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Caldeirão da Bolsa

O estado da Educação pode levar-nos à ruina

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Sugestão

por A330-300 » 16/7/2010 8:11

Acho que o título do tópico deveria ser:

O Estado da educação não nos vai tirar da ruína

A330
 
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ah pois é !

por Pedro73 » 16/7/2010 0:48

Ainda a escola ?

Então a reforma da escola ainda não está feita ?

Então o problema não era a "avaliação dos professores?"

Depois da "avaliação dos professores" não era suposto ficar tudo resolvido na escola ?

Pois é meus amigos "com papas e bolos se enganam os tolos" !

E problema da escola está no constante desinvestimento no sector, sendo a fantochada da discussão em torno da avaliação de professores e o mediocre modelo resultante mais um passo nesse constante desinvestimento !

Façam exames sérios/rigorosos aos nossos estudantes nas áreas de ciências e vos garante que a média nacional não chega sequer aos 40 % de positivas, isto para qq um dos ciclos !
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por angeloandrade » 16/7/2010 0:05

A situação começa a ser catastrófica a todos os níveis, sejam eles, ao nível da Escola, das direcções regionais, do ministério, do GAVE, etc.
As notas dos alunos são super inflacionadas, acreditem, sem critério algum. Existem várias turmas que 90% dos alunos têm notas superiores a 16 em todas as disciplinas. O que não podemos considerar normal quando me refiro a turmas, e não turma. Também há disciplinas que na análise de final de ano à avaliação é possível observar no ensino secundário, 100% de sucesso, ou seja, sem retenções. Com alunos a cifrar as suas notas entre os 17 e os 20 valores em mais que uma turma. Estes dados remetem-nos para alunos de topo que não o são, infelizmente. Aparecem vários alunos, em várias turmas e a várias disciplinas com notas de 20 valores.
O meu problema é que se vive e viverá na mentira, na ilusão de um país que não o é. O GAVE faz o favor de manter a chama da ilusão acesa porque as médias das notas têm vindo a melhorar. O que não é verdade, dado que os exames são bastante mais acessíveis, isto não sou eu que o digo mas sim a sociedade portuguesa de matemática, os departamentos de ciências, etc.
Relativamente a minha disciplina, que é vista pela maioria como sendo menos importante, a Educação Física, ai as notas são escandalosas, ora por incompetência/esperteza do professor ou por forças superiores. Para terem um exemplo, vou-vos elucidar com 3 exemplos:
Escola A: Colegas de Educação Física que atribuem notas de 18/19/20 a todos os alunos porque desta forma garantem que no próximo ano fiquem com as melhores turmas, ou seja, turmas dos alunos menos problemáticos.
Escola B: Director da Escola chama vários colegas de Educação Física à direcção para os repreender que a nota de educação física deve ser sempre superior relativamente as outras disciplinas porque o aluno não pode ser prejudicado devido à educação física.
Escola C: filha da Directora é aluna na Escola, chega um professor de educação física à escola em regime de substituição e é professor da referida aluna: aluna que considera razoável apresenta no primeiro período a melhor nota da turma, 18 valores (nota essa que esse professor não foi responsável). No segundo período passa para 16, porque 1º e 2º período valem respectivamente 50% da nota do segundo período. No terceiro período aluna esta avaliada em 15 quando chega a colega para retomar a actividade. Esse professor substituto sai da escola mas é avaliado em 9,6 (avaliação de docentes) pelo avaliador através das aulas observadas, portfólio e vejam bem, trabalho científico. Quando a direcção pegou na avaliação a nota passou para 8 e posteriormente para bom, ou seja não existiu cota para este professor. Que até um trabalho científico apresentou.
Ou seja, muito mal vai a nossa educação…
 
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por Games and Fun » 15/7/2010 19:48

Dizes que conheces a realidade, mas a realidade não é assim como a enuncias. Os professores sabem bem como devem avaliar, no entanto as pressões que existem actualmente para se passar um aluno são tantas e de tanta ordem, que os bons professores que são muitos, ao contrario dos desleixados que são poucos, simplesmente desistem e acabam por entrar no sistema que se montou de facilitismo, baixam a fasquia cada vez mais e mesmo com a fasquia já no chão, muitas vezes tem os professores que empurrar os alunos. Actualmente qualquer aluno que reprove e apresente recurso, dificilmente não lhe é dada razão, é tudo vasculhado ao pormenor e basta um vicio de forma, uma quqlquer burocracia que eventualmente não tenha sido cumprida pelo professor e voilá, o menino passa. Se ele não sabe nada de nada , andou a brincar o ano todo e ainda por cima é mal educado com os professores, isso agora não interessa nada, o facto foi que nem todos os procedimentos burocráticos foram cumpridos ao milimetro...
 
