Eu, especulador, me confesso
caí ao ler este artigo. acabei, colapsei!
o conteúdo não é novidade para muita gente, mas os princípios considerados são de primeira.
grande nível. raro quando assumimos o que somos. o bem e mal são pontos de vista.
com tanto conceito, seleccionamos o que nos dá mais jeito assumir em determinado momento.
É díficil e muitas vezes duvidoso compreender e entender as verdadeiras consequências de não irmos mais além no entrusamento que a coerência das coisas proporciona.
ainda dizem que o tamanho não conta...!
o conteúdo não é novidade para muita gente, mas os princípios considerados são de primeira.
grande nível. raro quando assumimos o que somos. o bem e mal são pontos de vista.
com tanto conceito, seleccionamos o que nos dá mais jeito assumir em determinado momento.
É díficil e muitas vezes duvidoso compreender e entender as verdadeiras consequências de não irmos mais além no entrusamento que a coerência das coisas proporciona.
Ulisses Pereira Escreveu:... gosto sempre de acreditar que a culpa dos nossos fracassos é nossa. Aprendi, com a dureza do mercado, que atirar a culpa para cima dos outros é apenas ter medo de enfrentar o erro, as opiniões dos outros e não nos conduz ao sucesso.
ainda dizem que o tamanho não conta...!
Acabei de me auto-promover a Principiante!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
Gostei do artigo, mas se eu fosse o Ulisses não me metia com o Sr. José....pois se a Manela foi corrida de Queluz, nós não queremos o Ulisses corrido do Negócios
claro que isto que eu disse foi tudo especulação
, afinal de contas sem especulação também não existia o caldeirão


claro que isto que eu disse foi tudo especulação



Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Re: Eu, especulador, me confesso
Ulisses Pereira Escreveu:Foi hoje publicado o meu novo artigo "Eu, especulador, me confesso":
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=463371
Ulisses
Excelente !
migluso Escreveu:pdcarrico,
Peço desculpa ao Ulisses pelo ligeiro off topic, mas é só para fazer uma pergunta ao colega pdcarrico.
Então cá vai: num debate que travámos há umas semanas, disseste que acreditavas cegamente no Paul Krugman, um economista que, a crer nas tuas palavras, se cinge à ciência económica para exprimir as suas opiniões e que não participa em debates políticos.
Quem ler o blogue dele facilmente constata que esta última parte não corresponde à verdade, mas adiante.
Talvez eu tenha sido mal-entendido. Não faz sentido, do meu ponto de vista, discutir economia sem incluir política. Mas o que me faz admirar o Krugman, não é a capacidade de nunca se enganar, mas sim a de subordinar a opinião política a uma leitura económica. Opinião política que pode e deve variar em função da circunstância.
migluso Escreveu:O Sr. Krugman chegou a propor a injecção de 10 triliões de dólares. Concordas? Sim ou não chega.
Sinceramente não sei. Ele concerteza deve ter chegado a esse valor de alguma forma. Eu gostaria de ver o que ele considera para lá chegar. Mas naturalmente não saberia responder, até porque o meu conhecimento e responsabilidade são muito menores que as dele

migluso Escreveu:Greenspan chegou a dizer que é impossível a antecipação de bolhas pelos reguladores.
Ele pode ter tido dificuldades em antecipá-las, mas muitos agentes de mercado não concordarão e a prová-lo está o facto de as terem previsto, embora sem saber ao certo a data em que iriam ocorrer. Eu não concordo. Muita gente previu as crises de hoje, muita gente previu as da Rússia de 98, da Argentina, da Tailândia, etc...
migluso Escreveu:Referindo-me ao caso português, do meu ponto de vista a bolha que existiu foi desde a adesão do euro até à actualidade termo-nos financiado às taxas que o fizemos. Foi essa bolha que agora rebentou.
Como é que as autoridades (Estados), que deveriam segundo a tua opinião controlar a exuberância irracional dos mercados, caem elas próprias nos mesmos excessos que querem limitar?
