Off Topic : não fazia o 25 de Abril
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O 25 de Abril foi uma grande oportunidade perdida pela sociedade civil de construir um Portugal melhor. Mas a sociedade civil estava impreparada. Enquanto os nossos Pais e Avós andavam numa de "free love", paz e harmonia, os senhores de pasta preta passaram junto à parede e fizeram os dedos em "V" e ninguém desconfiou de nada...e agora é o que temos.....somos um povo de sonhadores, mas não queremos encarar esse aspecto....somente às vezes aceitamos esse facto quando é para defender o que fomos na época dos descobrimentos....
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Lion_Heart Escreveu:pmpcpinto Escreveu:Otelo justifica: "O 25 de Abril é feito em termos de pensamento político, com a vontade firme de mudar a situação e desenvolver rapidamente o nível económico, social e cultural do povo. Isso não foi feito, ou feito muito lentamente".
Na origem do 25 de Abril está a publicação do Decreto-Lei n.º 353/73, que possibilitava aos milicianos do Quadro Especial de Oficiais ultrapassarem os capitães do quadro permanente nas suas promoções, mediante a frequência de um curso intensivo na Academia Militar, equiparado aos cursos normais, o que originou viva contestação dos capitães do quadro permanente, como já foi reconhecido por este senhor.
Pedro
Por isto e que foi feito o 25 de Abril e não pelo povo. O povo come e cala.
Pelo menos foi finalmente honesto. Na altura diziam que tinha sido pelo povo, para o povo, contra a ditadura, bla bla bla. Pois sim.
Há muito tempo que me disseram que o motivo tinha sido este.
A malta de esquerda quando ouve dizer isto fica toda muito indignada. Pois sim.
Alguém sabe se já entrámos no guiness como o país que mais vezes teve de pedir ajuda ao FMI e derivados?
Se ainda não entrámos não deve faltar muito. Se nos safarmos desta, daqui por uns anos estamos lá a bater à porta outra vez. E quase que aposto que mais uma vez deverão estar uns quaisquer socialistas no poder.
..
Forças Armadas: Associação de Sargentos já tinha advertido ministro para falta de dinheiro
14 de Abril de 2011, 10:55A Associação Nacional de Sargentos afirmou hoje que já tinha advertido o ministro da Defesa da falta de dinheiro nas Forças Armadas explicando que os gastos com o pessoal apresentados no Orçamento de Estado estão abaixo do valor real.
“A Associação Nacional de Sargentos (ANS) tem conhecimento e teve oportunidade de manifestar a sua preocupação junto do ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, em audiência no mês passado, de que os orçamentos das Forças Armadas nos últimos anos têm sido suborçamentados à partida. Portanto à partida já sabemos que os gastos com pessoal apenas são orçamentados no Orçamento geral do Estado abaixo do valor real”, disse à agência Lusa o presidente da Associação.
De acordo com Paulo Contreras, esta situação tem “efeitos perniciosos”.
“Não há dúvida que se apresenta um Orçamento geral do Estado muito elegante e atraente, mas o que é certo é que depois em anos anteriores este problema dava-se no final do ano e este ano como existe um controlo duodecimal e uma execução trimestral mais apertada é natural que estes constrangimentos aconteçam mais cedo”, disse.
O Correio da Manhã (CM) noticia hoje que as Forças Armadas estão sem dinheiro para pagar salários, pensões de reserva e fazer descontos para a Caixa Geral de Aposentações e para a Segurança Social.
De acordo com o jornal, o Ministério da Defesa diz que “a Marinha, o Exército e a Força Aérea precisam de 223 milhões de euros para pagar ordenados e pensões até ao final do ano”.
Para resolver o problema, escreve o CM, “Augusto Santos Silva vai pedir um reforço de verbas ao seu homólogo das Finanças, Teixeira dos Santos”.
Em declarações à Lusa, o presidente da ANS disse que durante a audiência com o ministro da Defesa, Augusto Santos Silva manifestou “não estar preocupado nem despreocupado com o problema” porque existia um” mecanismo de transferência entre departamentos do orçamento que poderiam ser aplicados”.
“Mas o que é certo é que isto dá azo a que surjam notícias deste género que perante a opinião pública não tão bem informada fique com uma imagem das Forças Armadas de uma falta de rigor e um despesismo exagerado que não tem nada a ver com a realidade que se passa no ramo, que há anos dão exemplo de rigor orçamental e contenção de despesas”, frisou Paulo Contreras.
No entender do presidente da ANS tudo tem a ver com “o facto de os dados estarem viciados à partida”.
Paulo Contreras assegurou que até agora não faltou dinheiro para pagar os ordenados, mas tem faltado para a componente operacional especialmente no Exército e Marinha.
