas à sustentabilidade e ao ambiente", explicou à agência Lusa Luís Leite Ramos.
Nos últimos anos, tem havido interesse de várias entidades internacionais, como a Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Económica (OCDE), o Conselho da Europa, ou a ONU, em encontrar formas alternativas ao PIB.
A Felicidade Interna Bruta é um, mas há outros indicadores que procuram realçar as dimensões social e ambiental do desenvolvimento.
Aliás, o secretário-geral das Nações Unidas propôs que, na conferência do Rio+20 sobre sustentabilidade, a decorrer de 20 a 22 de Junho, no Brasil, se avancem propostas concretas para encontrar alternativas ao PIB.
Actualmente, as estruturas estatísticas nacionais "estão orientadas, organizadas, para fornecer informação para o cálculo do PIB, e têm muito mais dificuldade em contribuir com elementos mais qualitativos e menos quantitativos", referiu o deputado social-democrata.
A dificuldade é "encontrar um indicador alternativo, fácil de elaborar, que seja mais ou menos aceite por todos e que seja capaz de traduzir essas várias dimensões. Neste momento é um desafio", acrescentou.
O INE diz que é possível começar a trabalhar neste sentido em Portugal, e "está envolvido em vários projectos, como relativamente às contas das famílias, à contabilidade dos bens e actividades não mercantis no rendimento".
Já o Banco de Portugal transmitiu que "entende ser muito interessante, muito importante, mas não é uma missão prioritária".
Para Luís Leite Ramos, "faz todo o sentido" que o INE continue este esforço, envolvendo mais entidades, como as universidades, promovendo uma discussão mais ampla na sociedade portuguesa e o Instituto está disponível para fazer esse trabalho.
"É fundamental o envolvimento das universidades, em Portugal há muito pouca gente dos meios académicos a trabalhar esta questão", acrescentou.
O parecer será apreciado e votado na quarta-feira.
O termo Felicidade Interna Bruta foi criado pelo rei do Butão, em 1972, como conceito alternativo ao Produto Interno Bruto (PIB) para medir o nível de desenvolvimento de um país, depois desenvolvido pelo Centro de Estudos do Butão, com um sistema abrangente e complexo de análise para medir o nível geral de bem-estar da população.
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.Vítor Gaspar (Foto: D.R.)
Eurostat fala em “passivos contingenciais” de 16 mil milhões, o que faz do País o sexto caso mais grave da UE. Mas a realidade é pior
Portugal tem uma bomba-relógio prestes a explodir na dívida pública por causa dos compromissos do Estado que ainda estão fora do perímetro do défice e do endividamento oficial (regras de Maastricht) que terão de ser gradualmente assumidos em várias empresas públicas e nas parcerias público privadas (PPP) das estradas, essencialmente.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que fora da tal conta oficial que vale para as estatísticas europeias há cerca de 25 mil milhões de euros (15% do Produto Interno Bruto) em “passivos contingenciais” que podem fazer subir o rácio do endividamento público já em 2013, dos 115% do PIB oficialmente previstos pela troika para um valor superior a 130%.
A dívida só deverá chegar a 90% em 2030, diz o Fundo, ainda muito acima do limite definido nos tratados europeus (60%).
Um estudo recente do banco BPI, da autoria de Cristina Casalinho, a economista-chefe do Banco BPI, que está em trânsito para a direção do IGCP (agência da dívida pública), confirma o problema. Refere que o incremento de dívida pode chegar a 5,9 mil milhões), mas deixa claro que há mais 17 mil milhões de euros em “dívida de empresas públicas não financeiras não incluídas contingentes e de risco de crédito para o sector bancário”, diz o FMI, na avaliação ao programa português.
Mas mesmo no ‘melhor’ cenário’, o descalabro financeiro das empresas e dos negócios do Estado e das câmaras com os grupos privados de construção e os sindicatos bancários deverá ter, a prazo, um resultado concreto para os portugueses: novas subidas de impostos e cortes de despesa ainda mais profundos.
O Dinheiro Vivo sabe de fonte segura junto da troika que a migração destes custos de elevada magnitude não está programada para este ano, mas sim em 2013. Justamente o ano em que Portugal será confrontado com a necessidade iminente de prolongar o programa de ajustamento e respetivos empréstimos.
