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Caldeirão da Bolsa

China está disponível para comprar dívida portuguesa

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por bossas » 31/10/2010 20:03

ferreira10 Escreveu:
bossas Escreveu:
ferreira10 Escreveu:O problema, resolvia-se muito facilmente, taxando na alfandega os produtos provenientes da China com uma taxa, de modo, a fazer reflectir sobre os preços dos produtos chineses, uma taxa que equivaleria ao preço deles, caso não houvesse a dita intervenção feita pelos Chineses. Isto, sem precisar de dar explicações à China.


E o que farias quando a China decidisse colocar no mercado as colossais reservas de USD sem dar explicações a ninguém???


Exacto! A solução deste enviesamento ao nível concorrencial não é assim tão linear.Dai referir-me à perda de soberania dos Estados Unidos.Perda ou se calhar partilha.Se calhar estamos melhor agora, com este equilíbrio de forças do que estávamos antes.

Não obstante, concordarás comigo se disser que quanto mais se interlaçarem as relações ao nível de compra de divida, e outras medidas, que vão nesse ou noutro sentido, maior será a nossa dependência e mais difícil se tornará a resolução do referido problema.

Ninguém quer naturalmente o embate.Mas que houve uma perda de postos de trabalho permanente nos Estados Unidos, e por exemplo, também em Portugal, devido ao aparecimento deste novo actor mundial; é uma realidade.Ou convivemos com isto e esforçamo-nos por tirar partido desta nova realidade, fazendo como o "LTCM"sugeriu-tirando partido das necessidades da nova classe média chinesa; ou insistimos em que a China tem que mudar.Mas este segundo objectivo, para mim, cada vez é mais difícil de atingir.


A unica solução para eliminar o problema é terminar com a dívida. Orçamentos excedentários, com o necessário (e desejável) redimensionamento do(s) estado(s)
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por ferreira10 » 31/10/2010 19:05

bossas Escreveu:
ferreira10 Escreveu:O problema, resolvia-se muito facilmente, taxando na alfandega os produtos provenientes da China com uma taxa, de modo, a fazer reflectir sobre os preços dos produtos chineses, uma taxa que equivaleria ao preço deles, caso não houvesse a dita intervenção feita pelos Chineses. Isto, sem precisar de dar explicações à China.


E o que farias quando a China decidisse colocar no mercado as colossais reservas de USD sem dar explicações a ninguém???


Exacto! A solução deste enviesamento ao nível concorrencial não é assim tão linear.Dai referir-me à perda de soberania dos Estados Unidos.Perda ou se calhar partilha.Se calhar estamos melhor agora, com este equilíbrio de forças do que estávamos antes.

Não obstante, concordarás comigo se disser que quanto mais se interlaçarem as relações ao nível de compra de divida, e outras medidas, que vão nesse ou noutro sentido, maior será a nossa dependência e mais difícil se tornará a resolução do referido problema.

Ninguém quer naturalmente o embate.Mas que houve uma perda de postos de trabalho permanente nos Estados Unidos, e por exemplo, também em Portugal, devido ao aparecimento deste novo actor mundial; é uma realidade.Ou convivemos com isto e esforçamo-nos por tirar partido desta nova realidade, fazendo como o "LTCM"sugeriu-tirando partido das necessidades da nova classe média chinesa; ou insistimos em que a China tem que mudar.Mas este segundo objectivo, para mim, cada vez é mais difícil de atingir.
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por bossas » 31/10/2010 18:43

ferreira10 Escreveu:O problema, resolvia-se muito facilmente, taxando na alfandega os produtos provenientes da China com uma taxa, de modo, a fazer reflectir sobre os preços dos produtos chineses, uma taxa que equivaleria ao preço deles, caso não houvesse a dita intervenção feita pelos Chineses. Isto, sem precisar de dar explicações à China.


E o que farias quando a China decidisse colocar no mercado as colossais reservas de USD sem dar explicações a ninguém???
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por ferreira10 » 31/10/2010 18:12

LTCM Escreveu:
ferreira10 Escreveu:...como é que países como Portugal, Grécia e Irlanda podem acossar a China, depois desta ser tão simpática com estes países, em momentos tão difíceis?


