A ilusão dos dividendos
Isso é evidente Ulisses.
A questão é que vários estudos empíricos comprovam que a prazo o excesso de liquidez leva os gestores a tomarem erros de gestão como aquisições de empresas não relacionadas, a preços muito altos ou de difícil integração. Relembro que, a prazo, 50% do retorno médio dos mercados advém de dividendos.
Uma empresa que não possua oportunidades de investimento deve distribuir os seus resultados para deixar os accionistas fazerem essa alocação desse dinheiro.
De entre as várias opções de distribuição de rendimentos pelos accionistas, a minha preferida são as recompras de acções pois não existe tributação. No entanto, o accionista obterá mais valor se essas acções forem compradas abaixo do valor intrínseco do negócio.
A questão é que vários estudos empíricos comprovam que a prazo o excesso de liquidez leva os gestores a tomarem erros de gestão como aquisições de empresas não relacionadas, a preços muito altos ou de difícil integração. Relembro que, a prazo, 50% do retorno médio dos mercados advém de dividendos.
Uma empresa que não possua oportunidades de investimento deve distribuir os seus resultados para deixar os accionistas fazerem essa alocação desse dinheiro.
De entre as várias opções de distribuição de rendimentos pelos accionistas, a minha preferida são as recompras de acções pois não existe tributação. No entanto, o accionista obterá mais valor se essas acções forem compradas abaixo do valor intrínseco do negócio.
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Victor,
Pensei elaborar uma resposta muito comprida, sob o tema, mas afinal deixo-lhe apenas com uma pergunta: Se a empresa decidir, em vez de distribuir dividendos, incorporá-los na empresa, o que acontece à cotação? Não corrige o valor dos dividendos. E o que acontece à carteira do tal investidor de longo prazo? Fica mais pobre porque não recebeu aquele valor fixo dos dividendos? Não...
Um abraço,
Ulisses
Pensei elaborar uma resposta muito comprida, sob o tema, mas afinal deixo-lhe apenas com uma pergunta: Se a empresa decidir, em vez de distribuir dividendos, incorporá-los na empresa, o que acontece à cotação? Não corrige o valor dos dividendos. E o que acontece à carteira do tal investidor de longo prazo? Fica mais pobre porque não recebeu aquele valor fixo dos dividendos? Não...
Um abraço,
Ulisses
http://www.millenniumbcp.pt/site/conteu ... D=392478#1
O ajustamento dos dividendos nas acções nacionais - Parte II
Cerca de um ano após termos analisado a reacção em Bolsa, das principais empresas nacionais, à expectativa da distribuição de lucros e, tendo em conta que está para breve uma nova época de pagamento de dividendos, decidimos revisitar este tema para aferir se as principais conclusões se mantêm. Continuámos a estudar a estratégia de comprar no fecho da última sessão com direito a dividendo e vender no fecho da sessão imediatamente seguinte (ex-date), e fizemos a comparação com duas variantes, tal como no estudo anterior. As principais conclusões mantêm-se: a maioria das empresas nacionais não desconta a totalidade do dividendo no dia em que começa a transaccionar sem o direito ao seu pagamento e a estratégia de venda logo na ex-date é a melhor, destacando-se agora como a mais rentável. Apesar de em 2010 as acções da Sonae terem descontado um valor superior ao do dividendo na ex-date, pela primeira vez desde 1999, perante a estratégia descrita a empresa continua a ter o melhor desempenho entre os títulos do PSI20. Contrariamente ao verificado no estudo de Março passado, a Zon Multimédia passou a apresentar um retorno médio positivo, beneficiada pelo dividendo pago em 2010. Desta vez é a Cimpor que se destaca pela negativa, com um retorno médio negativo, mesmo que em oito dos doze dividendos pagos a acção tenha descontado menos que o valor do dividendo.
Voltámos a considerar os dividendos pagos desde 1999 pelas empresas que actualmente constituem o índice de referência nacional PSI20, com excepção do BCP (por estarmos restritos) e da EDP Renováveis e da Sonaecom (dado que estas empresas nunca pagaram dividendos). As 17 empresas estudadas pagaram, em média, 9 dividendos num horizonte temporal de 12 anos, no entanto consideramos que quatro destas empresas (a sombreado no quadro abaixo) são pouco relevantes para a análise, uma vez que apresentam poucas observações ou, no caso particular da Inapa, por ter pago o último dividendo em 2001.
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
Para apreender sobre o comportamento da acção na ex-date (i.e., primeiro dia em que o título passa a transaccionar sem conferir o direito ao seu detentor de receber o dividendo), no gráfico seguinte podemos analisar a rentabilidade média da estratégia "comprar na sessão anterior à ex-date (ex-date-1) e vender na sessão seguinte" em cada empresa (sem contabilizar custos de transacção e impostos) e a percentagem de vezes em que se traduziu num investimento lucrativo.
