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Caldeirão da Bolsa

Dúvidas IGCP e Obrigações do Tesouro

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Portugal slips into default territory

por LTCM » 19/1/2012 0:43

Portugal is trading in default territory after investors offloaded the country’s bonds this week
amid rising fears of contagion, hurting a government debt auction on Wednesday. Worries are
mounting that the private sector and Greece will fail to agree a restructuring package for
Athens’ debt.

Portuguese 10-year bond yields, which have an inverse relationship with prices, jumped to a
new euro-era high of 14.40 per cent in London on Wednesday. Before the S&P two-notch
downgrade late on Friday, yields were trading at 12.45 per cent.
Portugal on Wednesday sold €1.25bn of 11-month bills, €754m of six-month notes and €496m
of three-month notes, lower than the €2bn to €2.5bn targeted by the government debt agency.
Portugal does not have a bond maturing until June, when €10bn is due for repayment. Its
borrowing needs are also modest at €17.5bn. However, investors worry about Portugal’s
painfully slow growth, which could impact on its ability to service its debts.
Many investors were forced to sell Portuguese bonds after Standard & Poor’s downgraded the
country to junk on Friday. Other funds sold Portuguese debt after Lisbon was removed from
Citigroup’s European Bond Index, which these investors track, because of its fall to junk
status.

All three main credit rating agencies, S&P, Moody’s, and Fitch, rate Portugal as junk, below
investment grade. In the eurozone, only Greece is also rated junk by all the agencies.
The markets are pricing in a 65 per cent chance that Portugal will default over the next five
years, according to credit default swaps. These instruments, which protect some investors
from default, while others use them as a speculative device, leapt to record highs this week.
Portuguese bond prices have slumped to levels considered by many investors to be in default
territory. Bond prices for benchmark 10-year debt were trading at slightly over 50 per cent of
par on Wednesday morning, recovering from levels below 50 per cent on Monday.

Elisabeth Afseth, fixed-income analyst at Investec Capital Markets, said: “The growing worry
that Greece will default is now hitting Portugal because of contagion fears. If Greece defaults,then the worry is so will Portugal. We have seen how quickly this crisis can spread.”
Fitch warned on Tuesday that Greece was likely to default in March when Athens is due to
pay €14.5bn in bonds.

Edward Parker, managing director at Fitch, said on Wednesday that the rating agency was
likely to downgrade all six eurozone nations it placed on review in December – Spain, Italy,
Ireland, Cyprus, Belgium and Slovenia – by one or two notches.
Italian and Spanish borrowing costs edged up again on Wednesday morning but remain
significantly lower than the highs touched at the peak of the market turmoil late last year.

Greek debt swap negotiations with private bondholders will resume in Athens on Wednesday,
the Institute of International Finance said on Tuesday after talks were suspended last week.
The IIF said its managing director and co-chairman of the private investor creditor steering
committee for Greece, Charles Dallara, and Jean Lemierre, special adviser to the chairman,
would resume discussions with the Greek government.
Many investors fear the talks will fail, increasing the chance that Greece will default on March
20 when the bond repayments are due.

Bruce Richards, chief executive of Marathon Asset Management, one of the 32-member
private creditor group negotiating with Greece, told Bloomberg that Greece would not be able
to make the March 20 payment.
He expected, however, that creditors would agree to a restructuring deal for cash and
securities with a market value of about 32 cents per euro of government debt before the
payment is due.
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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por Storgoff » 18/1/2012 19:23

Portugal financia-se no máximo previsto apesar de corte de "rating"

18 Janeiro 2012 | 10:58
Edgar Caetano - edgarcaetano@negocios.pt



Curioso, apesar de estarmos sobre assistência externa, o IGCP tem vindo a fazer
sucessivas emissões de BT´s e em montantes de alguns milhares de milhões de euros.

Alguém sabe se o IGCP usa estas operações para financiar a recomprar em mercado secundário
de dívida de longo prazo- OT´s- que neste momento se encontram com um desconto considerável?

