-Intervenção do FMI - consequências-
Não vejo estigma em Portugal voltar a pedir ajuda ao FMI
A economista que negociou as condições para o FMI entrar em Portugal em 1983 não vê "nenhum estigma" de se voltar a recorrer à instituição.
"A seguir a Portugal ter saído com sucesso da crise, no início da década de 1980, e a seguir à entrada na Comunidade Europeia, não esperava que o país necessitasse de mais apoios financeiros do FMI num futuro previsível", afirmou Teresa Ter-Minassian, a economista italiana que, em 1983, deu a cara pela intervenção do fundo em Portugal, num dos momentos mais intensos nos 50 anos desde que Portugal aderiu ao fundo, a 21 de Novembro de 1960.
"De qualquer das formas, não vejo nenhum estigma em [Portugal] voltar a fazê-lo, caso o Governo português decidisse pedir, num futuro próximo, o apoio do FMI para o seu programa de ajustamento", adiantou Teresa Ter-Minassian, que deixou há três dias de exercer funções como Conselheira Especial do director-geral do FMI, sendo agora consultora independente.
"O fundo foi criado para promover a cooperação internacional, incluindo através de apoio financeiro temporário aos seus membros quando enfrentem dificuldades na balança de pagamentos e se comprometam a resolver, através de políticas apropriadas, as causas dessas dificuldades", acrescentou.
Numa entrevista por 'e-mail', Teresa Ter-Minassian considerou que Portugal, nos últimos 27 anos, fez progressos "tremendos" nas condições de vida, tendo também reforçado substancialmente as instituições económicas e fiscais.
"No entanto, é também óbvio que [Portugal] enfrenta desafios importantes no reforço das suas políticas públicas, para assegurar a sustentabilidade fiscal e melhorar a sua taxa de câmbio real, através da moderação de custos e de melhorias de produtividade",
alertou ainda a economista.
Lembrando a intervenção de 1983, a segunda - após o auxílio em 1977 - desde a adesão de Portugal ao FMI , Teresa Ter-Minassian considerou que o programa do fundo foi bem concebido e bem implementado, até porque a rápida recuperação da estabilidade
macroeconómica era uma condição essencial para a entrada na União Europeia.
O programa do FMI deixou nos portugueses recordações duradouras, graças às medidas duras, como o aumento nos preços dos bens que o Estado subsidiava, o congelamento do investimento estatal, ou aumentos na função pública abaixo da inflação, que foi de 29,3% em 1984.
Teresa Ter-Minassian admite hoje que, em 1983, Portugal era muito mais pobre, com uma estrutura económica e social menos desenvolvida, "fazendo aumentar os custos sociais dos ajustamentos" e a dificuldade de os fazer.
"Claramente, se o Governo anterior, de Pinto Balsemão, tivesse escolhido adoptar políticas fiscais mais rigorosas e corrigir mais cedo a sobrevalorização cambial, como o FMI tinha recomendado, a situação não se teria deteriorado tanto e o ajustamento suportado em 1983 poderia ter sido menor", defendeu.
http://economico.sapo.pt/noticias/nao-v ... 04668.html
"A seguir a Portugal ter saído com sucesso da crise, no início da década de 1980, e a seguir à entrada na Comunidade Europeia, não esperava que o país necessitasse de mais apoios financeiros do FMI num futuro previsível", afirmou Teresa Ter-Minassian, a economista italiana que, em 1983, deu a cara pela intervenção do fundo em Portugal, num dos momentos mais intensos nos 50 anos desde que Portugal aderiu ao fundo, a 21 de Novembro de 1960.
"De qualquer das formas, não vejo nenhum estigma em [Portugal] voltar a fazê-lo, caso o Governo português decidisse pedir, num futuro próximo, o apoio do FMI para o seu programa de ajustamento", adiantou Teresa Ter-Minassian, que deixou há três dias de exercer funções como Conselheira Especial do director-geral do FMI, sendo agora consultora independente.
"O fundo foi criado para promover a cooperação internacional, incluindo através de apoio financeiro temporário aos seus membros quando enfrentem dificuldades na balança de pagamentos e se comprometam a resolver, através de políticas apropriadas, as causas dessas dificuldades", acrescentou.
Numa entrevista por 'e-mail', Teresa Ter-Minassian considerou que Portugal, nos últimos 27 anos, fez progressos "tremendos" nas condições de vida, tendo também reforçado substancialmente as instituições económicas e fiscais.
