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Caldeirão da Bolsa

Cinco milhões de portugueses vivem do dinheiro do Estado

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Francês com 55 filhos é detido por suspeita de fraude

por PMACS » 10/9/2010 17:24

Parisiense de origem africana, que registou 55 filhos de 55 mulheres diferentes, pode ser condenado até dez anos de prisão.

Um homem de 54 anos, cujo nome não foi revelado, foi hoje detido em Paris depois de a polícia ter constatado que, no seu apartamento T2, não viviam cerca de 50 parentes que constavam no registos que motivaram a atribuição de vários subsídios estatais.

As autoridades francesas suspeitam de que o homem esteja envolvido num esquema fraudulento que poderá ter custado ao Estado francês mais de um milhão de euros por ano em valores requisitados pelas alegadas mães dos seus alegados 55 filhos.

"Até o momento, 42 mulheres foram identificadas e todas garantem que o homem é o pai biológico de seus filhos", disse a polícia de Paris, relatando que o homem alega ter conhecido estas mulheres em bares, festas ou em visitas ocasionais em países como Senegal, Camarões e Mali.

Mediante o pagamento de uma taxa de entre 150 a 200 euros, o suspeito registou os filhos e as respectivas mães em França, o que lhes permitiu obter licença de residência e benefícios sociais. Algumas das mães revelaram às autoridades que recebiam até 7.500 euros em várias prestações mensais.

A investigação está ainda em curso e o juiz responsável irá decidir se as crianças terão de ser sujeitas a testes de ADN, adiantou um porta-voz da polícia francesa.

Fonte:http://economico.sapo.pt/noticias/frances-com-55-filhos-e-detido-por-suspeita-de-fraude_98848.html

E depois queixam-se do repatriamento de ciganos e outros... :roll:
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por Elias » 6/9/2010 23:58

De acordo, mas retracção é uma coisa, e estar a desaparecer é outra. :)
 
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por MarcoAntonio » 6/9/2010 23:56

Parece-me plausível considerar que a classe média possa estar a sofrer uma retracção. O PIB travou - recuou mesmo substancialmente o ano passado - e a taxa de desemprego subiu, a título de exemplo. Muitos vêm os vencimentos congelados ou têm direito a aumentos muito exíguos nestes últimos anos (ele está a basear-se e a medir mais com base em comportamentos de consumo). Confesso que não sei se isso se confirma nalguma estatística disponível (depois poderíamos sempre questionar a estatística, se calhar há porque ainda há dias se discutia no parlamento umas estatísticas sobre os números da pobreza) mas também não acho que seja aqui o pertinente, porque oscilações na percentagem da população que se insere na classe média vão ocorrendo ao longo do tempo conforme as condições económicas, penso eu. E não acho particularmente pertinente porque, como também já disse, acaha por se estar a falar essencialmente da consequência e não da causa primeira...
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 6/9/2010 23:58, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 6/9/2010 23:41

Bem, eu das palavras do arnie entendi que ele considera que a classe média já está a desaparecer...
 
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por MarcoAntonio » 6/9/2010 23:29

Elias Escreveu:Mas há alguma evidência concreta de que a classe média esteja a desaparecer ou é uma mera suposição? :roll:


Acho que a questão do Arnie coloca-se mais na base do receio sobre o que acontecerá se desaparecer (algumas coisas que ele vê sugerem-lhe que poderá estar a acontecer).
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por Elias » 6/9/2010 23:26

Mas há alguma evidência concreta de que a classe média esteja a desaparecer ou é uma mera suposição? :roll:
 
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por MarcoAntonio » 6/9/2010 23:24

Supostamente uns poucos passam para a classe alta e muitos outros para a classe baixa (sendo que a classe média é virtualmente inexistente - como ocorre em países subdesenvolvidos - ou noutros casos com reduzida expressão). O que acontece aos números da classe alta em si, parece-me mais complicado aferir (provavelmente é variável e está dependente de questões estruturais dessas economias). Em economias "fracas" em que o cidadão médio vive mal, continuam a existir pessoas com um estilo de vida extravagante (e alguns números - como as frequências de hoteis de luxo e vendas de ferraris - até podem ser elevadas nesses países... se calhar se procurarmos encontramos exemplos).
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por Elias » 6/9/2010 23:09

arnie Escreveu:As assimetrias que já falámos estão realmente a surgir, o que denota o desaparecimento da classe média portuguesa.