Atraso no relatório das PPP
Abril de 2012. Esta foi a data combinada com a troika para o Governo apresentar o relatório que faz o levantamento exaustivo sobre a situação financeira das parcerias público-privado e do sector empresarial do Estado.
Apesar do atraso, espera-se que o Governo tenha esse trabalho finalizado para mostrar ao FMI, CE e BCE já este mês, quando os técnicos da troika aterrarem em Lisboa para a quarta avaliação do programa de ajustamento.
O memorando de entendimento exige que o Governo “publique um relatório alargado anual sobre os riscos orçamentais a integrar no Orçamento do Estado”.
O documento “irá delinear os riscos orçamentais e os passivos contingenciais aos quais as administrações públicas poderão estar expostas, incluindo os que vêm das PPP e do sector público empresarial e das garantias explícitas aos bancos”.
“Este ano, o relatório sobre os riscos orçamentais referidos no Orçamento de 2012 será maior, em cooperação com as equipas da Comissão Europeia e do FMI, e será publicado em abril de 2012”, refere a última versão do memorando.
Vítor Gaspar, o ministro das Finanças, estará hoje no Parlamento para debater o Documento de Estratégia Orçamental, o programa que reflete as medidas e intenções orçamentais do Governo até 2016.Luís Reis Ribeiro
Cada vez melhor de facto....
Claro que se percebe que o Bagão estava a falar na divida pública, que confiando um pouco nos números deste governo e no decréscimo dos juros da divida a situação acentuou-se ligeiramente...
Agora o centro da questão, é o que se entende quando se diz que Portugal está bem ou mal... cada pessoa pode ter uma definição própria...
Eu quando falo que Portugal está bem, refiro-me à qualidade de vida, níveis de desemprego baixo, realização pessoal, um sistema judicial e fiscal competente que resultem em menos desigualdades sociais.
Para o senhor Bagão Félix, Portugal e os portugueses são apenas números, e por justamente não passarem de números e nos últimos anos sermos apenas governados por tecnocratas, estamos no estado em que estamos, e aqui não falo só de Portugal.....
Sendo um jovem....se não te importasses gostava que me explicasses esta parte....
Agora o centro da questão, é o que se entende quando se diz que Portugal está bem ou mal... cada pessoa pode ter uma definição própria...
Eu quando falo que Portugal está bem, refiro-me à qualidade de vida, níveis de desemprego baixo, realização pessoal, um sistema judicial e fiscal competente que resultem em menos desigualdades sociais.
Para o senhor Bagão Félix, Portugal e os portugueses são apenas números, e por justamente não passarem de números e nos últimos anos sermos apenas governados por tecnocratas, estamos no estado em que estamos, e aqui não falo só de Portugal.....
A-330 Escreveu:É um círculo vicioso do qual só mais ou menos saímos quando aparecem uns tugas que já andaram por aí pelo mundo a fora e tiveram que abrir a cabeça e deixar para trás essa ineficiência mental, ou não sobreviveriam por onde andaram ,e lá vão fazendo algumas coisas.Pena é que são meia dúzia contra 10 milhões.
A330
Sendo um jovem....se não te importasses gostava que me explicasses esta parte....

djovarius Escreveu:Em suma: uma frase que faria qualquer um corar de vergonha, mas que era bem aplicada na idade média:
Estado rico, povo pobre (até 1974)
Estado pobre, povo rico (até 2000)
E agora...
Estado pobre, povo pobre (ad infinitum...???)

COFRES
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Atomez Escreveu:Dito de outro modo:
está a transformar-se dívida pública em dívida privada
Esta é a minha opinião,
pessoas e empresas estão a endividar-se para pagar impostos sobre uma criação de riqueza inexistente.
Abraços
“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
Salvador Dali
Salvador Dali
Um mosquito está a voar em um quarto ,entra um grupo de pessoas e uma delas mata o mosquito em voo.A história passa-se em Portugal.
O bicho cai morimbundo no chão , treme a perna e depois morre.
E pá !!! Já temos assunto !!!