Comprar na sessão anterior à ex-date e vender na ex-date
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
Das empresas estudadas, apenas a Zon Multimédia descontou, ao preço da acção, um valor superior ou igual ao do dividendo em 50% das observações. Em termos analíticos verificou-se que, em quatro das oito vezes que a empresa pagou dividendo, a performance ajustada da empresa foi menor ou igual a zero, ou seja,
( Pex-date + dividendo ) / Pex-date-1 - 1 <= 0%,
sendo Pi o preço da acção no dia i. Salientamos que esta performance foi nula em uma das vezes, i.e., foi descontado o valor exacto do dividendo. No entanto, na última ex-date (10 de Maio de 2010) as acções da Zon Multimédia não descontaram o valor total do dividendo, trazendo o retorno médio da estratégia para positivo (+0,6%), ao contrário do que se verificava no estudo anterior (-0,7%). Nesse dia, a ZON subiu 0,14 EUR sem considerar o dividendo de 0,16 EUR, o que se traduz num ganho de 9,4% segundo a nossa estratégia.
Actualmente a Cimpor é a única com retorno médio negativo (-0,12% vs. +0,3% anteriores), mesmo que em oito dos doze dividendos pagos o investimento tenha sido lucrativo. A penalizar esteve a perda de 0,40 EUR no dia 25 de Maio de 2010 (ex-date), que equivale a uma desvalorização de 4,5% na estratégia adoptada, considerando o ajustamento do dividendo de 0,20 EUR.
Em destaque pela positiva continua a Sonae, que na ex-date descontou, ao preço da acção, um valor inferior ao do seu dividendo em nove das dez observações. Na décima observação (24 de Maio de 2010), a Sonae caiu 1,8%, tendo em conta o pagamento de um dividendo de 0,0315 EUR. Ainda assim, a empresa continua a apresentar uma boa rentabilidade média de 2,2%, ligeiramente inferior aos 2,6% do estudo anterior.
Performance ajustada da acção na ex-date
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
No final deste estudo, encontra em detalhe as performances das restantes empresas em análise.
Testámos ainda variantes da estratégia anterior, com a venda a ocorrer na primeira ou segunda sessões após a ex-date, para verificar se o investidor continua a beneficiar do pagamento de dividendo. No gráfico abaixo apresentamos a rentabilidade média das três estratégias, sem ter em conta as quatro empresas com poucas observações. As barras representam o número de vezes em que cada estratégia se estabeleceu como a melhor escolha, a intermédia ou a pior.
Comparativo de estratégias
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
A probabilidade de conseguirmos a melhor performance continua a ser mais elevada na estratégia inicial (venda na ex-date) como no último estudo. O retorno médio nas três estratégias aumentou face ao ano anterior e destaca-se agora a estratégia "Venda na ex-date", o que reforça a sua posição face à estratégia "Venda na ex-date + 2" (anteriormente o retorno médio de ambas era igual).
Detalhe das performances ajustadas das empresas em análise na ex-date
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
O ajustamento dos dividendos nas acções nacionais - Parte II
Cerca de um ano após termos analisado a reacção em Bolsa, das principais empresas nacionais, à expectativa da distribuição de lucros e, tendo em conta que está para breve uma nova época de pagamento de dividendos, decidimos revisitar este tema para aferir se as principais conclusões se mantêm. Continuámos a estudar a estratégia de comprar no fecho da última sessão com direito a dividendo e vender no fecho da sessão imediatamente seguinte (ex-date), e fizemos a comparação com duas variantes, tal como no estudo anterior. As principais conclusões mantêm-se: a maioria das empresas nacionais não desconta a totalidade do dividendo no dia em que começa a transaccionar sem o direito ao seu pagamento e a estratégia de venda logo na ex-date é a melhor, destacando-se agora como a mais rentável. Apesar de em 2010 as acções da Sonae terem descontado um valor superior ao do dividendo na ex-date, pela primeira vez desde 1999, perante a estratégia descrita a empresa continua a ter o melhor desempenho entre os títulos do PSI20. Contrariamente ao verificado no estudo de Março passado, a Zon Multimédia passou a apresentar um retorno médio positivo, beneficiada pelo dividendo pago em 2010. Desta vez é a Cimpor que se destaca pela negativa, com um retorno médio negativo, mesmo que em oito dos doze dividendos pagos a acção tenha descontado menos que o valor do dividendo.
Voltámos a considerar os dividendos pagos desde 1999 pelas empresas que actualmente constituem o índice de referência nacional PSI20, com excepção do BCP (por estarmos restritos) e da EDP Renováveis e da Sonaecom (dado que estas empresas nunca pagaram dividendos). As 17 empresas estudadas pagaram, em média, 9 dividendos num horizonte temporal de 12 anos, no entanto consideramos que quatro destas empresas (a sombreado no quadro abaixo) são pouco relevantes para a análise, uma vez que apresentam poucas observações ou, no caso particular da Inapa, por ter pago o último dividendo em 2001.
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
Para apreender sobre o comportamento da acção na ex-date (i.e., primeiro dia em que o título passa a transaccionar sem conferir o direito ao seu detentor de receber o dividendo), no gráfico seguinte podemos analisar a rentabilidade média da estratégia "comprar na sessão anterior à ex-date (ex-date-1) e vender na sessão seguinte" em cada empresa (sem contabilizar custos de transacção e impostos) e a percentagem de vezes em que se traduziu num investimento lucrativo.