Desaparecimento da classe média? :shock:

Então e os que pertenciam à classe média passam para que classes?
 
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por MarcoAntonio » 6/9/2010 22:59

arnie Escreveu:Ora estando esta a desaparecer, parece-me lógico que o crescimento do país passará para a classe alta, o que, sabendo de antemão que não tendo esta o peso necessário para suportar o país, a coisa fica assim um bocado complicada para o nosso lado.


Pois a mim não me parece nada lógico. A classe alta é, em qualquer país, uma pequena parcela da população (e tão mais pequena quanto mais alta) e é humanamente impossível que uma pequena parcela da população sustente o país (pode sustentar na aparência, porque efectivamente é através das "mãos" - ou mão de obra - da classe média e baixa que está a conseguir realizar produto).

Nem tão pouco numa perspectiva de consumo (porque o consumo não é directamente proporcional ao rendimento, basta pensar que quem tem rendimentos muito baixos tenderá a gastar tudo ou quase tudo e o mesmo rendimento acumulado num só individuo vai resultar que este consuma uma parte dele e acumule em poupanças uma parte considerável desse valor).

arnie Escreveu:É esta classe que não está a sentir a pressão da crise, (...)


Nem vai sentir. Da forma que estás à espera que sinta é sempre marginal, foi precisamente o que estivemos a discutir ontem.


arnie Escreveu:é esta classe que, com o desaparecimento da classe média, está, ou vai ter que suportar o país, é esta a classe que continua a viver sem preocupações,


As preocupações da classe a que estás a aludir não passam por se privar de passar férias de luxo em resorts 5 estrelas (ou por tirar os filhos de um colégio de elite, se quiseres continuar a estender o raciocínio para lá das férias). Só os tiram quando deixam pura e simplesmente de pertencer a essa classe e isso é uma situação limite (que só acontecerá a alguns). E se isso é bom ou mau depende da razão porque deixaram de pertencer a essa classe!


arnie Escreveu: é esta a classe que, se a crise aumentar poderá vir a sofrer pressões o que aumentaria ainda mais os problemas já existentes.


Eu continuo a dizer que é um raciocínio falacioso. A questão não é se eles saiem ou não da classe mas se estão lá por mérito e porque razão saiem de lá...

Isto é que é relevante. O decréscimo da classe alta e a redução do consumo dos bens de luxo tanto pode ser um bom sinal como um mau sinal, depende das razões porque ocorre e não se ocorre ou não. Se ocorre por aumento/diminuição da riqueza média, é bom/mau; se ocorre porque existem assimetrias, má distribuição do dinheiro em função do produto e injustiças sociais então é mau/bom, respectivamente.

Estamos portanto agora a voltar ao debate de ontem...

Se começarem a reduzir-se o consumo de bens de luxo, férias de luxo, etc, etc porque se extinguiram por exemplo umas quantas fundações que não fazem nada ou não justificam o que ali se enterra, se se dá porque deixa-se falir umas quantas empresas que estão a ser sustentadas artificialmente e não são competitivas, etc, etc, etc então isso é bom ou mau?

Os recursos (humanos e financeiros) que deixam de ir para aí podem passar a ser aplicados noutro local, aumentado o PIB, reduzindo os problemas da balança comercial, reduzindo a necessidade de crédito, etc, etc, etc e ao mesmo tempo, porque estão a ser aplicados noutro local, deixam de servir para comprar cartiers, mercedes topo de gama ou ferraris e férias de várias semanas em hóteis de luxo.