É uma questão excelente. Porque os Estados são imperfeitos e correndo o risco de ser politicamente incorrecto, para certas coisas não deveria haver sequer democracia. Como aliás já acontece - ninguém elege o BCE por exemplo, e este tem uma função técnica, o que para mim está certíssimo. Para a questão da responsabilidade fiscal temos um problema com dois culpados - o Governo da ocasião e o "emprestador" que conhecendo a realidade orçamental, continua a emprestar. Passado um tempo e a dificuldade do governo seguinte é simplesmente a rolagem dessa dívida. Talvez o PEC seja insuficiente.
migluso Escreveu:Os Estados nem as leis que eles próprios criam cumprem. Por exemplo o Pacto de Estabilidade e Crescimento. É a mesma coisa que os investidores e especuladores não cumprirem com a regulação dos mercados, só que os políticos fazem-no à descarada e sem vergonha nenhuma.
Toda e qualquer injecção monetária beneficia os bancos (porque são os primeiros a receber a moeda que se irá desvalorizar) e os devedores.
Os trabalhadores e os aforradores, isto é, aqueles que viveram um passado de acordo com as suas possibilidades serão os grandes perdedores.
cumps
P.S. O texto saiu longo demais, desculpem. pdcarrico, basta uma resposta à pergunta sobre a quantia a injectar na economia proposta pelo Sr. Krugman.
Eu não faço uma defesa cega dos políticos, mas concerteza sem o PEC estaríamos pior do que estamos. Também é certo que o orçamento se deteriorou por despesa não expectável (maiores subsídios de desemprego por exemplo) e por definhamento da receita. Talvez seja necessário mais do que o PEC para o futuro, ou talvez seja necessário caminhar rumo ao federalismo, com rigor fiscal nórdico.
Eu sinto muito pelos aforradores, mas sem liquidez a circular no sistema, a economia colapsa e toda a gente perde. É a tal questão, se o BCE não financiasse os bancos em Portugal, estes não teriam como se manter abertos, e no final todos perderíamos.
Pedro Carriço
pdcarrico,
Peço desculpa ao Ulisses pelo ligeiro off topic, mas é só para fazer uma pergunta ao colega pdcarrico.
Então cá vai: num debate que travámos há umas semanas, disseste que acreditavas cegamente no Paul Krugman, um economista que, a crer nas tuas palavras, se cinge à ciência económica para exprimir as suas opiniões e que não participa em debates políticos.
Quem ler o blogue dele facilmente constata que esta última parte não corresponde à verdade, mas adiante.
O Sr. Krugman chegou a propor a injecção de 10 triliões de dólares. Concordas? Sim ou não chega.
Greenspan chegou a dizer que é impossível a antecipação de bolhas pelos reguladores.
Referindo-me ao caso português, do meu ponto de vista a bolha que existiu foi desde a adesão do euro até à actualidade termo-nos financiado às taxas que o fizemos. Foi essa bolha que agora rebentou.
Como é que as autoridades (Estados), que deveriam segundo a tua opinião controlar a exuberância irracional dos mercados, caem elas próprias nos mesmos excessos que querem limitar?
Os Estados nem as leis que eles próprios criam cumprem. Por exemplo o Pacto de Estabilidade e Crescimento. É a mesma coisa que os investidores e especuladores não cumprirem com a regulação dos mercados, só que os políticos fazem-no à descarada e sem vergonha nenhuma.
Toda e qualquer injecção monetária beneficia os bancos (porque são os primeiros a receber a moeda que se irá desvalorizar) e os devedores.
Os trabalhadores e os aforradores, isto é, aqueles que viveram um passado de acordo com as suas possibilidades serão os grandes perdedores.
cumps
P.S. O texto saiu longo demais, desculpem. pdcarrico, basta uma resposta à pergunta sobre a quantia a injectar na economia proposta pelo Sr. Krugman.
