Empresa: invisto mais em bolsa ou nas pessoas?
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Eu confesso que o que li foi que os aumentos se deveram a investimentos e ganhos de produtividade de uma máquina que entrou em funcionamento. Se essa foi a razão, foi um ganho de produtividade via capital, logo, o capital é quem deve ser remunerado se quiseres olhar para a coisa no senso restrito. E se assim foi... terás a tua resposta, não?
Re: Empresa: invisto mais em bolsa ou nas pessoas?
rjac Escreveu:vamos brincar ao faz de conta...![]()
Imaginem uma empresa cotada em bolsa que depende essencialmente de serviços prestados por pessoas.
Chegando à altura da avaliação anual, passa-se a mensagem que a actual conjuntura está mt complicada e que têm que entrar numa forte política de contenção salarial não havendo portanto, lugar a aumentos salariais em linha com os mínimos esperados pelas pessoas.
Por outro lado, os resultados dessa empresa foram os melhores de sempre e essa mesma empresa decide pela primeira vez na sua história distribuir generosos dividendos alegando excesso de dinheiro em caixa.
Como se sentem enquanto colaboradores?
Como se sentem enquanto investidores?
Esta situação parece-vos adequada? Em que enquadramento?
Cpts,
rjac
Exemplos de má gestão está o mundo cheio meu caro!
Falta é saber se a empresa recorre muito ao crédito.
Como trabalhador dessa empresa sentia-me péssimo, porque o salário de um trabalhador A não deve ser igual ao trabalhador B, se A é mais empenhado e produtivo que B. Os gestores têm que ver isso e recompensar quem dá frutos à empresa.
Como investidor numa empresa dessas que apresenta os melhores lucros de sempre, provávelmente já seria tarde para enfiar lá o capital após a apresentação dos resultados.
Caso já tivesse a empresa à mais tempo seria uma boa altura de começar a pensar em estimular os trabalhadores, desde que não houvesse quebra de produção/actividade.
Pois, de facto a self motivation, positive thinking, etc...andam na moda
Pode ser que ainda anunciem algum prémio...Normalmente é sempre no período após a apresentação de resultados
Cumprimentos

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Pensa e faz que pensas. Do cansaço dos outros faz a tua oportunidade. Faz tocar o despertador para emoções alheias. Mais importante que tudo, FAZ!
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pdcarrico Escreveu:lsilva4 Escreveu:
Por acaso estás a falar da Portucel?
Eu pensei exactamente na mesma!!
Curioso por exemplo como a Portucel lida com produtores florestais. Raramente repassa o bom ou mau momento do preço da pasta. Pelo contrário, e como negoceia com pequenos produtores (sem grande poder de negociação) procura cristalizar no máximo que pode o preço a pagar. Inclusivé durante muito tempo até importava a preço maior para poder ter maior controlo sobre preço a pagar a produtores.
No longo prazo, acaba a ter perdas, porque muitos produtores, desanimados com baixa rentabilidade abandonam a produção e pressionam em alta um custo chave para a empresa.
Há uns 6 ou 7 anos a minha família vendeu alguns lotes de eucalipto e pinheiros e, pelo que me apercebi não é directamente a Portucel que trata do assunto, existem vários players de consideráveis dimensões independentes da Portucel que processam esta matéria. Acredito que a tendência seja para o fortalecimento destes players, logo maior poder negocial.
Parece que afinal não errámos

Pensa e faz que pensas. Do cansaço dos outros faz a tua oportunidade. Faz tocar o despertador para emoções alheias. Mais importante que tudo, FAZ!
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Re: Empresa: invisto mais em bolsa ou nas pessoas?
joao5 Escreveu:Pessoas que esperam aumentos salariais? E há?
Não estás de acordo que a actual conjuntura é complicada e que poderá não fazer sentido estar hoje a aumentar pessoas e depois não ter dinheiro para lhes pagar?
Não te faz lembrar nada?
A mim faz: o Estado.
A outros fará lembrar processos de despedimento colectivo para adequar custos ao nível de actividade.
Se a empresa apresenta os melhores resultados de sempre, porque não esperar aumentos salariais?
