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Caldeirão da Bolsa

Portugal é 6.º no ranking Mundial da bancarrota

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por varus » 29/9/2010 22:37

Nunca vi esse livro á venda, a edição é recente ?
 
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por Elias » 29/9/2010 22:11

varus Escreveu:Não , é bem assim, quando as figuras do topo , são sérias, exigem rigor, porque não tem "telhados de vidro", e podem cortar a direito.


Sugiro-te o livro "Corrupção e os Portugueses", que explica em detalhe como funciona a corrupção na Administração Pública, talvez fiques com uma ideia diferente da que tens actualmente.
 
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por varus » 29/9/2010 22:08

Elias :

Não , é bem assim, quando as figuras do topo , são sérias, exigem rigor, porque não tem "telhados de vidro", e podem cortar a direito.
Existe um caso célebre , em que actualmente é autarca na zona norte,e foi dirigente desportivo e na Guiné , foi expulso do exercito , devido a desvios.
Estás a ver quem é.
 
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por Elias » 29/9/2010 21:53

varus Escreveu:Não tens outra forma,só os depoimentos dos mais velhos.
Não existem estatísticas.


Exacto. Por isso mesmo não podes retirar conclusões globais do tipo "havia menos corrupção".

varus Escreveu:O que é certo , é que o Salazar , morre pobre, não favoreceu os seus familiares, e tinha grandes escrúpulos, em distinguir, despesas pessoais das despesas da sua função.
Os políticos, que foram para o exílio, não tiveram uma vida faustosa, não tinham contas secretas na Suiça ou em outro país, eram sérios.


Está bem, mas meia dúzia de exemplos não demonstram coisa nenhuma.

A corrupção não está necessariamente alojada nas figuras de topo, mas sim nas estruturas intermédias. O líder até pode ser impoluto e a estrutura toda que dele depende ser o maior antro de corrupção.
 
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por varus » 29/9/2010 21:49

Elias :

Não tens outra forma,só os depoimentos dos mais velhos.
Não existem estatísticas.

O que é certo , é que o Salazar , morre pobre, não favoreceu os seus familiares, e tinha grandes escrúpulos, em distinguir, despesas pessoais das despesas da sua função.
Os políticos, que foram para o exílio, não tiveram uma vida faustosa, não tinham contas secretas na Suiça ou em outro país, eram sérios.
 
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por Elias » 29/9/2010 21:13

varus, opiniões individuais e percepções não permitem concluir nada. Tu podes achar que havia menos corrupção, e até podes conhecer outras pessoas que acham o mesmo mas isso não legitima quaisquer extrapolações e generalizações.
 
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por varus » 29/9/2010 21:08

elias :

Não existem dados estatísticos, mas basta falar com os mais velhos, eles dizem-te.
Aonde havia era no ultramar, no exercito , os sargentos,que estavam na manutenção e logística.

Quando era mais novo, no antigo regime, falava-se muito no Tenrreiro há pouco tempo foi editada a sua biografia , e pelos vistos, não estava rico , no exílio no Brasil.
Os antigos ministros do regime anterior , não enriqueceram .
Marcelo Caetano, teve de dar aulas , e vivia num pequeno apartamento no Rio.
O Américo Tomás , viveu á custa dos emigrantes, no Rio.
 
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por Elias » 29/9/2010 20:20

varus Escreveu:Mas o período, em que houve menos foi no estado novo.


Em que te baseias para afirmar isso?
 
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por varus » 29/9/2010 20:17

Caro mais - um :

Como já disse anteriormente , não sou fundamentalista.
Houve erros como condicionalismo industrial, por vezes a burocracia emperrava os negócios.
Havia favores a alguns empresários, é verdade.
A corrupção, já vem desde o inicio da nacionalidade.
Vasco da Gama teve de ir novamente á India, para travar a corrupção.
Faz parte da nossa história.
Mas o período, em que houve menos foi no estado novo.
Meu caro , e situação , está mil vezes pior que antigamente, dantes eram poucos, agora são as dezenas de milhares.
Os escândalos dos financiamentos aos partidos, os empregos para a rapaziada dos partidos, que vão de alto a baixo.Desde o emprego simples camarário, até aos institutos,etc.
Não vale perder tempo, a enumerar , porque sabes tão bem como toda a gente a triste realidade.
 
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por varus » 29/9/2010 20:00

Caro mais-um :

Não houve qualquer medida imposta a Portugal, proveniente ao exterior.
No após guerra havia outros países europeus com colónias.
Não esquecer o formidável trabalho de desenvolvimento , nas colónias, no inicio de 70 Luanda era cidade que crescia mais no mundo.
Como, já disse há meses, não se podia só ver o Portugal continental, mas também as colónias.
Posteriormente á independência de Angola e Moçambique,nas guerras civis, morrem, perto de 2 milhões .
Actualmente Goa ainda tem um rendimento per capita superior, ao resto da India.
 
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por varus » 29/9/2010 19:49

Caro mais - um :

