Banco asiático corta financiamento à banca francesa
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E, já agora
Société Générale afundar-se na Bolsa?
11 Agosto 2011 | 17:47
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt
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O jornal francês "Le Figaro" avança hoje com uma possível explicação: "mix" de pseudo-jornalismo e histeria dos mercados.
Ontem, as acções do Société Générale (SocGen) estiveram a perder mais de 20% – mais de três mil milhões de euros de capitalização bolsista – e entre as tentativas de explicação do fenómeno estava o "rumor" de que o banco francês enfrentaria sérias dificuldades financeiras.
O "rumor" que corria nos mercados teria resultado de uma notícia publicada no domingo pelo tablóide britânico "Mail on Sunday", que escrevera que o SocGen estava à "beira da falência na sequência das perdas tremendas resultantes da sua exposição à dívida grega" e que o italiano UniCredit poderia igualmente afundar-se.
A notícia acabou por ser, ontem mesmo, desmentida pelo próprio jornal. O "Mail" retirou do "site" a peça que era assinada por dois jornalistas e substituiu-a por uma mensagem em que reconhecia que os factos relatados não correspondiam à verdade, pedindo desculpa ao banco francês. E como surgiu a "notícia"?
Folhetim de Verão... de verdade
O "Le Figaro" avança hoje com uma possível explicação. Tudo teria começado no final de Julho, nas páginas do "Le Monde". O jornal concorrente e igualmente de referência (alinhado à esquerda) começou na altura a publicar um folhetim de Verão em torno de como dois "traders" aborrecidos engendravam um rumor sobre um complot contra Angela Merkel e o euro, em vésperas das eleições francesas de Maio de 2012.
O folhetim usava nomes (Mário Draghi e George Soros, por exemplo) em contextos facilmente confundíveis com factos reais – circunstância que terá levado o "Le Monde" a reforçar a advertência de que se tratava de uma rubrica ficcional.
Pelo meio da "novela", relatavam-se as ameaças que pesavam precisamente sobre o Société Générale, sobre o qual estaria a ser preparada uma OPA, e o UniCredit, ambos fragilizados pela sua exposição à dívida grega.
Escreve o "Le Figaro" (alinhado à direita) que o tablóide britânico "ter-se-á inspirado num artigo de ficção para dar uma informação falsa que afundou as acções da Société Générale". A informação correu mundo, através de sites – como o da CNN – que lhe conferiram uma credibilidade a que dificilmente "Mail on Sunday" acederia, dada a sua "especialidade" de ser "o estudo fotográfico da celulite das 'starlettes' britânicas".
Ao pseudo-jornalismo ter-se-á juntado o histerismo dos mercados, e o resultado foi mais uma vaga de pânico a varrer, desta feita, as acções do banco francês e, a reboque, as da banca europeia – que, frise-se, têm acumulado perdas significativas nas últimas sessões.
O "Le Fígaro" admite que há outras circunstâncias que ajudaram a credibilizar o rumor e que ainda não estão totalmente explicadas. A reunião de emergência, ontem, do Presidente Nicolas Sarkozy com parte do seu Governo, mas também com o governador do banco central, Christian Noyer. E a tardia reacção do próprio Société Générale, que entretanto já pediu a abertura de um inquérito.
O supervisor da Bolsa francesa, por seu turno, veio hoje avisar que espalhar rumores é crime e confirmar que "o funcionamento normal dos mercados foi alterado pelo surgimento de rumores infundados sobre os títulos financeiros cotados em Paris".
Banco asiático corta financiamento à banca francesa
E olha mais um rumor chato para França....
Um banco asiático cortou linhas de crédito aos maiores bancos franceses e outras cinco instituições financeiras estão a rever as condições dos empréstimos. A notícia está a ser avançada pela Reuters que não identifica os bancos nem as fontes devido "à natureza sensível da informação".
De acordo com a agência de informação, um banco asiático terá cortado as linhas de crédito aos principais bancos franceses e outros cinco estão a analisar as comissões e contrapartidas dos empréstimos devido à preocupações com a exposição da banca francesa à dívida de países periféricos na Zona Euro.
Os bancos da Ásia e as fontes que concederam a informação “não podem ser identificadas devido à natureza sensível da informação”, salienta a Reuters.
A banca francesa está sob pressão, com as acções a deslizarem desde ontem. O principal alvo tem sido o Société Générale, que ontem caiu 15% (tendo chegado a perder mais de 22%), e hoje segue a perder mais de 7% para 20,48 euros.
A Reuters diz que a percepção de risco disparou em relação à França e as acções dos bancos franceses afundaram. Factores que levaram a que bancos asiáticos acelerassem o processo de revisão das condições de empréstimo aos bancos franceses. Os bancos asiáticos estão assim a tentar reduzir a sua exposição à banca europeia, adiantaram fontes dos seis bancos da Ásia envolvidos nestas operações.
Um dos responsáveis de uma das instituições de Singapura afirmou à Reuters que as suas linhas de crédito ao maiores bancos franceses foram cortados devido à percepção de risco. “Cortámos. Os limites foram removidos do sistema. [Os bancos franceses] têm de procurar aprovação numa base caso a caso”, adiantou a mesma fonte.
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