Acossar deve ser coisa que nenhum dos PIG é capaz de fazer a um colosso como a China. Porém Portugal poderia aprender a tirar partido de algumas vantagens competitivas que os outros 2 não têm.
- Uma relação secular: Macau podia ter sido uma óptima porta de entrada para um gigantesco mercado emergente – Cidades secundárias na região costeira que as outras já estão a ficar saturadas;
- “Know how” africano muito útil em mercados onde a China tem franco interesse – Angola, Moçambique (língua portuguesa é ensinada em 4 universidades chinesas);
- Porta de entrada – barata – na Europa, através do Porto de Sines (ainda muito longe do potencial), para as exportações Chinesas e para as (futuras) exportações portuguesas para a China;
- Oferta de Portugal como um destino turístico, com base na sua antiguidade histórica – estado-nação (Grécia já o faz), a um novo, e crescente (50 milhões), mercado interessado em conhecer a Europa.

Assim existisse uma estratégia e vontade de a aplicar.


Quando dizia acossar, referia-me à possibilidade de estes Países, e não um de forma isolada, fazerem um «pressing», junto da comissão europeia de modo a que fossem exigidas à China reformas que a equiparasse em termos concorrências à Europa. É certo que essas exigências não deixarão de ser feitas, como aliás, seguem sendo feitas; mas o carácter incisivo, pode mudar, em face desta pseudo simpatia da China.

Em boa verdade, os países periféricos experienciaram um decréscimo da competitividade, e uma cota parte desse decréscimo é sabido deveu-se precisamente a esse novo actor; a China. A Europa como um todo ressentiu-se a bem ou a mal pelo aparecimento desse novo actor mundial. Mas a Alemanha e a França são aqueles países que melhor estão preparados para responder com sucesso a esse novo desafio. Aqueles que pior estavam preparados para conviver com este novo actor, e arrisco-me a dizer, aqueles que mais foram prejudicados por ele, são aqueles que são agora alvo da simpatia da China.

De notar; se a China está disposta a comprar divida Portuguesa, isso é de louvar. Não estou nem pouco nem muito, em desacordo com isso. Agora que este movimento de aproximação não é de todo inocente, parece-me evidente.

Basta olhar para as insistentes idas do secretário do Tesouro Norte Americano, Timothy Geithner, à China, com o propósito de convencer as autoridades Chinesas a mudarem a sua politica cambial; para perceber que houve com a aproximação da China à América uma certa perda de soberania desta última. O problema, resolvia-se muito facilmente, taxando na alfandega os produtos provenientes da China com uma taxa, de modo, a fazer reflectir sobre os preços dos produtos chineses, uma taxa que equivaleria ao preço deles, caso não houvesse a dita intervenção feita pelos Chineses. Isto, sem precisar de dar explicações à China.

Mas é como diz, podemos ensaiar novas aproximações, que vão no sentido daquelas que por aqui deixou.Já que a chegada da China ao Xadrez internacional é um facto consumado.Ou ficamos quedados frente a este novo concorrente de peso; ou em alternativa, tratamos de descortinar novas estratégias de relacionamento.

Um abraço.
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por LTCM » 31/10/2010 15:52

ferreira10 Escreveu:...como é que países como Portugal, Grécia e Irlanda podem acossar a China, depois desta ser tão simpática com estes países, em momentos tão difíceis?


Acossar deve ser coisa que nenhum dos PIG é capaz de fazer a um colosso como a China. Porém Portugal poderia aprender a tirar partido de algumas vantagens competitivas que os outros 2 não têm.
- Uma relação secular: Macau podia ter sido uma óptima porta de entrada para um gigantesco mercado emergente – Cidades secundárias na região costeira que as outras já estão a ficar saturadas;
- “Know how” africano muito útil em mercados onde a China tem franco interesse – Angola, Moçambique (língua portuguesa é ensinada em 4 universidades chinesas);
- Porta de entrada – barata – na Europa, através do Porto de Sines (ainda muito longe do potencial), para as exportações Chinesas e para as (futuras) exportações portuguesas para a China;
- Oferta de Portugal como um destino turístico, com base na sua antiguidade histórica – estado-nação (Grécia já o faz), a um novo, e crescente (50 milhões), mercado interessado em conhecer a Europa.