No após guerra , Portugal , também cresceu, e muito, principalmente na década de 60, o mesmo aconteceu, na europa.
Os países europeus ocidentais tiveram uma ajuda americana,proporcionalmente superior a Portugal porque até 1950, a situação esteve complicada, principalmente na Alemanha , houve muita fome, isso é descrito no livro " Descascando a Cebola " de Gunter Grass.
O milagre económico sueco , deveu-se , á acumulação de recursos financeiros , provenientes do comercio com a alemanha nazi, a Suiça essa ainda foi mais descarada, até vendia rações de combate, munições,etc.
A dinamarca embora ocupada colaborou com a alemanha.
A França ficou com o tecido industrial intacto e activo, não esquecer que continuou a laborar, a fornecer o exercito alemão .
A Holanda ficou com Roterdão, devastada no inicio da guerra, mas foi pouco afectada.
A Bélgica , sofreu pouco.
A Itália , não foi muito afectada, porque a industria, estava no norte, e guerra chegou só na fase final da guerra, com alguns bombardeamentos a Milão, os alemães no fim da guerra ainda estavam no norte Itália.
A Noruega não foi minimamente afectada.
A Finlandia foi mais afectada com a guerra da Carélia, do que na II Guerra.
Alemanha e Austria, a situação estava complicada, e tiveram de ter uma ajuda americana muito forte.
A Inglaterra, teve a Blitz, mas não afectou o tecido empresarial, mas ficou arruinada, e um dos credores era Portugal.
Mas a descolagem destes países só se deu verdadeiramente , nos anos 60 , e Portugal nesses anos também cresce, e a um ritmo superior e provavelmente nos anos 80, já estaria a par de muitos países europeus.
As máquinas industriais e agrícolas , dos países pouco afectados, estavam quase intactas , e já levavam um avanço considerável desde anos 30, em relação a Portugal.
Antes fazer qualquer afirmação , é sempre necessário reflectir, e descobrir as causas, do que dizer simplesmente que a culpa é do Salazar.
O verdadeiro arranque industrial só se dá a partir, nos anos 50, e com contornos industriais modernos.
Durante a república , perdeu-se muito tempo, não havia investimentos, porque não havia confiança, não se construía fábricas, os bancos faliam, etc.
O país já tinha perdido muito terreno face á europa, no inicio do século XX, não se podia pedir milagres.
 
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por habanero04 » 29/9/2010 14:34

xtech Escreveu:+1 Para o Salazar. :clap:

Com Salazar éramos pobres, mas tínhamos crescimento económico e gradualmente estávamos a aproximar-nos da europa, ainda que "orgulhosamente sós". Agora estamos, sem orgulho, endividados, somos a piada da europa e do mundo(fazemos parte dos PIGS). Salazar era austero, estes são gastadores. Salazar era sincero e não ocultava a sua maneira de ser e pensar. Estes bandidos hoje são mentirosos. Não tinha ilusões megalómanas. Antes não tínhamos pão mas tínhamos orgulho, hoje nem temos pão nem orgulho.

Salazar teve repressão política e PIDE, e isso é obviamente muito negativo, bem como a guerra colonial. Mas comparando com os outros ditadores europeus, sejam de extrema direita ou comunistas, penso que é o que fica melhor na fotografia.

De resto quanto à fome, espero bem que não voltemos ao tempo dela...


Era mais mentiroso que os de agora através de uma censura que ocultava a verdadeira realidade.
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por varus » 29/9/2010 13:56

Caro mais - um :

Já discutimos , há meses a trás , a emigração sempre existiu , desde os tempos das descobertas, Portugal é um país pobre, os solos são pobres, tem poucas riquezas minerais ou de hidrocarbonetos no subsolo .Talvez a salvação deste país venha da ZEE, é a última esperança, talvez encontrem petróleo ou gás .
No principio do século XX , até 1925, houve uma sangria de emigração para o Brasil, o estado novo não estava no governo.
Os portugueses sempre emigraram, e actualmente a emigração também continua , e com números bem elevados, e agora são de jovens e graúdos e não tem emprego.
Meu caro não há emprego, as fábricas , as empresas estão a fechar.
Então as mentes brilhantes da democracia não conseguem inverter a tendência e este fenómeno ?
A culpa da emigração actual ainda é do Salazar ?
Claro que não.
 
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por varus » 29/9/2010 13:38

Caro mais-um :

A maioria das minhas afirmações estão documentadas em livros, buscar excertos na net com estás a fazer, que são de credibilidade duvidosa, e outros correctos.
Nem tudo o que vai buscar na net é fiável e credível.
Para confirmar o que lhe digo, tinha de comprar umas dezenas de livros.
Os factos não demonstra que estou , mas sim que estou certo.
A situação que a república deixou o país era lastimável, foi necessário um período de consolidação, a crise de 1929, não ajudou, uma guerra civil nas fronteiras não ajudou a exportações, e a II guerra mundial , foi uma época difícil mas devidamente aproveitada com a excelente politica de neutralidade , e jogos diplomáticos.
Acha que se a república tivesse continuado , oo acontecimentos teriam decorrido da mesma forma ? Não.
Teria sido um desastre, económico, social, militar,e humanitário. Provavelmente um apoio á frente popular, e com a derrota desta ,em que situação estaria o governo ? A probabilidade de invasão de Portugal seria quase 100% por Espanha e Alemanha .
Aí é teria havido fome, miséria, mortes. Sim quantos portugueses iriam morrer ?
É muito fácil dizer mal do estado novo e de Salazar, mas temos que construir cenários alternativos, e tentar ver a suas possíveis consequências.
Como felizmente como tudo correu bem, não se faz esse exercício mental , não interessa.
Qual teria sido o destino das colónias , com a metrópole ocupada ?
Já Agostinho da Silva dizia, que os políticos da 1ª república, não tinham capacidade , para levar o país a bom porto,e ele esteve casado com a filha de Jaime Cortesão.
 
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por Elias » 29/9/2010 13:01

xtech Escreveu:Com Salazar éramos pobres, mas tínhamos crescimento económico e gradualmente estávamos a aproximar-nos da europa, ainda que "orgulhosamente sós". Agora estamos, sem orgulho, endividados, somos a piada da europa e do mundo(fazemos parte dos PIGS). Salazar era austero, estes são gastadores. Salazar era sincero e não ocultava a sua maneira de ser e pensar. Estes bandidos hoje são mentirosos. Não tinha ilusões megalómanas. Antes não tínhamos pão mas tínhamos orgulho, hoje nem temos pão nem orgulho.

Salazar teve repressão política e PIDE, e isso é obviamente muito negativo, bem como a guerra colonial. Mas comparando com os outros ditadores europeus, sejam de extrema direita ou comunistas, penso que é o que fica melhor na fotografia.