Um tuga quer chamar a ambulância não vá estar apenas inconsciente, o outro a proteção dos animais sacana que não deveria ter agredido e possivelmente morto o mosquito , o outro não tão radical não concorda em chamar a proteção dos animais , mas contenta-se a discutir com outros se o mosquito que entretanto morreu, morreu mesmo da chapada ou do susto ,avaliam o defunto ao detalhe a ver se era macho ou fêmea , acabaram por descobrir que era fêmea e estava grávida, grande cab*** que matou uma grávida e agora sim já tenho raiva e já se chama a proteção dos animais,coitada da mosquita que era mão de filhos de uma ninhada anterior e que agora órfãos vão precisar de ajuda psicológica do estado ,coitadinhos,que será feito deste órfãos,OH Meu Deus !!!
E por aí continua que a capacidade de polemizar do tuga é infinita.
Uma analogia para dizer o seguinte:
Eu muito sinceramente não vejo qual é a dificuldade de entender uma coisa tão simples como esta frase.Apenas a frase em si.
Ainda menos entendo qual é a dificuldade de entender esta frase estando por dentro da realidade portuguesa.Basta ver os telejornais apenas de vez em quando.
E chego à conclusão que as pessoa adoooooooram uma polémica.Diz-se alguma coisa simples e já aparece um monte de gente a tentar desvendar o que é que queria dizer, se deveria ter dito , que interesses tinha quando disse,chamam outros para analisar este mistééééério(!?) e mais quinhentas teorias da conspiração.
Vamos lá ser um bocadinho , -mas mesmo só um bocadinho que não é preciso muito- objetivos.Alguém tem alguma dúvida de que o que homem disse é apenas um reflexo do estado atual do país ? Assim , simples , sem mais rodeios?
É por causa dessa mentalidade complicacionista que somos tão burocráticos , ineficientes e demoramos tanto a resolver os problemas que nós mesmos criamos com os nossos complicacionismos.Só somos despachados e eficientes para a trafulhice.
É um círculo vicioso do qual só mais ou menos saímos quando aparecem uns tugas que já andaram por aí pelo mundo a fora e tiveram que abrir a cabeça e deixar para trás essa ineficiência mental, ou não sobreviveriam por onde andaram ,e lá vão fazendo algumas coisas.Pena é que são meia dúzia contra 10 milhões.
A330
O bicho cai morimbundo no chão , treme a perna e depois morre.
E pá !!! Já temos assunto !!!
Um tuga quer chamar a ambulância não vá estar apenas inconsciente, o outro a proteção dos animais sacana que não deveria ter agredido e possivelmente morto o mosquito , o outro não tão radical não concorda em chamar a proteção dos animais , mas contenta-se a discutir com outros se o mosquito que entretanto morreu, morreu mesmo da chapada ou do susto ,avaliam o defunto ao detalhe a ver se era macho ou fêmea , acabaram por descobrir que era fêmea e estava grávida, grande cab*** que matou uma grávida e agora sim já tenho raiva e já se chama a proteção dos animais,coitada da mosquita que era mão de filhos de uma ninhada anterior e que agora órfãos vão precisar de ajuda psicológica do estado ,coitadinhos,que será feito deste órfãos,OH Meu Deus !!!
E por aí continua que a capacidade de polemizar do tuga é infinita.
Uma analogia para dizer o seguinte:
Eu muito sinceramente não vejo qual é a dificuldade de entender uma coisa tão simples como esta frase.Apenas a frase em si.
Ainda menos entendo qual é a dificuldade de entender esta frase estando por dentro da realidade portuguesa.Basta ver os telejornais apenas de vez em quando.
E chego à conclusão que as pessoa adoooooooram uma polémica.Diz-se alguma coisa simples e já aparece um monte de gente a tentar desvendar o que é que queria dizer, se deveria ter dito , que interesses tinha quando disse,chamam outros para analisar este mistééééério(!?) e mais quinhentas teorias da conspiração.
Vamos lá ser um bocadinho , -mas mesmo só um bocadinho que não é preciso muito- objetivos.Alguém tem alguma dúvida de que o que homem disse é apenas um reflexo do estado atual do país ? Assim , simples , sem mais rodeios?