Assim existisse uma estratégia e vontade de a aplicar.
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por mais_um » 30/10/2010 20:05

fafite Escreveu:
mais_um Escreveu:
fafite Escreveu:E concordo perfeitamante (podes ler isso em posts colocados por mim) que as empresas e empresários tambem são responsáveis pela situação.



E os consumidores, não? Quantos é que estão dispostos a pagar pelo mesmo produto um valor mais alto por ter sido fabricado na Europa? Só quem não tem que fazer contas ao fim do mês é que se pode dar a esse luxo.

Asim como quem investe em acções está a procura de mais-valias, lucros, etc...e as empresas procuram as melhores condições para ser competitivas. Raras são as empresas que abdicam de lucros para ficar nos seus paises de origem. Em Portugal assim de repente lembro-me da DELTA, mas isso tem um custo para os seus donos.

Neste momento a China é a fabrica do mundo e há muitas pessoas no mundo desenvolvido que tem acesso a muitos bens porque estes são produzidos na China, se fossem produzidos na Europa e/ou EUA bem que podiam ficar a olhar para as montras.
E continuo a não acreditar que se fosse fabricado na europa teria assim uma diferença de preço tão grande

Não? Depende do factor mão de obra, ou seja produtos com bastante mão de obra as diferenças são abismais, produtos com pouca mão de obra a diferença é menor.

Podes consultar aqui os salarios médios, os descontos obrigatórios, as horas de trabalho por paises, compara a China com a Alemanha, por exemplo:

http://www.worldsalaries.org/
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por fatimafaria » 30/10/2010 19:46

mais_um Escreveu:
fafite Escreveu:E concordo perfeitamante (podes ler isso em posts colocados por mim) que as empresas e empresários tambem são responsáveis pela situação.



E os consumidores, não? Quantos é que estão dispostos a pagar pelo mesmo produto um valor mais alto por ter sido fabricado na Europa? Só quem não tem que fazer contas ao fim do mês é que se pode dar a esse luxo.

Asim como quem investe em acções está a procura de mais-valias, lucros, etc...e as empresas procuram as melhores condições para ser competitivas. Raras são as empresas que abdicam de lucros para ficar nos seus paises de origem. Em Portugal assim de repente lembro-me da DELTA, mas isso tem um custo para os seus donos.

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E continuo a não acreditar que se fosse fabricado na europa teria assim uma diferença de preço tão grande
 
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por mais_um » 30/10/2010 19:41

fafite Escreveu:E concordo perfeitamante (podes ler isso em posts colocados por mim) que as empresas e empresários tambem são responsáveis pela situação.



E os consumidores, não? Quantos é que estão dispostos a pagar pelo mesmo produto um valor mais alto por ter sido fabricado na Europa? Só quem não tem que fazer contas ao fim do mês é que se pode dar a esse luxo.

Asim como quem investe em acções está a procura de mais-valias, lucros, etc...e as empresas procuram as melhores condições para ser competitivas. Raras são as empresas que abdicam de lucros para ficar nos seus paises de origem. Em Portugal assim de repente lembro-me da DELTA, mas isso tem um custo para os seus donos.

Neste momento a China é a fabrica do mundo e há muitas pessoas no mundo desenvolvido que tem acesso a muitos bens porque estes são produzidos na China, se fossem produzidos na Europa e/ou EUA bem que podiam ficar a olhar para as montras.
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por fatimafaria » 30/10/2010 19:21

Claro que de inocente não tem nada!
 
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por ferreira10 » 30/10/2010 19:06

Não acompanhei toda a discussão feita ao longo deste tópico, pelo que corro o risco de ser repetitivo, mas reportando-me ao tema do tópico, parece-me que esta disponibilidade da China em comprar divida Portuguesa, pode ser uma forma de angariar simpatias na Europa.A mesma disponibilidade foi demonstrada relativamente à Grécia e ao que parece, também relativamente à Irlanda.A China aparece como alguém que se compadece com a situação destes países.E mostra-se prestável.Não obstante o risco que tal operação envolve.E os crescentes juros, sinalizam esse mesmo risco.