Altera-se um pouco o perfil da dívida publica para divida de mais curto prazo mas pode
haver aqui um ganho com o carry trade.

Com yields implícitas a ultrapassar os 14% parece-me que este tipo de operação pode ser bastante
rentável para o tesouro.
 
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por bluenight » 22/4/2010 8:50

mais_um Escreveu:
bluenight Escreveu:

"IGCP vai realizar no próximo dia 14 de Abril pelas 10h30m, um leilão da OT 5% Junho 2012 e da OT 4,8% Junho 2020, com um montante indicativo global entre EUR 1500 e 2000 milhões. O montante mínimo de alocação a cada linha será de 300 milhões." Não é 5%? Não percebi :)



Não, não é. Não sei como é atribuido a referencia dos leilões, mas deixo aqui o link com toda a informação das emissões de OT deste ano:

http://www.igcp.pt/fotos/editor2/2010/R ... _pt_uk.xls


Aaah! é à volta dos 1.7% :) Got it... não percebo porque é que lhe dão o nome de OT5% 15 Jun 2012... algo trivial certamente :)
 
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por mais_um » 21/4/2010 23:39

Supermann Escreveu:
Um curioso... Escreveu:
Pevide Escreveu:
mais_um Escreveu:Mas tinhas as obrigações do SLB, 3 anos 6% :mrgreen:

Eu não subscrevi porque neste momento não tenho muito dinheiro disponivel. :wink:


Sim, subscrevi, mas devido ao rateio nem 500 € devo ter direito.


Neste momento, se estivesse disponível para particulares subscrevias dívida pública Grega?

Já reparaste que o prémio que o Benfica paga é muito maior que os Gregos para o mesmo prazo?

Apesar de toda a encenação a dívida pública Grega é mais segura que as obrigações do Benfica e no entanto teve que a haver rateio!

A sorte do Benfica, é que os mercados nem sabem que o Benfica emite activos financeiros...

Tudo é relativo :?


nao me parece, meu caro.

Obrigaçoes a 3M na grécia ainda há uns dias andavam nos 14%


Estavam cotadas a esse valor ou foram emitidas a esse valor? São coisas totalmente diferentes. penso que estás equivocado.

A Grécia colocou esta terça-feira no mercado 1,95 mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a três meses, mas com taxa de juro de 3,65 por cento, mais do dobro da registada na última operação do género, escreve a Lusa.

Segundo o Instituto Grego de Gestão da Dívida, o país foi ao mercado para colocar 1,5 mil milhões de euros mas a forte procura permitiu-lhe alcançar os 1,95 mil milhões de euros.

No entanto, apesar do país estar a conseguir recorrer aos mercados para se financiar, os custos são muitos superiores.

Para a emissão de hoje, a taxa de juro foi de 3,65 por cento, muito superior aos 1,67 por cento registados na última operação semelhante realizada pela Grécia, que ocorreu a 19 de Janeiro.

O spread das obrigações do tesouro a 10 anos da Grécia face à referencial alemã (as yields) voltou a subir hoje, para os 471 pontos base, contra os 455 de segunda feira, o que significa que a Grécia tem de pagar mais 4,71 por cento do que a Alemanha para se financiar nos mercados.

http://www.espbr.com/noticias/grecia-ve ... da-3-meses
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“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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por mais_um » 21/4/2010 23:32

bluenight Escreveu:

"IGCP vai realizar no próximo dia 14 de Abril pelas 10h30m, um leilão da OT 5% Junho 2012 e da OT 4,8% Junho 2020, com um montante indicativo global entre EUR 1500 e 2000 milhões. O montante mínimo de alocação a cada linha será de 300 milhões." Não é 5%? Não percebi :)



Não, não é. Não sei como é atribuido a referencia dos leilões, mas deixo aqui o link com toda a informação das emissões de OT deste ano:

http://www.igcp.pt/fotos/editor2/2010/R ... _pt_uk.xls
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por Supermann » 21/4/2010 23:27

Um curioso... Escreveu:
Pevide Escreveu:
mais_um Escreveu:Mas tinhas as obrigações do SLB, 3 anos 6% :mrgreen:

Eu não subscrevi porque neste momento não tenho muito dinheiro disponivel. :wink:


Sim, subscrevi, mas devido ao rateio nem 500 € devo ter direito.