É por causa dessa mentalidade complicacionista que somos tão burocráticos , ineficientes e demoramos tanto a resolver os problemas que nós mesmos criamos com os nossos complicacionismos.Só somos despachados e eficientes para a trafulhice.
É um círculo vicioso do qual só mais ou menos saímos quando aparecem uns tugas que já andaram por aí pelo mundo a fora e tiveram que abrir a cabeça e deixar para trás essa ineficiência mental, ou não sobreviveriam por onde andaram ,e lá vão fazendo algumas coisas.Pena é que são meia dúzia contra 10 milhões.
A330
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A visão de um liberal sobre aquilo que a Nova Zelândia fez:
O artigo continua, mas esta parte é o essencial. Quem quiser ler o resto:
http://www.expansion.com/blogs/belloso/ ... uerra.html
Por la guerra
28/03/2012 | 11:11
Sir Roger Douglas fue nombrado ministro de Economía de Nueva Zelanda en 1984. Desde el primer momento se propuso un programa de reformas radicales con la intención de convertir a su país en el más libre del mundo.
Hoy, casi treinta años después, todavía ocupa uno de los primeros puestos en todos los ranking internacionales.
Para cumplir su plan revolucionario en favor de la libertad de mercado tuvo que hacer frente a todos los intereses creados imaginables y vencer la resistencia de los numerosos grupos de presión. Sus lecciones siguen siendo hoy perfectamente válidas...por ejemplo para España.
Una de ellas es que las reformas deben ser radicales, adoptarse todas al mismo tiempo y a grandes zancadas. De no hacerlo así, los lobbies tendrán tiempo para movilizarse y tratar de desbaratar el programa de cambios.
Pero no sólo eso: cuando se eliminan las prebendas de muchos grupos a la vez es más difícil quejarse de las transformaciones y más rápido experimentar las ganancias de un sistema económico eficiente, que reporta beneficios generalizados.
A pesar de la pérdida de privilegios que sufra cada cual, todos tienen mucho interés en el éxito de las reformas impuestas al resto de los grupos.
O artigo continua, mas esta parte é o essencial. Quem quiser ler o resto:
http://www.expansion.com/blogs/belloso/ ... uerra.html
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Em suma: uma frase que faria qualquer um corar de vergonha, mas que era bem aplicada na idade média:
Estado rico, povo pobre (até 1974)
Estado pobre, povo rico (até 2000)
E agora...
Estado pobre, povo pobre (ad infinitum...???)
Estado rico, povo pobre (até 1974)
Estado pobre, povo rico (até 2000)
E agora...
Estado pobre, povo pobre (ad infinitum...???)
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
!
K. Escreveu:Raramente comento política, mas neste caso só gostaria que existisse um rei em Portugal que lhe dissesse:
-Por qué no te callas?
A frase é ambígua, característica de alguém carregadinho de ressentimentos e que procura "dar de beber a um bêbado".
É também um magnífico exemplo da irresponsabilidade e das vistas curtas com que algumas pessoas olham para o estado em Portugal. Portugal são as pessoas que vivem em Portugal. As famílias com números de contribuinte. O que há além disso? O cabo Carvoeiro? A espada de Dom Afonso Henriques? O aeroporto de Beja?
Talvez se a consciência sobre a coisa pública fosse outra não tinha sido necessário chamar o FMI.
Se os portugueses estão pior, quem estará melhor, os estrangeiros que vivem em Portugal?
Por muito que digam que ele quis dizer isto ou aquilo, o facto é que disse o que disse e é uma figura política, logo tem de medir as palavras, isto é gravíssimo vindo por parte de alguém que é conselheiro de estado, e já foi ministro, por sinal...das finanças!
Agora...
Quanto aos factos: Portugal está pior. Ponto. Talvez não tão pior quanto se esperava. Talvez a responsabilidade não seja desde governo. Mas que está pior está. A bolsa está em mínimos de...nunca comprei uma acção na vida a estes níveis! E em contraciclo. Sabendo que a bolsa é um indicador avançado e realista, será que alguém num fórum sobre especulação acredita que alguma coisa melhorou?