Tu praticamente estás a tratar como causa primeira o que realmente é uma consequência. Portanto, o que realmente tens de ver é porque acontece e se acontece por um mau motivo então é bom quando deixar de acontecer (ou passar a acontecer menos).
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por arnie » 6/9/2010 22:29

Dizem os entendidos que é a classe média que "sustenta" o país, sem ela o país simplesmente não tem capacidade de gerar riqueza a todos os níveis.

Aliás, basta olhar para o Brasil. O Brasil começou a prosperar quando finalmente começou a surgir a classe média, novamente, segundo dizem os entendidos.

As assimetrias que já falámos estão realmente a surgir, o que denota o desaparecimento da classe média portuguesa.

Ora estando esta a desaparecer, parece-me lógico que o crescimento do país passará para a classe alta, o que, sabendo de antemão que não tendo esta o peso necessário para suportar o país, a coisa fica assim um bocado complicada para o nosso lado.

É esta classe que não está a sentir a pressão da crise, é esta classe que, com o desaparecimento da classe média, está, ou vai ter que suportar o país, é esta a classe que continua a viver sem preocupações, é esta a classe que, se a crise aumentar poderá vir a sofrer pressões o que aumentaria ainda mais os problemas já existentes.

Tem sido este o meu raciocínio.

A classe média está realmente agora a sentir a crise pois finalmente o crédito está ou foi-lhes cortado, sobrando apenas o seu real poder que compra.
No entanto, há ainda capacidade de algum crédito que, por incrível que possa parecer, continua a ser usado para o supérfluo, ajudando assim à sua extinção.
Bons negocios,
arnie
 
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por Elias » 6/9/2010 19:53

arnie Escreveu:Eu passo o dia a lidar com pessoas de classe média, ou pelo menos, exteriormente, aparentam ser


Pois lá está, existe um grande culto da imagem na nossa sociedade e muitas pessoas gostam de fazer passar uma imagem que não corresponde às suas reais posses, com vista a impressionar terceiros. Não é por acaso que as empresas do sector do luxo (como LVMH e Hermès) estão em máximos de sempre.

Isso não significa, porém, que quem consome marcas de luxo não esteja a sentir a crise, simplesmente essas pessoas não querem que os outros percebam que está em dificuldades. Basta pensares no seguinte: quantas pessoas, de entre os teus conhecidos, é que admitem abertamente que estão em dificuldades?
 
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por MERCW125 » 6/9/2010 19:46

50% vivem à conta do Estado, pode-se dizer que existem 700Mil funcionários públicos.
Médicos, Enfermeiros, Juizes, Professores, Policias, etc..
Agora a razia, e a limpeza tem de ser na função publica, existem na casa entre 2500 Euros e 5000Euros, estamos a falar de ordenados limpos, muitos milhares, e penso que será aí que a limpeza terá de ser feita.
Alguém sabe quantos assesores existem?? Certamente uns milhares, com quaisquer 1000 Euros limpos, seri abem remunerado, pois afinal, muitos deles fazem das 9 as 17horas, não sao como por exemplo enfermeiros, ou policias, que trabalham noites e fins de semana e nem levam 1000 Euros para casa.
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por MarcoAntonio » 6/9/2010 19:37

Arnie, já não estás a falar bem das mesmas coisas (ou das coisas a que eu respondi ontem). Eu nas minhas respostas foquei essencialmente duas coisas e elas têm pouco que ver com o que escreveste agora. Porque eu sou inclusivamente muito capaz de concordar que o que descreveste aplica-se a uma quantidade enorme de pessoas da dita/chamada classe média e é capaz de descrever razoavelmente o estilo de vida actual de muito boa gente...


Em todo o caso, levanta-se aqui também uma outra questão...

Arnie Escreveu:Mas quem tem capacidade de passar as férias fora são aqueles que ainda têm capacidade de "sustentar" o país, ou seja, apesar de tudo, ainda não sentem pressão no seu orçamento.


