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Caldeirão da Bolsa

Uma época de recessão em W

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por mapaman » 5/8/2010 21:30

canguru Escreveu:
mapaman Escreveu:olá,
dúvido que alguem daqueles que citou metas $$ em algo com maus fundamentais.


nada como ler o market wizards para clarificar a sua dúvida.


decididamente, eu não me devo andar a explicar bem.
aqui vai a 3ª tentativa:

mapaman Escreveu:olá,
Meta o gráfico da JM e do BCP á frente deles e antecipe qual será a escolha.


eu não preciso que olhar para os fundamentais para saber em qual delas se entra longo. o gráfico mostra tudo. mínimos e máximos relativos sucessivamente mais elevados na JMT, maior força relativa face ao PSI, máximos históricos, etc...

mapaman Escreveu:Fundamentais macroeconomicos são importantes sim,quanto mais não seja para "saber" qual o sentido do movimento principal.


exacto. em 2009 o SP500 subiu 80% porque os fundamentais macroeconómicos eram excelentes.
se fosse ligar aos dados macro não só não tinha feito dinheiro em 2009 como ainda tinha torrado bastante a shortar.

mapaman Escreveu:A seguir a bons resultados,seguem-se as boas noticias,o aumento dos Price targets e as recomendações,mas claro isso para si não interessa.


a mim não me interessa mesmo.
não olho a price targets.
não ligo a recomendações.
só olho para o gráfico.

ah, e sobretudo não ligo a futurologia sobre cenários de recuperação em U, V W, Z, Y, etc..


Ok,já percebi,vou ler o livro e depois olhar atentamente para os gráficos.

Se calhar,vou tambem atirar uns búzios lá para cima,pode ser que os ditos "falem" e assim já não é necessário aquela parte de olhar atentamente.

obrigado,mas tenho a certeza que não percebeu: Eu negoceio com base em AT algumas coisas,agora outras nem pensar.
"Não perguntes a um escravo se quer ser livre".Samora Machel
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por EuroVerde » 5/8/2010 12:45

Devo dizer que não posso deixar de dar razão a canguru.
Mas obviamente eu olho para os fundamentais, mas não ligo às recomendações de casas de investimento nem de bancos porque nunca sabemos quando estão falar sério. (tb não tenho qualquer ligação a tal banco)

Primeiro acontece o movimento na cotação e só depois aparece a noticia, e na maior parte das vezes a empresa desce de preço e logo a seguir os midia bombardeiam com noticias negativas e nunca se sabe onde o preço pára e é vê-los a comprar.
Por vezes o preço sobe e vai subindo e só depois aparece as noticias positivas e por vezes ainda sobe mais e é vê-los a vender, mas nunca se sabe até onde vai subir. Pode corrigir um dia forte mas os próximos 5 dias recompensa esse dia de distribuição.
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por canguru » 5/8/2010 10:20

mapaman Escreveu:olá,
dúvido que alguem daqueles que citou metas $$ em algo com maus fundamentais.


nada como ler o market wizards para clarificar a sua dúvida.


decididamente, eu não me devo andar a explicar bem.
aqui vai a 3ª tentativa:

mapaman Escreveu:olá,
Meta o gráfico da JM e do BCP á frente deles e antecipe qual será a escolha.


eu não preciso que olhar para os fundamentais para saber em qual delas se entra longo. o gráfico mostra tudo. mínimos e máximos relativos sucessivamente mais elevados na JMT, maior força relativa face ao PSI, máximos históricos, etc...

mapaman Escreveu:Fundamentais macroeconomicos são importantes sim,quanto mais não seja para "saber" qual o sentido do movimento principal.


exacto. em 2009 o SP500 subiu 80% porque os fundamentais macroeconómicos eram excelentes.
se fosse ligar aos dados macro não só não tinha feito dinheiro em 2009 como ainda tinha torrado bastante a shortar.

mapaman Escreveu:A seguir a bons resultados,seguem-se as boas noticias,o aumento dos Price targets e as recomendações,mas claro isso para si não interessa.


a mim não me interessa mesmo.
não olho a price targets.
não ligo a recomendações.
só olho para o gráfico.

ah, e sobretudo não ligo a futurologia sobre cenários de recuperação em U, V W, Z, Y, etc..
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por Bull Bull » 5/8/2010 9:52

canguru Escreveu:
Bull Bull Escreveu:
canguru Escreveu:Bull, este género de artigos infuência o teu trading?


Já agora gostava de saber a tua opinião

cumprimentos


olá Bull,

eu não ligo ao fundamentais e menos ainda à futurologia feita pelos ditos gurus.

olhando para o teu estilo de trading e escala temporal em que negoceias, acho que até pode ser contraproducente.