Nem sequer falo do resto.
Este governo tem feito algumas coisas notáveis. Quase todas elas se devem a um ministro- Álvaro Santos Pereira- que está de rastos nos índices de popularidade! Alguém me explica (pois não vejo televisão) com isto é possível?
Temos nas finanças alguém dotado de uma excepcional retórica e sangue frio. E que sabe o que faz. E que, dadas as circunstâncias, pouco pode fazer para além do que está a fazer. Mas (e como estamos num fórum sobre mercados) fica aqui um aviso para que não se ponha a cantar de galo antes do tempo: don´t bullshit a bullshiter! A liquidez do mercado de obrigações é pouco maior do que a da Portugal Telecom...
Perfeito ! (permita-me).

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Raramente comento política, mas neste caso só gostaria que existisse um rei em Portugal que lhe dissesse:
-Por qué no te callas?
A frase é ambígua, característica de alguém carregadinho de ressentimentos e que procura "dar de beber a um bêbado".
É também um magnífico exemplo da irresponsabilidade e das vistas curtas com que algumas pessoas olham para o estado em Portugal. Portugal são as pessoas que vivem em Portugal. As famílias com números de contribuinte. O que há além disso? O cabo Carvoeiro? A espada de Dom Afonso Henriques? O aeroporto de Beja?
Talvez se a consciência sobre a coisa pública fosse outra não tinha sido necessário chamar o FMI.
Se os portugueses estão pior, quem estará melhor, os estrangeiros que vivem em Portugal?
Por muito que digam que ele quis dizer isto ou aquilo, o facto é que disse o que disse e é uma figura política, logo tem de medir as palavras, isto é gravíssimo vindo por parte de alguém que é conselheiro de estado, e já foi ministro, por sinal...das finanças!
Agora...
Quanto aos factos: Portugal está pior. Ponto. Talvez não tão pior quanto se esperava. Talvez a responsabilidade não seja desde governo. Mas que está pior está. A bolsa está em mínimos de...nunca comprei uma acção na vida a estes níveis! E em contraciclo. Sabendo que a bolsa é um indicador avançado e realista, será que alguém num fórum sobre especulação acredita que alguma coisa melhorou?
Nem sequer falo do resto.
Este governo tem feito algumas coisas notáveis. Quase todas elas se devem a um ministro- Álvaro Santos Pereira- que está de rastos nos índices de popularidade! Alguém me explica (pois não vejo televisão) com isto é possível?
Temos nas finanças alguém dotado de uma excepcional retórica e sangue frio. E que sabe o que faz. E que, dadas as circunstâncias, pouco pode fazer para além do que está a fazer. Mas (e como estamos num fórum sobre mercados) fica aqui um aviso para que não se ponha a cantar de galo antes do tempo: don´t bullshit a bullshiter! A liquidez do mercado de obrigações é pouco maior do que a da Portugal Telecom...
-Por qué no te callas?
A frase é ambígua, característica de alguém carregadinho de ressentimentos e que procura "dar de beber a um bêbado".
É também um magnífico exemplo da irresponsabilidade e das vistas curtas com que algumas pessoas olham para o estado em Portugal. Portugal são as pessoas que vivem em Portugal. As famílias com números de contribuinte. O que há além disso? O cabo Carvoeiro? A espada de Dom Afonso Henriques? O aeroporto de Beja?
Talvez se a consciência sobre a coisa pública fosse outra não tinha sido necessário chamar o FMI.
Se os portugueses estão pior, quem estará melhor, os estrangeiros que vivem em Portugal?
Por muito que digam que ele quis dizer isto ou aquilo, o facto é que disse o que disse e é uma figura política, logo tem de medir as palavras, isto é gravíssimo vindo por parte de alguém que é conselheiro de estado, e já foi ministro, por sinal...das finanças!
Agora...
Quanto aos factos: Portugal está pior. Ponto. Talvez não tão pior quanto se esperava. Talvez a responsabilidade não seja desde governo. Mas que está pior está. A bolsa está em mínimos de...nunca comprei uma acção na vida a estes níveis! E em contraciclo. Sabendo que a bolsa é um indicador avançado e realista, será que alguém num fórum sobre especulação acredita que alguma coisa melhorou?