Quanto a não ter dinheiro, se isso fosse verdade, onde o foi buscar para distribuir os generosos dividendos?
pdcarrico Escreveu:Muitas vezes a lógica na remuneração do trabalho e capital não encaixa numa óptica de justiça, mas sim de oportunidade. Isto é, uma empresa muito lucrativa inserida num meio muito recessivo tenderá a ser menos generosa para com os seus trabalhadores porque entenderá que não perderá facilmente a sua força de trabalho, mesmo tendo possibilidade e meios de remunerar melhor o trabalho.
É exactamente a leitura que faço e pode até ser compreensível, o problema disto é que
lsilva4 Escreveu:Se a viabilidade e sucesso da empresa está intimamente ligada aos seus colaboradores há que manter esse foco. Isto partindo do princípio que a empresa também se mantém fiel à sua missão e factores chave de sucesso.
Pelo menos é o q tentam vender... mas na verdade
lsilva4 Escreveu:Por outro lado a equipa de administração estaria a entrar pelo campo da inverdade e falta de integridade ao defender-se com a conjectura económica quando apresentam excelentes (admitindo que melhores resultados de sempre são sinónimos) resultados.
Pois... e ainda me falam em auto-motivação...
Obrigado pelos vossos contributos, pelo menos apercebo-me q sou um parvo consciente da realidade.
rjac
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lsilva4 Escreveu:
Por acaso estás a falar da Portucel?
Eu pensei exactamente na mesma!!
Curioso por exemplo como a Portucel lida com produtores florestais. Raramente repassa o bom ou mau momento do preço da pasta. Pelo contrário, e como negoceia com pequenos produtores (sem grande poder de negociação) procura cristalizar no máximo que pode o preço a pagar. Inclusivé durante muito tempo até importava a preço maior para poder ter maior controlo sobre preço a pagar a produtores.
No longo prazo, acaba a ter perdas, porque muitos produtores, desanimados com baixa rentabilidade abandonam a produção e pressionam em alta um custo chave para a empresa.
Pedro Carriço
Re: Empresa: invisto mais em bolsa ou nas pessoas?
rjac Escreveu:vamos brincar ao faz de conta...![]()
Imaginem uma empresa cotada em bolsa que depende essencialmente de serviços prestados por pessoas.
Chegando à altura da avaliação anual, passa-se a mensagem que a actual conjuntura está mt complicada e que têm que entrar numa forte política de contenção salarial não havendo portanto, lugar a aumentos salariais em linha com os mínimos esperados pelas pessoas.
Por outro lado, os resultados dessa empresa foram os melhores de sempre e essa mesma empresa decide pela primeira vez na sua história distribuir generosos dividendos alegando excesso de dinheiro em caixa.
Como se sentem enquanto colaboradores?
Como se sentem enquanto investidores?
Esta situação parece-vos adequada? Em que enquadramento?
Cpts,
rjac
Sai sempre uma discussão interessante quando se fala da importância comparativa da remuneração do trabalho e do capital.
Em primeiro lugar, empresas muito dependentes do capital humano, ou como tu dizes dependentes de serviços prestados por pessoas, são normalmente detidas pelos próprios trabalhadores, neste caso, incluímos firmas de advogados, consultoras, imobiliárias, outras empresas de serviços, etc...
Existem sociedades abertas em bolsa, se estas necessitaram de muito capital, face ao que dispunham, para se desenvolverem. Não é regra geral, mas o facto é que se as sociedades necessitam de pouco investimento em imobilizado, não faz muito sentido recorrerem a muito capital de fora, simplesmente porque não será muito necessário.
Mas imaginando que uma empresa muito depende do capital e do trabalho, tem mais é que procurar satisfazer os dois. Sabendo que é sempre mais dispendioso procurar novos financiadores (ou accionistas) do que manter os antigos, bem como procurar novos colaboradores se os antigos sairem.
Muitas vezes a lógica na remuneração do trabalho e capital não encaixa numa óptica de justiça, mas sim de oportunidade. Isto é, uma empresa muito lucrativa inserida num meio muito recessivo tenderá a ser menos generosa para com os seus trabalhadores porque entenderá que não perderá facilmente a sua força de trabalho, mesmo tendo possibilidade e meios de remunerar melhor o trabalho.
Pedro Carriço
Se a viabilidade e sucesso da empresa está intimamente ligada aos seus colaboradores há que manter esse foco. Isto partindo do princípio que a empresa também se mantém fiel à sua missão e factores chave de sucesso.
Um outro aspecto que é relevante é saber da qualificação e grau de especialização dos colaboradores...