Neste momento, se estivesse disponível para particulares subscrevias dívida pública Grega?

Já reparaste que o prémio que o Benfica paga é muito maior que os Gregos para o mesmo prazo?

Apesar de toda a encenação a dívida pública Grega é mais segura que as obrigações do Benfica e no entanto teve que a haver rateio!

A sorte do Benfica, é que os mercados nem sabem que o Benfica emite activos financeiros...

Tudo é relativo :?


nao me parece, meu caro.

Obrigaçoes a 3M na grécia ainda há uns dias andavam nos 14%
 
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por bluenight » 21/4/2010 23:03

LTCM Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:e grécia, ltcm?


:?: :?: Está com um yeld de 8.28%...

E enquanto o FMI não mandar naquilo, não deve parar de subir :(

Consegues comprar dívida da Grécia?


Se a Grécia emitir dívida pública para particulares será que nós conseguimos investir nisso? Quem é que agiliza essas coisas, bancos de investimento online em Portugal, ou só na Grécia?
 
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por bluenight » 21/4/2010 22:56

JLMF Escreveu:Teixeira dos Santos
Portugal vai emitir dívida pública dirigida às famílias
Rita Paz
27/01/10 13:58

Também a Grécia está a pensar emitir dívida directamente a particulares.

O ministro das Finanças anunciou que está a ser preparada uma emissão de Obrigações do Tesouro (OT) para particulares.

"Vamos lançar uma emissão de OT para o mercado de retalho", disse Teixeira dos Santos, citado pela "Reuters" que, durante o ano passado, já tinha dito que encarava este tipo de operações com "simpatia".

A emissão, que está já a ser preparada pelo Instituto de gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), será uma medida de "fomento à poupança", explicou o governante, que ontem projectou um agravameto da dívida pública em 2010 até 85,4% do PIB.

Teixeira dos Santos não adiantou, contudo, o montante da emissão nem a data de lançamento da emissão.

As emissões de Obrigações do Tesouro são, normalmente, operações dirigidas a investidores institucionais, ou seja, estão blindadas aos particulares. No entanto, com a crise financeira, que obrigou muitos países a aumentarem os seus níveis de endividamento, alguns governo sugeriram avançar com colocação de dívida pública directamente às famílias, uma forma de financiar o Estado e, ao mesmo tempo, incentivar à poupança.

Foi neste sentido que, em Junho do ano passado, Teixeira dos Santos disse que via com "simpatia" a possibilidade de se fazer uma emissão de dívida pública destinada aos cidadãos nacionais.

Para o ministro essa operação traria vantagens: "Seria uma forma de fomentar a aplicação das poupanças dos cidadãos em produtos que são praticamente de risco nulo, como seja a emissão de dívida pública".

Já Alberto Soares, presidente do IGCP, considera que uma emissão de dívida pública em Portugal directamente a privados "é uma possibilidade com interesse".

Também o ministro das Finanças grego afirmou na semana passada que o Governo helénico está a ponderar todas as opções para diminuir o défice, incluindo a venda de dívida pública a particulares.


Obrigado pelas vossas respostas! Isso parece uma boa notícia, vamos lá ver...