Peço desculpa ao Ulisses pelo ligeiro off topic, mas é só para fazer uma pergunta ao colega pdcarrico.
Então cá vai: num debate que travámos há umas semanas, disseste que acreditavas cegamente no Paul Krugman, um economista que, a crer nas tuas palavras, se cinge à ciência económica para exprimir as suas opiniões e que não participa em debates políticos.
Quem ler o blogue dele facilmente constata que esta última parte não corresponde à verdade, mas adiante.
O Sr. Krugman chegou a propor a injecção de 10 triliões de dólares. Concordas? Sim ou não chega.
Greenspan chegou a dizer que é impossível a antecipação de bolhas pelos reguladores.
Referindo-me ao caso português, do meu ponto de vista a bolha que existiu foi desde a adesão do euro até à actualidade termo-nos financiado às taxas que o fizemos. Foi essa bolha que agora rebentou.
Como é que as autoridades (Estados), que deveriam segundo a tua opinião controlar a exuberância irracional dos mercados, caem elas próprias nos mesmos excessos que querem limitar?
Os Estados nem as leis que eles próprios criam cumprem. Por exemplo o Pacto de Estabilidade e Crescimento. É a mesma coisa que os investidores e especuladores não cumprirem com a regulação dos mercados, só que os políticos fazem-no à descarada e sem vergonha nenhuma.
Toda e qualquer injecção monetária beneficia os bancos (porque são os primeiros a receber a moeda que se irá desvalorizar) e os devedores.
Os trabalhadores e os aforradores, isto é, aqueles que viveram um passado de acordo com as suas possibilidades serão os grandes perdedores.
cumps
P.S. O texto saiu longo demais, desculpem. pdcarrico, basta uma resposta à pergunta sobre a quantia a injectar na economia proposta pelo Sr. Krugman.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
pdcarrico Escreveu:Lavelle Escreveu:Os monopólios são essencialmente criações estatais, nomeadamente resultantes de barreiras que impedem a entrada de novos concorrentes no mercado, tudo feito em nome de valores improvisados no momento (segurança, ambiente, interesse estratégico, centros de decisão nacionais, etc.) Daí o paradoxo de que quase todos os grandes capitalistas sejam contra o livre mercado, porque uma vez que obtenham sucesso eles só querem que os Estados sejam proteccionista contra os potenciais adversários.
Nem sempre. Monopólios são criações de quem detem poder. Se o poder reside no Estado, então sim é estatal, se não for, não é. Pode-se dizer que quem comanda o Estado comanda o poder .. tudo bem, até certo ponto pode acontecer mas nem sempre.
Nos primórdios do capitalismo, a família Rotschild adquiriu poder económico e de influência. Talvez até se possa dizer que controlava alguns Estados, mas isso não significa que o poder que esta detivésse fosse um poder público que a todos dizia respeito.
Naturalmente que quem tem poder procura de todos os meios para o manter. Cabe-nos (aos cidadãos) tentar no que pudermos fiscalizar esse poder. Por alguma razão a PT deixou de ter o grosso das operações de telecomunicações em Portugal, por exemplo. Por vontade deles, assim continuariam.Lavelle Escreveu:As políticas monetárias são largamente responsáveis pelos ciclos económicos. Elas originam crises mais tarde ou mais cedo e numa situação de crise, para além de uma depressão geral, há outro movimento de que normalmente não se fala: a transferência de fortunas de umas mãos para outras e a concentração de poder em poucas mãos. Mas é um exagero dizer que esta é uma consequência imprevista de uma decisão estatal. Ela é totalmente previsível.
Essa, desculpa-me, é uma afirmação meio vazia.
Quando há falta de liquidez, seja porque há pessimismo, ou porque o mercado não funciona, podem as autoridades alimentar a economia sem nenhum dano, sendo que devem fazer o contrário quando há excesso. Se as autoridades monetárias nem sempre funcionam bem é outro problema.