“Falta é dinheiro especialmente nos ramos do Exército e da Marinha para a componente operacional que tem sido a mais sacrificada e isso também nos deixa muito preocupados por causa do empenho das forças armadas portuguesas em missões de ajuda ao País em busca e salvamento, combate a incêndios, entre outras e são essas missões que poderão estar em risco e isto por via de uma orçamentação que é viciada à partida.
@Lusa
14 de Abril de 2011, 10:55A Associação Nacional de Sargentos afirmou hoje que já tinha advertido o ministro da Defesa da falta de dinheiro nas Forças Armadas explicando que os gastos com o pessoal apresentados no Orçamento de Estado estão abaixo do valor real.
“A Associação Nacional de Sargentos (ANS) tem conhecimento e teve oportunidade de manifestar a sua preocupação junto do ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, em audiência no mês passado, de que os orçamentos das Forças Armadas nos últimos anos têm sido suborçamentados à partida. Portanto à partida já sabemos que os gastos com pessoal apenas são orçamentados no Orçamento geral do Estado abaixo do valor real”, disse à agência Lusa o presidente da Associação.
De acordo com Paulo Contreras, esta situação tem “efeitos perniciosos”.
“Não há dúvida que se apresenta um Orçamento geral do Estado muito elegante e atraente, mas o que é certo é que depois em anos anteriores este problema dava-se no final do ano e este ano como existe um controlo duodecimal e uma execução trimestral mais apertada é natural que estes constrangimentos aconteçam mais cedo”, disse.
O Correio da Manhã (CM) noticia hoje que as Forças Armadas estão sem dinheiro para pagar salários, pensões de reserva e fazer descontos para a Caixa Geral de Aposentações e para a Segurança Social.
De acordo com o jornal, o Ministério da Defesa diz que “a Marinha, o Exército e a Força Aérea precisam de 223 milhões de euros para pagar ordenados e pensões até ao final do ano”.
Para resolver o problema, escreve o CM, “Augusto Santos Silva vai pedir um reforço de verbas ao seu homólogo das Finanças, Teixeira dos Santos”.
Em declarações à Lusa, o presidente da ANS disse que durante a audiência com o ministro da Defesa, Augusto Santos Silva manifestou “não estar preocupado nem despreocupado com o problema” porque existia um” mecanismo de transferência entre departamentos do orçamento que poderiam ser aplicados”.
“Mas o que é certo é que isto dá azo a que surjam notícias deste género que perante a opinião pública não tão bem informada fique com uma imagem das Forças Armadas de uma falta de rigor e um despesismo exagerado que não tem nada a ver com a realidade que se passa no ramo, que há anos dão exemplo de rigor orçamental e contenção de despesas”, frisou Paulo Contreras.
No entender do presidente da ANS tudo tem a ver com “o facto de os dados estarem viciados à partida”.
Paulo Contreras assegurou que até agora não faltou dinheiro para pagar os ordenados, mas tem faltado para a componente operacional especialmente no Exército e Marinha.
“Falta é dinheiro especialmente nos ramos do Exército e da Marinha para a componente operacional que tem sido a mais sacrificada e isso também nos deixa muito preocupados por causa do empenho das forças armadas portuguesas em missões de ajuda ao País em busca e salvamento, combate a incêndios, entre outras e são essas missões que poderão estar em risco e isto por via de uma orçamentação que é viciada à partida.
@Lusa
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Forças Armadas estão a chegar a "situação limite"
14 de Abril de 2011, 11:19O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas responsabilizou hoje o ministério da Defesa pela falta de dinheiro e alertou que se está a chegar a uma “situação limite” que pode prejudicar o normal funcionamento da instituição.
O representante dos oficiais, coronel Jara Franco, disse hoje à agência Lusa que“neste momento as Forças Armadas estão a chegar a uma situação limite”, sob “pena de qualquer dia deixarem de funcionar”.
O oficial explicou que a “sub-orçamentação que tem estado a ser tão grande, coloca em causa o seu funcionamento futuro”, referindo-se à noticia hoje divulgada no Correio da Manhã revelando a falta de 223 milhões de euros para o normal funcionamento da instituição até ao final do ano.
A posição dos oficiais veiculada à Lusa por Jara Franco, em que lamenta, mais uma vez a situação, que “não é nova, é recorrente, mas este ano é mais preocupante porque a falta de dinheiro acontece no início do ano”, e “costumava acontecer só no final do ano”.
Esta situação tem acontecido “várias vezes e ao longo dos últimos anos”, acrescentou o coronel.
Jara Franco explicou que “normalmente vêm reforços financeiros” das finanças, porque o “ministério da Defesa inscreve verbas que não chegam para pagar os compromissos”.
@Lusa
14 de Abril de 2011, 11:19O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas responsabilizou hoje o ministério da Defesa pela falta de dinheiro e alertou que se está a chegar a uma “situação limite” que pode prejudicar o normal funcionamento da instituição.