De resto quanto à fome, espero bem que não voltemos ao tempo dela...


Faltou-te aí referir uma coisa muito importante: éramos um país de analfabetos. Fomos talvez o país de TODA a Europa que menos investiu na instrução e isso nota-se ainda hoje - na lista global de países por taxas de alfabetização ocupamos um modesto 71º lugar, a par do Brunei (!) e atrás de países como a Roménia, a Mongólia e a Sérvia. A nível europeu o único que está pior que nós é a pequena ilha de Malta, de resto estamos em linha com os países ditos em desenvolvimento.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_co ... eracy_rate

Portanto o crescimento económico do tempo do Salazar não foi usado para dar instrução à população (aliás em 1960 ainda havia 33% de analfabetos - a mesma percentagem que se registava em França em 1835!)

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Illiteracy_france.png
 
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por xtech » 29/9/2010 12:50

+1 Para o Salazar. :clap:

Com Salazar éramos pobres, mas tínhamos crescimento económico e gradualmente estávamos a aproximar-nos da europa, ainda que "orgulhosamente sós". Agora estamos, sem orgulho, endividados, somos a piada da europa e do mundo(fazemos parte dos PIGS). Salazar era austero, estes são gastadores. Salazar era sincero e não ocultava a sua maneira de ser e pensar. Estes bandidos hoje são mentirosos. Não tinha ilusões megalómanas. Antes não tínhamos pão mas tínhamos orgulho, hoje nem temos pão nem orgulho.

Salazar teve repressão política e PIDE, e isso é obviamente muito negativo, bem como a guerra colonial. Mas comparando com os outros ditadores europeus, sejam de extrema direita ou comunistas, penso que é o que fica melhor na fotografia.

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por Lion_Heart » 29/9/2010 12:17

mais_um Escreveu:
Caro Varus,
Parece os comunistas, sempre com a mesma cassete, mesmo quando os factos demonstram que estão errados.
Já por várias vezes pedi-lhe que demonstrasse as suas afirmações, no entanto continua sem o fazer.
Continua a elogiar o Salazar como um grande estadista, mas os factos demonstram que as políticas seguidas por ele e pelo seu sucessor levaram o país a uma situação de atraso e pobreza generalizada, em benefício de alguns.
Desde que Portugal foi criado como nação, nunca antes tantos portugueses tinham saído do país como durante o Estado Novo. Uma autêntica sangria….
Outro facto indesmentível, após a 2ª guerra mundial, países completamente destruídos, ultrapassaram-nos rapidamente em termos de bem-estar económico e social, países sem colónias e sem recursos naturais. Demonstração evidente que politicas seguidas pelo Salazar foram erradas.
Mesmo as poucas decisões que levaram a algumas melhorias forma impostas pelo exterior e não por livre iniciativa.
Deixo-lhe aqui mais uma prova do compadrio existente à época…..

Salazar

Carta de Manuel Fino
Por:Pedro Jorge Castro

22 ABRIL 2009

Manuel Roseta Fino tornou-se mais conhecido pelo envolvimento nas guerras do BCP e é actualmente o 19º mais rico de Portugal (segundo a revista Exame). Em 1967 era sócio-gerente da Fábrica de Lanifícios de Portalegre e queixou-se ao ditador por não estar ainda em vigor uma protecção aduaneira que tinha sido pedida dois anos antes. Teve por isso um prejuízo de 19500 contos. Denunciou também uma conspiração de dois empresários rivais. E começou a carta a manifestar a su admração por Salazar e pelo regime: “Permita Vossa Excelência que eu roube uns momentos do precioso tempo de Vossa Excelência com esclarecimentos complementares que a minha formação moral e política, a minha devoção pelo regime, e a minha profunda admiração pela alta personalidade do Presidente do Conselho naturalmente aconselham ou mesmo exigem”.

Estes documentos integram o Arquivo António de Oliveira Salazar que está disponível ao público no sítio da Internet do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, acessível a partir do endereço electrónico www.dgarq.pt

http://www.sabado.pt/Destaques/Dossi%C3 ... -Fino.aspx



Eu sei que lhe custa admitir e provavelmente nunca o fará, mas a heraça do Estado Novo foi um povo habituado a ver o Estado como um pai, um povo atrasado, um empresariado habituado a viver à sombra do Estado, a cunha ou/e a pequena corrupção, etc....


Tu até lhe podes chamar Herança , eu chamo continuação.

Mas que de Democracia tem muito pouco apesar de (ainda) não ser tao dura como uma ditadura mas para la caminha.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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por mais_um » 29/9/2010 12:12

varus Escreveu:Caro mais - um :

Por acaso até já comprei o livro, mas ainda não o li.
Salazar teve que apoiar Franco, durante a guerra civil, e não tinha outra alternativa, mas não confiava na falange, e nem no Franco, porque tese de formatura foi a invasão de Portugal.
A falange quando entra em Madrid, cantava que agora era conquistar Lisboa, mas pode ser consultado no livro.
Aos viriatos foi - lhes negado o desfile,depois da guerra.
A morte misteriosa de José Sanjurgo, na descolagem do avião para Burgos,em Cascais e as outras purgas, e os incidentes de Salamanca.
A falange , era complicada, Franco como militar, tinha noção se apoia-se na potencia continental, Portugal estaria sempre do lado da potencia maritima.
Quando foi assinado o tratado de não-agressão, Franco sabia que Portugal tinha reformulado a aliança com a Inglaterra.
Franco, sabe que a curto prazo, ganhava , mas acabaria por perder, porque conhecia bem a história.
Teotónio Pereira, avisa o seu homologo americano, para ter cuidado, com os telefones, correio,etc.Porque estava fortemente vigiado.
Segundo alguns estudos, os serviços secretos ingleses subornaram generais espanhóis , e não seria de admirar, que estivessem diplomatas portugueses.
A neutralidade espanhola era muito para os ingleses, porque um dos planos de Franco era reconquistar este rochedo.
O papel diplomático português, foi muito importante, até que ponto não sabemos.
Houve muito secretismo, e muita documentação, não chegou ou não poderia chegar.