Se não houvesse autoridades monetárias centrais, as crises desde 2008 teriam tido impacto muito diferente .. para pior. Basta pensar nas crises de pagamentos que teríamos se a liquidez fosse completamente enxugada do sistema.
Ou pior basta pensar na crise de liquidez de bancos portugueses que não teriam sequer capital para pagar a empregados. é que caso não saibas, os recursos captados não chegam ao crédito concedido e não fosse o banco central, não haveria sequer liquidez.
Olá pdcarrico e Lavelle,
no meu entender, quem fomenta a instabilidade dos mercados são os próprios Bancos Centrais, com as injeções de elevada liquidez no mercado, nos momentos de crise.
Num primeiro momento, toda essa liquidez ajuda a resolvêr os problemas imedíatos, mas não resolve os problemas estruturais.
A retírada dessas injeções de liquidez não ocorrem posteriormente de uma forma eficiente, ficando muito desse dinheiro nos lucros dos grandes grupos empresariais e financeiros.
São estes mesmos grupos, que irão apresentar os tais lucros fabulosos. Eles mesmo irão fomentar a próxima crise.
Como é um problema estrutural, o ciclo repete-se e voltamos a entrar numa nova crise...
Abraço,
Mares.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
Lavelle Escreveu:pdcarrico,
Ao dizer coisas como:
"Essa, desculpa-me, é uma afirmação meio vazia."
Você mostra que não tem capacidade para descompactar uma frase um pouco mais elaborada e que só abordou o problema por um ângulo, por isso qualquer coisa fora dessa órbita parece-lhe vazia.
De qualquer forma, peço desculpa por, de alguma forma, ter dado a entender que estava aqui para debater alguma coisa. Não estou. Já me deixei disso há muito tempo.
Lamento que pense assim. E peço desculpa se pareci ofensivo ou deselegante, mas o facto é que a expressão que encabeça o parágrafo que escreveu:<b> As políticas monetárias são largamente responsáveis pelos ciclos económicos</b>, parece-me um pouco do tipo: "<i>os especuladores são responsáveis por todos os males</i>". Voltando a dizer que não quero parecer nem ser ofensivo, parece-me que ambas cairão, no meu humilde ponto de vista, no tipo de frases que procuram condensar tanta coisa que se tornam vazias.
Quanto à minha capacidade de descompactar ... bem todos temos as nossas deficiências. Eu vivo com as minhas, até agora desconhecia essa que me apontou.
Quanto à questão de ser um debate ... não via essa circunstância como algo de nocivo. Muito debati e aprendi neste espaço, aliás pensava que essa era a primeira função do forum,
Cumprimentos e da minha parte espero que apareça,
Pedro Carriço
Parabéns Ulisses, ultimamente tem sido raro comentar os teus artigos, são todos bons mas todos na mesma linha, a linha que eu já conheço há muitos anos...
Este é diferente, é o mais arrojado que alguma vez te vi escrever, acho que nem no Caldeirão foste alguma vez tão astuto, no Negócios supostamente estarias mais condicionado... ou talvez não, ainda bem!!
abraço
artista
PS: Também sou especulador, embora ultimamente o seja pouco!
Este é diferente, é o mais arrojado que alguma vez te vi escrever, acho que nem no Caldeirão foste alguma vez tão astuto, no Negócios supostamente estarias mais condicionado... ou talvez não, ainda bem!!
abraço
artista
PS: Também sou especulador, embora ultimamente o seja pouco!

Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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pdcarrico,
Ao dizer coisas como:
"Essa, desculpa-me, é uma afirmação meio vazia."
Você mostra que não tem capacidade para descompactar uma frase um pouco mais elaborada e que só abordou o problema por um ângulo, por isso qualquer coisa fora dessa órbita parece-lhe vazia.
De qualquer forma, peço desculpa por, de alguma forma, ter dado a entender que estava aqui para debater alguma coisa. Não estou. Já me deixei disso há muito tempo.
Ao dizer coisas como:
"Essa, desculpa-me, é uma afirmação meio vazia."