O representante dos oficiais, coronel Jara Franco, disse hoje à agência Lusa que“neste momento as Forças Armadas estão a chegar a uma situação limite”, sob “pena de qualquer dia deixarem de funcionar”.
O oficial explicou que a “sub-orçamentação que tem estado a ser tão grande, coloca em causa o seu funcionamento futuro”, referindo-se à noticia hoje divulgada no Correio da Manhã revelando a falta de 223 milhões de euros para o normal funcionamento da instituição até ao final do ano.
A posição dos oficiais veiculada à Lusa por Jara Franco, em que lamenta, mais uma vez a situação, que “não é nova, é recorrente, mas este ano é mais preocupante porque a falta de dinheiro acontece no início do ano”, e “costumava acontecer só no final do ano”.
Esta situação tem acontecido “várias vezes e ao longo dos últimos anos”, acrescentou o coronel.
Jara Franco explicou que “normalmente vêm reforços financeiros” das finanças, porque o “ministério da Defesa inscreve verbas que não chegam para pagar os compromissos”.
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Este homem não merece nem uma linha na comunicação social. Não merece que se perca um segundo que seja com ele. Já este post é demais para a consideração que tenho por esta criatura.
É simplesmente um terrorista que, num país normal, deveria estar preso. É incrível como em Portugal se branquearam os crimes das FP25. Se outra coisa não se fizer, ao menos que se recordem as crianças que ficaram orfãs, por nenhuma razão em especial, à conta deste (e de outros) selvagens.
Pode ter ajudado ao 25 de Abril. Até poderia ser o tipo com mais obras de caridade em Portugal. A partir do momento em que coloca (ou manda colocar) uma bomba para matar inocentes, deixa de merecer qualquer respeito, mesmo mínimo, por parte da sociedade.
É simplesmente um terrorista que, num país normal, deveria estar preso. É incrível como em Portugal se branquearam os crimes das FP25. Se outra coisa não se fizer, ao menos que se recordem as crianças que ficaram orfãs, por nenhuma razão em especial, à conta deste (e de outros) selvagens.
Pode ter ajudado ao 25 de Abril. Até poderia ser o tipo com mais obras de caridade em Portugal. A partir do momento em que coloca (ou manda colocar) uma bomba para matar inocentes, deixa de merecer qualquer respeito, mesmo mínimo, por parte da sociedade.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
pmpcpinto Escreveu:Para completar, o Decreto-Lei n.º 353/73 nasce da escassez de oficiais que eram necessários para alimentar a guerra (os pelotões eram comandados por oficiais subalternos), pelo que, este decreto-lei permitia o "regresso" às forças armadas do oficiais melicianos.
Pedro
E inúmeras companhias eram comandadas por capitães milicianos.
E não se pense que eram alferes que tinham feito uma primeira comissão e partiam para a segunda já como comandantes de companhia.
Fazia tudo o curso de oficiais milicianos, alguns ficavam logo em aspirantes e outros continuavam a formação por mais algumas semanas, faziam um tirocinio extra e seis meses depois formavam companhia. Idade: 20 anos, formação: antigo 7º ano ou mais.
Portugal chegou a ter um Ten.Cor. miliciano.
Mas não foi aqui que se perdeu a guerra.
Cumprimentos,
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Bem, o homem fala como se o 25 de Abril tivesse sido o seu legado particular a Portugal. Devia, ter aprendido algo com o grande Salgueiro Maia.
Quanto, à questão de procurarem no Portugal tacanho de Salazar soluções para resolver os problemas do Portugal contemporâneo, acho um que é um insulto à inteligencia. Se querem inspiração, não faltam exemplos por esse mundo. E já nem falo nos exemplos óbvios dos países nórdicos, basta olharem para muitos países do centro e leste europeu, que partiram com 15 anos de atraso e que já nos ultrapassaram.
Quanto, à questão de procurarem no Portugal tacanho de Salazar soluções para resolver os problemas do Portugal contemporâneo, acho um que é um insulto à inteligencia. Se querem inspiração, não faltam exemplos por esse mundo. E já nem falo nos exemplos óbvios dos países nórdicos, basta olharem para muitos países do centro e leste europeu, que partiram com 15 anos de atraso e que já nos ultrapassaram.
In God we trust, all others bring data.
Mares Escreveu:alexandre7ias Escreveu:Perda de direitos pode levar militares a nova revolução
11h34m
Para o "capitão de Abril" Otelo Saraiva de Carvalho bastam 800 militares para derrubar um governo, mas "um novo 25 de Abril" só deverá acontecer com a perda de direitos dos militares.
....
E justifica: "Os militares pertencem à classe burguesa, estão bem, estão bem instalados, têm o seu vencimento, vão para fora e ganham ajudas de custo, são voluntários e os que estão reformados ainda não viram a sua reforma diminuída".