Nem sequer falo do resto.
Este governo tem feito algumas coisas notáveis. Quase todas elas se devem a um ministro- Álvaro Santos Pereira- que está de rastos nos índices de popularidade! Alguém me explica (pois não vejo televisão) com isto é possível?
Temos nas finanças alguém dotado de uma excepcional retórica e sangue frio. E que sabe o que faz. E que, dadas as circunstâncias, pouco pode fazer para além do que está a fazer. Mas (e como estamos num fórum sobre mercados) fica aqui um aviso para que não se ponha a cantar de galo antes do tempo: don´t bullshit a bullshiter! A liquidez do mercado de obrigações é pouco maior do que a da Portugal Telecom...
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Pardon !
Atomez Escreveu:Dito de outro modo:
está a transformar-se dívida pública em dívida privada
"...diivida puublica em pobreza privada." E soo para alguns. Estes que tambeem, jaa agora, tambeem andam a pagar a Diivida Privada ! (conveem nao esquecer esta parte (da diivida) de grande envergadura).

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Bagão: "Portugal está melhor mas os portugueses estão pior"
Vítor Gaspar: "Seria uma imprudência baixar impostos em 2015/2016"
Eu: "Portugal não está melhor"; "Os portugueses estão pior"; "Seria uma imprudência não baixar os impostos antes de 2015/2016".
Portugal estaria melhor se as correcções que estão a ser introduzidas fossem as ideais no sentido estruturante. Não são! São apenas colecta de mais impostos e, assim, os portugueses estão naturalmente pior. Os impostos vão ter que baixar, há limites que não vale a pena ultrapassar (aumenta o imposto e a receita do mesmo desce!).
Do tempo do pântano (Guterres) a esta parte, face à premência de receita, as soluções têm sido conjunturais para responder a problemas estruturais. Ora assim nunca lá chegaremos.
Temos tido políticos que se dizem, e deles dizem, corajosos e determinados. E burros digo eu! Ou então que pensam que os cidadãos deste País são burros!
Se a maioria dos nossos problemas são de natureza estrutural, se esse diagnóstico está feito há anos, se realmente são corajosos e querem mesmo proporcionar um futuro melhor com alicerces sólidos, então aproveitem esta oportunidade para fazer o que tem que ser feito. Porque tempo de crise é também tempo de oportunidade.
É em geral na administração pública, é na saúde, é na educação, é na justiça, é nas autarquias, é nos ministérios, enfim é saber que Estado queremos e que Estado efectivamente necessitamos.
Mas, seja lá o que fôr, façam.
Vítor Gaspar: "Seria uma imprudência baixar impostos em 2015/2016"
Eu: "Portugal não está melhor"; "Os portugueses estão pior"; "Seria uma imprudência não baixar os impostos antes de 2015/2016".
Portugal estaria melhor se as correcções que estão a ser introduzidas fossem as ideais no sentido estruturante. Não são! São apenas colecta de mais impostos e, assim, os portugueses estão naturalmente pior. Os impostos vão ter que baixar, há limites que não vale a pena ultrapassar (aumenta o imposto e a receita do mesmo desce!).
Do tempo do pântano (Guterres) a esta parte, face à premência de receita, as soluções têm sido conjunturais para responder a problemas estruturais. Ora assim nunca lá chegaremos.
Temos tido políticos que se dizem, e deles dizem, corajosos e determinados. E burros digo eu! Ou então que pensam que os cidadãos deste País são burros!
Se a maioria dos nossos problemas são de natureza estrutural, se esse diagnóstico está feito há anos, se realmente são corajosos e querem mesmo proporcionar um futuro melhor com alicerces sólidos, então aproveitem esta oportunidade para fazer o que tem que ser feito. Porque tempo de crise é também tempo de oportunidade.
É em geral na administração pública, é na saúde, é na educação, é na justiça, é nas autarquias, é nos ministérios, enfim é saber que Estado queremos e que Estado efectivamente necessitamos.
Mas, seja lá o que fôr, façam.
Longe de mim...