Você mostra que não tem capacidade para descompactar uma frase um pouco mais elaborada e que só abordou o problema por um ângulo, por isso qualquer coisa fora dessa órbita parece-lhe vazia.
De qualquer forma, peço desculpa por, de alguma forma, ter dado a entender que estava aqui para debater alguma coisa. Não estou. Já me deixei disso há muito tempo.
A consciência é sempre consciência da consciência. (Louis Lavelle)
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Um artigo excelente, Ulisses.
Sem sombra de dúvidas (e até me lembro de um tópico aqui no Caldeirão) que a nossa classe política está a atirar as culpas para os "mercados" e para os "especuladores", pois estes, não sendo uma pessoa em concreto, não se podem "defender". Assim, colocam palha à frente do "povo" que, em extrema felcidade, engole e sente-se satisfeito - "afinal a culpa não é toda dos políticos - é dos malditos especuladores que nos querem explorar.", esquecendo que, quer nas subidas quer nas descidas, são os ditos "especuladores" que acabam por dar liquidez e formar o preço de mercado.
Sem sombra de dúvidas (e até me lembro de um tópico aqui no Caldeirão) que a nossa classe política está a atirar as culpas para os "mercados" e para os "especuladores", pois estes, não sendo uma pessoa em concreto, não se podem "defender". Assim, colocam palha à frente do "povo" que, em extrema felcidade, engole e sente-se satisfeito - "afinal a culpa não é toda dos políticos - é dos malditos especuladores que nos querem explorar.", esquecendo que, quer nas subidas quer nas descidas, são os ditos "especuladores" que acabam por dar liquidez e formar o preço de mercado.
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Lavelle Escreveu:Os monopólios são essencialmente criações estatais, nomeadamente resultantes de barreiras que impedem a entrada de novos concorrentes no mercado, tudo feito em nome de valores improvisados no momento (segurança, ambiente, interesse estratégico, centros de decisão nacionais, etc.) Daí o paradoxo de que quase todos os grandes capitalistas sejam contra o livre mercado, porque uma vez que obtenham sucesso eles só querem que os Estados sejam proteccionista contra os potenciais adversários.
Nem sempre. Monopólios são criações de quem detem poder. Se o poder reside no Estado, então sim é estatal, se não for, não é. Pode-se dizer que quem comanda o Estado comanda o poder .. tudo bem, até certo ponto pode acontecer mas nem sempre.
Nos primórdios do capitalismo, a família Rotschild adquiriu poder económico e de influência. Talvez até se possa dizer que controlava alguns Estados, mas isso não significa que o poder que esta detivésse fosse um poder público que a todos dizia respeito.
Naturalmente que quem tem poder procura de todos os meios para o manter. Cabe-nos (aos cidadãos) tentar no que pudermos fiscalizar esse poder. Por alguma razão a PT deixou de ter o grosso das operações de telecomunicações em Portugal, por exemplo. Por vontade deles, assim continuariam.
Lavelle Escreveu:As políticas monetárias são largamente responsáveis pelos ciclos económicos. Elas originam crises mais tarde ou mais cedo e numa situação de crise, para além de uma depressão geral, há outro movimento de que normalmente não se fala: a transferência de fortunas de umas mãos para outras e a concentração de poder em poucas mãos. Mas é um exagero dizer que esta é uma consequência imprevista de uma decisão estatal. Ela é totalmente previsível.
Essa, desculpa-me, é uma afirmação meio vazia.
Quando há falta de liquidez, seja porque há pessimismo, ou porque o mercado não funciona, podem as autoridades alimentar a economia sem nenhum dano, sendo que devem fazer o contrário quando há excesso. Se as autoridades monetárias nem sempre funcionam bem é outro problema.
Se não houvesse autoridades monetárias centrais, as crises desde 2008 teriam tido impacto muito diferente .. para pior. Basta pensar nas crises de pagamentos que teríamos se a liquidez fosse completamente enxugada do sistema.
