E para a próxima semana… os ingredientes do costume e não só
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E para a próxima semana… os ingredientes do costume e não só
OLHEMOS A SEMANA ANTERIOR PELO RETROVISOR
Recordo que a semana passada começou sob forte expectativa em virtude do famoso downgrade colectivo que a S&P nos “ofereceu” na 6ªFª anterior – 6 países em vez dos 15 que estavam “pendurados” desde finais do ano findo.
Tivemos então as emissões de França, Espanha e do FEEF, que não sendo espectaculares também não foram más e serviram para desanuviar o ambiente. As atenções viraram-se para os resultados das empresas e, como estes não desiludiram em termos gerais, as bolsas subiram.
Ou seja, funcionou o “plano B” daquele esboço de “análise técnica ao sentimento de mercado” que escrevi no artigo de Domingo passado 15/1.
No entanto, houve um outro pormenor a suportar o sentimento “bullish” – o balanço entre os depósitos e levantamentos bancários junto do BCE inverteu a tendência recente e pesou mais para o lado dos levantamentos, acompanhado de forte volume. Indício de que a banca terá utilizado a liquidez a 3 anos disponibilizada recentemente pelo BCE para ir ás compras.
Outro pormenor a salientar, aliado ao anterior – a banca utilizou liquidez cedida a 3 anos mas comprou igualmente dívida com maturidades superiores.
Dito de outra forma - parece apostar que o mercado da dívida poderá estar a ensaiar um fundo ou consolidação, contrariamente àquilo que é profetizado por alguns “opinion makers” que prevêem a Europa no fundo do mar… (a recente crónica de John Mauldin em Seeking Alpha é um apocalipse perfeito!).
Tivemos nova ameaça, agora por parte da Fitch, mas absorvida pelos mercados sem sobressaltos, o que indicia que o respeito pelas agências de rating já terá tido melhores dias…
Oxalá que este filme não seja ficção!
OLHEMOS AGORA PARA A FRENTE
Convém no entanto não misturar estes ingredientes - Grécia, Portugal e, em certa medida, Irlanda, jogam (ainda) no campeonato de alto risco.
A Irlanda, apesar do sucesso inicial, ainda é assunto longe de estar resolvido. Notícias recentes especulam sobre o agravamento das contas. Assunto a escrutinar.
A Grécia aparentemente progride bem na discussão do novo “hair cut”, “voluntário” como se sabe, que tenta posicionar a dívida em 120% do PIB desde os actuais 160%, complementado por uma operação swap para maturidades mais longas e juros mais amigos no remanescente. Se estas negociações falharem, a Grécia irá certamente incumprir com a bagatela de 14B€ já em Março. No entanto, as notícias deste FdS são optimistas.
Portugal, tal como referido num artigo recente do FT AlphaVille, obedece ao mesmo padrão grego no que toca ao comportamento do mercado dos CDS’s comparado com a evolução das yields. Enquanto estas teimam em subir no mercado secundário, a venda de CDS’s tende para zero. Facto que indiciaria uma fuga da nossa dívida por parte do “big money”. No entanto, a nossa emissão de 4ªFª passada teve um bid-to-cover bem melhor que o esperado, juros inferiores a 5%, suportado por compradores estrangeiros, o que contradiz o parágrafo anterior. Assunto a escrutinar.
Mais uma vez, oxalá que o filme tenha um final feliz! Bem precisávamos para colocar a volatilidade em níveis mais simpáticos.
Outro ingrediente para esta semana é a campanha de resultados que vai em crescendo. O que temos visto até agora são resultados na sua maioria em linha ou acima das previsões, mas convém não perder de vista que a fasquia está baixa. O sector bancário esteve em foco, houve surpresas negativas, (GS, BNY) mas não suficientes para arrefecer os “bulls”.
Para esta semana, dos EUA, temos alguns emblemas fora da área financeira – Apple, Boeing, Caterpilar, Mcdonalds, Ford, MMM, Texas Instruments, entre muitos outros.
AGORA O “NOSSO” SP500
Tem ido bem obrigado, apesar de pouca gente ter participado na “festa”. O objectivo dos 1350 pontos que referimos em artigo recente está mais perto, no entanto convém não facilitar a guarda dado que está “overbought” nos gráficos semanal e diário.