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por heidje » 15/7/2010 11:32

Conheço a realidade das escolas públicas, das direcções, da DREN e a legislação. É vergonhoso. Trabalha-se para estatísticas, muitos professores desleixados, a maior parte não sabe que tem de avaliar por competências, a maior parte avalia a "olhómetro", há muito facilitismo, reprovar alunos é mal visto e põe em causa a carreira, os pais não dão educação aos filhos e os alunos são mal educados.

Há muiiitas excepções. Mas este panorama começa a ser regra.

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por mancargon » 15/7/2010 11:29

Na minha opinião a Educação, deveria ter uma vertente de educação financeira e empreendedorismo, desde os primeiros anos de escolaridade.
 
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por Be Cool » 15/7/2010 11:20

Ora bem, é verdade que os resultados dos exames de Matemática do 12.º ano são, eu diria...demasiado bons para ser verdade. Em contrapartida, noutras disciplinas fundamentais como Biologia e Geologia, Língua Portuguesa e Física e Química, os resultados foram literalmente catastróficos.

Porquê?
Não sei a razão, mas talvez a questão essencial neste assunto dos exames nacionais seja que, de tanto se falar dos maus resultados em Matemática dos alunos portugueses, o ME ou as estruturas educativas intermédias (provavelmente o GAVE), enveredaram por uma estratégia de facilitismo na Matemática. Assim, enquanto nestas últimas disciplinas, os alunos desceram em média 3 ou 4 valores da avaliação interna (ao nível da escola) para os exames, na Matemática sucedeu exactamente o inverso. E isto, apesar de a avaliação interna já ter sido sobreponderada, uma vez que beneficiou da incorporação,na maioria das escolas aderentes, dos resultados obtidos nos testes intermédios (de preparação para exame e com âmbito nacional).

Não nos devemos espantar se, agora, perante resultados tão estranhamente positivos, o ME e/ou o Gave, não venham a "corrigir o tiro", voltando a apertar os critérios de avaliação e elaboração das provas.

Mais ou menos como sucede quando um governo faz navegação à vista, em função dos resultados das sondagens...
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por ruizzz » 15/7/2010 8:24

Gostaria de deixar umas questões relacionadas com este tema.

Diz-se que hoje o nivel de exigencia é bastante baixo e que as notas são oferecidas aos alunos. Isso de certo que contrapõe com outros tempos em que o ensino era mais exigente para os alunos. A minha pergunta é se essa exigência trouxe alguns frutos?
A solucao para termos um país de pessoas cultas, instruídas e empreendedoras passa pelo nivel de exigencia?

Outra questão é a forma como é encarada o ensino. A meu ver, um aluno que chumba ou que tem uma negativa é um falhanco duplo: do professor e do aluno. Também acrescento que a maioria das escolas não tem condicoes para que sejam responsaveis pelo sucesso dos seus alunos.

Copiar modelos nórdicos parece bonito e realmente deveria ser uma boa base de partida, mas as culturas sul-europeias e nordicas tem muito pouco a ver, daí condenar ao fracasso uma copia exacta do modelo nordico.

Mais do que uma questao de modelo de educacao, penso que temos um problema cultural que nos demove de atingirmos patamares mais elevados. Infelizmente penso que se não acontecer algo de trágico que arranque o motor do país, só daqui a 1 ou 2 geracoes é que as coisas poderão mudar.
 
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por A330-300 » 15/7/2010 3:28

Concordo com o texto. O problema é que começaram com esses facilitismos na escola portuguesa por motivos políticos.Na verdade me parece existem dois motivos políticos principais;um de curto prazo e um de longo.
O de curto prazo são as eleições. È poder dizer -No meu governo não sei quantas mil crianças foram alfabetizadas.

O segundo motivo é que uma população ignorante não questiona.

Se houvessem intenções sérias era muito fácil:Já que não temos competência para criar, bastaria que copiássemos o sistema escolar finlandês que é considerado o melhor do mundo.