Em relação aos 5% 2012,

"IGCP vai realizar no próximo dia 14 de Abril pelas 10h30m, um leilão da OT 5% Junho 2012 e da OT 4,8% Junho 2020, com um montante indicativo global entre EUR 1500 e 2000 milhões. O montante mínimo de alocação a cada linha será de 300 milhões." Não é 5%? Não percebi :)

Gostaria de perceber um pouco porque é nem todas as emissões são abertas ao público e só quando o estado está mal é que somos chamados. Tenho que ler um pouco mais sobre o assunto.
 
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por Um curioso... » 21/4/2010 22:56

Pevide Escreveu:
mais_um Escreveu:Mas tinhas as obrigações do SLB, 3 anos 6% :mrgreen:

Eu não subscrevi porque neste momento não tenho muito dinheiro disponivel. :wink:


Sim, subscrevi, mas devido ao rateio nem 500 € devo ter direito.


Neste momento, se estivesse disponível para particulares subscrevias dívida pública Grega?

Já reparaste que o prémio que o Benfica paga é muito maior que os Gregos para o mesmo prazo?

Apesar de toda a encenação a dívida pública Grega é mais segura que as obrigações do Benfica e no entanto teve que a haver rateio!

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por LTCM » 21/4/2010 22:53

Pata-Hari Escreveu:e grécia, ltcm?


:?: :?: Está com um yeld de 8.28%...

E enquanto o FMI não mandar naquilo, não deve parar de subir :(

Consegues comprar dívida da Grécia?
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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por jlmf » 21/4/2010 22:50

Teixeira dos Santos
Portugal vai emitir dívida pública dirigida às famílias
Rita Paz
27/01/10 13:58

Também a Grécia está a pensar emitir dívida directamente a particulares.

O ministro das Finanças anunciou que está a ser preparada uma emissão de Obrigações do Tesouro (OT) para particulares.

"Vamos lançar uma emissão de OT para o mercado de retalho", disse Teixeira dos Santos, citado pela "Reuters" que, durante o ano passado, já tinha dito que encarava este tipo de operações com "simpatia".

A emissão, que está já a ser preparada pelo Instituto de gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), será uma medida de "fomento à poupança", explicou o governante, que ontem projectou um agravameto da dívida pública em 2010 até 85,4% do PIB.

Teixeira dos Santos não adiantou, contudo, o montante da emissão nem a data de lançamento da emissão.

As emissões de Obrigações do Tesouro são, normalmente, operações dirigidas a investidores institucionais, ou seja, estão blindadas aos particulares. No entanto, com a crise financeira, que obrigou muitos países a aumentarem os seus níveis de endividamento, alguns governo sugeriram avançar com colocação de dívida pública directamente às famílias, uma forma de financiar o Estado e, ao mesmo tempo, incentivar à poupança.

Foi neste sentido que, em Junho do ano passado, Teixeira dos Santos disse que via com "simpatia" a possibilidade de se fazer uma emissão de dívida pública destinada aos cidadãos nacionais.

Para o ministro essa operação traria vantagens: "Seria uma forma de fomentar a aplicação das poupanças dos cidadãos em produtos que são praticamente de risco nulo, como seja a emissão de dívida pública".

Já Alberto Soares, presidente do IGCP, considera que uma emissão de dívida pública em Portugal directamente a privados "é uma possibilidade com interesse".

Também o ministro das Finanças grego afirmou na semana passada que o Governo helénico está a ponderar todas as opções para diminuir o défice, incluindo a venda de dívida pública a particulares.
 
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por mais_um » 21/4/2010 22:46

bluenight Escreveu:@mais_um

Qual é a razão principal para que as OT mesmo aquelas com prazos de poucos anos serem muito melhor remuneradas do que os certificados de aforro? Não estou a ver a razão conceptual por detrás disso olhando para as características, tem que ver com a possibilidade de resgate antecipado no caso dos aforros?