Comprar na sessão anterior à ex-date e vender na ex-date
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
Das empresas estudadas, apenas a Zon Multimédia descontou, ao preço da acção, um valor superior ou igual ao do dividendo em 50% das observações. Em termos analíticos verificou-se que, em quatro das oito vezes que a empresa pagou dividendo, a performance ajustada da empresa foi menor ou igual a zero, ou seja,
( Pex-date + dividendo ) / Pex-date-1 - 1 <= 0%,
sendo Pi o preço da acção no dia i. Salientamos que esta performance foi nula em uma das vezes, i.e., foi descontado o valor exacto do dividendo. No entanto, na última ex-date (10 de Maio de 2010) as acções da Zon Multimédia não descontaram o valor total do dividendo, trazendo o retorno médio da estratégia para positivo (+0,6%), ao contrário do que se verificava no estudo anterior (-0,7%). Nesse dia, a ZON subiu 0,14 EUR sem considerar o dividendo de 0,16 EUR, o que se traduz num ganho de 9,4% segundo a nossa estratégia.
Actualmente a Cimpor é a única com retorno médio negativo (-0,12% vs. +0,3% anteriores), mesmo que em oito dos doze dividendos pagos o investimento tenha sido lucrativo. A penalizar esteve a perda de 0,40 EUR no dia 25 de Maio de 2010 (ex-date), que equivale a uma desvalorização de 4,5% na estratégia adoptada, considerando o ajustamento do dividendo de 0,20 EUR.
Em destaque pela positiva continua a Sonae, que na ex-date descontou, ao preço da acção, um valor inferior ao do seu dividendo em nove das dez observações. Na décima observação (24 de Maio de 2010), a Sonae caiu 1,8%, tendo em conta o pagamento de um dividendo de 0,0315 EUR. Ainda assim, a empresa continua a apresentar uma boa rentabilidade média de 2,2%, ligeiramente inferior aos 2,6% do estudo anterior.
Performance ajustada da acção na ex-date
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
No final deste estudo, encontra em detalhe as performances das restantes empresas em análise.
Testámos ainda variantes da estratégia anterior, com a venda a ocorrer na primeira ou segunda sessões após a ex-date, para verificar se o investidor continua a beneficiar do pagamento de dividendo. No gráfico abaixo apresentamos a rentabilidade média das três estratégias, sem ter em conta as quatro empresas com poucas observações. As barras representam o número de vezes em que cada estratégia se estabeleceu como a melhor escolha, a intermédia ou a pior.
Comparativo de estratégias
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
A probabilidade de conseguirmos a melhor performance continua a ser mais elevada na estratégia inicial (venda na ex-date) como no último estudo. O retorno médio nas três estratégias aumentou face ao ano anterior e destaca-se agora a estratégia "Venda na ex-date", o que reforça a sua posição face à estratégia "Venda na ex-date + 2" (anteriormente o retorno médio de ambas era igual).
Detalhe das performances ajustadas das empresas em análise na ex-date
Fonte: Millennium investment banking, Bloomberg
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victor2011 Escreveu:Caro Ulisses
Quanto a banca vamos analizar especificamente o caso do BPI que é citado em seu artigo. Imaginemos que o investidor tenha comprado 100.000 ações a 1,40 e que históricamente recebe 0,09 centimos por ação. 9000 euros menos impostos, o que dará 7.200 euros de dividendos anualmente, havendo anos em que existe um pequeno adiantamento no último semestre. Isto significa uma rentabilidade líquida de 5,14% sobre o investimento taxa esta que não se obtém hoje com segurança em canto algum. Digamos que este investidor reaplique o seu dinheiro nas ações do próprio banco aproveitando o desconto do ex dividendo aumentando assim o seu yeld. Este ano o banco fez melhor, para quem não precisa vai lhe dar 10% em ações atraves da incorporação de resultados, ou seja 10.000 ações que com o desconto de ex lhe dará 13.000 euros limpos. Esta aí o segredo da roda da fortuna para quem tenha perseverança, paciencia e algum grau de dicernimento. Portanto o mercado de ações tanto para os grandes ou pequenos é o único lugar que se consegue efetivamente ganhar dinheiro dentro da atividade de investir. Não conheço quem tenha ficado rico com juros a não ser os banqueiros que pegam o dinheiro do público e compram ações para suas carteiras. Estou no mercado como profissional a aproximadamente 45 anos, tendo começado minha vida como agente autonomo e hoje sou dono de corretora, com incriveis histórias de sucesso com esta filosofia, portanto dividendos não são ilusão e por favor não confunda investidor com especulador, se bem que conheço alguns especuladores de sucesso e também que se tornaram investidores por força das circunstâncias. Voltando ao BPI, caso o acionista resolva se desfazer da parte correspondente aos dividendos, que historicamente receberia ainda assim teria sua diluição muito reduzida e seu capital protegido, pois seria encorpado pelo restante das ações que por si só seriam superiores a inflação.
Vale lembrar que em termos de segurança a empresa tem que ser tão boa em produtividade e mercado que possa ser um dia dirigida por um parvo pois com absoluta certeza um dia ela o será e terá que sobreviver.
Sem mais,
Atenciosamente
Victor Adler
Mas não estará o Victor a esquecer-se que no dia do ex-dividen, a acção desconta o valor do dividendo.
É este o argumento utilizado por aqueles que não defendem dividendos.
Ou seja no seu exemplo, eu poderia receber os 0,09€ mas a acção passará a valr 1,31€ por isso fica-se na mesma, para alem que ainda entram aqui despesas de comissões a pagar ao banco.