Mas a situação pode mudar, na perspectiva deste obreiro da "revolução dos cravos", para quem "a coisa começará a apertar, no dia em que os militares perderem os seus direitos".
"Se isso acontecer", sublinhou, "é possível que se criem as tais condições necessárias para que haja um novo 25 de Abril".
Otelo Saraiva de Carvalho lembrou que o movimento dos capitães iniciou-se precisamente por "razões corporativistas", nomeadamente quando "os militares de carreira viram-se de repente ultrapassados nas suas promoções por antigos milicianos que, através de um decreto-lei de um governo desesperado por não ter mais capitães para mandar para a guerra colonial, permite a entrada desses antigos milicianos".
"Esses capitães são rapidamente promovidos a majores e ultrapassam os capitães que estavam a dar no duro e tinham quatro anos de curso", adiantou.
Otelo lembra que, "quando tocam nos interesses da oficialidade, ela começa a reagir. Há 37 anos, essa reacção foi o movimento de capitães", que culminou no derrube de um regime com 48 anos.
Este "capitão de Abril" chama a atenção para a mudança de circunstâncias que se registou nos últimos 37 anos, nomeadamente o facto das forças armadas ao nível das praças -- soldados, cabos e sargentos -- serem hoje voluntários.
"Se a esta gente voluntária cortarem direitos adquiridos, então o caldo está entornado", avisou.
Questionado sobre a existência de condições para os militares protagonizarem uma revolução, Otelo é peremptório: "Para derrubar um governo basta, como se viu, 800 militares. Chegam, desde que estejam empenhados nisso".
E nada mudou em 37 anos ...
Como é possivel?
Aqui fica resumido quem fez (os capitães) e o porque (perda de regalias e possivelmente a Guerra) o 25 de Abril. Ninguem quis saber do povo. Não quiseram antes, durante e depois. A realidade é e sempre foi esta. Mas é sempre bom saber pelos intervenientes.
Acho engraçado esta noticia ter sido completamente ignorada pela comunicação social de hoje. Mas ja nada me admira.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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pmpcpinto Escreveu:Penso que ninguém põe em causa o que esteve na origem do 25 de Abril, pelo menos já foi assumido por muitos dos intervenientes, incluindo este senhor.
Todos sabiam que se ia passar algo, desde o Marcello Caetano (provavelmente foi o melhor que lhe aconteceu), Pide, Forças Armadas, partidos politícos ...., mas ninguém estava preparado para o "25 de Abril".
Peço desculpa, ninguém menos o PCP, que tomou conta dos destinos do país no pós 25 de Abril, até ao 25 de Novembro de 1975.
Se alguém fez o 25 de Abril a pensar no povo, na liberdade .... não acredito, nem vejo provas disso.
Não defendo o estado novo, mas reconheço as qualidades técnicas e pessoais da maior parte dos seus politicos, ao contrário dos que nos governam à 37 anos.
Duarte Pacheco, Daniel Barbosa, Marcello Caetano, Teófilo Duarte, Frederico Ulrich, Pires de Lima, Pires Cardoso, Pedro Theotónio Pereira, Franco Nogueira, Botelho Moniz, Costa Gomes, Ferreira Dias, Galvão Teles, Ulisses Cortês, Franco Nogueira, Baltasar Rebelo de Sousa ......... quase todos vindos da carreira académica.
No pós 25 de Abril, tirando Sá Carneiro, há alguém que seja recordado?
Pedro
Até tem ......e irão ser lembrados,
mas pelos maus exemplos....
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
Penso que ninguém põe em causa o que esteve na origem do 25 de Abril, pelo menos já foi assumido por muitos dos intervenientes, incluindo este senhor.
Todos sabiam que se ia passar algo, desde o Marcello Caetano (provavelmente foi o melhor que lhe aconteceu), Pide, Forças Armadas, partidos politícos ...., mas ninguém estava preparado para o "25 de Abril".
Peço desculpa, ninguém menos o PCP, que tomou conta dos destinos do país no pós 25 de Abril, até ao 25 de Novembro de 1975.
Se alguém fez o 25 de Abril a pensar no povo, na liberdade .... não acredito, nem vejo provas disso.
Não defendo o estado novo, mas reconheço as qualidades técnicas e pessoais da maior parte dos seus politicos, ao contrário dos que nos governam à 37 anos.
Duarte Pacheco, Daniel Barbosa, Marcello Caetano, Teófilo Duarte, Frederico Ulrich, Pires de Lima, Pires Cardoso, Pedro Theotónio Pereira, Franco Nogueira, Botelho Moniz, Costa Gomes, Ferreira Dias, Galvão Teles, Ulisses Cortês, Franco Nogueira, Baltasar Rebelo de Sousa ......... quase todos vindos da carreira académica.
No pós 25 de Abril, tirando Sá Carneiro, há alguém que seja recordado?
