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Caldeirão da Bolsa

PPR rendem pouco e benefícios são uma miragem

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Lion_Heart » 25/4/2011 19:55

Governo 'ataca' PPR para pagar dívida

25 de Abril, 2011por Tânia Ferreira*

Executivo quer convencer o sector financeiro a canalizar a maior parte dos fundos dos Planos Poupança Reforma para investimentos em títulos soberanos. Mas a ideia não está a ser bem acolhida pelos bancos


A necessidade aguça o engenho. Prova disso é a nova iniciativa do Governo para tentar mais angariar fontes de financiamento da dívida soberana. Segundo o SOL apurou, o Executivo quer convencer as sociedades gestoras de Planos Poupança Reforma (PPR) a investirem mais em títulos da República Portuguesa, mas a ideia não estará a ser bem acolhida pelas instituições.

Segundo informações recolhidas junto de fontes próximas do processo, os trabalhos de discussão estão a ser conduzidos pelo Instituto de Gestão e Crédito Público (IGCP) e pelo Ministério das Finanças, que estará a fazer uma ronda de contactos com bancos e seguradoras.

A ideia do Governo - que tem de assegurar o refinanciamento de 4,9 mil milhões de euros até 15 de Junho - é que as sociedades gestoras apliquem a maioria dos activos dos fundos associados aos actuais PPR em dívida soberana portuguesa, invertendo a actual proporção. Por regra, os fundos investem entre 30% e 40% em acções, outros 20% a 30% em obrigações de empresas e o restante em títulos soberanos nacionais ou internacionais.

O objectivo do Executivo, que não estará a ser bem acolhido pelos responsáveis do sector financeiro, é que as sociedades se desfaçam rapidamente da maior parte do investimento corporativo e canalizem as verbas para o financiamento da República, de modo a que esta fracção represente entre 60 e 70%, contra os habituais 30%.

Os agentes do sector consideram que esta decisão de investimento tem duas desvantagens. «Dada a actual crise da dívida soberania, isto afectaria drasticamente a credibilidade do produto [PPR] junto dos clientes, dificultando a sua venda», considera um banqueiro ouvido pelo SOL. Outro gestor de fundos alerta para os riscos que «tal injecção de acções e obrigações poderia ter no mercado».

Segundo o Instituto de Seguros de Portugal (ISP), existiam 3,2 mil milhões de euros aplicados em PPR no final de 2010 - uma subida de 3,6% face ao ano anterior. Segundo a Marktest, deverão existir 1,2 milhões de portugueses com estes produtos. Ainda segundo o ISP, a rendibilidade média anual dos PPR foi de 2,44%, existindo cerca de 70 produtos diferentes no mercado.

tania.ferreira@sol.pt * Com João Paulo Madeira

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por A330-300 » 24/4/2011 14:25

Já algum tempo que em um tópico qualquer em que se falava de reformas eu disse que a nossa segurança social era um esquema ponzi.

PPRs não tenho e para a segurança social não aconselho a descontar se tiverem essa opção e tiverem disciplina e capacidade de poupança.

Eu considero-me um iniciante nos mercados e ainda assim faço mais pelo meu dinheiro do que a segurança social e os bancos.

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PPR rendem pouco e benefícios são uma miragem

por Lion_Heart » 24/4/2011 12:53

“PPR rendem pouco e benefícios são uma miragem”
Sandra Almeida Simões
24/04/11 08:02



Para os autores do livro, a Segurança Social assemelha-se a um 'esquema de Ponzi'.

Os jornalistas David Almas e Joaquim Madrinha, especializados em Finanças Pessoais, garantem que o livro 'Como salvar a minha reforma' não tem a pretensão de salvar a vida do leitor, mas asseguram que pode salvar a sua reforma. "Mesmo sem bola de cristal", os autores antecipam que, com a Segurança Social quase falida e o envelhecimento dramático da população, os novos reformados vão ganhar no máximo 68% do que recebem hoje.

Como avaliam o estado da Segurança Social?
Joaquim Madrinha (JM): A manter-se o sistema de redistribuição, a Segurança Social assemelha-se a um esquema de Ponzi que a evolução demográfica se encarregará de desmoronar.

Este livro pretende funcionar como um alerta para o actual estado da Segurança Social?
JM: Mais do que um alerta, o livro indica soluções de aplicação individual para conseguir sobreviver à provável falência da Segurança Social. Os portugueses já sabem que a Segurança Social está mal. Queremos que eles se preparem para o embate, que deverá ocorrer dentro de duas décadas e meia, o mais tardar.

Referem no livro que os Planos Poupança Reforma não são a solução para a reforma. Porquê?
David Almas (DA): O estudo que fizemos a mais de 600 Planos Poupança Reforma mostrou que estes produtos são caros, rendem pouco e os benefícios fiscais são uma miragem. Os PPR renderam 1,54% por ano acima da inflação entre 1990 e 2009, menos do que os certificados de aforro. São caros porque o padrão da indústria é cobrar uma comissão de subscrição de 1,5% e uma de reembolso de 2%, além de custos anuais na ordem de 1%.

Quais são então as alternativas que sugerem para os portugueses prepararem a sua reforma?
JM: Para a maioria das pessoas sugerimos uma combinação entre fundos de investimento em acções e títulos de dívida pública, como certificados de aforro e do tesouro.

DA: A alocação dependerá da idade do aforrador, do seu perfil e do tempo que tem até à reforma. Os aforradores fazem uma coisa mal: investir conforme os ciclos. Se optarem pelas acções devem fazê-lo por muitos anos, sem nunca sair e reforçando frequentemente as aplicações.



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