Ao contrario do que inicialmente se pensava, a globalização não está a ser de todo benéfica para os países desenvolvidos.Pensava-se que pelo facto de os países desenvolvidos terem um poderio tecnológico incomparavelmente maior do que aqueles em vias de desenvolvimento,a globalização iria ser uma luta desigual entre Titãs e presas.A realidade tem demonstrado que a deslocalização tem levado a que a tecnologia passe para o lado dos mais fracos.A tecnologia vai à procura de salários baixos.O resultado é que dai têm emergido blocos que fazem frente ao mundo desenvolvido.

Este mundo, que aparentemente mais tem ganho com a globalização está debaixo de fogo.Já que quando se olha para o seu sistema social, para as preocupações que tem com o ambiente etc os países desenvolvidos sentem que estão a ser injustamente suplantados.
Estou convencido que a china, em virtude disso tem sido literalmente esmagada nas reuniões que tem com a UE.

A pergunta que fica é esta; como é que países como Portugal, Grécia e Irlanda podem acossar a China, depois desta ser tão simpática com estes países, em momentos tão difíceis?.Pelo que não me parece de todo uma manobra inocente este movimento de aproximação que a China faz a alguns países europeus.Já o mesmo movimento foi feito pela China em direcção aos Estados Unidos.
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por Automech » 30/10/2010 15:50

LTCM Escreveu:Algo muito bem retratado no livro Gomorra - de Roberto Saviano - um dos casos é o do célebre vestido de Angelina Jolie.


Há um livro interessante sobre globalização (que foca várias áreas e não só a produção) que se chama "O mundo é plano" do Thomas Friedman e que mostra bem a força enorme da mundo global em que vivemos e de como é difícil (e provavelmente pouco interessante) defender quaisquer práticas proteccionistas.
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por Automech » 30/10/2010 15:47

Trisquel Escreveu:
No limite partilhamos da mesma opinião, o que importa é transformar os maus exemplos em bons exemplos de modo a defendermos o que é nosso. Pode levar alguns anos mas o tempo vai nos ensinar o caminho certo. Já temos bons exemplos e iremos ter muitos mais nem que seja á conta dos de fora! :wink:


Pois, espero que sim Trisquel. Mas até lá compro (a contragosto) cebola espanhola o que me irrita profundamente :cry:
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por LTCM » 30/10/2010 15:46

Elias Escreveu:Mas agora vou contar-te uma cena passante.

Há uns dois anos estive em Itália na zona de Veneza e um belo dia vejo na televisão uma reportagem sobre sapatos e malas de senhora. Os empresários da região andavam passados com isto: havia um conjunto de empresários que mandavam fabricar os sapatos e as malas na China e traziam-nos para Itália, mas inacabados (estava feito 98%). No caso das malas elas já estavam feitas, faltava apenas pregar a asa (que estava feita mas separada). No caso dos sapatos não me recordo bem, mas imaginemos que faltava apenas pregar o salto.

Então o que eles faziam era TERMINAR o produto em Itália para assim colocarem lá o Made in Italy, exportando depois para os Estados Unidos. Estás a ver o esquema: custos ao nível do Made in China, preço de venda ao nível do Made in Italy. Uma fraude aparentemente legal, pois o que conta para o "made in" é o sítio onde foi concluído o produto, mesmo que essa conclusão represente apenas 2% do trabalho total, como era o caso.


Algo muito bem retratado no livro Gomorra - de Roberto Saviano - um dos casos é o do célebre vestido de Angelina Jolie.
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por Trisquel » 30/10/2010 15:43

AutoMech Escreveu:Pois, eu politica é coisa que abomino. Tento é ser um observador isento e nada me daria mais prazer do que poder comprar produtos exclusivamente portugueses.

Mas quando são (incompreensível) mais caros não me peçam para 'subsidiar' a ineficiência ou, alguns casos e pior ainda, a ganância.