O “NYSE Summation Índex” (um “breadth indicator”) no gráfico semanal, atingiu e ultrapassou o objectivo de curto prazo que referimos em meados de Dezembro, agora quase nos 811 pontos, e encontra-se “overbought”.
O índice do medo VIX, igualmente no gráfico semanal está nos 18.28 pontos, dentro do objectivo referido em meados de Dezembro, e encontra-se “oversold”.
Em resumo, os 3 parágrafos anteriores sugerem a probabilidade de uma correcção técnica, ainda que de muito curto prazo.
Para esse efeito, alguns resultados de empresas abaixo do esperado, poderão ser uma boa desculpa para o mercado entrar em modo vendedor, até ao próximo fôlego até as 1350 pontos.
O leitor poderá socorrer-se do artigo que referi e conferir estes desenvolvimentos. Não vou colocar nenhum gráfico sobre este tema, porque a próxima dedicatória será “prateada”!
UMA MIRADA NO GRÁFICO DIÁRIO DA PRATA
No gráfico abaixo a prata (XAGUSD) sugere um sinal “bullish” mais vincado.
Na passada 6ªFª disparou mais de 5%, acabando por violar a “neck line” do “head & shoulders” de Outubro a Dezembro. Se nos socorrermos do gráfico dos futuros da prata como um “proxy”, não vemos o volume diário a disparar (transacciona 24h) mas encontramos um volume significativo no gráfico horário durante o disparo, o que sugere algum apoio.
Por conseguinte, o XAGUSD poderá estar encetar um caminho de subida, cujo próximo objectivo serão os máximos de Novembro.
Creio que este tema da prata será simpático aos olhos do Quico (blogue “O Investidor Inseguro”).
Por fim, alguns sinais no gráfico representam os meus 2 últimos negócios, sendo que no último fui particularmente feliz dado que o tinha aberto na véspera 19/1. Optei por retirar mais-valias no final da sessão, dado estar overbought no curtíssimo prazo (1~2 dias). Voltarei a entrar após a esperada retracção.
Outro aspecto a verificar é a evolução comparativa entre o ouro e a prata, através do XAUXAG. De novo no gráfico diário, a tendência parece desenhar-se para uma valorização mais acentuada na prata do que no ouro. Porém ainda será cedo para conclusões.
Boa semana,
Viclion, 23.01.2012, 0h30
http://otraderdescodificado.wordpress.com/
Recordo que a semana passada começou sob forte expectativa em virtude do famoso downgrade colectivo que a S&P nos “ofereceu” na 6ªFª anterior – 6 países em vez dos 15 que estavam “pendurados” desde finais do ano findo.
Tivemos então as emissões de França, Espanha e do FEEF, que não sendo espectaculares também não foram más e serviram para desanuviar o ambiente. As atenções viraram-se para os resultados das empresas e, como estes não desiludiram em termos gerais, as bolsas subiram.
Ou seja, funcionou o “plano B” daquele esboço de “análise técnica ao sentimento de mercado” que escrevi no artigo de Domingo passado 15/1.
No entanto, houve um outro pormenor a suportar o sentimento “bullish” – o balanço entre os depósitos e levantamentos bancários junto do BCE inverteu a tendência recente e pesou mais para o lado dos levantamentos, acompanhado de forte volume. Indício de que a banca terá utilizado a liquidez a 3 anos disponibilizada recentemente pelo BCE para ir ás compras.
Outro pormenor a salientar, aliado ao anterior – a banca utilizou liquidez cedida a 3 anos mas comprou igualmente dívida com maturidades superiores.
Dito de outra forma - parece apostar que o mercado da dívida poderá estar a ensaiar um fundo ou consolidação, contrariamente àquilo que é profetizado por alguns “opinion makers” que prevêem a Europa no fundo do mar… (a recente crónica de John Mauldin em Seeking Alpha é um apocalipse perfeito!).
Tivemos nova ameaça, agora por parte da Fitch, mas absorvida pelos mercados sem sobressaltos, o que indicia que o respeito pelas agências de rating já terá tido melhores dias…
Oxalá que este filme não seja ficção!
OLHEMOS AGORA PARA A FRENTE
Convém no entanto não misturar estes ingredientes - Grécia, Portugal e, em certa medida, Irlanda, jogam (ainda) no campeonato de alto risco.
A Irlanda, apesar do sucesso inicial, ainda é assunto longe de estar resolvido. Notícias recentes especulam sobre o agravamento das contas. Assunto a escrutinar.