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Caro Ulisses
Li o seu artigo do dia 07/02 e permita-me data-venia discordar de sua ideia de que dividendos são ilusão pelos motivos que passo a expor.
Quando um investidor toma a decisão de compra de um determinado ativo, deve ele respaldar-se no seguinte tripé, qual seja rentabilidade, segurança e liquidez. Vamos primeiramente falar sobre rentabilidade: por príncipio empresas bem administradas, líderes em seus setores de atuação com alta produtividade deve proporcionar a seus investidores lucros que podem advir de sua valorização em mercado, resultados em seu bottom line ou seja lucro, que forçosamente irão se traduzir em dividendos, estes sim, que podem ser distribuidos em percentuais maiores ou menores em razão de racios, investimentos ou mesmo ficarem a rúbrica de reservas de capital que poderão ser utilizados no futuro para algum plano de investimento que melhore a sua capacidade de produção ou produtividade. Qualquer desses fatos acima citados irão influir positivamente no investimento do acionista. O que me se afigura em seu artigo é que falta comentar a respeito de que ações escolher e acompanhar. No PSI-20 posso citar algumas empresas que preenchem todos os requisitos acima falados qual sejam, EDP, BRISA, CIMPOR, SEMAPA (esta alguns meses atras), PORTUCEL, deixando a banca para futuro comentário específico. Todas estas empresas acima citadas históricamente sempre tiveram nos útimos anos pay out muito superiores a qualquer título de renda fixa. O problema é quando comprá-las e óbviamente ter sensibilidade para analizar a empresa dentro de seu setor e quando sinais começarem de mudanças de mercado em suas atividades ter a capacidade de vende-las, ou não dependendo disto a tolerancia do investidor em temporariamente experimentar desvalorização em seus ativos. Acredito que sempre em qualquer mercado haverá ações para serem compradas e vendidas, ou seja óbviamente caras ou baratas, aí sim, em relação ao que ela possa lhe proporcionar em dividendos e ou valorização. Acredito que o ponto ideal de formação de preço de venda seja quando o dividendo em relação ao preço seja menor do que se possa obter na renda fixa. Este raciocínio se complementa com a liquidez para que se possa comprar e vender a qualquer momento e segurança para que a empresa investida não acabe.
Quanto a banca vamos analizar especificamente o caso do BPI que é citado em seu artigo. Imaginemos que o investidor tenha comprado 100.000 ações a 1,40 e que históricamente recebe 0,09 centimos por ação. 9000 euros menos impostos, o que dará 7.200 euros de dividendos anualmente, havendo anos em que existe um pequeno adiantamento no último semestre. Isto significa uma rentabilidade líquida de 5,14% sobre o investimento taxa esta que não se obtém hoje com segurança em canto algum. Digamos que este investidor reaplique o seu dinheiro nas ações do próprio banco aproveitando o desconto do ex dividendo aumentando assim o seu yeld. Este ano o banco fez melhor, para quem não precisa vai lhe dar 10% em ações atraves da incorporação de resultados, ou seja 10.000 ações que com o desconto de ex lhe dará 13.000 euros limpos. Esta aí o segredo da roda da fortuna para quem tenha perseverança, paciencia e algum grau de dicernimento. Portanto o mercado de ações tanto para os grandes ou pequenos é o único lugar que se consegue efetivamente ganhar dinheiro dentro da atividade de investir. Não conheço quem tenha ficado rico com juros a não ser os banqueiros que pegam o dinheiro do público e compram ações para suas carteiras. Estou no mercado como profissional a aproximadamente 45 anos, tendo começado minha vida como agente autonomo e hoje sou dono de corretora, com incriveis histórias de sucesso com esta filosofia, portanto dividendos não são ilusão e por favor não confunda investidor com especulador, se bem que conheço alguns especuladores de sucesso e também que se tornaram investidores por força das circunstâncias. Voltando ao BPI, caso o acionista resolva se desfazer da parte correspondente aos dividendos, que historicamente receberia ainda assim teria sua diluição muito reduzida e seu capital protegido, pois seria encorpado pelo restante das ações que por si só seriam superiores a inflação.
Vale lembrar que em termos de segurança a empresa tem que ser tão boa em produtividade e mercado que possa ser um dia dirigida por um parvo pois com absoluta certeza um dia ela o será e terá que sobreviver.
Sem mais,
Atenciosamente
Victor Adler
Li o seu artigo do dia 07/02 e permita-me data-venia discordar de sua ideia de que dividendos são ilusão pelos motivos que passo a expor.