No limite partilhamos da mesma opinião, o que importa é transformar os maus exemplos em bons exemplos de modo a defendermos o que é nosso. Pode levar alguns anos mas o tempo vai nos ensinar o caminho certo. Já temos bons exemplos e iremos ter muitos mais nem que seja á conta dos de fora! :wink:
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por fatimafaria » 30/10/2010 14:57

AutoMech Escreveu:Já agora fafite, para que não pareça um monstro, eu sei muito bem que as condições de trabalho na China diferem (e muito) dos nossos padrões (aliás o artigo acima refere isso).

Mas há muitas responsabilidades nas empresas (que têm gestores europeus e americanos por exemplo) em combaterem essas situações.

O consumidor não tem forma de saber se os produtos foram produzidos em boas condições laborais e rotular tudo "Made in China" como trabalho infantil é um abuso, na minha opinião.
Olha eu nunca afirmei que achava que se devia rotular os produtos chineses como trabalho infantil.
Só dei o exemplo do trabalho infantil para demonstrar que se quisermos podemos mudar as coisas.

E concordo perfeitamante (podes ler isso em posts colocados por mim) que as empresas e empresários tambem são responsáveis pela situação.

Por isso mesmo é que digo que se nós consumidores exigessemos saber se as sapatilhas que compramos da adidas que são feitas na China, não teem por tráz uma violação dos direitos do homem,talvez as empresas se tornassem mais preocupadas em verificar a situação.
 
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por Automech » 30/10/2010 14:49

Já agora fafite, para que não pareça um monstro, eu sei muito bem que as condições de trabalho na China diferem (e muito) dos nossos padrões (aliás o artigo acima refere isso).

Mas há muitas responsabilidades nas empresas (que têm gestores europeus e americanos por exemplo) em combaterem essas situações.

O consumidor não tem forma de saber se os produtos foram produzidos em boas condições laborais e rotular tudo "Made in China" como trabalho infantil é um abuso, na minha opinião.
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por Automech » 30/10/2010 14:47

fafite Escreveu:Repara que estamos a falar de um país que se apresenta perante o Mundo como um país rico (pronto para comprar didivida de outros) quando a maioria do seu povo vive na miséria. Que eu saiba pelo menos em Portugal o povo era pobre e o país considerava-se pobre tambem.


Pobre é um termo relativo porque os salários na China têm vindo a subir e para isso muito contribuiu as empresas que lá se instalaram.

http://economia.publico.pt/Noticia/chin ... is_1440489

Agora não esperamos que esse ajustamento seja automático ou rápido, tal como em Portugal não ganhamos o mesmo que na Alemanha.
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por Automech » 30/10/2010 14:41

Trisquel Escreveu:
Auto, diz-me onde leste que eu defendo a politica agricola Portuguesa, Subsidios versus produção!


Quando defendes a comercialização de produtos portugueses (o que eu concordo) e questionaste o serem mais caros (o que para mim muitas vezes é uma evidencia porque os preços são um facto objectivo).

Argumentas com uma questão de qualidade (o que é difícil de aferir e onde muitos se refugiam, sabendo que isso não é verificável em muitos casos).

Ora se eu defendo comprar um artigo igual (e isto é discutível) mais caro então estou a defender indirectamente uma "subsidiação".


Trisquel Escreveu:O que eu defendo são reformas estruturais de modo a podermos ter mais produtos Portugueses para consumo e por consequência a sua exportação.


Já agora podes elaborar ? Porque se há sector que recebeu milhões e milhões foi, sem dúvida, a agricultura.

Trisquel Escreveu:Queres bons exemplos; O Vinho, A Castanha, A Pera Rocha, A Floricultura na zona da Atalaia. E por último tens uma fábrica de Tomate Cereja na zona de Rio Frio com tecnica de Hidroponia praticamente só para exportação. Estes não são a regra mas são o exemplo que é possível!


E há muitos mais (felizmente), o que prova que quando os empresários querem, quando têm boas ideias, um pouco de felicidade e se o estado não atrapalhar conseguem lá chegar. Mas na origem eles têm de querer...