Não sou especialista na matéria, mas parece-me que essa é uma razão de peso.
E se o Estado consegue taxas de curto prazo entre 0,4..%(3 ou 6 mese) e 1,1..% (1 ano) porque há-de pagar mais?


bluenight Escreveu:No exemplo que dei do leilão recente do IGCP, os bancos tinham OT para 2012 a 5%, certo? o que é uma brutalidade comparativamente com um certificado de aforro actualmente. Essa OT que falas que vai abrir para os particulares é claramente desvantajosa face a uma de 5% já para 2012 para quem gostaria de investir a curto prazo :)


Estás enganado, essa taxa é para 10 anos, 4,355% foi a ultima já este mês.

bluenight Escreveu:Outra pergunta, porque é que o cidadão comum não pode operar directamente em OT, BT usando a plataforma electrónica tal como os bancos... quais são as razões de ordem teórica-técnica?



Não sei, mas parece-me que isso vai acabar em breve, aguardemos.

É preciso não esquecer que somos "apenas" curiosos, nem sempre conhecemos todas as nuances das questões, embora ao ler alguns comentários, chego à conclusão que temos no forum grandes economistas, financeiros, fiscalistas, especialistas em trafego rodoviario, ferroviario e aero-portuario, etc... :mrgreen:
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por MatildeSerrano » 21/4/2010 22:45

mais_um Escreveu:Mas tinhas as obrigações do SLB, 3 anos 6% :mrgreen:

Eu não subscrevi porque neste momento não tenho muito dinheiro disponivel. :wink:


Sim, subscrevi, mas devido ao rateio nem 500 € devo ter direito.
 
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por bluenight » 21/4/2010 22:29

@mais_um

Qual é a razão principal para que as OT mesmo aquelas com prazos de poucos anos serem muito melhor remuneradas do que os certificados de aforro? Não estou a ver a razão conceptual por detrás disso olhando para as características, tem que ver com a possibilidade de resgate antecipado no caso dos aforros? Na prática estamos a emprestar dinheiro ao estado e eu gostava de ter os mesmos direitos que um banco tem :) (isto claro, é a imagem que um leigo tem)

No exemplo que dei do leilão recente do IGCP, os bancos tinham OT para 2012 a 5%, certo? o que é uma brutalidade comparativamente com um certificado de aforro actualmente. Essa OT que falas que vai abrir para os particulares é claramente desvantajosa face a uma de 5% já para 2012 para quem gostaria de investir a curto prazo :)

Outra pergunta, porque é que o cidadão comum não pode operar directamente em OT, BT usando a plataforma electrónica tal como os bancos... quais são as razões de ordem teórica-técnica?

Obrigado pelas dicas!

B.
 
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por mais_um » 21/4/2010 22:10

Pevide Escreveu:
mais_um Escreveu:O Estado vai lançar em breve OT para particulares em geral, agora não sei se as pessoas estão dispostas a ficar com o dinheiro parado durante 10 anos, a receber 4,34% (eu não estou).


Não há nada do estilo mas com um prazo menor, digamos 3 ou 5 anos ?


A ultima emissão de OT a 2 anos foi de 1,715%, nada de especial. Como em muitas outras coisas há muita desinformação sobre este assunto.

Mas tinhas as obrigações do SLB, 3 anos 6% :mrgreen:

Eu não subscrevi porque neste momento não tenho muito dinheiro disponivel. :wink:
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por MatildeSerrano » 21/4/2010 21:43

mais_um Escreveu:O Estado vai lançar em breve OT para particulares em geral, agora não sei se as pessoas estão dispostas a ficar com o dinheiro parado durante 10 anos, a receber 4,34% (eu não estou).


Não há nada do estilo mas com um prazo menor, digamos 3 ou 5 anos ?
 
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por Pata-Hari » 21/4/2010 21:41

e grécia, ltcm?
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por LTCM » 21/4/2010 21:09

mais_um Escreveu:O Estado vai lançar em breve OT para particulares em geral, agora não sei se as pessoas estão dispostas a ficar com o dinheiro parado durante 10 anos, a receber 4,34% (eu não estou).


Eu estou. :wink:
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por mais_um » 21/4/2010 20:25

Boas!