Pedro
Todos sabiam que se ia passar algo, desde o Marcello Caetano (provavelmente foi o melhor que lhe aconteceu), Pide, Forças Armadas, partidos politícos ...., mas ninguém estava preparado para o "25 de Abril".
Peço desculpa, ninguém menos o PCP, que tomou conta dos destinos do país no pós 25 de Abril, até ao 25 de Novembro de 1975.
Se alguém fez o 25 de Abril a pensar no povo, na liberdade .... não acredito, nem vejo provas disso.
Não defendo o estado novo, mas reconheço as qualidades técnicas e pessoais da maior parte dos seus politicos, ao contrário dos que nos governam à 37 anos.
Duarte Pacheco, Daniel Barbosa, Marcello Caetano, Teófilo Duarte, Frederico Ulrich, Pires de Lima, Pires Cardoso, Pedro Theotónio Pereira, Franco Nogueira, Botelho Moniz, Costa Gomes, Ferreira Dias, Galvão Teles, Ulisses Cortês, Franco Nogueira, Baltasar Rebelo de Sousa ......... quase todos vindos da carreira académica.
No pós 25 de Abril, tirando Sá Carneiro, há alguém que seja recordado?
Pedro
alexandre7ias Escreveu:Perda de direitos pode levar militares a nova revolução
11h34m
Para o "capitão de Abril" Otelo Saraiva de Carvalho bastam 800 militares para derrubar um governo, mas "um novo 25 de Abril" só deverá acontecer com a perda de direitos dos militares.
....
E justifica: "Os militares pertencem à classe burguesa, estão bem, estão bem instalados, têm o seu vencimento, vão para fora e ganham ajudas de custo, são voluntários e os que estão reformados ainda não viram a sua reforma diminuída".
Mas a situação pode mudar, na perspectiva deste obreiro da "revolução dos cravos", para quem "a coisa começará a apertar, no dia em que os militares perderem os seus direitos".
"Se isso acontecer", sublinhou, "é possível que se criem as tais condições necessárias para que haja um novo 25 de Abril".
Otelo Saraiva de Carvalho lembrou que o movimento dos capitães iniciou-se precisamente por "razões corporativistas", nomeadamente quando "os militares de carreira viram-se de repente ultrapassados nas suas promoções por antigos milicianos que, através de um decreto-lei de um governo desesperado por não ter mais capitães para mandar para a guerra colonial, permite a entrada desses antigos milicianos".
"Esses capitães são rapidamente promovidos a majores e ultrapassam os capitães que estavam a dar no duro e tinham quatro anos de curso", adiantou.
Otelo lembra que, "quando tocam nos interesses da oficialidade, ela começa a reagir. Há 37 anos, essa reacção foi o movimento de capitães", que culminou no derrube de um regime com 48 anos.
Este "capitão de Abril" chama a atenção para a mudança de circunstâncias que se registou nos últimos 37 anos, nomeadamente o facto das forças armadas ao nível das praças -- soldados, cabos e sargentos -- serem hoje voluntários.
"Se a esta gente voluntária cortarem direitos adquiridos, então o caldo está entornado", avisou.
Questionado sobre a existência de condições para os militares protagonizarem uma revolução, Otelo é peremptório: "Para derrubar um governo basta, como se viu, 800 militares. Chegam, desde que estejam empenhados nisso".
E nada mudou em 37 anos ...
Como é possivel?
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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Lion_Heart Escreveu:pmpcpinto Escreveu:Otelo justifica: "O 25 de Abril é feito em termos de pensamento político, com a vontade firme de mudar a situação e desenvolver rapidamente o nível económico, social e cultural do povo. Isso não foi feito, ou feito muito lentamente".
Na origem do 25 de Abril está a publicação do Decreto-Lei n.º 353/73, que possibilitava aos milicianos do Quadro Especial de Oficiais ultrapassarem os capitães do quadro permanente nas suas promoções, mediante a frequência de um curso intensivo na Academia Militar, equiparado aos cursos normais, o que originou viva contestação dos capitães do quadro permanente, como já foi reconhecido por este senhor.
Pedro
Por isto e que foi feito o 25 de Abril e não pelo povo. O povo come e cala.
Bem, se isto for verdade, é muito mau!Significa que tudo o que nos foi ensinado na história contemporânia, a propósito deste acontecimento, está errado!
Tudo se resumiria, a essa vil tendência do ser humano; a ganância.E de democrático nada tinha.Já que se oponha à ascensão das classes mais baixas(no caso, patentes mais baixas) por via, dessa via democrática, assente no estudo e formação na academia militar.
Se tivermos em conta que as patentes militares que fizeram ou contribuíram para o 25 de Abril, foram promovidas, e dai saltaram para um escalão remuneratório mais elevado, isto seria como alguns dizem; «o zénite da macacada!»