Cangaru, é bastante importante a parte fundamental. Apesar de fazer alguns trades, a minha carteira principal está out, á espera de dias melhores.

cumprimentos
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por mapaman » 5/8/2010 9:39

olá,

dúvido que alguem daqueles que citou metas $$ em algo com maus fundamentais.

Meta o gráfico da JM e do BCP á frente deles e antecipe qual será a escolha.

Fundamentais macroeconomicos são importantes sim,quanto mais não seja para "saber" qual o sentido do movimento principal.

Fundamentais das empresas são importantes sim,quanto mais não seja para perceber como vai "indo a vida".

A seguir a bons resultados,seguem-se as boas noticias,o aumento dos Price targets e as recomendações,mas claro isso para si não interessa.

Pelo menos para quem está fora acredito que não,agora quem beneficia disso por antecipação só pode sorrir com frases do tipo "não ligo nada aos fundamentais".

Então quando se misturam fundamentais com informação antecipada acerca dos mesmos,isso é que não serve mesmo para nada.

abraço
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por canguru » 5/8/2010 1:24

mapaman Escreveu:Já que citou o Gartman eis a regra nº 10 do dito:

To trade successfully, think like a fundamentalist; trade like a technician. It is imperative that we understand the fundamentals driving a trade, but also that we understand the market’s technicals. When we do, then, and only then, can we or should we, trade.

Ya right,como diria um ilustre nick deste fórum.

negociar empresas com maus fundamentais é o mesmo que emprestar dinheiro a quem não pode pagar!


Num os videos do recentes do Gartman ele dizia que tinha trabalhado com a uma tipa absolutamente fabulosa em previsões económicas (antecipar ciclos, PIB's , défices, etc...) Contúdo tinha sempre razão cedo de mais e acabava por perder dinheiro ao contrário dos seus colegas cuja estatégia era tão simples quando olhar atentamente para o gráfico.

Ah, o mesmo Gartman cita e re-cita Keynes "Markets can remain irrational a lot longer than you and I can remain solvent."

E quanto ao Paul Tudor Jones, ao Marty Schwartz, ao Larry Hite, e ao Ed Seykota, chegou a encontar alguma regra deles em que o seu trading fosse influênciado pelas previsões macroeconómicas?

A minha resposta foi dirigida ao Bull e manifestei a minha maneira de pensar e de agir no mercado. Mas repare que não sou exemplo para ninguém (ganhos abaixo do principal benchmark - SPX - e alguma falta de disciplina no 1º ano).

Todavia eu encontrei o meu método. Testei-o e tenho confiança nele (ainda recentemente adaptei-o à volatilidade) apesar da sua simplicidade.

Se você, o Bull ou outro participante conseguir ser bem sucedido com AF ou previsões macroeconómicas fico igualmente feliz.

Take it easy, dude.
It's summer time!
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por mapaman » 5/8/2010 0:58

Já que citou o Gartman eis a regra nº 10 do dito:

To trade successfully, think like a fundamentalist; trade like a technician. It is imperative that we understand the fundamentals driving a trade, but also that we understand the market’s technicals. When we do, then, and only then, can we or should we, trade.

Ya right,como diria um ilustre nick deste fórum.

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por canguru » 4/8/2010 21:04

mapaman Escreveu:
canguru Escreveu:
Bull Bull Escreveu:
canguru Escreveu:Bull, este género de artigos infuência o teu trading?


Já agora gostava de saber a tua opinião

cumprimentos


olá Bull,

eu não ligo ao fundamentais e menos ainda à futurologia feita pelos ditos gurus.

olhando para o teu estilo de trading e escala temporal em que negoceias, acho que até pode ser contraproducente.


Negociar mercados e não ligar aos fundamentais é o mesmo que fazer body sem prancha.Os mercados existem devido ao lado fundamental e não ao técnico e conseguir ou pelo menos tentar, negociar o que quer que seja com bons fundamentais é a melhor aproximação possivel.

Quanto mais longo o prazo de investimento maior a importância dos fundamentais.

cumps


epá, então o Paul Tudor Jones, o Marty Schwartz, o Larry Hite, o Ed Seykota, o Dennis Gartman et al tem andando todos estes anos enganados.
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por mapaman » 4/8/2010 20:44

canguru Escreveu:
Bull Bull Escreveu:
canguru Escreveu:Bull, este género de artigos infuência o teu trading?


Já agora gostava de saber a tua opinião

cumprimentos


olá Bull,

eu não ligo ao fundamentais e menos ainda à futurologia feita pelos ditos gurus.

olhando para o teu estilo de trading e escala temporal em que negoceias, acho que até pode ser contraproducente.