"No entanto, é também óbvio que [Portugal] enfrenta desafios importantes no reforço das suas políticas públicas, para assegurar a sustentabilidade fiscal e melhorar a sua taxa de câmbio real, através da moderação de custos e de melhorias de produtividade",
alertou ainda a economista.
Lembrando a intervenção de 1983, a segunda - após o auxílio em 1977 - desde a adesão de Portugal ao FMI , Teresa Ter-Minassian considerou que o programa do fundo foi bem concebido e bem implementado, até porque a rápida recuperação da estabilidade
macroeconómica era uma condição essencial para a entrada na União Europeia.
O programa do FMI deixou nos portugueses recordações duradouras, graças às medidas duras, como o aumento nos preços dos bens que o Estado subsidiava, o congelamento do investimento estatal, ou aumentos na função pública abaixo da inflação, que foi de 29,3% em 1984.
Teresa Ter-Minassian admite hoje que, em 1983, Portugal era muito mais pobre, com uma estrutura económica e social menos desenvolvida, "fazendo aumentar os custos sociais dos ajustamentos" e a dificuldade de os fazer.
"Claramente, se o Governo anterior, de Pinto Balsemão, tivesse escolhido adoptar políticas fiscais mais rigorosas e corrigir mais cedo a sobrevalorização cambial, como o FMI tinha recomendado, a situação não se teria deteriorado tanto e o ajustamento suportado em 1983 poderia ter sido menor", defendeu.
http://economico.sapo.pt/noticias/nao-v ... 04668.html
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Eu pelo contrario, daqui a 5 anos veremos quem terá razões para sorrir
NGRO Escreveu:Juncker: Existem "enormes diferenças" entre Portugal e Irlanda
Este ano, o défice orçamental da Irlanda deverá chegar aos 12% do PIB – se forem incluídos os resgates bancários este valor dispara para 32% do PIB.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=453823
Bolas nós estamos mal.... mas os Irlandeses!!!!!!!!!
Temos de dar crédito à banca Portuguesa por não ter embarcado em facilitismos fatídicos.
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Juncker: Existem "enormes diferenças" entre Portugal e Irlanda
Este ano, o défice orçamental da Irlanda deverá chegar aos 12% do PIB – se forem incluídos os resgates bancários este valor dispara para 32% do PIB.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=453823
Bolas nós estamos mal.... mas os Irlandeses!!!!!!!!!
Temos de dar crédito à banca Portuguesa por não ter embarcado em facilitismos fatídicos.
Este ano, o défice orçamental da Irlanda deverá chegar aos 12% do PIB – se forem incluídos os resgates bancários este valor dispara para 32% do PIB.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=453823
Bolas nós estamos mal.... mas os Irlandeses!!!!!!!!!
Temos de dar crédito à banca Portuguesa por não ter embarcado em facilitismos fatídicos.
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ul Escreveu:Acreditar que o FMI é uma espécie de Panoramix (1) sem "moeda" não é possível preparar a poção magica , planos de rigor em países "de estado social" a experiencia do FMI e nula no 3° mundo é fácil , mas o DSK deseja que chegue 2012 sem grandes aborrecimentos para concretizar o seu sonho, como tudo indica ,ser futuro presidente da França
(1)Panoramix, o venerável druida da aldeia, que prepara poções mágicas.
Por acaso há dias a Newsweek tinha um artigo interessante sobre o senhor.
Acho que fica muito grande se o copiar para aqui, mas para quem estiver interessado:
http://www.newsweek.com/2010/10/31/coul ... rance.html
Acreditar que o FMI é uma espécie de Panoramix (1) sem "moeda" não é possível preparar a poção magica , planos de rigor em países "de estado social" a experiencia do FMI e nula no 3° mundo é fácil , mas o DSK deseja que chegue 2012 sem grandes aborrecimentos para concretizar o seu sonho, como tudo indica ,ser futuro presidente da França
(1)Panoramix, o venerável druida da aldeia, que prepara poções mágicas.
(1)Panoramix, o venerável druida da aldeia, que prepara poções mágicas.
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sombrio Escreveu:eu ando todo "borrado" com esta situacao. E so posso comecar a mexer no dinheiro na proxima semana.
A Grécia foi intervencionada e, pelo que julgo saber, as contas não foram congeladas. Se tiver a dizer 1 disparate corrijam-me...
Abs
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sombrio, acredito que pelo contrário, a entrada do FMI garatiria que as medidas seriam "normais" e que não se sairia de um "estado de direito" "normal". Francamente não me parece que essa seja uma preocupação "realista". A
Francamente, acho mais possível sairmos do euros e acho que faz sentido pensar em como se alteraria o valor das nossas carteiras numa situação dessas.