De qualquer forma prefiro pensar que houve um acumular de "condições" para que o gatilho despoleta-se!
Editado pela última vez por ferreira10 em 13/4/2011 23:08, num total de 1 vez.
“Successful trading is really very simple. Buy a stock at the right time and sell it at
the right time.”«Mel Raiman»
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Será que o pais estaria melhor se estivesse a ser governado pela cor politica deste individuo?
Só quer é regalias...Mas o dinheiro vem de onde?
Já se esqueceu da amnistia que teve em relação ás FP25...
Não passa de um mercenário...
Só quer é regalias...Mas o dinheiro vem de onde?
Já se esqueceu da amnistia que teve em relação ás FP25...
Não passa de um mercenário...
Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.
Lembra-te : se não tivesses lido e ouvido falar em aumento de capital tinhas entrado no bes... portanto...
ficarão para trás.
Lembra-te : se não tivesses lido e ouvido falar em aumento de capital tinhas entrado no bes... portanto...
pmpcpinto Escreveu:Otelo justifica: "O 25 de Abril é feito em termos de pensamento político, com a vontade firme de mudar a situação e desenvolver rapidamente o nível económico, social e cultural do povo. Isso não foi feito, ou feito muito lentamente".
Na origem do 25 de Abril está a publicação do Decreto-Lei n.º 353/73, que possibilitava aos milicianos do Quadro Especial de Oficiais ultrapassarem os capitães do quadro permanente nas suas promoções, mediante a frequência de um curso intensivo na Academia Militar, equiparado aos cursos normais, o que originou viva contestação dos capitães do quadro permanente, como já foi reconhecido por este senhor.
Pedro
Por isto e que foi feito o 25 de Abril e não pelo povo. O povo come e cala.
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ferreira10 Escreveu:Este individuo acaba de dizer que se tirarem regalias aos militares que haverá um novo 25 de Abril.
Acabou de o dizer na TV.Num momento difícil vejam o «cérebro belicista» que este individuo, sustentado por todos nós exibe! Argumentando que as regalias é que movem os militares; não é o interesse nacional, neste momento difícil.Não! O individuo é taxativo; tudo se resume a regalias.
Este individuo nem sequer tem em conta os interesses da corporação a que pertence; quando mais os interesses do país.Estou certo que muitos militares não se identificam com este tipo de declarações; lesivas da própria corporação.
Eu vejo neste tipo de declarações um incitamento à violência.Uma espécie de ultimato, do tipo; «vejam lá, não se metam com os militares».
Mas enfim...há quem tenha estado ligado ao PREC e agora faça telenovelas.Para telenovelas tem ele jeito.
O governo que se ponha a mexer com as chefias militares que vai ver como é...
Este individuo acaba de dizer que se tirarem regalias aos militares que haverá um novo 25 de Abril.
Acabou de o dizer na TV.Num momento difícil vejam o «cérebro belicista» que este individuo, sustentado por todos nós exibe! Argumentando que as regalias é que movem os militares; não é o interesse nacional, neste momento difícil.Não! O individuo é taxativo; tudo se resume a regalias.
Este individuo nem sequer tem em conta os interesses da corporação a que pertence; quando mais os interesses do país.Estou certo que muitos militares não se identificam com este tipo de declarações; lesivas da própria corporação.
Eu vejo neste tipo de declarações um incitamento à violência.Uma espécie de ultimato, do tipo; «vejam lá, não se metam com os militares».
Mas enfim...há quem tenha estado ligado ao PREC e agora faça telenovelas.Para telenovelas tem ele jeito.
Acabou de o dizer na TV.Num momento difícil vejam o «cérebro belicista» que este individuo, sustentado por todos nós exibe! Argumentando que as regalias é que movem os militares; não é o interesse nacional, neste momento difícil.Não! O individuo é taxativo; tudo se resume a regalias.
Este individuo nem sequer tem em conta os interesses da corporação a que pertence; quando mais os interesses do país.Estou certo que muitos militares não se identificam com este tipo de declarações; lesivas da própria corporação.
Eu vejo neste tipo de declarações um incitamento à violência.Uma espécie de ultimato, do tipo; «vejam lá, não se metam com os militares».
Mas enfim...há quem tenha estado ligado ao PREC e agora faça telenovelas.Para telenovelas tem ele jeito.
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Re: Off Topic : não fazia o 25 de Abril
alexandre7ias Escreveu:"Se soubesse como o país ia ficar, não fazia o 25 de Abril", diz Otelo Saraiva
08h46m
Otelo Saraiva de Carvalho ouve todos os dias populares dizerem-lhe que o que faz falta é uma nova revolução, mas, 37 anos depois, garante que, se soubesse como o país ia ficar, não teria realizado o 25 de Abril.
