O que mudou - e o que não mudou
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O que mudou - e o que não mudou
Se chamarmos as coisas pelos nomes, ficamos seguramente mais descansados. Portugal está a sofrer uma crise de pagamentos sobre o exterior. É assim que a actual crise vai ficar na história económica e, porventura, também na política. Depois, todos vão coçar a cabeça para se lembrarem quem era o primeiro-ministro à data ou o ministro das finanças. Crises de pagamentos são regulares nos países que estão fora do centro económico internacional e importadores de capitais (normalmente os exportadores de capitais não têm disso, pois podem deixar de exportá-los). Note-se a raiz do problema: os países menos avançados têm um desfasamento a percorrer e para o fazerem precisam de investir acima do que poupam. Está nos manuais. Os que não o fazem ficam para trás. Portugal fez recorrentemente isso, investir mais do que poupar, mesmo no tempo do Dr. Oliveira Salazar (depois de meados da década de 1950 e não antes), ou do Dr. Cavaco Silva. Só que, naqueles tempos, teve facilidades nos pagamentos internacionais, por causa, por exemplo, das remessas de emigrantes e dos fundos da CEE. Agora não há fontes desse tipo e a economia tem de caminhar num afiado fio de navalha. Felizmente, os governos seguem os mercados, que lhes dão um ponto para se equilibrarem ou, pelo menos, para não perderem totalmente o equilíbrio. Tudo o resto é palha.
Isto é o que não mudou. E o que mudou?
Mudou uma coisa muito importante que é o comportamento dos políticos. A forma como os políticos estão a lidar com esta crise está muito, muito mesmo, acima da forma como se estão a comportar comentadores, bloggers, "economistas", políticos na reforma, etc. É a minha modesta opinião. E não estou a elogiar pessoas, mas sim instituições. As atitudes do PSD, do PS , do PCP e do BE (talvez o PP seja a excepção porque tem mostrado uma certa ambiguidade oportunista) têm sido bastante saudáveis. Bem, o Presidente, desta vez, depois de ter despedido o assessor polémico, também se está a portar bem (afinal, é também preciso elogiar pessoas). O PSD quer negociar mas não quer que as pessoas pensem que deixou de haver alternativa; o PS, ou o Governo, lá vai fazendo o que pode; e os da esquerda têm convocada uma greve geral, como lhes compete. Não se entende o que quero dizer? Então vejam-se os noticiários sobre a Grécia e a França.
Foi isso que mudou. Como sabemos, as crises de pagamentos - o tal nome que se lhes deve dar - deram grandes confusões na Monarquia e na primeira República. Grandes mesmo. Pelos parâmetros dessas épocas, teríamos agora um governo liderado pelo presidente da República (e, veja-se, não há ninguém que verdadeiramente peça esse disparate. Bem, por enquanto...) e sucessivas quedas de governo.
Dito isto, srs. políticos, também não abusem.
http://pedrolains.typepad.com/pedrolain ... mudou.html
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
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"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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