Quando um investidor toma a decisão de compra de um determinado ativo, deve ele respaldar-se no seguinte tripé, qual seja rentabilidade, segurança e liquidez. Vamos primeiramente falar sobre rentabilidade: por príncipio empresas bem administradas, líderes em seus setores de atuação com alta produtividade deve proporcionar a seus investidores lucros que podem advir de sua valorização em mercado, resultados em seu bottom line ou seja lucro, que forçosamente irão se traduzir em dividendos, estes sim, que podem ser distribuidos em percentuais maiores ou menores em razão de racios, investimentos ou mesmo ficarem a rúbrica de reservas de capital que poderão ser utilizados no futuro para algum plano de investimento que melhore a sua capacidade de produção ou produtividade. Qualquer desses fatos acima citados irão influir positivamente no investimento do acionista. O que me se afigura em seu artigo é que falta comentar a respeito de que ações escolher e acompanhar. No PSI-20 posso citar algumas empresas que preenchem todos os requisitos acima falados qual sejam, EDP, BRISA, CIMPOR, SEMAPA (esta alguns meses atras), PORTUCEL, deixando a banca para futuro comentário específico. Todas estas empresas acima citadas históricamente sempre tiveram nos útimos anos pay out muito superiores a qualquer título de renda fixa. O problema é quando comprá-las e óbviamente ter sensibilidade para analizar a empresa dentro de seu setor e quando sinais começarem de mudanças de mercado em suas atividades ter a capacidade de vende-las, ou não dependendo disto a tolerancia do investidor em temporariamente experimentar desvalorização em seus ativos. Acredito que sempre em qualquer mercado haverá ações para serem compradas e vendidas, ou seja óbviamente caras ou baratas, aí sim, em relação ao que ela possa lhe proporcionar em dividendos e ou valorização. Acredito que o ponto ideal de formação de preço de venda seja quando o dividendo em relação ao preço seja menor do que se possa obter na renda fixa. Este raciocínio se complementa com a liquidez para que se possa comprar e vender a qualquer momento e segurança para que a empresa investida não acabe.
Quanto a banca vamos analizar especificamente o caso do BPI que é citado em seu artigo. Imaginemos que o investidor tenha comprado 100.000 ações a 1,40 e que históricamente recebe 0,09 centimos por ação. 9000 euros menos impostos, o que dará 7.200 euros de dividendos anualmente, havendo anos em que existe um pequeno adiantamento no último semestre. Isto significa uma rentabilidade líquida de 5,14% sobre o investimento taxa esta que não se obtém hoje com segurança em canto algum. Digamos que este investidor reaplique o seu dinheiro nas ações do próprio banco aproveitando o desconto do ex dividendo aumentando assim o seu yeld. Este ano o banco fez melhor, para quem não precisa vai lhe dar 10% em ações atraves da incorporação de resultados, ou seja 10.000 ações que com o desconto de ex lhe dará 13.000 euros limpos. Esta aí o segredo da roda da fortuna para quem tenha perseverança, paciencia e algum grau de dicernimento. Portanto o mercado de ações tanto para os grandes ou pequenos é o único lugar que se consegue efetivamente ganhar dinheiro dentro da atividade de investir. Não conheço quem tenha ficado rico com juros a não ser os banqueiros que pegam o dinheiro do público e compram ações para suas carteiras. Estou no mercado como profissional a aproximadamente 45 anos, tendo começado minha vida como agente autonomo e hoje sou dono de corretora, com incriveis histórias de sucesso com esta filosofia, portanto dividendos não são ilusão e por favor não confunda investidor com especulador, se bem que conheço alguns especuladores de sucesso e também que se tornaram investidores por força das circunstâncias. Voltando ao BPI, caso o acionista resolva se desfazer da parte correspondente aos dividendos, que historicamente receberia ainda assim teria sua diluição muito reduzida e seu capital protegido, pois seria encorpado pelo restante das ações que por si só seriam superiores a inflação.
Vale lembrar que em termos de segurança a empresa tem que ser tão boa em produtividade e mercado que possa ser um dia dirigida por um parvo pois com absoluta certeza um dia ela o será e terá que sobreviver.
Sem mais,
Atenciosamente
Victor Adler
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Os que criticam o Ulisses, e ou que falam de os dividendos fazerem as acções ficarem à borla estão muito enganados.
Para o pequeno investidor, entre ter dividendo ou o capital ficar dentro da empresa, é preferivel uma empresa que nao distribue dividendos, isto porque os 21% de imposto dos dividendos acabam por diferir para o futuro, acabando por capitalizar e bem !!
Por alguma coisa o Buffett, não distribui dividendos por isso mesmo, por estar a defender o accionista e deste modo "poupar" bastante capital ao accionista, sendo que os 21% que iriam para o Estado acabam por ficar na empresa a ser capitalizados ao ROE.
Para o pequeno investidor, entre ter dividendo ou o capital ficar dentro da empresa, é preferivel uma empresa que nao distribue dividendos, isto porque os 21% de imposto dos dividendos acabam por diferir para o futuro, acabando por capitalizar e bem !!
Por alguma coisa o Buffett, não distribui dividendos por isso mesmo, por estar a defender o accionista e deste modo "poupar" bastante capital ao accionista, sendo que os 21% que iriam para o Estado acabam por ficar na empresa a ser capitalizados ao ROE.
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- Registado: 18/12/2009 18:54
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Olá Luis.
Algumas notas:
- No caso de distribuição de acções, julgo que o Estado não tem que cobrar imposto nenhum, a não ser depois quando essas acções forem vendidas que terá, naturalmente, que cobrar as mais valias.
- Cada empresa é livre de fazer o que quer ao dinheiro que tem em caixa... Se isso fizer aumentar os seus lucros, terá que pagar mais impostos. Se não o fizer, não terá. Há empresas que nunca distribuem dividendos...
Um abraço,
Ulisses
Algumas notas:
- No caso de distribuição de acções, julgo que o Estado não tem que cobrar imposto nenhum, a não ser depois quando essas acções forem vendidas que terá, naturalmente, que cobrar as mais valias.