Trisquel Escreveu:Sobre a zona que falas não necessito desse convite pois é visita semanal! :lol: e quando estamos próximos e contactamos com os locais talvez tenhamos uma sensibilidade maior sobre tema. Invertemos os papéis e o convite é meu, depois diz-me se ficas com a mesma opinião!


Óptimo Trisquel. Sugiro dois percursos.

Atravessar o Guadiana a caminho de Olivença pela ponte da Ajuda e notar a diferença entre as duas margens.

Subir ao castelo de Juromenha e observar toda a paisagem de ambas as margens do rio.

Podia sugerir muitas mais ali na extremadura espanhola mas estas chegam para ilustrar o que defendo: que os agricultores portugueses, por falta de vontade e/ou capacidade preferem ficar a queixar-se do que fazer o que os do outro lado fazem.

E a malta infelizmente vai na conversa do desgraçadinho. É por isso que quando os estrangeiros comprar as herdades e as põem a produzir, precisamente para exportação, acabam por dar uma bofetada de luva branca. Conheço pelo menos 1 caso desse na minha zona e há mais que têm sido pontualmente veiculados nos jornais como exemplos de sucesso.


Trisquel Escreveu:Politiquices á parte, existe muita coisa errada no nosso País mas não é com critica destrutiva que invertemos a realidade actual para uma realidade melhor.


Pois, eu politica é coisa que abomino. Tento é ser um observador isento e nada me daria mais prazer do que poder comprar produtos exclusivamente portugueses.

Mas quando são (incompreensível) mais caros não me peçam para 'subsidiar' a ineficiência ou, alguns casos e pior ainda, a ganância.
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por Trisquel » 30/10/2010 14:06

AutoMech Escreveu:
Trisquel Escreveu:Já agora deixo aqui uma teoria.


Trisquel, isso é uma teoria e nada mais do que isso, muito ajudada pela intoxicação de quem não quer trabalhar.

Vai ao Alto Alentejo, às zonas fronteiriças, junto do Guadiana, e tens a imagem plena do que é a nossa agricultura.

Do lado de cá tudo seco abandonado, uma ou outra ceara, olivais mal cuidados, etc.

Do outro lado do rio, grandes campos de tomate, girassois, olivais que até dá gosto ver, etc.

O clima é o mesmo, o solo é o mesmo, o rio é o mesmo.

Mas não, isto deste lado não dá nada. Os Espanhóis é que ficaram com a melhor parte (por acaso as herdades que eles têm comprado cá começaram milagrosamente a produzir).

Eu conheço bem a mentalidade dos agricultores portugueses e não compro a tua teoria.


Auto, diz-me onde leste que eu defendo a politica agricola Portuguesa, Subsidios versus produção!

O que eu defendo são reformas estruturais de modo a podermos ter mais produtos Portugueses para consumo e por consequencia a sua exportação.

Queres bons exemplos; O Vinho, A Castanha, A Pera Rocha, A Floricultura na zona da Atalaia. E por último tens uma fábrica de Tomate Cereja na zona de Rio Frio com tecnica de Hidroponia praticamente só para exportação. Estes não são a regra mas são o exemplo que é possível!

Sobre a zona que falas não necessito desse convite pois é visita semanal! :lol: e quando estamos próximos e contactamos com os locais talvez tenhamos uma sensibilidade maior sobre tema. Invertemos os papéis e o convite é meu, depois diz-me se ficas com a mesma opinião!

Politiquices á parte, existe muita coisa errada no nosso País mas não é com critica destrutiva que invertemos a realidade actual para uma realidade melhor.
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por fatimafaria » 30/10/2010 13:03

AutoMech Escreveu:
fafite Escreveu:Desculpa lá estás a confundir as coisas. Não compares a vinda de fábrcas para portual da mesma forma que vão para a China. Em Portugal os direitos dos trabalhadores foram sempre assegurados. Que eu me saiba nunca houve suicídios em empresas portuguesas.