Se a empresa teve os melhores resultados de sempre e pretende premiar os accionistas com GENEROSOS dividendos, em condições normais possuiria recursos financeiros e de tesouraria ,e portanto liquidez suficiente, que lhe permitisse premiar os colaboradores, nem que fosse através da oferta de acções...
Por outro lado a equipa de administração estaria a entrar pelo campo da inverdade e falta de integridade ao defender-se com a conjectura económica quando apresentam excelentes (admitindo que melhores resultados de sempre são sinónimos) resultados.
Enquanto colaborador dependeria do meu poder ou da classe de negociação; Das perspectivas futuras e potencial acréscimo de proveitos futuros relativamente aos actuais( pressuponho a entrega de por exemplo de um salário extra, dados os resultados).
Enquanto investidor sou demasiado picuinhas e esta informação não me é suficiente para fingir que faço alguma análise
Por acaso estás a falar da Portucel?
Eu enquadraria nesta situação, por exemplo um banco de investimento...
Cumprimentos
Um outro aspecto que é relevante é saber da qualificação e grau de especialização dos colaboradores...
Se a empresa teve os melhores resultados de sempre e pretende premiar os accionistas com GENEROSOS dividendos, em condições normais possuiria recursos financeiros e de tesouraria ,e portanto liquidez suficiente, que lhe permitisse premiar os colaboradores, nem que fosse através da oferta de acções...
Por outro lado a equipa de administração estaria a entrar pelo campo da inverdade e falta de integridade ao defender-se com a conjectura económica quando apresentam excelentes (admitindo que melhores resultados de sempre são sinónimos) resultados.
Enquanto colaborador dependeria do meu poder ou da classe de negociação; Das perspectivas futuras e potencial acréscimo de proveitos futuros relativamente aos actuais( pressuponho a entrega de por exemplo de um salário extra, dados os resultados).
Enquanto investidor sou demasiado picuinhas e esta informação não me é suficiente para fingir que faço alguma análise

Por acaso estás a falar da Portucel?
Eu enquadraria nesta situação, por exemplo um banco de investimento...
Cumprimentos
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Re: Empresa: invisto mais em bolsa ou nas pessoas?
rjac Escreveu:
... e têm que entrar numa forte política de contenção salarial não havendo portanto, lugar a aumentos salariais em linha com os mínimos esperados pelas pessoas.
Pessoas que esperam aumentos salariais? E há?
Não estás de acordo que a actual conjuntura é complicada e que poderá não fazer sentido estar hoje a aumentar pessoas e depois não ter dinheiro para lhes pagar?
Não te faz lembrar nada?
A mim faz: o Estado.
A outros fará lembrar processos de despedimento colectivo para adequar custos ao nível de actividade.
Quanto aos dividendos... Se a empresa precisar de aumentar o capital no futuro a quem irá recorrer?
Aos accionistas a quem pagou dividendos ou aos trabalhadores a quem aumentou salários?
Empresa: invisto mais em bolsa ou nas pessoas?
vamos brincar ao faz de conta...
Imaginem uma empresa cotada em bolsa que depende essencialmente de serviços prestados por pessoas.
Chegando à altura da avaliação anual, passa-se a mensagem que a actual conjuntura está mt complicada e que têm que entrar numa forte política de contenção salarial não havendo portanto, lugar a aumentos salariais em linha com os mínimos esperados pelas pessoas.
Por outro lado, os resultados dessa empresa foram os melhores de sempre e essa mesma empresa decide pela primeira vez na sua história distribuir generosos dividendos alegando excesso de dinheiro em caixa.
Como se sentem enquanto colaboradores?
Como se sentem enquanto investidores?
Esta situação parece-vos adequada? Em que enquadramento?
Cpts,
rjac

Imaginem uma empresa cotada em bolsa que depende essencialmente de serviços prestados por pessoas.
Chegando à altura da avaliação anual, passa-se a mensagem que a actual conjuntura está mt complicada e que têm que entrar numa forte política de contenção salarial não havendo portanto, lugar a aumentos salariais em linha com os mínimos esperados pelas pessoas.
Por outro lado, os resultados dessa empresa foram os melhores de sempre e essa mesma empresa decide pela primeira vez na sua história distribuir generosos dividendos alegando excesso de dinheiro em caixa.
Como se sentem enquanto colaboradores?
Como se sentem enquanto investidores?
Esta situação parece-vos adequada? Em que enquadramento?
Cpts,
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