Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Como disfarçar ultimatuns, Sócrates way

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Como disfarçar ultimatuns, Sócrates way

por Automech » 20/12/2010 13:14

Fico sempre com a mesma impressão, sempre que há reuniões lá fora. Tipo menino Sócrates ou Teixeira dos Santos chamados ao gabinete da directora Merkel para receber instruções, tal e qual meninos da escola.

Como disfarçar ultimatuns, Sócrates way

20 Dezembro2010 | 11:43
Camilo Lourenço - camilolourenco@gmail.com

No rescaldo da cimeira da União Europeia, o primeiro-ministro disse esperar que os mercados se tranquilizem com as medidas anunciadas pelo Governo
No rescaldo da cimeira da União Europeia, o primeiro-ministro disse esperar que os mercados se tranquilizem com as medidas anunciadas pelo Governo (onde avultam alterações à fórmula de cálculo das indemnizações por despedimento). Mas Sócrates não ficou por aqui: disse também que, caso seja preciso (leia-se se os mercados não ficarem impressionados), o Governo tem na manga um plano alternativo.

É curiosa esta declaração. Porque no final da mesma cimeira Angela Merkel fez rasgados elogios a Portugal, dizendo-se "impressionada" com as reformas adoptadas. Ora como Merkel é pouco dada a elogios, vale a pena perguntar o que levou Sócrates a antecipar novo pacote de medidas. Em condições normais o primeiro-ministro ter-se-ia limitado a capitalizar internamente os elogios, com aquele marketing avassalador a que nos habituou…

A resposta é óbvia: o Governo português voltou a ser "apertado" no Conselho Europeu. Ou seja, alguém (provavelmente Merkel) exigiu que o primeiro-ministro apresentasse uma agenda mais ambiciosa de reformas, para implementação futura… E como Sócrates desconfia que os mercados não vão ficar satisfeitos e que, por isso, terá de fazer a vontade a Merkel, resolveu preparar os portugueses para isso… antecipando eventuais novas medidas. Ou seja, se as circunstâncias exigirem mais austeridade, o primeiro-ministro poderá anunciar: "Eu sempre disse que faríamos o que fosse preciso para tranquilizar os mercados". Fugindo assim ao "remake" da humilhação resultante do facto de se ter percebido que as medidas de Maio e Outubro foram tomadas à última hora, por pressão directa da chanceler alemã.


http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=459473
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: bigest, Gold Stock, Google [Bot], JUKIMSUNG, latbal, lito, m-m, malakas, Masterchief, Mr.Warrior, MR32, nunorpsilva, OCTAMA, Olhar Leonino, peterteam2, SalvaFP, Shimazaki_2, trilhos2006, TTM62 e 175 visitantes