Um facto pouco conhecido, as delegações diplomáticas , guardaram valores e tomaram conta propriedades, geralmente de judeus com passaportes portugueses, e todo foi devolvido , e não houve qualquer tipo de reclamações. Mesmo em depósitos em Portugal, nunca houve qualquer reclamação.
Mas, não foi caso de outros países , nomeadamente da Suiça.

Não é um mito .é realidade, e facto de portugal na época ter um verdadeiro estadista , ajudou muito.
Temos ser justos.


Caro Varus,
Parece os comunistas, sempre com a mesma cassete, mesmo quando os factos demonstram que estão errados.
Já por várias vezes pedi-lhe que demonstrasse as suas afirmações, no entanto continua sem o fazer.
Continua a elogiar o Salazar como um grande estadista, mas os factos demonstram que as políticas seguidas por ele e pelo seu sucessor levaram o país a uma situação de atraso e pobreza generalizada, em benefício de alguns.
Desde que Portugal foi criado como nação, nunca antes tantos portugueses tinham saído do país como durante o Estado Novo. Uma autêntica sangria….
Outro facto indesmentível, após a 2ª guerra mundial, países completamente destruídos, ultrapassaram-nos rapidamente em termos de bem-estar económico e social, países sem colónias e sem recursos naturais. Demonstração evidente que politicas seguidas pelo Salazar foram erradas.
Mesmo as poucas decisões que levaram a algumas melhorias forma impostas pelo exterior e não por livre iniciativa.
Deixo-lhe aqui mais uma prova do compadrio existente à época…..

Salazar

Carta de Manuel Fino
Por:Pedro Jorge Castro

22 ABRIL 2009

Manuel Roseta Fino tornou-se mais conhecido pelo envolvimento nas guerras do BCP e é actualmente o 19º mais rico de Portugal (segundo a revista Exame). Em 1967 era sócio-gerente da Fábrica de Lanifícios de Portalegre e queixou-se ao ditador por não estar ainda em vigor uma protecção aduaneira que tinha sido pedida dois anos antes. Teve por isso um prejuízo de 19500 contos. Denunciou também uma conspiração de dois empresários rivais. E começou a carta a manifestar a su admração por Salazar e pelo regime: “Permita Vossa Excelência que eu roube uns momentos do precioso tempo de Vossa Excelência com esclarecimentos complementares que a minha formação moral e política, a minha devoção pelo regime, e a minha profunda admiração pela alta personalidade do Presidente do Conselho naturalmente aconselham ou mesmo exigem”.

Estes documentos integram o Arquivo António de Oliveira Salazar que está disponível ao público no sítio da Internet do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, acessível a partir do endereço electrónico www.dgarq.pt

http://www.sabado.pt/Destaques/Dossi%C3 ... -Fino.aspx



Eu sei que lhe custa admitir e provavelmente nunca o fará, mas a heraça do Estado Novo foi um povo habituado a ver o Estado como um pai, um povo atrasado, um empresariado habituado a viver à sombra do Estado, a cunha ou/e a pequena corrupção, etc....
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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por mais_um » 29/9/2010 6:38

lunas99 Escreveu:E a defesa intransigente , irracional, digo mesmo esquizofrénica, de um governo despesista, corrupto, vazio de valores e com laivos de imperialismo bacoco


Boas!

Desafio-te a colocar aqui a copia, com data e hora, da ultima linha escrita por mim neste forum a defender intransigentemente e irracionalmente, o actual governo. :wink:

Nota 1: uma mentira dita muitas vezes transforma-se em verdade e assim nascem os mitos, como o que tu escreveste.

Nota 2: assim de repente penso que a ultima vez que declarei o apoio a um politico neste forum, foi ao Passos Coelho.

Um abraço,

Alexandre Santos
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por varus » 29/9/2010 0:37

Caro mais - um :

Por acaso até já comprei o livro, mas ainda não o li.
Salazar teve que apoiar Franco, durante a guerra civil, e não tinha outra alternativa, mas não confiava na falange, e nem no Franco, porque tese de formatura foi a invasão de Portugal.
A falange quando entra em Madrid, cantava que agora era conquistar Lisboa, mas pode ser consultado no livro.
Aos viriatos foi - lhes negado o desfile,depois da guerra.
A morte misteriosa de José Sanjurgo, na descolagem do avião para Burgos,em Cascais e as outras purgas, e os incidentes de Salamanca.
A falange , era complicada, Franco como militar, tinha noção se apoia-se na potencia continental, Portugal estaria sempre do lado da potencia maritima.
Quando foi assinado o tratado de não-agressão, Franco sabia que Portugal tinha reformulado a aliança com a Inglaterra.
Franco, sabe que a curto prazo, ganhava , mas acabaria por perder, porque conhecia bem a história.
Teotónio Pereira, avisa o seu homologo americano, para ter cuidado, com os telefones, correio,etc.Porque estava fortemente vigiado.
Segundo alguns estudos, os serviços secretos ingleses subornaram generais espanhóis , e não seria de admirar, que estivessem diplomatas portugueses.
A neutralidade espanhola era muito para os ingleses, porque um dos planos de Franco era reconquistar este rochedo.
O papel diplomático português, foi muito importante, até que ponto não sabemos.
Houve muito secretismo, e muita documentação, não chegou ou não poderia chegar.

Um facto pouco conhecido, as delegações diplomáticas , guardaram valores e tomaram conta propriedades, geralmente de judeus com passaportes portugueses, e todo foi devolvido , e não houve qualquer tipo de reclamações. Mesmo em depósitos em Portugal, nunca houve qualquer reclamação.
Mas, não foi caso de outros países , nomeadamente da Suiça.