Ou pior basta pensar na crise de liquidez de bancos portugueses que não teriam sequer capital para pagar a empregados. é que caso não saibas, os recursos captados não chegam ao crédito concedido e não fosse o banco central, não haveria sequer liquidez.
Pedro Carriço
Mares Escreveu:Nas declarações de rendimentos, a maioria dos candidatos à Presidência da República apresentam elevados rendimentos de capitais.
São especuladores ou "homens que fazem pela vida"?![]()
Simples, se esses capitais foram adquiridos no mercado, então estão obviamente a especular que num futuro por eles decidido, irão querer vender a um preço mais alto, retirando assim uma mais valia.
Se esses capitais foram adquiridos no mercado mas alguém lhes disse que iriam sair daí a meses noticias que lhes seria favorável, podemos estar perante inside trading, o que é ilegal, ou seja, estariamos perante uma fraude, no entanto, não deixa de ser uma compra especulativa.
O termo especulação terá sempre as duas faces da moeda. A questão aqui é qual dos dois termos nos apoiamos mais, na favorável ou na desfavorável?
Como ser humanos que somos, quando nos é favorável então apoiamo-nos no lado bom do termo, mas quando nos é desfavorável, apoiamo-nos no lado mau.
Como neste momento estamos numa fase má, culpamos tudo e todos, sejam eles politicos, especuladores, banqueiros, etc...
Se o país estivesse a crescer, houvesse emprego, então estariamos a dizer maravilhas dos politicos que legislaram bem, dos especuladores que têm os preços sob controlo, dos banqueiros que oferecem boas taxas de juros para os nossos depositos a prazo e credito à habitação.
Enfim, são as vicissitudes de se ser humano

Bons negocios,
arnie
arnie
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Especulador? Antes meter-se na droga!
http://www.youtube.com/watch?v=z0vb7rj3p1o
Infelizmente a culpabilização dos especuladores convence muita gente... é a opção pelo caminho mais fácil
Aprender e fazer bem implica trabalho!

http://www.youtube.com/watch?v=z0vb7rj3p1o
Infelizmente a culpabilização dos especuladores convence muita gente... é a opção pelo caminho mais fácil

Aprender e fazer bem implica trabalho!
Os monopólios são essencialmente criações estatais, nomeadamente resultantes de barreiras que impedem a entrada de novos concorrentes no mercado, tudo feito em nome de valores improvisados no momento (segurança, ambiente, interesse estratégico, centros de decisão nacionais, etc.) Daí o paradoxo de que quase todos os grandes capitalistas sejam contra o livre mercado, porque uma vez que obtenham sucesso eles só querem que os Estados sejam proteccionista contra os potenciais adversários.
As políticas monetárias são largamente responsáveis pelos ciclos económicos. Elas originam crises mais tarde ou mais cedo e numa situação de crise, para além de uma depressão geral, há outro movimento de que normalmente não se fala: a transferência de fortunas de umas mãos para outras e a concentração de poder em poucas mãos. Mas é um exagero dizer que esta é uma consequência imprevista de uma decisão estatal. Ela é totalmente previsível.
As políticas monetárias são largamente responsáveis pelos ciclos económicos. Elas originam crises mais tarde ou mais cedo e numa situação de crise, para além de uma depressão geral, há outro movimento de que normalmente não se fala: a transferência de fortunas de umas mãos para outras e a concentração de poder em poucas mãos. Mas é um exagero dizer que esta é uma consequência imprevista de uma decisão estatal. Ela é totalmente previsível.
A consciência é sempre consciência da consciência. (Louis Lavelle)
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Quico Escreveu:Pois o resultado foi em dias sucessivos (penso que durante semanas seguidas) o índice fechou em -2%, até que a queda total perfez um ruinoso valor percentual de dois dígitos.
Se tiver que lá ir, o preço acaba por ir...