Negociar mercados e não ligar aos fundamentais é o mesmo que fazer body sem prancha.Os mercados existem devido ao lado fundamental e não ao técnico e conseguir ou pelo menos tentar, negociar o que quer que seja com bons fundamentais é a melhor aproximação possivel.

Quanto mais longo o prazo de investimento maior a importância dos fundamentais.

cumps
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por canguru » 4/8/2010 19:09

Bull Bull Escreveu:
canguru Escreveu:Bull, este género de artigos infuência o teu trading?


Já agora gostava de saber a tua opinião

cumprimentos


olá Bull,

eu não ligo ao fundamentais e menos ainda à futurologia feita pelos ditos gurus.

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por Bull Bull » 4/8/2010 13:25

canguru Escreveu:Bull, este género de artigos infuência o teu trading?


Já agora gostava de saber a tua opinião

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por Bull Bull » 4/8/2010 13:23

canguru Escreveu:Bull, este género de artigos infuência o teu trading?


Diria que ajuda a perceber qual a tendência principal em caso de dúvida e o que poderá acontecer nos próximos tempos.

Já algum tempo atrás antes de atingirmos o máximo no sp500, o Roubini alertou para outros problemas.

Quando a fonte é de uma pessoa com alguma credibilidade fico sempre atento ao desenrolar da economia.

Os aspectos fundamentais são muito importantes para uma analise de um Índice.
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por canguru » 4/8/2010 12:16

Bull, este género de artigos infuência o teu trading?
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Uma época de recessão em W

por Bull Bull » 4/8/2010 11:25

A economia global, artificialmente impulsionada desde a recessão de 2008-2009 por um forte estímulo monetário e orçamental
A economia global, artificialmente impulsionada desde a recessão de 2008-2009 por um forte estímulo monetário e orçamental e por resgates financeiros, está a caminho de uma forte contracção este ano, à medida que o efeito destas medidas se dissipa. Pior ainda, os principais excessos que alimentaram esta crise - demasiada dívida e demasiada alavancagem no sector privado (agregados familiares, bancos e outras entidades financeiras, e inclusivamente grande parte do sector empresarial) - não foram solucionados.

A desalavancagem do sector privado ainda agora começou. Por outro lado, o sector público das economias avançadas está neste momento sujeito a uma forte realavancagem devido à acumulação de enormes défices orçamentais e de dívida pública, alimentados pelos estabilizadores automáticos, pelos estímulos orçamentais anti-cíclicos Keynesianos e pelos imensos custos de socialização das perdas do sistema financeiro.

Na melhor das hipóteses, estamos perante um prolongado período de crescimento anémico, abaixo daquilo que é a tendência geral nas economias avançadas, à medida que a desalavancagem por parte das famílias, das instituições financeiras e dos governos começa a repercutir-se no consumo e no investimento. A nível global, os países que gastam demasiado - os Estados Unidos, o Reino Unido, Espanha, Grécia e outros - precisam agora de se desendividar e estão por isso a gastar menos, a consumir menos e a importar menos.

No entanto, os países que pouparam em demasia - como é o caso da China, da Ásia emergente, Alemanha e Japão - não estão a gastar mais para compensar a diminuição dos gastos por parte dos países que estão em fase de desalavancagem. Assim, a retoma da procura agregada mundial será débil, fazendo com que haja uma desaceleração do crescimento mundial.

O abrandamento global - já evidente nos dados do segundo trimestre de 2010 - irá acelerar na segunda metade do ano. Os estímulos orçamentais irão desaparecer, à medida que os programas de austeridade forem sendo aplicados na maioria dos países. A fase de reconstituição dos inventários, que impulsionou o crescimento durante alguns trimestres, irá terminar.

Os efeitos das políticas tributárias que incentivavam, por exemplo, a compra de automóveis e de casas - penalizando a procura no futuro - irão diminuir conforme esses programas forem expirando. As condições do mercado laboral continuam débeis, com pouca criação de empregos e uma sensação generalizada de mau-estar a ganhar terreno entre os consumidores.

Mesmo que evitemos uma recessão em forma de W (o chamado "double dip"), o cenário mais provável que se coloca às economias avançadas é o de uma medíocre recuperação, em forma de U. Nos Estados Unidos, o crescimento anual estava já abaixo da tendência geral no primeiro semestre de 2010 (com 2,7% no primeiro trimestre e uma previsão de 2,2% entre Abril e Junho). E o crescimento da economia norte-americana deverá abrandar ainda mais, para 1,5%, na segunda metade deste ano e também em 2011.

Quer o desempenho económico dos Estados Unidos seja em forma de U ou de W, irá muito provavelmente assemelhar-se a uma recessão em termos de efeitos. Para isso contribuirá uma medíocre taxa de criação de empregos e um novo aumento do desemprego, elevados défices orçamentais cíclicos, uma nova queda nos preços das casas, maiores perdas por parte dos bancos relacionadas com os empréstimos hipotecários, com o crédito ao consumo e outros créditos, e o risco de que o Congresso adopte medidas proteccionistas contra a China.