Há diferenças significativas entre obrigações do tesouro (OT), bilhetes do tesouro (BT) e certificados de aforro (AF).


Obrigações do Tesouro

As Obrigações do Tesouro (OT) constituem o principal instrumento utilizado pelo Estado português para satisfazer as suas necessidades de financiamento.

As OT são valores mobiliários de médio e longo prazo, cuja emissão se efectua através de operações sindicadas, leilões ou por operações de subscrição limitada (tapping) e que podem ser emitidas com:

prazos entre 1 e 50 anos;

com ou sem cupão (cupão zero);

taxa de juro fixa;

amortizáveis no vencimento pelo seu valor nominal e

possibilidade de destaque de direitos (stripping).
A política de gestão da dívida pública, seguida pelo IGCP, tem privilegiado duas formas de colocação das OT em mercado primário: através de sindicatos bancários e pela realização de leilões. A primeira modalidade tem sido utilizada na emissão inicial das novas séries, já que permite assegurar o duplo objectivo de colocação de um maior volume de títulos de uma só vez, ao preço de mercado e uma elevada diversificação da base de investidores, quer a nível geográfico, quer por tipo de investidor. O incremento do saldo das OT em curso de emissão (on-the-run) tem sido assegurado por via de leilões. O calendário dos leilões de OT é anunciado ao mercado no início de cada trimestre. Por norma, os leilões têm lugar na 2.ª quarta feira do mês.

Todas as séries de OT estão admitidas à negociação no Mercado Especial da Dívida Pública (MEDIP gerido pela MTS Portugal, SGMR, S.A.). As séries de OT de maior dimensão estão também admitidas à negociação na plataforma internacional EuroMTS.

A colocação das OT em mercado primário é assegurada por um conjunto de instituições financeiras a quem está atribuído o estatuto de Operador Especializado em Valores do Tesouro (OEVT) ou de Operador de Mercado Primário (OMP). De acordo com este estatuto, os OEVT e os OMP devem ser participantes no MEDIP, cabendo aos OEVT especiais obrigações em matéria de assegurar a liquidez das OT em mercado secundário.

Em resultado da estratégia de financiamento orientada para o mercado, adoptada de forma consistente ao longo dos últimos anos, tem vindo a registar-se um alargamento e uma diversificação geográfica da base de investidores activos no mercado das OT, que assume hoje um cariz marcadamente internacional. Em 2005, cerca de 80 por cento do montante das novas emissões de OT foi colocado através de intermediários financeiros não residentes e cerca de 85 por cento do volume de transacções (excluindo a negociação entre OEVT) registado no mercado secundário (MEDIP) envolveu investidores não residentes em Portugal.
http://www.igcp.pt/gca/?id=57


Bilhetes do Tesouro

Os Bilhetes do Tesouro (BT) constituíram desde a sua criação em 1985 e até 1998 um importante instrumento de financiamento do Estado e de intervenção monetária. A alteração das condições de definição e execução da política monetária resultante da criação da UEM em 1999 e a adopção de uma estratégia de financiamento do Estado orientada prioritariamente no sentido de desenvolver um mercado de títulos de médio e longo prazo com dimensão europeia e suficiente liquidez, levaram à suspensão da emissão de BT no início de 1999, situação que se manteve até 2003.

Tendo sido atingida em 2002 uma curva de OT benchmark dos 2 aos 10 anos, retomou-se em 2003 a emissão de BT como uma nova componente da estratégia de financiamento do Estado com carácter estrutural. Os BT vêm assim completar, com um segmento de curto prazo, uma curva de rendimentos de títulos líquidos do Estado português.

O relançamento da emissão de BT enquadrou-se numa estratégia de criação de um mercado líquido para estes títulos, de dimensão internacional, capaz de contribuir para o alargamento e diversificação da base de investidores em dívida pública portuguesa.