Tu também argumentavas que quem passa férias fora não sente ainda a pressão da crise. Mas nesta descrição última, já surges a dizer que essas mesmas pessoas abdicam de ir ao dentista e poupam no supermercado porque o dinheiro não estica (pois e eu acrescento até que há uns anos - parece-me - andava tudo no dentista e os supermercados "discount", creio, nem estavam tanto na moda como agora). Resumindo: parece-me que a tua própria descrição contempla que a classe média está afinal a sentir a pressão da crise. Não talvez contudo da forma que tu achas que devia sentir (isto é, o que realmente estás a colocar em causa são as prioridades de cada um).



Eu quero voltar a frizar que há várias coisas que dizes com que eu sou bem capaz de concordar. Mas acho que estás a misturar vários assuntos e a retirar algumas das conclusões de onde elas não deveriam ser retiradas (como sobre quem sustenta o quê, a título de exemplo).
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por arnie » 6/9/2010 19:12

A resposta vai ser simples, sem "quotes" pois isto durante a semana o tempo é contado ao segundo.

Sim, muito provavelmente ando muito ao sabor das suposições, ou não, se calhar depende do meio onde cada um vive :roll:

Eu passo o dia a lidar com pessoas de classe média, ou pelo menos, exteriormente, aparentam ser (marido e mulher trabalham, ou apenas 1 deles trabalha, têm 1 a 2 carros, moram num andar ou vivenda e têm 1 ou 2 filhos em idade escolar), pessoas trabalhadoras, outras nem por isso, e vejo o que eles fazem, logo, suponho que a grande maioria das pessoas iguais a estas reagem da mesma maneira.

Os subsídios de ferias é para irem para o Algarve ou México, mesmo que o filho precise de um aparelho dentário. O subsidio de Natal é para as prendas, mesmo que o carro necessite de ir à oficina. Tomam o pequeno almoço todos os dias fora, andam vestidos de marca dos pés à cabeça, vão aos ditos restaurantes aos fins de semana e a no meio do mês lá estão eles no Modelo a comprar comida tudo de marca branca pois, naturalmente que o dinheiro não chega para tudo.

Eu vejo muita gente a viver desta maneira todos os dias, logo, suponho que a grande maioria das pessoas que vive ao mesmo nível, vive também assim.

OK, começasse a ver finalmente mudanças e talvez a crise devesse realmente ir mais fundo para que essas mudanças fossem também elas mais fundas, de maneira criar uma nova mentalidade.

Sim, talvez a percentagem dos que vão para resorts de luxo seja pequena, no entanto, isto cria aqueles sentimentos se inveja que nós seres humanos tanto gostamos e mesmo com orçamentos apertados... sei lá, deixa ver como vivem os ricos...

Quanto à origem das novas fortunas que estão a aparecer... bem, é sabido que o azar de uns é a sorte de outros. Agora se essa sorte é "divina" ou "forçada"...
Bons negocios,
arnie
 
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por JMHP » 6/9/2010 19:08

A nossa economia é uma verdadeira bomba relógio que ameaça explodir a qualquer momento. Se tal acontecer é muito provável que o resultado seja comparável á Grécia actual ou ainda mesmo pior, até porque a economia e finanças Grega ameaçam novo e duro revés.

É mera questão de tempo até os portugueses de um modo geral sentirem a situação débil e perigosa do país e tem existido vários sinais nesse sentido com várias empresas e instituições do Estado ameaçarem ruptura até o final do ano.

Não sei se andam atentos, mas ainda na semana passada o ministério das finanças permitiu o aumento de endividamento de algumas empresas públicas de modo a não entrarem em incumprimento e a divida publica continua imparavelmente a aumentar.
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por pocoyo » 6/9/2010 10:38

Penso que já o disse aqui;

A minha visão passa pelo seguinte, esta tendencia de subsidio dependencia vai aumentar, em parte devido à forte concorrencia, que obrigará a empresas a serem mais eficientes, usando tecnologia de ponta para serem competitivas, logo eliminando postos de trabalho.