Não é um mito .é realidade, e facto de portugal na época ter um verdadeiro estadista , ajudou muito.
Temos ser justos.
 
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por lunas99 » 29/9/2010 0:03

mais_um Escreveu:
varus Escreveu:Mas tinham uma estratégia , tinham bom senso, e era uma geração diferente , que passou crises e viram guerras , que condicionaram sempre a vida no país, embora o país tenha conseguido escapar graças ao trabalho diplomático do Salazar e da sua equipe diplomatas.


Os mitos são criados assim, uma mentira dita muitas vezes transforma-se em verdade.... :lol: :lol: :lol:

ELPAIS.com La Comunidad: Franco quis invadir Portugal...Não só ia ser o seu final, é possível que o do atual Estado Espanhol... Que aconteceria com vascos, catalães e até galegos?
enviado por: José Ramom Rodrigues Fernandes el 27 Oct 2009 - URL Permanente

"Decidi preparar a invasão de Portugal"
Por Maria José Oliveira (http://www.publico.pt )

Em 1940, o Alto Estado-Maior espanhol elaborou, a pedido de Franco, um plano de ataque a Portugal, com a ocupação de Lisboa e a tomada de toda a costa nacional. O documento foi descoberto pelo historiador espanhol Manuel Ros Agudo, que estará em Lisboa, na terça-feira, para dar uma palestra sobre o tema

* O plano não permitia qualquer falha. Tudo começaria com um ultimato (impossível de cumprir) e um prazo limite de 24 horas ou 48 horas, findas as quais teria início a invasão de Portugal.

A operação incluía intervenções por terra, ar e mar e as primeiras incursões terrestres, realizadas por um contingente de 250 mil combatentes espanhóis, avançariam em direcção a Ciudad-Rodrigo, Guarda, Celorico da Beira, Coimbra, Lisboa, Elvas, Évora e Setúbal - a ocupação da capital e a divisão do país em três parcelas constituíam os passos fundamentais para a conquista de Portugal.

Ao longo de quase 70 anos, o Plano de Campanha nº 1 (34), o grande projecto de Franco para invadir Portugal, delineado em plena II Guerra Mundial (1940), esteve "adormecido" nos arquivos da Fundação Francisco Franco.

Os rumores da tentação franquista de conquistar Portugal há muito que circulam no meio historiográfico - até porque uma das grandes orientações da política externa de António de Oliveira Salazar, durante o conflito mundial, consistia na independência nacional face à ameaça da anexação espanhola.

Mas só recentemente foi possível confirmar que os temores de Salazar tinham justificação.

Em 2005, o historiador espanhol Manuel Ros Agudo foi o primeiro investigador a aceder às cem páginas que compõem o plano de ataque contra Portugal, elaborado pela 1ª secção do Alto Estado-Maior (AEM) espanhol no segundo semestre de 1940.

O ineditismo da descoberta levou o investigador, de 47 anos, a dedicar-lhe um capítulo na sua obra A Grande Tentação - Franco, o Império Colonial e o projecto de intervenção espanhola na Segunda Guerra Mundial, recém-editada em Portugal pela Casa das Letras.

Na próxima terça-feira, Ros Agudo é um dos oradores da conferência A Península Ibérica na II Guerra Mundial - Os planos de invasão e defesa de Portugal, a realizar no Instituto de Defesa Nacional, a partir das 14h30, numa iniciativa conjunta com o Instituto de História Contemporânea.

Devastador e célere

O projecto de invadir Portugal não configurava uma "acção isolada", como se pode ler numa das alíneas dos documentos analisados por Ros Agudo. Tratava-se de uma operação preventiva, no âmbito da ambição franquista de declarar guerra à Inglaterra. Numa altura em que França já caíra sob o domínio da Alemanha nazi, Espanha, então com o estatuto de país não-beligerante, acalentava o sonho de um império norte-africano.

Nem Hitler nem Mussolini podiam, em 1940, garantir a Franco a concretização deste desejo. Mas isso não fez esmorecer as ideias expansionistas e bélicas do "Caudilho".

A guerra contra a Inglaterra teria início com a tomada de Gibraltar. Porém, os estrategas do AEM prenunciavam que a primeira resposta britânica a este ataque fosse "um desembarque em Portugal com a ideia de montar uma cabeça-de-ponte para a invasão da península".

Por isso, no plano ofensivo, determinava-se o emprego dos "meios necessários para bater o Exército português e o seu Aliado; ocupação do país e defesa das suas costas".

Tudo isto seria realizado sem o conhecimento prévio de Hitler e Mussolini. Porque Franco "queria manter o carácter secreto das operações, ter liberdade de manobra e também por questões de orgulho", explicou Ros Agudo ao P2.

Contudo, após iniciados os ataques a Gibraltar e a Portugal, Espanha previa o apoio da aviação alemã, "nomeadamente com o reforço de bombardeiros e caças". A participação da aviação espanhola estava também definida no plano de ataque (com as missões de "destruir a aviação inimiga e as suas bases" e de "atacar os núcleos de comunicação, especialmente nas direcções da invasão, e os transportes de tropas").

Mas Espanha receava que o vasto contingente de homens em terra se confrontasse com a superioridade luso-britânica no ar. Neste âmbito, o reforço alemão seria indispensável. Assim como se afigurava prioritário um ataque terrestre devastador e célere.

Para a Marinha, o AEM planeara um conjunto de acções de defesa ("exercer acções com os submarinos sobre as comunicações inimigas", "proteger as comunicações com o Protectorado de Marrocos e Baleares"; "efectuar acções de minagem nos próprios portos") que pressupunham uma reacção rápida da Marinha britânica. E Salazar? Em Dezembro de 1940, quando Franco escreveu, assessorado pelo AEM, que decidira atacar Portugal - "Decidi [...] preparar a invasão de Portugal, com o objectivo de ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa" -, o Tratado de Amizade e Não Agressão, firmado pelos dois países em Março de 1939, não passava de um documento sem importância para o "Caudilho".