Francamente, acho mais possível sairmos do euros e acho que faz sentido pensar em como se alteraria o valor das nossas carteiras numa situação dessas.
Lion_Heart Escreveu:A consequencia que deveria ser tomada em primeiro lugar era sentar os politicos que nos colocaram nesta situação no banco dos réus.
Não é possivel o País ter ido a falência e não existirem culpados.
A culpa é dos credores ! dos credores, esses especuladores!
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A consequencia que deveria ser tomada em primeiro lugar era sentar os politicos que nos colocaram nesta situação no banco dos réus.
Não é possivel o País ter ido a falência e não existirem culpados.
Não é possivel o País ter ido a falência e não existirem culpados.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
Lion_Heart
Se o fmi intervir, o fosso entre ricos e pobres vai aumentar, vai aparecer mais gente na miséria... Criminalidade aumenta exponencialmente...
Resumindo vai desiquilibrar ainda mais os humanos em Portugal.
Mas porque é que as dividas externas de todos países não são consideradas fundo perdido me pergunto.
Praticamente todos têm divida externa.
Resumindo vai desiquilibrar ainda mais os humanos em Portugal.
Mas porque é que as dividas externas de todos países não são consideradas fundo perdido me pergunto.
Praticamente todos têm divida externa.
Compra e venda online grátis
http://www.bpd.uni.cc
http://www.bpd.uni.cc
Esta questão Sombrio é precisamente a que coloquei no início do tópico. Na Argentina houve caucionamento de contas bancárias (só podiam levantar 200 euros por semana). Mas aqui penso que isso não irá acontecer. No entanto o caucionamento pode acontecer se eventualmente houver um sururu de levantamento massiço na banca. Mas digo-vos que há já muita gentinha a colocar o seu dinheiro na Suiça ( os casos que conheço têm que possuir mais de 300 mil euros (não é o meu caso
)



Wakaru Escreveu:IMF Loans Linked To Higher Tuberculosis Death Rates
http://www.medicalnewstoday.com/articles/115945.php
Começam a cortar na saúde gratuita que vai ser lindo.
Vou deixar de andar de comboio assim que vierem
Se o FMI entrar, creio que aquilo que irão fazer será o mesmo que um médico numa operação faria! Tentará cortar tudo aquilo que esteja à volta do principal e que não seja necessário/vital.
Num país o que é o principal? Certamente será a capital e depois existirão cidades onde o tecido empresarial justifique uma protecção.
Tudo o resto terão de levar cortes...
A crise veio para ficar se mantivermos a inércia política actual. Portugal já deu provas suficientes de que não cumpre com nenhum dos seus objectivos.
Por isso tenho a convicção que quanto mais cedo existir uma regionalização ou um conceito de "estados unidos de portugal" mais cedo conseguiremos fazer frente à crise e reestruturar Portugal.
Acho que chegou a hora de ser-mos audaciosos e criarmos 3 grandes zonas económicas, cada uma com os seus projectos.
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IMF Loans Linked To Higher Tuberculosis Death Rates
http://www.medicalnewstoday.com/articles/115945.php
Começam a cortar na saúde gratuita que vai ser lindo.
Vou deixar de andar de comboio assim que vierem
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Começam a cortar na saúde gratuita que vai ser lindo.
Vou deixar de andar de comboio assim que vierem

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Creio eu (de) que...
seraa fortemente penalizador para os portugueses em geral porque ee de esperar medidas mais restritivas e economicamente mais gravosas do que as que constam no OE2011.
Teraa como beneficio a exposicao de situacoes de previlegio que estao mascaradas mas esta vantagem seraa acompanhada de subida de impostos, os que nao ainda nao foram tocados (e deviam ter sido !), e corte de despesa social.
A situacao actual ee de tal forma extrema que ee dificil entender se a intervencao externa acabaraa por ser perniciosa e alongar uma recuperacao do crescimento economico.
Estou debruc,ado !
Teraa como beneficio a exposicao de situacoes de previlegio que estao mascaradas mas esta vantagem seraa acompanhada de subida de impostos, os que nao ainda nao foram tocados (e deviam ter sido !), e corte de despesa social.
A situacao actual ee de tal forma extrema que ee dificil entender se a intervencao externa acabaraa por ser perniciosa e alongar uma recuperacao do crescimento economico.
Estou debruc,ado !

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