Vejam o caso da Brisa, continente, etc...

Claro que quem tiver mais rendimentos vai ter que pagar ainda mais impostos.

PS. O exemplo mais gritante é o da agricultura.
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por Elias » 6/9/2010 10:15

EuroVerde Escreveu:O Estado é uma vaca que dá leitinho e todos (grandes e pequenos) podem CFN na teta enquanto ela dá leite


A censura do Caldeirão no seu melhor :lol:
 
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por EuroVerde » 6/9/2010 10:08

O problema não é só 5 milhões a viver do Estado!
Se essas pessoas precisam do Estado, o Estado também precisará de algumas delas (trabalhadores).
O problema é o Estado mal gerido, andar a enfiar milhões em nacionalizações p não deixar falir, ou investimentos em obras que não geram liquidez nenhuma para os cofres e que consomem quantidades brutas de capital, o despesas com auditorias,etc.

O Estado é uma vaca que dá leitinho e todos (grandes e pequenos) podem CFN na teta enquanto ela dá leite, mas alguns esquecem que a vaca precisa de erva p viver, e se o tempo é de escassez, poucos estão empenhados em reconstruir/nutrir a vaca. Mas os que se empenharem na sua nutrição e levá-la de novo à engorda, um dia quererão algo em troca...
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por Automech » 6/9/2010 1:55

Domingo, 5 de Setembro de 2010 | 12:45

Mercado da estética passou ao lado da crise

O mercado da estética em Portugal está em expansão, tendo sentido pouco a crise económica dos últimos dois anos e aumentando mesmo o número de clientes e tratamentos, disseram responsáveis de várias clínicas contactadas pela Lusa.

Todas as empresas contactadas avançam ter planos de expansão e apenas uma refere ter faturado menos no principal ano da crise, ou seja, no ano passado.

A maturidade do mercado, a maior quantidade de informação disponibilizada e o aumento do setor privado são as principais razões apontadas para um crescimento generalizado da procura.


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=467516
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por mfsr1980 » 5/9/2010 23:19

Bom, na minha modesta opinião quem gastou milhões ainda faz pouco tempo, foi o estado para renovar a frota e olha que foram BM's, Audi's e Mercedes... por isso não me admira nada que os números dessas marcas estejam empolados.
Em relação ao dinheiro, ainda hà pessoas com algumas economias (Graças a Deus) porque terão que ser essas a investir logo que chegue o momento oportuno. Por enquanto não dá para investir porque não somos competitivos em nada(investir agora seria um acto de loucura e um bom empresário não desperdiça balas). Os funcionários públicos que tenham uma posição relevante no aparelho de estado e um ordenado acima da média também podem fazer esse devaneio. Eu fui a Espanha mas o meu caso é diferente pois tenho lá casa e assim gasto menos. :)

Abraço mfsr1980
 
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por MarcoAntonio » 5/9/2010 22:53

arnie Escreveu:
Mas quem tem capacidade de passar as férias fora são aqueles que ainda têm capacidade de "sustentar" o país, ou seja, apesar de tudo, ainda não sentem pressão no seu orçamento.



Não concordo nada com isto...

Quem sustenta o país é quem produz (sobre as suas mais variadas formas) e infelizmente, como não vivemos num país/sociedade perfeita - as pessoas não têm rendimentos exactamente em linha com o que produzem (poderá e certamente existirá uma correlação, mas não são uma e a mesma coisa). Portanto, há pessoas (inclino-me para dizer uns milhões, que estão a sustentar o país e não têm condições - ou acham que não têm e decidem ficar em casa - para passar férias fora). De entre os que vão passar férias, há os que estão a sustentar o país e também não faltará os que estão a "parasitar", sobre as mais diversas formas de parasitação. Ou tu achas que um tipo - assim a tipo de exemplo - que tem uma empresa, vive graças às ajudas do estado e no final arranja condições para passar férias de luxo está a sustentar o país? Eu acho que ele está a fazer precisamente o oposto de o sustentar!