Estás bem enganada Fafite. Na final da década 60, na década e 70 e principio da década de 80 (onde houve bastantes empresas a deslocalizarem para Portugal) o país tinha grandes dificuldades ao nível da pobreza e o trabalho com más condições e o trabalho infantil, sobretudo no Norte, era muitissimo.

Portanto comparar a China de hoje com o Portugal de hoje até nem é intelectualmente honesto. Tens de comparar a China hoje com o Portugal de antigamente antes de atirares pedras.
Não acho que seja intelectualmente desonesto comparar a china de hoje, porque estamos a falar do presente e não do passado. Não me parece é que seja sequer comparável. Não me vais dizer que as situações são iguais ou vais?. É que eu a diferença quanto a mim é abismal.
Repara que estamos a falar de um país que se apresenta perante o Mundo como um país rico (pronto para comprar didivida de outros) quando a maioria do seu povo vive na miséria. Que eu saiba pelo menos em Portugal o povo era pobre e o país considerava-se pobre tambem.
 
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por fatimafaria » 30/10/2010 12:54

Não acredito que seriam assim tão mais caros.

Eu pessoalmente até nem vejo isso como um mal, a única coisa que mudaria é que as pessoas em vez de estarem sempre a comprar coisas novas, dariam um uso mais prolongado aquilo que adquirem e quiça um valor mais alto
 
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por Automech » 30/10/2010 12:54

fafite Escreveu:Desculpa lá estás a confundir as coisas. Não compares a vinda de fábrcas para portual da mesma forma que vão para a China. Em Portugal os direitos dos trabalhadores foram sempre assegurados. Que eu me saiba nunca houve suicídios em empresas portuguesas.


Estás bem enganada Fafite. Na final da década 60, na década e 70 e principio da década de 80 (onde houve bastantes empresas a deslocalizarem para Portugal) o país tinha grandes dificuldades ao nível da pobreza e o trabalho com más condições e o trabalho infantil, sobretudo no Norte, era muitissimo.

Portanto comparar a China de hoje com o Portugal de hoje até nem é intelectualmente honesto. Tens de comparar a China hoje com o Portugal de antigamente antes de atirares pedras.
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por fatimafaria » 30/10/2010 12:48

Elias Escreveu:
fafite Escreveu:Que eu me saiba nunca houve suicídios em empresas portuguesas.


Olha em França parece que viraram moda, só na France Telecom já vão em várias dezenas. Quem diria, num dos países supostamente mais "evoluídos" do mundo... :roll:

fafite leste o que escrevi sobre os sapatos feitos na China e terminados em Itália? O que tens a dizer sobre isto?
Li e não me surpreende, mas claro que não concordo, acho que podiamos por estas atitudes destes empresários debaixo do chapéu da burla, porque para mim é isso mesmo.
 
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por Automech » 30/10/2010 12:46

fafite Escreveu:E não é assim tão difícil, basta querer. Olha o que se fez a nivel mundial com a exploração infantil. Não sou naife ao ponto de acreditar que ela foi completamente irradiada, mas alertou muita gente para o problema e em alguns países deu mesmo resultado.

E a China também há-de mudar, tal como Portugal já melhorou muito.
fafite Escreveu:Eu acho que vindo da china o produto devia trazer informação na etiqueta em como a fábrica que o faz cumpre todas as regras dos direitos dos homens


Ora aí está Fafite. Cabe a quem encomenda certificar que tem essas condições. Daí a por um rótulo de tudo o que vem da China é feito com mão de obra infantil vai uma grande distãncia.

Porque se levarmos à letra o que tu queres amanhã deixamos de ter uma grande parte dos produtos que temos hoje (e quando os passamos a ter disponíveis, fabricados na UE, serão muito mais caros).
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por Elias » 30/10/2010 12:42

fafite Escreveu:Que eu me saiba nunca houve suicídios em empresas portuguesas.


Olha em França parece que viraram moda, só na France Telecom já vão em várias dezenas. Quem diria, num dos países supostamente mais "evoluídos" do mundo... :roll:

fafite leste o que escrevi sobre os sapatos feitos na China e terminados em Itália? O que tens a dizer sobre isto?
 
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