Claro. Apenas demora mais tempo.
http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... &js_link=1
Quico Escreveu:pdcarrico Escreveu:Eu acrescentaria que mais perigoso que o mega-investidor que influencia e manipula, é a noção (para mim errada) de que o mercado, quando composto por muitos pequenos indivíduos se equilibra.
Então que propões?
Não é pergunta de retórica; queria saber mesmo acerca de ideias para impedirem os tais movimentos excessivos dos mercados.
Por exemplo: obrigar que os movimentos tenham uma amplitude diária limitada?
Isso faz-me lembrar uma história que me contaram acerca do que se passou com uma bolsa de um dado país (penso que no Paquistão, mas corrijam-me): Após uma sequência de quedas fortes, foi decretado que o mercado seria obrigatoriamente fechado cada vez que caísse mais de 2% (não sei se era esse o valor mas vamos admitir que é). Esperavam as autoridades estancar as quedas e trazer alguma racionalidade ao mercado.
Pois o resultado foi em dias sucessivos (penso que durante semanas seguidas) o índice fechou em -2%, até que a queda total perfez um ruinoso valor percentual de dois dígitos.
Se tiver que lá ir, o preço acaba por ir...
Isso seriam medidas ridículas ... concordo.
Para cada problema teríamos uma solução.
No caso da dívida pública europeia, eu defendo maior despesa nos Países com rating AAA e emissão monetária do banco central que monetarize parte do valor da dívida global.
Na prática seria como um default, só que desvalorizando o euro face a outras moedas com superávides fiscal e comercial. E acho também que devíamos logo avançar para uma federação europeia com uma responsabilidade fiscal central. Não faz sentido uma moeda única e depois uma situação fiscal completamente individual para cada País.
Mais tarde ou mais cedo a China teria que revalorizar a moeda para evitar uma tensão inflacionista.
Pedro Carriço
Lavelle Escreveu:O mercado nunca equilibra ou então deixaria de existir. O preço de equilíbrio é apenas uma abstracção matemática, que pode ser útil para alguns fins práticos, mas não descreve nenhuma situação real. A própria noção de custo de oportunidade tem embutida a noção de uma realidade dinâmica em constante reformulação.
O empreendedor é também um especulador só que não se limita a usar bens financeiros. O predomínio da especulação financeira sobre a especulação económica é em si um risco, mas é um risco que nunca poderia ter sido criado pelo mercado mas sim através de decisões políticas e de projectos científicos. Ou seja, para corrigir as “deficiências do mercado” criou-se uma oligarquia muito mais danosa e que não presta contas a ninguém.
Tudo bem .. mas há limitações nas expectativas (ou como dizes nas abstracções matemáticas). Quando um agente público imagina o seu orçamento daí a 1/2 anos, pode por exemplo pensar no que foram as taxas que pagou nos últimos 10. Entender que 7% é um novo preço de equilíbrio só faz sentido se for sustentável alimentar a economia com essa taxa.
O facto é que não será.
Ou seja provavelmente ou a taxa baixa ou o Estado entra em processo de insolvência.
Quanto às correcções ... existem possibilidades de o remédio ser pior que a doença, mas noutros nem tanto. A intervenção pública em casos de monopólio ou através de impressão monetária são exemplos de como se podem corrigir deficiências de mercado sem necessariamente se criarem oligarquias de espécie alguma.
Pedro Carriço
pdcarrico Escreveu:Eu acrescentaria que mais perigoso que o mega-investidor que influencia e manipula, é a noção (para mim errada) de que o mercado, quando composto por muitos pequenos indivíduos se equilibra.
Então que propões?
Não é pergunta de retórica; queria saber mesmo acerca de ideias para impedirem os tais movimentos excessivos dos mercados.
Por exemplo: obrigar que os movimentos tenham uma amplitude diária limitada?
Isso faz-me lembrar uma história que me contaram acerca do que se passou com uma bolsa de um dado país (penso que no Paquistão, mas corrijam-me): Após uma sequência de quedas fortes, foi decretado que o mercado seria obrigatoriamente fechado cada vez que caísse mais de 2% (não sei se era esse o valor mas vamos admitir que é). Esperavam as autoridades estancar as quedas e trazer alguma racionalidade ao mercado.