Aliás, não faltarão ainda os que são produtivos, sustentam o país e conseguem ir passar umas férias mas não de luxo...


arnie Escreveu:
A minha pergunta é, e quando começarem a sentir essa pressão? Quanto tempo é que se aguentarão sem pedir qualquer tipo de apoio?



Como digo, ao falares de férias de luxo, estás a falar de uma pequenina parcela da população e eu inclino-me para considerar que uma grande parte dessas pessoas não está em condições de "sentir pressão" e estão bastante alheias à crise. A crise não passa por elas (e nalguns casos até podem melhorar de vida enquanto a crise se vai agudizando).

Também há claro aqueles que insistem em passar férias de luxo, são capazes de abdicar de outras coisas ou endividarem-se para passarem essas férias. Há de tudo um pouco, certamente...



arnie Escreveu:
É aqui neste ponto que eu continuo a bater.
Independentemente das idas aos restaurantes ou a compra daquele relogio Cartier poderem ser amostragens sem qualquer significado, é esta "classe" que está a "sustentar" o país neste momento.



Insistes muito neste ponto mas isto está muito perto de não fazer sentido nenhum na minha opinião. Muitas dessas pessoas estão na minha opinião a fazer efectivamente e precisamente o oposto do que sugeres: estão a afundar o país!


arnie Escreveu:
O que vai ser do país se esta "classe" começar a sentir na pele o efeito da crise no caso desta se agravar?



Poderá ir para melhor, finalmente. Mas grande parte, por um motivo ou outro, não está em risco de sentir muito na pele ao ponto de ter de abdicar de férias de luxo...

Aliás, terás de ver também o que é que as férias representam para um individuo/família no seu orçamento e que não são proporcionais ao seu rendimento.

Basta pensares que numa família, o pai ou a mãe fica desempregado num dado ano e como consequência podem abdicar (com relativa facilidade) de passar férias (é que nem de luxo nem de coisa nenhuma). E outro individuo, que no meio da crise perdeu um negócio de 5 milhões de euros, pode perfeitamente continuar a pagar uns milharzecos de euros para passar férias 5 estrelas durante 2 ou 3 semanas com a sua família num qualquer resort (e os seus filhos, depois das férias, continuarão a frequentar colégios privados e etc, etc)!

Dito de outra forma: para uma classe, mesmo que afectada pela crise, as férias são algo que vai ser pouco ou nada modificado enquanto que noutra classe pode levar mudanças de atitude dramáticas...


arnie Escreveu:
Daí os meus receios desta "classe" que ainda tem capacidade financeira não estar a precaver-se para uma possível eventualidade de...


O que me preocupa não é se se precavêm ou não mas como estão a ser obtidos os rendimentos (se calhar, alguns não se precavêm porque acham que têm as costas quentes e a forma como obtêm os rendimentos não está muito dependente do grau de crise, pelo menos com uma boa margem de manobra).
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por Elias » 5/9/2010 22:44

arnie Escreveu:É óbvio que não, mas estando em Portugal, naturalmente que tenho que falar dos portugueses.


De acordo, mas da forma como te expressaste ("a sensação que tenho é que a Europa dá sinais de se estar a desmoronar e os portugas continuam a viver como se não houvesse amanhã.") parecia que achavas que o problema só acontecia em Portugal.

arnie Escreveu:Mas quem tem capacidade de passar as férias fora são aqueles que ainda têm capacidade de "sustentar" o país, ou seja, apesar de tudo, ainda não sentem pressão no seu orçamento.


arnie, isto é uma suposição!
Como é que tu sabes que as pessoas a que te referes não sentem pressão no orçamento?

arnie Escreveu:é esta "classe" que está a "sustentar" o país neste momento.


