O défice ingovernável dos Estados Unidos
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helderjsm Escreveu:Lion_Heart Escreveu:A grande questão é: quem vai deixar de emprestar aos EUA? quem vai ser o primeiro a baixar o AAA dos EUA?
No resto são como os outros vão vendendo alguns aneis , a ultima foi a NYSE , o templo do capitalismo e do poder dos judeus na America
Mas então o dinheiro hoje em dia não é todo electrónico? Eles por aqueles lados têm Microsoft, Apple e a maioria das distribuições LINUX. É só acrescentar uns 0' no sistema binários e tá o défice resolvido.
E depois admiram-se de eu ficar admirado com tanta especulação contra Portugal quando os grandes têm dívidas que é melhor fechar os olhos. Se as tecnológicas deixarem de ser tão eficazes nos States quero ver onde eles vão buscar o dinheiro para pagar tanta dívida. É que parece-me que até o sector do entretenimento já não é suficientemente rentável e se o Japão se levantar de novo como rei dos videojogos, só lhes resta mesmo o cinema.
Mas isto sou eu a especular contra os States
A questão é que os EUA gozam de uma garantia perante os investidores e os mercados de capitais sem paralelo das restantes economias. Apesar da China ser já a 2ª maior economia mundial ainda se encontra a cerca de 30 anos atrás da economia americana.
A China está a diversificar as suas reservas na compra de dividas publicas por diversos países em dificuldades (Portugal, Grécia, Espanha, etc...), diminuindo a exposição à divida americana, mas ainda reconhece a segurança e garantia da divida americana.
«...Em Dezembro passado, pelo segundo mês consecutivo, a carteira chinesa de títulos do Tesouro norte-americano diminuiu 0,4 por cento, para 892.000 milhões de dólares, menos 3600 milhões de dólares do que em Novembro, anunciou hoje a imprensa oficial.
A redução confirma o interesse de Pequim em “diversificar” a aplicação das enormes reservas chinesas em divisas, mas a China continua a ser o maior detentor da dívida norte-americana, seguida do Japão.
Um vice-governador do Banco Central, Yi Gang, citado hoje pelo China Daily considerou que “a curto prazo, as outras opções de compra de dívidas (soberanas) não conseguem competir com a força e a segurança da dívida dos Estados Unidos”...»
http://economia.publico.pt/Noticia/chin ... us_1480759
Lion_Heart Escreveu:A grande questão é: quem vai deixar de emprestar aos EUA? quem vai ser o primeiro a baixar o AAA dos EUA?
No resto são como os outros vão vendendo alguns aneis , a ultima foi a NYSE , o templo do capitalismo e do poder dos judeus na America
Mas então o dinheiro hoje em dia não é todo electrónico? Eles por aqueles lados têm Microsoft, Apple e a maioria das distribuições LINUX. É só acrescentar uns 0' no sistema binários e tá o défice resolvido.
E depois admiram-se de eu ficar admirado com tanta especulação contra Portugal quando os grandes têm dívidas que é melhor fechar os olhos. Se as tecnológicas deixarem de ser tão eficazes nos States quero ver onde eles vão buscar o dinheiro para pagar tanta dívida. É que parece-me que até o sector do entretenimento já não é suficientemente rentável e se o Japão se levantar de novo como rei dos videojogos, só lhes resta mesmo o cinema.
Mas isto sou eu a especular contra os States

Melhores cumprimentos,
Helder Magalhães
Helder Magalhães
A grande questão é: quem vai deixar de emprestar aos EUA? quem vai ser o primeiro a baixar o AAA dos EUA?
No resto são como os outros vão vendendo alguns aneis , a ultima foi a NYSE , o templo do capitalismo e do poder dos judeus na America
No resto são como os outros vão vendendo alguns aneis , a ultima foi a NYSE , o templo do capitalismo e do poder dos judeus na America
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
Lion_Heart
O défice ingovernável dos Estados Unidos
Orçamento do Estado é o coração de qualquer governo. Os políticos podem fazer promessas sem fim, mas se o orçamento não fizer sentido, a política é pouco mais do que meras palavras.
Os Estados Unidos foram apanhados nesta situação. No último discurso sobre o Estado da Nação, o presidente Barack Obama descreveu de forma convincente um governo moderno e do século XXI. Os seus opositores do Partido Republicano queixaram-se de que as propostas de Obama iriam desequilibrar o défice orçamental. Mas a verdade é que os dois partidos estão aliados da realidade: sem um aumento de impostos, não é possível alcançar uma economia competitiva e moderna.
Obama sublinhou, correctamente, que nos dias de hoje, a competitividade depende de uma força laboral formada e de infra-estruturas modernas. Isso é verdade para qualquer país mas é, especialmente, relevante para os países ricos. Os Estados Unidos e a Europa estão a competir directamente com o Brasil, a China, a Índia e outras economias emergentes, onde os níveis salariais são muitas vezes um quarto dos salários dos países ricos (ou mesmo mais baixos). Os Estados Unidos e a Europa só vão manter os elevados padrões de vida se basearem a sua competitividade em conhecimentos avançados, tecnologias de vanguarda e infra-estruturas modernas.