Otelo Saraiva de Carvalho e as memórias de Abril
Aos 75 anos, Otelo mantém a boa disposição e fala da revolução dos cravos como se esta tivesse acontecido há dois dias.
Recorda os propósitos, enumera nomes, sabe de cor as funções de cada um dos intervenientes, é rigoroso nas memórias, embora reconheça que ainda hoje vai sabendo de contributos de anónimos que revelam, tantas décadas depois, o papel que desempenharam no golpe que deitou por terra uma ditadura de 28 anos.
Essa permanente actualização tem justificado, entre outros propósitos, a sua obra literária, como o mais recente "O dia inicial", que conta a história do 25 de Abril "hora a hora".
Apesar de estar associado ao movimento dos "capitães de Abril" e aceitar o papel que a história lhe atribuiu nesta revolução, Otelo não esconde algum desânimo.
"Sou um optimista por natureza, mas é muito difícil encarar o futuro com optimismo. O nosso país não tem recursos naturais e a única riqueza que tem é o seu povo", disse, em entrevista à Agência Lusa.
Otelo lamenta as "enormes diferenças de carácter salarial" que existem na sociedade portuguesa e vai desfiando nomes de personalidades públicas, cujo vencimento o indigna.
"Não posso aceitar essas diferenças. A mim, chocam-me. Então e os outros? Os que se levantam às 5 horas para ir trabalhar na fábrica e na lavoura e chegam ao fim do mês com uma miséria de ordenado?", questiona, sem esconder o desânimo.
Para este eterno capitão de Abril, o que mais o desilude é "questões que considerava muito importantes no programa político do Movimento das Forças Armadas (MFA) não terem sido cumpridas".
Uma delas, que considera "crucial", era a criação de um sistema que elevasse rapidamente o nível social, económico e cultural de todo um povo que viveu 48 anos debaixo de uma ditadura".
"Este povo, que viveu 48 anos sob uma ditadura militar e fascista merecia mais do que dois milhões de portugueses a viverem em estado de pobreza", adiantou.
Esses milhões, sublinhou, significa que "não foram alcançados os objectivos" do 25 de Abril.
Por esta, e outras razões, Otelo Saraiva de Carvalho garante que hoje em dia não faria a revolução, se soubesse que o país iria estar no estado em que está.
"Pedia a demissão de oficial do exército, nunca mais punha os pés no quartel, pois não queria assumir esta responsabilidade", frisou.
Otelo justifica: "O 25 de Abril é feito em termos de pensamento político, com a vontade firme de mudar a situação e desenvolver rapidamente o nível económico, social e cultural do povo. Isso não foi feito, ou feito muito lentamente".
"Fizeram-se coisas importantes no campo da educação e da saúde, mas muito delas têm vindo a ser cortadas agora outra vez", lamentou.
Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos actualmente. Teria pedido a demissão de oficial do Exército e, se calhar, como muitos jovens têm feito actualmente, tinha ido para o estrangeiro", concluiu.
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"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
Otelo justifica: "O 25 de Abril é feito em termos de pensamento político, com a vontade firme de mudar a situação e desenvolver rapidamente o nível económico, social e cultural do povo. Isso não foi feito, ou feito muito lentamente".
Na origem do 25 de Abril está a publicação do Decreto-Lei n.º 353/73, que possibilitava aos milicianos do Quadro Especial de Oficiais ultrapassarem os capitães do quadro permanente nas suas promoções, mediante a frequência de um curso intensivo na Academia Militar, equiparado aos cursos normais, o que originou viva contestação dos capitães do quadro permanente, como já foi reconhecido por este senhor.
Pedro
Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos actualmente. Teria pedido a demissão de oficial do Exército e, se calhar, como muitos jovens têm feito actualmente, tinha ido para o estrangeiro", concluiu.
Se não tivesse havido o 25 de Abril, este senhor estaria preso, pois é responsável pela morte de vários inocentes.
Se há alguém que devia estar bem caladinho era este senhor.
Pedro
Perda de direitos pode levar militares a nova revolução
11h34m
Para o "capitão de Abril" Otelo Saraiva de Carvalho bastam 800 militares para derrubar um governo, mas "um novo 25 de Abril" só deverá acontecer com a perda de direitos dos militares.
foto REINALDO RODRIGUES/GLOBAL IMAGENS
Otelo Saraiva de Carvalho
Em entrevista à Agência Lusa, a propósito do livro "O dia inicial", que conta o 25 de Abril "hora a hora", Otelo reconhece que, ao contrário da sociedade em geral, os militares não têm demonstrado grande indignação pelo estado do país.
E justifica: "Os militares pertencem à classe burguesa, estão bem, estão bem instalados, têm o seu vencimento, vão para fora e ganham ajudas de custo, são voluntários e os que estão reformados ainda não viram a sua reforma diminuída".
Mas a situação pode mudar, na perspectiva deste obreiro da "revolução dos cravos", para quem "a coisa começará a apertar, no dia em que os militares perderem os seus direitos".