Outra suposição!
Em que te baseias para afirmar que eles é que estão a sustentar o país?
Estarás a partir do princípio de que todos declaram os seus rendimentos, pagam os seus impostos e que estes são necessariamente elevados?
 
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por arnie » 5/9/2010 22:38

Elias Escreveu:E achas que são só os portugueses?


É óbvio que não, mas estando em Portugal, naturalmente que tenho que falar dos portugueses.
É um problema mundial, o recurso ao crédito sem qualquer tipo de restrição, pelo menos, não antes desta crise.

MarcoAntónio Escreveu:As viaturas de luxo, quando aparecem na comunicação social, dizem respeito a "porsches, ferraris, etc"


Por acaso, se bem me lembro, aquele pico de vendas à uns meses atrás, fizeram referencia a BM's, Mercedes e Audis. Apesar da banalidade destas marcas nos dias de hoje, continuam a ser considerados carros de luxo.

MarcoAntónio Escreveu:Quando se fala de férias de luxo e que aumentaram ou diminuiram, convém ter noção do que estamos a falar em termos quantitativos. Ora... cerca de metade dos portugueses não passa férias sequer (isto é, não sai de casa!).

A outra metade, vai passar férias a algum lado. E desses, só uma pequena parte vai para locais 5 estrelas. Ora, essa parcela pode aumentar ou diminuir que não podemos, de forma nenhuma, tirar conclusões generalizadas (ou então poderemos, ao olhar para os números todos, tirar por exemplo conclusões do tipo "as assimetrias estão a aumentar").


Mas quem tem capacidade de passar as férias fora são aqueles que ainda têm capacidade de "sustentar" o país, ou seja, apesar de tudo, ainda não sentem pressão no seu orçamento.

A minha pergunta é, e quando começarem a sentir essa pressão? Quanto tempo é que se aguentarão sem pedir qualquer tipo de apoio?

É aqui neste ponto que eu continuo a bater.
Independentemente das idas aos restaurantes ou a compra daquele relogio Cartier poderem ser amostragens sem qualquer significado, é esta "classe" que está a "sustentar" o país neste momento.

O que vai ser do país se esta "classe" começar a sentir na pele o efeito da crise no caso desta se agravar?

Daí os meus receios desta "classe" que ainda tem capacidade financeira não estar a precaver-se para uma possível eventualidade de...
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por MarcoAntonio » 5/9/2010 22:03

Já agora, aqueles números da marktest dizem respeito a 2009. Um estudo internacional mais recente, dizendo respeito a 2010, aponta para 66% dos portugueses a ficar em casa (não devem ser comparados directamente para concluir quanto aumentou, se é que aumentou, porque são estudos diferentes que podem seguir metodologias e critérios diferentes).

http://economia.publico.pt/Noticia/dois ... as_1444304

Mas vale a pena atentar nisto que mostra de forma relativamente clara que "férias caras" é coisa para muito poucos:


(...)

Portugal é um dos países onde menos se gasta em período de lazer, já que dois terços dos portugueses não pretendem fazer despesas, 17 por cento vão gastar até 500 euros e apenas sete por cento mais de mil euros.

(...)
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Automech » 5/9/2010 22:01

Elias Escreveu:
arnie Escreveu:a sensação que tenho é que a Europa dá sinais de se estar a desmoronar e os portugas continuam a viver como se não houvesse amanhã.


E achas que são só os portugueses?
Fazes ideia do que se passa no Reino Unido, por exemplo? É a loucura total, o pessoal endivida-se para ir de férias porque os amigos também vão!

Vê esta notícia de há dois meses, por exemplo: http://www.tfgi.com/201007/uk-residents ... with-debt/


É falta de cultura financeira, além de falta de bom senso.

E infelizmente o estado passa sinais errados (que depois são lidos ainda mais erradamente pelas pessoas).

O subsidio social de desemprego impede que quem tenha 100 mil euros no banco receba esta prestação. Mas se tiver 50.000 mil e um BMW já não há problema...
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