Pois o resultado foi em dias sucessivos (penso que durante semanas seguidas) o índice fechou em -2%, até que a queda total perfez um ruinoso valor percentual de dois dígitos.
Se tiver que lá ir, o preço acaba por ir...
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
AutoMech Escreveu:
Resta saber qual a noção de equilíbrio. Num negócio há sempre duas partes e quando alguém vende há alguém que voluntariamente compra.
As bolhas serão desequilíbrios ?
Agora estamos num desequilíbrio. Individualmente achamos sempre de acordo com o sentimento de uma manada, e por isso entendemos lógica e razoável a taxa de 7% para os juros das OT's - afinal de contas ouvimos todos os dias que o Estado gasta muito. Mas porque razão as OT's teriam yields de 4% ainda há um ano atrás? Seria porque os desequilíbrios apenas aconteceram desde há um ano?
Naturalmente que eu como pequeno investidor terei receio em investir com 7% de taxa (até porque os gráficos já me podem indicar 10 ou 12%). Mas aparentemente teria conforto nos 4% há apenas um ano. São apenas números, mas significam maiores impostos que podem inviabilizar empresas rentáveis, ou investimentos com TIR's mais apertadas.
O BCE é um elemento estranho ao mercado e provavelmente ao comprar dívida dificulta a vida a quem comprou CDS ou quem shortou dívida. Mas se me perguntares se esse elemento estranho faz bem em comprar dívida? eu digo sem dúvidas que sim.
Pedro Carriço
O mercado nunca equilibra ou então deixaria de existir. O preço de equilíbrio é apenas uma abstracção matemática, que pode ser útil para alguns fins práticos, mas não descreve nenhuma situação real. A própria noção de custo de oportunidade tem embutida a noção de uma realidade dinâmica em constante reformulação.
O empreendedor é também um especulador só que não se limita a usar bens financeiros. O predomínio da especulação financeira sobre a especulação económica é em si um risco, mas é um risco que nunca poderia ter sido criado pelo mercado mas sim através de decisões políticas e de projectos científicos. Ou seja, para corrigir as “deficiências do mercado” criou-se uma oligarquia muito mais danosa e que não presta contas a ninguém.
O empreendedor é também um especulador só que não se limita a usar bens financeiros. O predomínio da especulação financeira sobre a especulação económica é em si um risco, mas é um risco que nunca poderia ter sido criado pelo mercado mas sim através de decisões políticas e de projectos científicos. Ou seja, para corrigir as “deficiências do mercado” criou-se uma oligarquia muito mais danosa e que não presta contas a ninguém.
A consciência é sempre consciência da consciência. (Louis Lavelle)
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AutoMech Escreveu:Basicamente o que queria dizer é que se um tipo montar uma empresa que vende produtos físicos ou que presta serviços, essa pessoa é um empreendedor e, na generalidade, bem considerado pela sociedade (é um trabalhador e um exemplo).
Alguém que vive (ou tem rendimentos adicionais) nos mercado é visto como não criando nada (fisicamente até é capaz de ser verdade) e que ganha dinheiro fácil.
Daí a imagem diabolizada dos especuladores.
Eu tinha entendido. E por isso dizia que a minha comparação estava mal feita e por isso podia ser mal-interpretada.
Mas o que quis dizer, é que há uma diferença entre tecer críticas ao mercado, e entender que ele sozinho não é suficiente, e tecer críticas arbitrárias e vazias aos especuladores.
Eu acho óptimo que especulemos todos. Sou um entusiasta das primeiras versões de capitalismo popular, em que as famílias misturavam aplicações de baixo risco com acções.
Mas acho sinceramente que o mercado não pode ser completamente livre, porque quando o é, com frequência provoca danos colaterais que do meu ponto de vista devemos evitar.
Pedro Carriço
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