É por esta razão que Obama apelou a um aumento do investimento público em três áreas: educação, ciência e tecnologia, e infra-estruturas (incluindo banda-larga, comboio de alta-velocidade e energias renováveis). Obama expôs uma visão do crescimento futuro no qual o investimento público e privado são complementares e pilares que se apoiam mutuamente.
Obama sublinhou estes temas e com razão. Actualmente, a taxa de desemprego nos Estados Unidos está perto dos 10%, em parte porque estão a ser criados mais novos postos de trabalho nas economias emergentes e muitos dos empregos que estão a ser criados nos Estados Unidos pagam menos do que no passado, devido a uma maior concorrência a nível global. Se os Estados Unidos não aumentarem o seu investimento em educação, ciência e tecnologia e infra-estruturas, estas tendências negativas irão continuar. Mas a mensagem de Obama perdeu o contacto com a realidade quando a sua atenção se centrou no défice orçamental. Após reconhecer que as recentes políticas orçamentais colocaram a dívida pública norte-americana numa trajectória insustentável, Obama afirmou que o equilíbrio orçamental é agora essencial para a estabilidade orçamental. Assim, apelou a um congelamento, durante cinco anos, do que o governo chama gastos civis "discricionários".
O problema é que mais de metade destes gastos são em educação, ciência e tecnologia, e infra-estruturas - precisamente as áreas que Obama defendeu que deviam ser reforçadas. Depois de ter dito aos americanos quão importante são os investimentos governamentais para o crescimento moderno, prometeu congelar esses gastos durante os próximos cinco anos!
Os políticos alteram frequentemente a sua mensagem de um discurso para outro mas raras vezes se contradizem de forma tão flagrante no mesmo discurso. A contradição chama a atenção para a natureza contra producente e triste das políticas orçamentais dos últimos 25 anos e muito provavelmente dos próximos anos. Por um lado, o governo deve investir mais na promoção da competitividade económica. Por outro lado, os impostos são cronicamente baixos para suportar o nível de investimento público necessário.
A realidade orçamental dos Estados Unidos tornou-se dolorosamente transparente dois dias após o discurso de Obama. Um novo estudo do Congressional Budget Office (CBO) revelou que o défice orçamental deste ano vai chegar aproximadamente aos 1,5 biliões de dólares - um montante quase inimaginável mesmo para uma economia com a dimensão da norte-americana. Próximo dos 10% do PIB, o défice está a originar uma enorme dívida que ameaça a o futuro dos Estados Unidos.
O estudo do CBO tornou claro que o acordo fiscal alcançado em Dezembro entre Obama e os Republicanos aumentou, premeditada e deliberadamente, o défice orçamental. Vários cortes fiscais iniciados por George W. Bush deviam terminar no final de 2010. Obama e os Republicanos concordaram em prolongar esses cortes fiscais durante, pelo menos, dois anos (deverão manter-se além desse período), diminuindo, assim, as receitas fiscais em 350 mil milhões de dólares este ano e no próximo. Fazem parte deste plano cortes fiscais para os norte-americanos mais ricos.
A verdade da actual política dos Estados Unidos é simples. A política mais importante para os líderes dos dois partidos é a redução de impostos, em especial para os ricos. Os dois partidos políticos, e a Casa Branca, preferem reduzir impostos do que gastar mais em educação, ciência e tecnologia, e infra-estruturas. E a explicação é esta: as famílias mais ricas financiam as campanhas políticas. Assim, os dois partidos satisfazem os seus desejos.
Em resultado, as receitas fiscais totais em percentagem do rendimento nacional estão entre as mais baixas dos países ricos: cerca de 30%, o que compara com os 40% da Europa. Mas 30% do PIB não é suficiente para cobrir as necessidades de saúde, educação, ciência e tecnologia, Segurança Social, infra-estruturas e outras responsabilidades vitais do governo.
Uma das áreas do orçamento pode e deve ser reduzida: os gastos militares. Mas mesmo que os excessivos gastos militares sejam reduzidos (os dois partidos resistem a essa possibilidade), continuam a ser necessários novos impostos.
As consequências sociais e económicas de uma geração de redução de impostos são óbvias. Os Estados Unidos estão a perder a sua competitividade internacional, a negligenciar os mais pobres - uma em cada cinco crianças norte-americanas vive na pobreza - e a deixar uma enorme dívida para os mais jovens. Apesar da retórica da Administração Obama, as suas propostas orçamentais não tentam resolver estes problemas de forma séria. Para o fazer são necessários impostos mais altos e isso - como George H. W. Bush em 1992 - não é um meio para ser reeleito.
Jeffrey D. Sachs é professor de Economia e director do Instituto da Terra na Universidade de Columbia. Sachs é também conselheiro especial do secretário-geral das Nações Unidas para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.
© Project Syndicate, 2010.
www.project-syndicate.org
Tradução: Ana Luísa Marques
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=469013
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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