"Se isso acontecer", sublinhou, "é possível que se criem as tais condições necessárias para que haja um novo 25 de Abril".
Otelo Saraiva de Carvalho lembrou que o movimento dos capitães iniciou-se precisamente por "razões corporativistas", nomeadamente quando "os militares de carreira viram-se de repente ultrapassados nas suas promoções por antigos milicianos que, através de um decreto-lei de um governo desesperado por não ter mais capitães para mandar para a guerra colonial, permite a entrada desses antigos milicianos".
"Esses capitães são rapidamente promovidos a majores e ultrapassam os capitães que estavam a dar no duro e tinham quatro anos de curso", adiantou.
Otelo lembra que, "quando tocam nos interesses da oficialidade, ela começa a reagir. Há 37 anos, essa reacção foi o movimento de capitães", que culminou no derrube de um regime com 48 anos.
Este "capitão de Abril" chama a atenção para a mudança de circunstâncias que se registou nos últimos 37 anos, nomeadamente o facto das forças armadas ao nível das praças -- soldados, cabos e sargentos -- serem hoje voluntários.
"Se a esta gente voluntária cortarem direitos adquiridos, então o caldo está entornado", avisou.
Questionado sobre a existência de condições para os militares protagonizarem uma revolução, Otelo é peremptório: "Para derrubar um governo basta, como se viu, 800 militares. Chegam, desde que estejam empenhados nisso".
Off Topic : não fazia o 25 de Abril
"Se soubesse como o país ia ficar, não fazia o 25 de Abril", diz Otelo Saraiva
08h46m
Otelo Saraiva de Carvalho ouve todos os dias populares dizerem-lhe que o que faz falta é uma nova revolução, mas, 37 anos depois, garante que, se soubesse como o país ia ficar, não teria realizado o 25 de Abril.
Otelo Saraiva de Carvalho e as memórias de Abril
Aos 75 anos, Otelo mantém a boa disposição e fala da revolução dos cravos como se esta tivesse acontecido há dois dias.
Recorda os propósitos, enumera nomes, sabe de cor as funções de cada um dos intervenientes, é rigoroso nas memórias, embora reconheça que ainda hoje vai sabendo de contributos de anónimos que revelam, tantas décadas depois, o papel que desempenharam no golpe que deitou por terra uma ditadura de 28 anos.
Essa permanente actualização tem justificado, entre outros propósitos, a sua obra literária, como o mais recente "O dia inicial", que conta a história do 25 de Abril "hora a hora".
Apesar de estar associado ao movimento dos "capitães de Abril" e aceitar o papel que a história lhe atribuiu nesta revolução, Otelo não esconde algum desânimo.
"Sou um optimista por natureza, mas é muito difícil encarar o futuro com optimismo. O nosso país não tem recursos naturais e a única riqueza que tem é o seu povo", disse, em entrevista à Agência Lusa.
Otelo lamenta as "enormes diferenças de carácter salarial" que existem na sociedade portuguesa e vai desfiando nomes de personalidades públicas, cujo vencimento o indigna.
"Não posso aceitar essas diferenças. A mim, chocam-me. Então e os outros? Os que se levantam às 5 horas para ir trabalhar na fábrica e na lavoura e chegam ao fim do mês com uma miséria de ordenado?", questiona, sem esconder o desânimo.
Para este eterno capitão de Abril, o que mais o desilude é "questões que considerava muito importantes no programa político do Movimento das Forças Armadas (MFA) não terem sido cumpridas".
Uma delas, que considera "crucial", era a criação de um sistema que elevasse rapidamente o nível social, económico e cultural de todo um povo que viveu 48 anos debaixo de uma ditadura".
"Este povo, que viveu 48 anos sob uma ditadura militar e fascista merecia mais do que dois milhões de portugueses a viverem em estado de pobreza", adiantou.
Esses milhões, sublinhou, significa que "não foram alcançados os objectivos" do 25 de Abril.
Por esta, e outras razões, Otelo Saraiva de Carvalho garante que hoje em dia não faria a revolução, se soubesse que o país iria estar no estado em que está.
"Pedia a demissão de oficial do exército, nunca mais punha os pés no quartel, pois não queria assumir esta responsabilidade", frisou.
Otelo justifica: "O 25 de Abril é feito em termos de pensamento político, com a vontade firme de mudar a situação e desenvolver rapidamente o nível económico, social e cultural do povo. Isso não foi feito, ou feito muito lentamente".
"Fizeram-se coisas importantes no campo da educação e da saúde, mas muito delas têm vindo a ser cortadas agora outra vez", lamentou.
Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos actualmente. Teria pedido a demissão de oficial do Exército e, se calhar, como muitos jovens têm feito actualmente, tinha ido para o estrangeiro", concluiu.
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