Os BT são valores mobiliários de curto prazo com um valor unitário de um euro, podendo ser emitidos com prazos até um ano, colocados a desconto através de leilão ou subscrição limitada e reembolsáveis no vencimento pelo seu valor nominal.

A colocação de BT em mercado primário é assegurada por um grupo de bancos reconhecidos pelo IGCP como Especialistas em Bilhetes do Tesouro (EBT). Aos EBT é requerida comprovada capacidade de colocação interna e internacional para assegurar a distribuição e para garantir a liquidez ao mercado através da sua actuação como market-makers no MEDIP.

A colocação de BT é ainda efectuada através da realização de leilões regulares de acordo com um calendário previamente anunciado ao mercado. O calendário de leilões é elaborado de forma a assegurar que o montante emitido de cada série de BT é suficiente para lhe dar liquidez desde a sua abertura.

Os BT são admitidos à negociação no MEDIP – Mercado Especial de Dívida Pública e noutras plataformas de negociação electrónica estabelecidas a nível europeu, com adopção de procedimentos de liquidação standard para as transacções.

http://www.igcp.pt/gca/?id=58




Produtos de Aforro

Os produtos de aforro são instrumentos de dívida criados com o objectivo de captar a poupança das famílias. Têm como característica principal o serem distribuídos a retalho, isto é, serem colocados directamente juntos dos aforradores e terem montantes mínimos de subscrição reduzidos. Os produtos de aforro só podem ser emitidos a favor de particulares e não são transmissíveis excepto em caso de falecimento do titular.

A emissão e o resgate de produtos de aforro podem ser efectuados directamente nos balcões das entidades para o efeito contratadas pelo IGCP, os CTT (ver Postos de Atendimento On-line). Está também disponível a subscrição de Certificados de Aforro e outras funcionalidades na Internet através do AforroNet.

As operações relacionadas com certificados de aforro da Série A podem ser efectuadas no Posto de Atendimento ao público deste Instituto, sito na Av. da República, 57 – 1º, em Lisboa, das 9:00h às 16:00h.



Certificados de Aforro Série C



A Série C criada pela Portaria n.º 73-A/2008, de 23 de Janeiro (DR n.º 16/2008, de 23 de Janeiro), com as alterações introduzidas pela Portaria 230-A/2009 de 27 de Fevereiro (alterações à ficha técnica) estipula que a subscrição de Certificados de Aforro tem as seguintes características:

Valores e Subscrição

Valor nominal
1 Euro

Mínimo de subscrição
100 unidades

Máximo por
Conta Aforro
250 mil unidades



Prazo e Juros



Prazo
10 anos, a partir da respectiva data valor de cada subscrição

Taxa de Juro
Soma da taxa base na data de início do trimestre com o prémio de permanência atribuível à subscrição

Taxa Base em Percentagem
Determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, segundo a fórmula:
0,85*E3+0,25
em que E3 é a média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores, sendo o resultado arredondado à terceira casa decimal.

Período de Contagem de Juros
Cada subscrição vencerá juros com uma periodicidade trimestral. O vencimento dos juros ocorre no dia do mês igual ao da data-valor da subscrição. No caso de esse dia não existir no mês de vencimento, o vencimento terá lugar no primeiro dia do mês seguinte.

Prémio de Permanência
Em pontos percentuais
0,50 - no segundo ano;
0,75 - no terceiro ano;
1,00 - do quarto ao sétimo ano;
1,25 - no oitavo ano;
1,5 - no nono ano;
2,5 - no décimo ano.

Capitalização
Capitalização automática dos juros vencidos (líquido de IRS).

Reembolso
De capital e juros capitalizados, no 10º aniversário da data-valor da subscrição. Os valores são creditados em conta (quando da 1.ª subscrição é obrigatório indicar o NIB)

Resgate Antecipado
Total ou parcial, a partir da data em que ocorra o primeiro vencimento de juros da subscrição. O resgate determina o reembolso do valor nominal das unidades resgatadas e do valor dos juros capitalizados até à data do resgate.