Mas foi a partir desse acordo que os franquistas intensificaram as pressões diplomáticas para Portugal deixar de respeitar os compromissos da aliança luso-britânica: fizeram-no através de Nicolau Franco, irmão do ditador espanhol e embaixador em Lisboa; e também "aconselharam" o então embaixador português em Madrid, Pedro Teotónio Pereira.

Perante os planos de anexação, Espanha não desprezava apenas o pacto de não agressão, mas também a intervenção activa e material do Governo de Salazar no apoio aos franquistas durante a Guerra Civil de Espanha - três a cinco mil "viriatos" combateram nas fileiras das milícias da Falange, do Exército e da Legião espanhola, muitos deles recrutados através de anúncios nos jornais pagos pelo Estado; a rádio emitia propaganda franquista; e Salazar promoveu a mobilização anticomunista (recolhendo benefícios para a sustentação do Estado Novo).

Atentando no rigor e na determinação plasmadas no Plano de Campanha nº 1 (34), urge questionar qual o destino que reservava Franco para o ditador português, na eventualidade de a ocupação ter avançado.

A documentação descoberta por Ros Agudo cinge-se aos aspectos puramente militares e não contempla a "sorte pessoal" do presidente do Conselho. Mas o historiador, professor de História Contemporânea na Universidade San Pablo, em Madrid, avançou ao P2 duas hipóteses:

"O destino de Salazar e do seu Governo, no caso de Portugal não conseguir resistir à invasão, seria estabelecerem-se nas colónias (Angola ou Moçambique); ou podiam exilar o Governo em Londres, como aconteceu com alguns países europeus ocupados pelo Eixo".

Palavras encomendadas

Quanto ao futuro de Portugal, não há qualquer referência nos documentos, ficando sem resposta a pergunta sobre se a ocupação seria ou não temporária. No entanto, Ros Agudo cita no seu livro as "inquietantes" palavras de Serrano Suñer, ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, ao seu homólogo alemão, Joachim von Ribbentrop, datadas de Setembro de 1940:

"(...) ninguém pode deixar de se dar conta, ao olhar para o mapa da Europa, que, geograficamente falando, Portugal na realidade não tinha o direito de existir. Tinha apenas uma justificação moral e política para a sua independência pelo facto dos seus quase 800 anos de existência".

Ros Agudo acredita que estas palavras, proferidas em Berlim, foram "encomendadas" a Suñer por Franco, com a intenção de averiguar "a reacção de Hitler perante a ideia de um Portugal integrado num futuro grande Estado ibérico".

Mas "o Führer não quis fazer qualquer compromisso sobre este assunto", nota o historiador.

Apesar das declarações de Serrano Suñer, Manuel Ros Agudo não crê que Franco pretendesse "uma integração pura e dura num Estado ibérico".

Porque isso arrastaria "muitos problemas".

"É possível que, sob uma Nova Ordem europeia, na eventualidade da vitória fascista e da derrota da Grã-Bretanha, Franco tivesse permitido a existência de um Portugal marioneta, fascista e inofensivo", diz.

E, continuando num exercício de História virtual, acrescenta:

"Se a Rússia tivesse sido eliminada por Hitler, o grande confronto, ou a Guerra Fria dos anos 50 e décadas porteriores, teria acontecido entre os EUA, por um lado, o grande bloco euro-africano fascista, pelo outro, assumindo este último um papel semelhante ao bloco soviético que conhecemos. Tanto Espanha como Portugal teria feito parte desse bloco constituído pelas potências do Eixo".

Nos últimos meses de 1940, o Plano de Campanha nº 1 (34) esteve prestes a ser realizado. Franco ordenara a prontidão militar para o ataque. Mas o que lhe sobrava em meios operacionais faltava-lhe em condições políticas, nomeadamente a garantia dos apoios alemão e italiano e a concretização das ideias imperialistas.

"Os requisitos políticos para dar esse passo - as garantias de obtenção de um império em África - acabaram por não ser dados", explica Ros Agudo. O plano foi então depositado em arquivo e tornado inacessível durante quase sete décadas



Só não entendo a contradição
O estudo apurado, a investigação profunda , o sentido crítico para desmontar argumentos favoráveis ao antigo regime- que aliás não sou partidário-
E a defesa intransigente , irracional, digo mesmo esquizofrénica, de um governo despesista, corrupto, vazio de valores e com laivos de imperialismo bacoco
Abraço
P.S.- Teclado "made in Mexico", desculpem a falta de acentuacao.

Você pode ter todo o dinheiro do mundo, mas há algo que jamais poderá comprar: um dinossauro
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por varus » 28/9/2010 23:53

Caro mais - um :

Não são mitos , são a realidade, mas a verdade incomoda, principalmente a esta geração de políticos medíocres, que criticam a geração de Salazar, mas os resultados estão á vista, um país á deriva , falido e hipotecado.

Mas vês esta gente preocupada, nâo.
O futuro deles está sempre garantido. Tem sempre uma boa recompensa, mas o povo ,esse sim pagar , vai pagar muito caro,e as gerações futuras.

Há meses dizias que o país , ainda não estava falido, porque continuava a colocar divida, mas estás a ver , o prémio que é exigido está a subir.
Ouviste hoje , O João Salgueiro ?

Como, vês quem tinha razão era eu, infelizmente.
 
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por mais_um » 28/9/2010 23:28

varus Escreveu:Mas tinham uma estratégia , tinham bom senso, e era uma geração diferente , que passou crises e viram guerras , que condicionaram sempre a vida no país, embora o país tenha conseguido escapar graças ao trabalho diplomático do Salazar e da sua equipe diplomatas.