A Grécia aparentemente progride bem na discussão do novo “hair cut”, “voluntário” como se sabe, que tenta posicionar a dívida em 120% do PIB desde os actuais 160%, complementado por uma operação swap para maturidades mais longas e juros mais amigos no remanescente. Se estas negociações falharem, a Grécia irá certamente incumprir com a bagatela de 14B€ já em Março. No entanto, as notícias deste FdS são optimistas.
Portugal, tal como referido num artigo recente do FT AlphaVille, obedece ao mesmo padrão grego no que toca ao comportamento do mercado dos CDS’s comparado com a evolução das yields. Enquanto estas teimam em subir no mercado secundário, a venda de CDS’s tende para zero. Facto que indiciaria uma fuga da nossa dívida por parte do “big money”. No entanto, a nossa emissão de 4ªFª passada teve um bid-to-cover bem melhor que o esperado, juros inferiores a 5%, suportado por compradores estrangeiros, o que contradiz o parágrafo anterior. Assunto a escrutinar.
Mais uma vez, oxalá que o filme tenha um final feliz! Bem precisávamos para colocar a volatilidade em níveis mais simpáticos.
Outro ingrediente para esta semana é a campanha de resultados que vai em crescendo. O que temos visto até agora são resultados na sua maioria em linha ou acima das previsões, mas convém não perder de vista que a fasquia está baixa. O sector bancário esteve em foco, houve surpresas negativas, (GS, BNY) mas não suficientes para arrefecer os “bulls”.
Para esta semana, dos EUA, temos alguns emblemas fora da área financeira – Apple, Boeing, Caterpilar, Mcdonalds, Ford, MMM, Texas Instruments, entre muitos outros.
AGORA O “NOSSO” SP500
Tem ido bem obrigado, apesar de pouca gente ter participado na “festa”. O objectivo dos 1350 pontos que referimos em artigo recente está mais perto, no entanto convém não facilitar a guarda dado que está “overbought” nos gráficos semanal e diário.
O “NYSE Summation Índex” (um “breadth indicator”) no gráfico semanal, atingiu e ultrapassou o objectivo de curto prazo que referimos em meados de Dezembro, agora quase nos 811 pontos, e encontra-se “overbought”.
O índice do medo VIX, igualmente no gráfico semanal está nos 18.28 pontos, dentro do objectivo referido em meados de Dezembro, e encontra-se “oversold”.
Em resumo, os 3 parágrafos anteriores sugerem a probabilidade de uma correcção técnica, ainda que de muito curto prazo.
Para esse efeito, alguns resultados de empresas abaixo do esperado, poderão ser uma boa desculpa para o mercado entrar em modo vendedor, até ao próximo fôlego até as 1350 pontos.
O leitor poderá socorrer-se do artigo que referi e conferir estes desenvolvimentos. Não vou colocar nenhum gráfico sobre este tema, porque a próxima dedicatória será “prateada”!
UMA MIRADA NO GRÁFICO DIÁRIO DA PRATA
No gráfico abaixo a prata (XAGUSD) sugere um sinal “bullish” mais vincado.
Na passada 6ªFª disparou mais de 5%, acabando por violar a “neck line” do “head & shoulders” de Outubro a Dezembro. Se nos socorrermos do gráfico dos futuros da prata como um “proxy”, não vemos o volume diário a disparar (transacciona 24h) mas encontramos um volume significativo no gráfico horário durante o disparo, o que sugere algum apoio.
Por conseguinte, o XAGUSD poderá estar encetar um caminho de subida, cujo próximo objectivo serão os máximos de Novembro.
Creio que este tema da prata será simpático aos olhos do Quico (blogue “O Investidor Inseguro”).
Por fim, alguns sinais no gráfico representam os meus 2 últimos negócios, sendo que no último fui particularmente feliz dado que o tinha aberto na véspera 19/1. Optei por retirar mais-valias no final da sessão, dado estar overbought no curtíssimo prazo (1~2 dias). Voltarei a entrar após a esperada retracção.
Outro aspecto a verificar é a evolução comparativa entre o ouro e a prata, através do XAUXAG. De novo no gráfico diário, a tendência parece desenhar-se para uma valorização mais acentuada na prata do que no ouro. Porém ainda será cedo para conclusões.
Boa semana,
Viclion, 23.01.2012, 0h30
http://otraderdescodificado.wordpress.com/
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