- Cada empresa é livre de fazer o que quer ao dinheiro que tem em caixa... Se isso fizer aumentar os seus lucros, terá que pagar mais impostos. Se não o fizer, não terá. Há empresas que nunca distribuem dividendos...
Um abraço,
Ulisses
Ulisses
Desculpa lá mas ainda não entendi bem isto da incorporação de capitais, em vez da distribuição das acções ou de dividendos. O estado assim fica sem 21,5% de IRS do pessoal, e estou a achar estranho estar tudo calado, ou então sou eu que não estou a ver bem o filme.
Vou tentar fazer um exemplo com números certos para ver se nos entendemos.
Num dos bancos tenho 100 acções que valem 1,00€ cada, e neste exemplo consideramos um lucro para entregar aos accionistas de 10%, 10 cêntimos por acção.
1 – Distribuição de dividendos
- recebo 10 €
-Retenção de IRS na fonte de 21,5% equivale a 2,15€
- Recebo 7,85€ líquidos
- No dia ex-dividendo as acções corrigem e passam a valer 0,90€ cada, logo fiquei com 100 acções valem 90,00€ mais os 7,85€ dos dividendos. Total de 97,85€
2 – Distribuição de acções
Penso que será idêntico aos dividendos
- O estado recebe 2,15€
- No dia ex-dividendo passamos a ter direito a 108,72 acções a 0,90€ cada o que dá 97,85 €
3 – Incorporação de capitais no banco
De acordo com o que disseste “Porque, no fundo, o que qualquer um desses dois bancos está a fazer é incorporar na empresa aquilo que antes distribuía pelos accionistas, pelo que as acções não sofrerão o habitual ajuste." Ou seja fico com 100 acções que continuam a valer 1,00€ cada.
E o estado não leva nada de IRS?
Mesmo que eu venda, não há mais-valias referentes a esta operação.
Isto tudo é estranho, o estado perder assim 2,15€ nestas 100 acções, em 1.000 milhões de acções perder 21,5 M€.
Será mais um truque para dar a volta ao estado?
Os bancos passam o tempo a inventar para não pagar impostos, mas fazer o mesmo com os accionistas para não pagarem IRS.
Há qualquer coisa que não estou a ver bem.
Um abraço
Desculpa lá mas ainda não entendi bem isto da incorporação de capitais, em vez da distribuição das acções ou de dividendos. O estado assim fica sem 21,5% de IRS do pessoal, e estou a achar estranho estar tudo calado, ou então sou eu que não estou a ver bem o filme.
Vou tentar fazer um exemplo com números certos para ver se nos entendemos.
Num dos bancos tenho 100 acções que valem 1,00€ cada, e neste exemplo consideramos um lucro para entregar aos accionistas de 10%, 10 cêntimos por acção.
1 – Distribuição de dividendos
- recebo 10 €
-Retenção de IRS na fonte de 21,5% equivale a 2,15€
- Recebo 7,85€ líquidos
- No dia ex-dividendo as acções corrigem e passam a valer 0,90€ cada, logo fiquei com 100 acções valem 90,00€ mais os 7,85€ dos dividendos. Total de 97,85€
2 – Distribuição de acções
Penso que será idêntico aos dividendos
- O estado recebe 2,15€
- No dia ex-dividendo passamos a ter direito a 108,72 acções a 0,90€ cada o que dá 97,85 €
3 – Incorporação de capitais no banco
De acordo com o que disseste “Porque, no fundo, o que qualquer um desses dois bancos está a fazer é incorporar na empresa aquilo que antes distribuía pelos accionistas, pelo que as acções não sofrerão o habitual ajuste." Ou seja fico com 100 acções que continuam a valer 1,00€ cada.
E o estado não leva nada de IRS?
Mesmo que eu venda, não há mais-valias referentes a esta operação.
Isto tudo é estranho, o estado perder assim 2,15€ nestas 100 acções, em 1.000 milhões de acções perder 21,5 M€.
Será mais um truque para dar a volta ao estado?
Os bancos passam o tempo a inventar para não pagar impostos, mas fazer o mesmo com os accionistas para não pagarem IRS.
Há qualquer coisa que não estou a ver bem.
Um abraço
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solrac1977 Escreveu:em relaçao ao dividendos, sem duvida que resulta da estrategia de investimento de cada um.
pessoalmente em 2009, lucrei com os dividendos de varias cotadas, especialemente da pt e da Galp.
em muitas situaçoes acaba por ser um pouco um refugio dos investidores, falo por mim.
quando falo em rufigiu, falo por exemplo no caso particular da PT aonde sei que ao investir todos os anos tenho um dividendo , que me garante uma receita.
ja na altura da questão do dividendo extraordinario da PT, esta questão se levantou..á quem opte por receber os dividendos e que o nao pretendem. eu sou dos que prtende e até ao dia de hoje nao me dei mal com a situaçao.
Não garante nada... se as cotações subirem garante, mas se descerem não garante absolutamente nada! Embora não acompanhe de perto o título PT a idéia que tenho é que beneficiou bastante da OPA sobre a VIVO e talvez da compra da participação na OI. Se não fosse isso provavelmente a estratégia de investir na PT nos últimos anos por causa do dividendo, seria um fracasso, tendo em conta o contexto actual dos mercados, em especial o português... se a PT não tem distribuido tanto em dividendos nos últimos anos estaria certamente contada a muito mais do que está actualmente...