Os mitos são criados assim, uma mentira dita muitas vezes transforma-se em verdade.... :lol: :lol: :lol:

ELPAIS.com La Comunidad: Franco quis invadir Portugal...Não só ia ser o seu final, é possível que o do atual Estado Espanhol... Que aconteceria com vascos, catalães e até galegos?
enviado por: José Ramom Rodrigues Fernandes el 27 Oct 2009 - URL Permanente

"Decidi preparar a invasão de Portugal"
Por Maria José Oliveira (http://www.publico.pt )

Em 1940, o Alto Estado-Maior espanhol elaborou, a pedido de Franco, um plano de ataque a Portugal, com a ocupação de Lisboa e a tomada de toda a costa nacional. O documento foi descoberto pelo historiador espanhol Manuel Ros Agudo, que estará em Lisboa, na terça-feira, para dar uma palestra sobre o tema

* O plano não permitia qualquer falha. Tudo começaria com um ultimato (impossível de cumprir) e um prazo limite de 24 horas ou 48 horas, findas as quais teria início a invasão de Portugal.

A operação incluía intervenções por terra, ar e mar e as primeiras incursões terrestres, realizadas por um contingente de 250 mil combatentes espanhóis, avançariam em direcção a Ciudad-Rodrigo, Guarda, Celorico da Beira, Coimbra, Lisboa, Elvas, Évora e Setúbal - a ocupação da capital e a divisão do país em três parcelas constituíam os passos fundamentais para a conquista de Portugal.

Ao longo de quase 70 anos, o Plano de Campanha nº 1 (34), o grande projecto de Franco para invadir Portugal, delineado em plena II Guerra Mundial (1940), esteve "adormecido" nos arquivos da Fundação Francisco Franco.

Os rumores da tentação franquista de conquistar Portugal há muito que circulam no meio historiográfico - até porque uma das grandes orientações da política externa de António de Oliveira Salazar, durante o conflito mundial, consistia na independência nacional face à ameaça da anexação espanhola.

Mas só recentemente foi possível confirmar que os temores de Salazar tinham justificação.

Em 2005, o historiador espanhol Manuel Ros Agudo foi o primeiro investigador a aceder às cem páginas que compõem o plano de ataque contra Portugal, elaborado pela 1ª secção do Alto Estado-Maior (AEM) espanhol no segundo semestre de 1940.

O ineditismo da descoberta levou o investigador, de 47 anos, a dedicar-lhe um capítulo na sua obra A Grande Tentação - Franco, o Império Colonial e o projecto de intervenção espanhola na Segunda Guerra Mundial, recém-editada em Portugal pela Casa das Letras.

Na próxima terça-feira, Ros Agudo é um dos oradores da conferência A Península Ibérica na II Guerra Mundial - Os planos de invasão e defesa de Portugal, a realizar no Instituto de Defesa Nacional, a partir das 14h30, numa iniciativa conjunta com o Instituto de História Contemporânea.

Devastador e célere

O projecto de invadir Portugal não configurava uma "acção isolada", como se pode ler numa das alíneas dos documentos analisados por Ros Agudo. Tratava-se de uma operação preventiva, no âmbito da ambição franquista de declarar guerra à Inglaterra. Numa altura em que França já caíra sob o domínio da Alemanha nazi, Espanha, então com o estatuto de país não-beligerante, acalentava o sonho de um império norte-africano.

Nem Hitler nem Mussolini podiam, em 1940, garantir a Franco a concretização deste desejo. Mas isso não fez esmorecer as ideias expansionistas e bélicas do "Caudilho".

A guerra contra a Inglaterra teria início com a tomada de Gibraltar. Porém, os estrategas do AEM prenunciavam que a primeira resposta britânica a este ataque fosse "um desembarque em Portugal com a ideia de montar uma cabeça-de-ponte para a invasão da península".

Por isso, no plano ofensivo, determinava-se o emprego dos "meios necessários para bater o Exército português e o seu Aliado; ocupação do país e defesa das suas costas".

Tudo isto seria realizado sem o conhecimento prévio de Hitler e Mussolini. Porque Franco "queria manter o carácter secreto das operações, ter liberdade de manobra e também por questões de orgulho", explicou Ros Agudo ao P2.

Contudo, após iniciados os ataques a Gibraltar e a Portugal, Espanha previa o apoio da aviação alemã, "nomeadamente com o reforço de bombardeiros e caças". A participação da aviação espanhola estava também definida no plano de ataque (com as missões de "destruir a aviação inimiga e as suas bases" e de "atacar os núcleos de comunicação, especialmente nas direcções da invasão, e os transportes de tropas").

Mas Espanha receava que o vasto contingente de homens em terra se confrontasse com a superioridade luso-britânica no ar. Neste âmbito, o reforço alemão seria indispensável. Assim como se afigurava prioritário um ataque terrestre devastador e célere.

Para a Marinha, o AEM planeara um conjunto de acções de defesa ("exercer acções com os submarinos sobre as comunicações inimigas", "proteger as comunicações com o Protectorado de Marrocos e Baleares"; "efectuar acções de minagem nos próprios portos") que pressupunham uma reacção rápida da Marinha britânica. E Salazar? Em Dezembro de 1940, quando Franco escreveu, assessorado pelo AEM, que decidira atacar Portugal - "Decidi [...] preparar a invasão de Portugal, com o objectivo de ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa" -, o Tratado de Amizade e Não Agressão, firmado pelos dois países em Março de 1939, não passava de um documento sem importância para o "Caudilho".

Mas foi a partir desse acordo que os franquistas intensificaram as pressões diplomáticas para Portugal deixar de respeitar os compromissos da aliança luso-britânica: fizeram-no através de Nicolau Franco, irmão do ditador espanhol e embaixador em Lisboa; e também "aconselharam" o então embaixador português em Madrid, Pedro Teotónio Pereira.