No que diz respeito à Zona Euro, as perspectivas ainda são piores. O crescimento poderá ser quase nulo em finais deste ano, conforme as medidas de austeridade orçamental forem surtindo o seu efeito e os mercados accionistas começarem a cair. Os fortes aumentos nos "spreads" da liquidez soberana, empresarial e interbancária contribuirão para aumentar o custo do capital e intensificarão a aversão ao risco, a volatilidade e o risco soberano, o que minará ainda mais a confiança dos empresários, dos investidores e dos consumidores. A debilitação do euro será positiva para a balança externa da Europa, mas esses benefícios serão mais do que ofuscados pelos danos que isso provocará nas exportações e nas perspectivas de crescimento nos Estados Unidos, na China e na Ásia emergente.

Até mesmo a China está a dar sinais de um abrandamento da economia, devido às tentativas do governo para controlar o sobreaquecimento económico. A desaceleração nas economias avançadas, de par com um euro mais fraco, vão penalizar ainda mais o crescimento na China, fazendo com que a sua taxa de crescimento (superior a 11%) caia para cerca de 7% em finais deste ano. Isto é uma má notícia para o crescimento das exportações no resto da Ásia e para os países ricos em matérias-primas, que dependem cada vez mais das importações por parte da China.

Uma importante vítima será o Japão, onde o anémico crescimento do rendimento real está a penalizar a procura interna e onde as exportações para a China é que têm sustentado o pouco crescimento deste país. O Japão padece também de um baixo crescimento potencial, devido à ausência de reformas estruturais e a governos fracos e ineficazes (quatro primeiro-ministros em quatro anos), a um grande volume de dívida pública, a tendências demográficas desfavoráveis e a um iene forte que valoriza ainda mais em períodos de aversão global ao risco.

Um cenário em que o crescimento dos Estados Unidos cai para 1,5%, a Zona Euro e o Japão estagnam e o crescimento da China desacelera para níveis inferiores a 8% poderá não implicar uma contracção mundial mas, nos EUA, parecerá que sim. E qualquer outro choque adicional poderá agravar esta conjuntura instável, o que empurraria a economia mundial de novo para a recessão.

As potenciais fontes de um choque desse tipo são inúmeras. Os problemas associados ao risco soberano na Zona Euro poderão agravar-se, levando a uma nova ronda de correcção nos preços dos activos, à aversão ao risco a nível global, à volatilidade e ao contágio financeiro. Um ciclo vicioso de correcção dos preços dos activos e de crescimento mais fraco, de par com contratempos inesperados que não estão ainda a ser descontados pelos mercados, poderia provocar novas quedas nos preços dos activos e enfraquecer ainda mais o crescimento - uma dinâmica que conduziu a economia mundial à recessão.

A eventualidade de um ataque militar israelita contra o Irão nos próximos 12 meses também não é de excluir. Se isso acontecer, as cotações do petróleo poderão rapidamente disparar e, tal como sucedeu no Verão de 2008, despoletarem uma recessão a nível mundial.

Por último, os responsáveis políticos estão a ficar sem ferramentas. Injectar mais liquidez no mercado não fará grande diferença. A margem de manobra para um outro programa de estímulo orçamental é quase nula na maioria das economias avançadas, e a capacidade para resgatar instituições financeiras que são demasiado grandes para falir - mas também demasiado grandes para serem salvas - estará muito restringida.

Assim sendo, à medida que as ilusões dos optimistas cheios de esperança numa rápida retoma em forma de V se forem evaporando, o mundo avançado conseguirá entrar, na melhor das hipóteses, numa retoma em forma de U, o que, nalguns casos - como na Zona Euro e no Japão -, poderá durar tempo suficiente para se transformar numa retoma em forma de L, aproximando-se assim da depressão. Desta forma, será difícil evitar uma recessão em forma de W.

Num caso desses, a retoma nos mercados emergentes mais robustos - que são a grande esperança da economia global - será penalizada, porque do ponto de vista económico nenhum país é uma ilha. Com efeito, o crescimento de muitas economias com mercados emergentes - a começar pela China - está fortemente dependente de economias avançadas que estão a conter-se nos gastos.

Apertem os cintos que a viagem vai ser acidentada.


Nouriel Roubini é professor de Economia na Stern School of Business, Universidade de Nova Iorque, é "chairman" da consultora global de macroeconomia Roubini Global Economics (www.roubini.com) e é co-autor do livro intitulado Crisis Economics: A Crash Course in the Future of Finance

Fonte: jornal negócios
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