Transmissão/Prescrição Os Certificados de Aforro da série C, são apenas transmissíveis por morte do titular respectivo e sujeitos a prescrição em favor do FRDP no prazo de 10 anos a contar do respectivo vencimento.



Titularidade e Movimentação



Titularidade
Só podem ser titulares pessoas singulares

Conta Aforro
Cada pessoa singular só pode ser titular de uma Conta Aforro e a cada Conta Aforro estará associado um Número de Identificação Bancária (NIB)

Movimentador Para cada subscrição, pode ser destinado um movimentador, o qual fica com poderes para resgatar, total ou parcialmente as unidades dessa subscrição mediante a apresentação dos títulos físicos

http://www.igcp.pt/gca/?id=63




As taxas destes produtos não são identicas porque tem caracteristicas distintas, por exemplo, hoje na emissão de BT a 3 meses, o Estado está a pagar uma taxa de 0,476%.

Assim não deves comparar OT, com BT e CA.
Já agora, o Estado vai lançar em breve OT para particulares em geral, agora não sei se as pessoas estão dispostas a ficar com o dinheiro parado durante 10 anos, a receber 4,34% (eu não estou). Depois vemos a adesão do produto.
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Re: Dúvidas IGCP e Obrigações do Tesouro

por LTCM » 21/4/2010 20:22

bluenight Escreveu:Portanto perdoem se a dúvida que coloco a seguir não fizer sentido nenhum.

O IGCP.pt lançou recentemente obrigações do Tesouro (http://www.igcp.pt/gca/index.php?id=911)... e uma pessoa olha para lá e vê umas taxas de 4%, 5% ... esta é a remuneração anual média das obrigações? Assumindo que sim, e uma vez que o que está lá escrito é que só os grandes players da banca autorizados é que podem financiar o IGCP e usufruir destas fabulosas taxas, um gajo através do banco não pode aceder a isto ou estou completamente errado na interpretação?

Faz-me confusão, porque mataram os certificados de aforro, cujos rendimentos eram distribuídos por milhares de pessoas, e emitem estas coisas que só os grandes bancos acedem mas depois não repercutem nos produtos comercializados.... ?

Obrigado :)

B.


A pergunta faz todo o sentido. De facto é estranho, porque é que não é possível ser como nos EUA, onde o particular acede aos leilões do Tesouro que bem entender?
Porque isso cá iria matar a galinha dos ovos de ouro, deixaram vergonhosamente cair o mercado secundário no esquecimento com uma liquidez miserável, para que os pesos pesados possam usufruir da totalidade da situação.
Mesmo assim, pode tentar comprar dívida no mercado secundário através de um intermediário financeiro, não faço é ideia de qual será o spread, nem o valor das comissões.
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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Dúvidas IGCP e Obrigações do Tesouro

por bluenight » 21/4/2010 18:55

Olá a todos,

Sou aquilo que se poderá dizer de, nabo completo no que toca a bolsas, investimentos, economia, etc. :) Portanto perdoem se a dúvida que coloco a seguir não fizer sentido nenhum.

O IGCP.pt lançou recentemente obrigações do Tesouro (http://www.igcp.pt/gca/index.php?id=911)... e uma pessoa olha para lá e vê umas taxas de 4%, 5% ... esta é a remuneração anual média das obrigações? Assumindo que sim, e uma vez que o que está lá escrito é que só os grandes players da banca autorizados é que podem financiar o IGCP e usufruir destas fabulosas taxas, um gajo através do banco não pode aceder a isto ou estou completamente errado na interpretação?

Faz-me confusão, porque mataram os certificados de aforro, cujos rendimentos eram distribuídos por milhares de pessoas, e emitem estas coisas que só os grandes bancos acedem mas depois não repercutem nos produtos comercializados.... ?

Obrigado :)

B.
 
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