Em última análise o que garante lucros a um accionista é a subida das cotações, os dividendos é apenas uma forma de materializar esses lucros, mas se as cotações não subirem ou descerem aquilo que se recebe em dividendos perde-se no valor da posição detida...
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boa noite
em relaçao ao dividendos, sem duvida que resulta da estrategia de investimento de cada um.
pessoalmente em 2009, lucrei com os dividendos de varias cotadas, especialemente da pt e da Galp.
em muitas situaçoes acaba por ser um pouco um refugio dos investidores, falo por mim.
quando falo em rufigiu, falo por exemplo no caso particular da PT aonde sei que ao investir todos os anos tenho um dividendo , que me garante uma receita.
ja na altura da questão do dividendo extraordinario da PT, esta questão se levantou..á quem opte por receber os dividendos e que o nao pretendem. eu sou dos que prtende e até ao dia de hoje nao me dei mal com a situaçao.
cumprimentos
solrac
em relaçao ao dividendos, sem duvida que resulta da estrategia de investimento de cada um.
pessoalmente em 2009, lucrei com os dividendos de varias cotadas, especialemente da pt e da Galp.
em muitas situaçoes acaba por ser um pouco um refugio dos investidores, falo por mim.
quando falo em rufigiu, falo por exemplo no caso particular da PT aonde sei que ao investir todos os anos tenho um dividendo , que me garante uma receita.
ja na altura da questão do dividendo extraordinario da PT, esta questão se levantou..á quem opte por receber os dividendos e que o nao pretendem. eu sou dos que prtende e até ao dia de hoje nao me dei mal com a situaçao.
cumprimentos
solrac
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aaugustobb Escreveu:Na minha opinião eu acho que quem está entalado e não vende, quer que a empresa pague dividendos...tambem quem está a ganhar o suficiente, e tem um stop largo para proteger lucros tambem quer dividendos...porque grande parte das vezes, principalmente quando a tendencia dessa ação é ascendente, no dia de ex-dividendo, ou os proximos dias a ação recupera o dividendo...logo trás um rendimento extra...e neste caso o risco compensa...
Logo quem investe no curtissimo prazo já não gosta do dividendo...
Não percebeste o artigo do Ulisses e não percebeste o que muitos têm escrito aqui a propósito da não distribuição de dividendos...
O mais engraçado é que há muita gente que reinveste o dinheiro que recebe dos dividendos comprado novas acções. Para estes é claramente melhor a não distribuição de dividendos, mas poucos têm noção disso... nesta situação o único que perde é accionista, mas como "nada se perde tudo se transforma", alguém tem de ganhar o que o accionista perde, e há, o estado, que taxa o valor distribuido, e os bancos que ganham as comissões que cobram!

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Na minha opinião eu acho que quem está entalado e não vende, quer que a empresa pague dividendos...tambem quem está a ganhar o suficiente, e tem um stop largo para proteger lucros tambem quer dividendos...porque grande parte das vezes, principalmente quando a tendencia dessa ação é ascendente, no dia de ex-dividendo, ou os proximos dias a ação recupera o dividendo...logo trás um rendimento extra...e neste caso o risco compensa...
Logo quem investe no curtissimo prazo já não gosta do dividendo...
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fil e hetero,
Vou tentar explicar-me melhor... Um investidor de longo prazo, quando faz as contas ao que espera desta ou daquela acção, deve ter em conta o valor dos dividendos. Mas isso não significa que deve optar pela empresa que distribui mais dividendos. O que é importante perceber é que, se á empresa distribui divdendos, esse dinheiro sai da empresa, que passa a valer menos.
Por isso, se tenho duas acções cotadas a 8 euros e sei que a empresa A prevê distribuir dividendos de 20 cêntimos nos próximos 10 anos e a empresa B não prevê distribuir dividendos. E se prevejo que a cotação de A daqui a 10 anos é de 10 euros e a cotação de B é de 13 euros, naturalmente que devo optar pela empresa B. Mas se prevejo que as cotações não difiram muito, devo optar pela empresa A.
O que acho é que, na maior parte das vezes, os investidores se esquecem que os dividendos é capital que sai da empresa, o que, naturalmente, tem impacto nas cotações, sejam em que horizonte temporal for.
Um abraço,
Ulisses
Vou tentar explicar-me melhor... Um investidor de longo prazo, quando faz as contas ao que espera desta ou daquela acção, deve ter em conta o valor dos dividendos. Mas isso não significa que deve optar pela empresa que distribui mais dividendos. O que é importante perceber é que, se á empresa distribui divdendos, esse dinheiro sai da empresa, que passa a valer menos.
Por isso, se tenho duas acções cotadas a 8 euros e sei que a empresa A prevê distribuir dividendos de 20 cêntimos nos próximos 10 anos e a empresa B não prevê distribuir dividendos. E se prevejo que a cotação de A daqui a 10 anos é de 10 euros e a cotação de B é de 13 euros, naturalmente que devo optar pela empresa B. Mas se prevejo que as cotações não difiram muito, devo optar pela empresa A.