Perante os planos de anexação, Espanha não desprezava apenas o pacto de não agressão, mas também a intervenção activa e material do Governo de Salazar no apoio aos franquistas durante a Guerra Civil de Espanha - três a cinco mil "viriatos" combateram nas fileiras das milícias da Falange, do Exército e da Legião espanhola, muitos deles recrutados através de anúncios nos jornais pagos pelo Estado; a rádio emitia propaganda franquista; e Salazar promoveu a mobilização anticomunista (recolhendo benefícios para a sustentação do Estado Novo).

Atentando no rigor e na determinação plasmadas no Plano de Campanha nº 1 (34), urge questionar qual o destino que reservava Franco para o ditador português, na eventualidade de a ocupação ter avançado.

A documentação descoberta por Ros Agudo cinge-se aos aspectos puramente militares e não contempla a "sorte pessoal" do presidente do Conselho. Mas o historiador, professor de História Contemporânea na Universidade San Pablo, em Madrid, avançou ao P2 duas hipóteses:

"O destino de Salazar e do seu Governo, no caso de Portugal não conseguir resistir à invasão, seria estabelecerem-se nas colónias (Angola ou Moçambique); ou podiam exilar o Governo em Londres, como aconteceu com alguns países europeus ocupados pelo Eixo".

Palavras encomendadas

Quanto ao futuro de Portugal, não há qualquer referência nos documentos, ficando sem resposta a pergunta sobre se a ocupação seria ou não temporária. No entanto, Ros Agudo cita no seu livro as "inquietantes" palavras de Serrano Suñer, ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, ao seu homólogo alemão, Joachim von Ribbentrop, datadas de Setembro de 1940:

"(...) ninguém pode deixar de se dar conta, ao olhar para o mapa da Europa, que, geograficamente falando, Portugal na realidade não tinha o direito de existir. Tinha apenas uma justificação moral e política para a sua independência pelo facto dos seus quase 800 anos de existência".

Ros Agudo acredita que estas palavras, proferidas em Berlim, foram "encomendadas" a Suñer por Franco, com a intenção de averiguar "a reacção de Hitler perante a ideia de um Portugal integrado num futuro grande Estado ibérico".

Mas "o Führer não quis fazer qualquer compromisso sobre este assunto", nota o historiador.

Apesar das declarações de Serrano Suñer, Manuel Ros Agudo não crê que Franco pretendesse "uma integração pura e dura num Estado ibérico".

Porque isso arrastaria "muitos problemas".

"É possível que, sob uma Nova Ordem europeia, na eventualidade da vitória fascista e da derrota da Grã-Bretanha, Franco tivesse permitido a existência de um Portugal marioneta, fascista e inofensivo", diz.

E, continuando num exercício de História virtual, acrescenta:

"Se a Rússia tivesse sido eliminada por Hitler, o grande confronto, ou a Guerra Fria dos anos 50 e décadas porteriores, teria acontecido entre os EUA, por um lado, o grande bloco euro-africano fascista, pelo outro, assumindo este último um papel semelhante ao bloco soviético que conhecemos. Tanto Espanha como Portugal teria feito parte desse bloco constituído pelas potências do Eixo".

Nos últimos meses de 1940, o Plano de Campanha nº 1 (34) esteve prestes a ser realizado. Franco ordenara a prontidão militar para o ataque. Mas o que lhe sobrava em meios operacionais faltava-lhe em condições políticas, nomeadamente a garantia dos apoios alemão e italiano e a concretização das ideias imperialistas.

"Os requisitos políticos para dar esse passo - as garantias de obtenção de um império em África - acabaram por não ser dados", explica Ros Agudo. O plano foi então depositado em arquivo e tornado inacessível durante quase sete décadas
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por varus » 28/9/2010 23:19

Caro Fenicio :

Pelo facto de ter sido ditadura, podia não significar terem feito boas reformas e terem governado bem.
Mas houve erros, como condicionalismo industrial, e alguma burocracia.
Mas tinham uma estratégia , tinham bom senso, e era uma geração diferente , que passou crises e viram guerras , que condicionaram sempre a vida no país, embora o país tenha conseguido escapar graças ao trabalho diplomático do Salazar e da sua equipe diplomatas.
Quando inicia a guerra civil espanhola, toma conta das pastas, da defesa, negócios estrangeiros, é só a consciência da gravidade dos tempos que se vivia.
Muitas pessoas na época , podiam não simpatizar com ele, mas sabiam que estava dar o máximo que podia, chegando a trabalhar 18 horas por dia, porque sentia o peso da responsabilidade, e o futuro de uma nação dependia dele.

Actualmente estão a ver o Sócrates, a ter o mesmo comportamento , esta gente passa uma grande parte tempo nas intrigas palacianas, mas outros são iguais.
 
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por Fenicio » 28/9/2010 22:55

EuroVerde Escreveu:Eu também não sou daquele tempo, mas segundo consta o Salazar mantinha sempre direitinho as contas públicas e não se endividava demasiado a ponto de hipotecar as gerações futuras.

Veio a revolução e desequilibrou, derreteram grande parte do ouro, e a balança comercial passou a ser deficitária e de qualquer maneira acabam por ir buscar dinheiro ao povo, com a diferença de que agora qualquer "ranhoso" é deputado.

Quanto mais um povo recorre ao crédito durante um periodo mais ou menos alargado, pior é em alturas de recessão. Se cada um de nós pensasse mais em poupar em vez de recorrer a créditos, teriamos um futuro melhor, ou pelo menos mais equilibrado.


eh eh :mrgreen: Também não podemos ignorar o facto de ser infinitamente mais fácil avançar com reformas profundas num regime fascista e ditatorial, do que numa democracia. :)
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian

Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"

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