...por ideias na cabec,a e palavras na boca de Bagao Felix.
Mas a frase soo ee verdade para visoes contabilisticas (por oposic,ao a social) ou, hipootese nao despreziivel, haverem vaarios Portugais.
Para os que estao desempregados: Portugal estaa pior.
Para os que ganham bem e saiem cedo: Portugal estaa melhor.
Como rondamos cerca de 1 milhao de desempregados, quase 4 milhoes abaixo do limiar da pobreza, creio que se pode dizer:
as contas puublicas estao mais controladas mas Portugal estaa pior porque a vida da maioria da populac,ao piorou.
O resto sao tretas.
Mas a frase soo ee verdade para visoes contabilisticas (por oposic,ao a social) ou, hipootese nao despreziivel, haverem vaarios Portugais.
Para os que estao desempregados: Portugal estaa pior.
Para os que ganham bem e saiem cedo: Portugal estaa melhor.
Como rondamos cerca de 1 milhao de desempregados, quase 4 milhoes abaixo do limiar da pobreza, creio que se pode dizer:
as contas puublicas estao mais controladas mas Portugal estaa pior porque a vida da maioria da populac,ao piorou.
O resto sao tretas.

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Os políticos pensam à patrão: se tenho dinheiro para mais uma quinta e para manter a amante apesar dos trabalhadores passarem fome, então está tudo bem!
Não me chamem comuna
Não tenho partido. Tomo partido!
Não me chamem comuna

Não tenho partido. Tomo partido!
No jogo da bolsa, as mãos fracas e fortes estão sempre a perder, quem ganha sempre é a "casa" (corretoras e bancos).
Reaver, eu acho que o que ele quis dizer é que as contas públicas portuguesas estão mais equilibradas mas que o dinheiro disponível de cada português é menor (além do desemprego ser maior).
Concordo com ele mas, sinceramente, não creio que nesta altura fosse possível outro cenário e sem este equilibrar das contas públicas pensar em crescer seria precipitado.
Um abraço,
Ulisses
Concordo com ele mas, sinceramente, não creio que nesta altura fosse possível outro cenário e sem este equilibrar das contas públicas pensar em crescer seria precipitado.
Um abraço,
Ulisses
Não é um contracenso: Portugal está bem ou mal conforme é a sua situação com o exterior. Internamente porém pode estar bem e os cidadãos não sentirem qualquer dificuldade.
Naturalmente, quando está mal numa óptica nacional mas internamente está bem, é à partida uma situação insustentável. Mas bom, a sustentabilidade é um pantanal e pode: a) arrastar-se por uma eternidade pelo que não é adequado misturar as duas coisas numa só; b) vir a transformar-se em sustentabilidade seja por factores internos ou externos.
A distinção faz sentido com franqueza. Portugal pode estar mal, os portugueses bem e "amanhã" estarem ambos bem ou ambos mal (embora a situação de virem a estar ambos bem seja basicamente um "milagre").
Naturalmente, quando está mal numa óptica nacional mas internamente está bem, é à partida uma situação insustentável. Mas bom, a sustentabilidade é um pantanal e pode: a) arrastar-se por uma eternidade pelo que não é adequado misturar as duas coisas numa só; b) vir a transformar-se em sustentabilidade seja por factores internos ou externos.
A distinção faz sentido com franqueza. Portugal pode estar mal, os portugueses bem e "amanhã" estarem ambos bem ou ambos mal (embora a situação de virem a estar ambos bem seja basicamente um "milagre").
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Reaver Escreveu:Eu gostava que o Ulisses Pereira analisasse esta frase, que me soa muito (bastante até) contraditória...
Eu não sou o Ulisses mas deixa-me comentar que não é contraditória.
As perspectivas futuras de Portugal melhoraram (por exemplo, no que diz respeito à a taxa de juros mas também ao déficit que está a baixar). Numa óptica de contabilidade nacional é isto que contará e efectivamente o cenário é agora um pouco melhor.
Mas isto foi feito e conseguido principalmente à custa de medidas de austeridade com efeitos vários e neste momento os portugueses estão pior (mais impostos, menos salários, mais desemprego, etc).
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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