O que acho é que, na maior parte das vezes, os investidores se esquecem que os dividendos é capital que sai da empresa, o que, naturalmente, tem impacto nas cotações, sejam em que horizonte temporal for.
Um abraço,
Ulisses
Editado pela última vez por Ulisses Pereira em 7/2/2011 15:25, num total de 1 vez.
Um tenho uma leitura dos dividendos que é o equivalente à leitura da componente fixa do salário de um trabalhador. Se um determinado montante é distribuído e sai do património da empresa é porque, à partida, não será necessário para financiar o crescimento da empresa, ou para qualquer outra necessidade interna.
Sendo que o dinheiro que se gera no negócio é normalmente superior ao dividendo a pagar. Então a diferença entre o que se gera e o dividendo é o que a empresa vai usar justamente para aumentar o caixa gerado no futuro. E como o valor fica na empresa, é ela que se vai tornar responsável pela gestão desse dinheiro e nesse sentido torna-se um património com maior risco para o accionista mas também com maior retorno potencial.
Ou seja ter uma acção é como ter um rendimento de trabalho, com uma componente fixa, o dividendo, e uma componente variável, o restante do caixa gerado. Em negócios maduros, o dividendo é mais representativo, e em negócios jovens, é a parte variável a mais importante.
Ou seja uma forma de ver um dividendo é como uma reserva de rendimento. Qualquer coisa como: aquele será o valor base que a empresa dará. Por alguma razão, fundos conservadores preferem empresas boas pagadoras de dividendos, e sociedades de capital de risco preferem exactamente o contrário. O paralelo nas pessoas, são os funcionários que prezam a estabilidade de um lado e os empreendedores do outro.
Sendo que o dinheiro que se gera no negócio é normalmente superior ao dividendo a pagar. Então a diferença entre o que se gera e o dividendo é o que a empresa vai usar justamente para aumentar o caixa gerado no futuro. E como o valor fica na empresa, é ela que se vai tornar responsável pela gestão desse dinheiro e nesse sentido torna-se um património com maior risco para o accionista mas também com maior retorno potencial.
Ou seja ter uma acção é como ter um rendimento de trabalho, com uma componente fixa, o dividendo, e uma componente variável, o restante do caixa gerado. Em negócios maduros, o dividendo é mais representativo, e em negócios jovens, é a parte variável a mais importante.
Ou seja uma forma de ver um dividendo é como uma reserva de rendimento. Qualquer coisa como: aquele será o valor base que a empresa dará. Por alguma razão, fundos conservadores preferem empresas boas pagadoras de dividendos, e sociedades de capital de risco preferem exactamente o contrário. O paralelo nas pessoas, são os funcionários que prezam a estabilidade de um lado e os empreendedores do outro.
Pedro Carriço
Bull Bull Escreveu:Boas Ulisses, não percebi esta frase:
"Por exemplo, um pequeno investidor que detém acções do BPI e BCP e está descontente por não ter o seu dividendo de 2 ou 3%. O que pode fazer? Reduzir a sua exposição, vendendo 2 ou 3% dessas suas acções."
abraço, bull
Já respondeste

Não tinha visto
Boa tarde,
Efectivamente Ulisses os dividendos têm esse problemas se nos concentrarmos no curto prazo.
Para investimentos a mais longo prazo têm muitas mais vantagens. E não são só para grandes investidores, pois qualquer um pode constituir uma posição numa acção e mantê-la por um período alargado de tempo.
http://www.casadeinvestimentos.pt/arq/f ... dendos.pdf
Cumprimentos,
Hugo
Efectivamente Ulisses os dividendos têm esse problemas se nos concentrarmos no curto prazo.
Para investimentos a mais longo prazo têm muitas mais vantagens. E não são só para grandes investidores, pois qualquer um pode constituir uma posição numa acção e mantê-la por um período alargado de tempo.
http://www.casadeinvestimentos.pt/arq/f ... dendos.pdf
Cumprimentos,
Hugo
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Ulisses Pereira Escreveu:Filrib, se estiveres a contar com uma % de liquidez anual em função dos dividendos e se houver um ano em que não haja, terás que realizar o dinheiro de alguma forma. Como não deténs uma posição estratégica, podes vender essa % que esperavas ganhar, já que a cotação não corrigiu o dividendo como é costume.
urukai, pode. O problema é que quanto maior for o dividend yeld menor é a taxa de crescimento da acção.
Um abraço,
Ulisses
OK. Já percebi.
Mas relativamente à questão coloca o caro urukai, não é de contar com os dividendos um pequeno investidor que diga: "eh pá, eu não tenho vida para acompanhar as cotações, eu quero é ter uma renda certinha todos os anos e de tal modo que vou comprar estas acções, mantendo-as em carteira e obtendo dividendos". Má estratégia no teu ponto de vista?
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Filrib, se estiveres a contar com uma % de liquidez anual em função dos dividendos e se houver um ano em que não haja, terás que realizar o dinheiro de alguma forma. Como não deténs uma posição estratégica, podes vender essa % que esperavas ganhar, já que a cotação não corrigiu o dividendo como é costume.
urukai, pode. O problema é que quanto maior for o dividend yeld menor é a taxa de crescimento da acção.
Um abraço,
Ulisses
urukai, pode. O problema é que quanto maior for o dividend yeld menor é a taxa de crescimento da acção.
Um abraço,
Ulisses
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