Mas a conclusão a que chega o forista em seu tópico é apenas mais um dos pontos que o Dr. Medina Carreira já denuncia à muito tempo.
Não é novidade nenhuma , mas como o português só dá ouvidos àquilo que lhe convém , depois aparecem aqui muito surpreendidos.

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por Mcmad » 15/7/2010 2:04

Sim, existem novas técnicas. Por exemplo diz Análise Dados que é toda em excel, quando antes seria « á la mano» :P
Confira as minhas opiniões

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por MVP » 14/7/2010 8:51

Relativamente ao ensino, o que posso falar com conhecimento de causa é que agora no secundario para exames de matematica e fisica e quimica por exemplo, podemos levar a maquina grafica apinhada com "cabulas" o que nos é permitido.

Há uns anos nem maquinas havia, e mesmo quando havia, não podiam levar o que bem lhes apetecesse. Existem algumas facilidades hoje em dia, mesmo ao nivel de trabalhos. Um aluno leva uma tarefa para casa a nivel de trabalho de pesquisa. Antigamente tudo a correr para as bibliotecas.. Hoje em dia uma pesquisa no google e um copy paste..

Cumprimentos
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por RiscoCalculado » 14/7/2010 8:48

O estado da Educação pode levar-nos à ruina ???? :shock: :lol:

Correcção :
O estado da Educação ( e a forma como a mesma (não) é valorizada pela sociedade portuguesa ) nos levou à ruína .
"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger

"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
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por Games and Fun » 14/7/2010 8:12

O texto está demasiado apertado e é dificil de leitura, mas concordo especialmente com o Titulo.

idependetemente de se concordar ou não com o que está aqui escrito, há uma verdade a que ninguem devia ficar indiferente. Efectivamente vive-se uma época de facilitismo na escola portuguesa que terá graves consequências num futuro próximo. Mesmo aqueles que podem colocar os seus filhos em colegios privados e explicações afim de compensar o facilitismo instalado, não devem ficar descansados, porque depois tem que os colocar a viver numa sociedade fraca, culturalmente atrasada e amorfa.
 
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por Mcmad » 14/7/2010 0:55

Só para acrescentar que concordo com um ensino de exigência..
Confira as minhas opiniões

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por Mcmad » 14/7/2010 0:50

Isso não é verdade. ainda hoje li algures que metade chumbou no exame de matemática do 9º ano..
Confira as minhas opiniões

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por moppie85 » 14/7/2010 0:12

Deixei de ler a metade do texto, porque como está organizado não é possível lê-lo...

(honestamente, pelo número de respostas, duvido q alguém tenha conseguido chegar ao fim...)
 
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O estado da Educação pode levar-nos à ruina

por angeloandrade » 13/7/2010 23:03

O lugar da educação nos dias de hoje está numa constante evolução negativa. Observa-se uma discrepância, intrigante, inexplicável, assustadora e até a podemos considerar castradora do nosso futuro enquanto país.
Relativamente a esta problemática, apraz-me registar as constantes chamadas de atenção das diferentes direcções das escolas e agrupamentos para as notas, alias as NOTAS subirem, para não as guardarmos para nós. Ou melhor, como os entendidos gostam de mostrar um enorme grau de intelectualidade não se referem a notas, mas sim a classificações e que classificações. Hoje em dia, considera-se um atentado lesa-pátria um aluno ter uma nota/classificação inferior a 10.
É assustador o número de alunos que hoje apresenta níveis superiores a 18 com a mesma facilidade como no meu tempo (ano 2000 no 12º ano, e sou novo, nem imagino como seria noutros tempos) eu via notas de 10. Estarei a ser exagerado, podem achar que sim, mas basta ir a qualquer uma das escolas deste país e pedir para ver as notas dos alunos. Rapidamente observarão que a minha visão não é uma alucinação, a não ser que esteja a acontecer um fenómeno sobrenatural com os miúdos nascidos nos anos de 90 a 95, que os eleva a um patamar de inteligência nunca antes visto no nosso pais, mais, só comparado aos anos 10, 20 e 30 do século passado com a geração da Orpheu. E sim, digo 90, alguns já repetiram um ou mais anos e no entanto apresentam uma excelente performance de conhecimento. Mas já que aconselhei o exercício um, ir as escolas ver as notas, proponho agora o exercício dois, ir as escolas comparar as notas dos nossos alunos em classificação interna, ou seja, nota que o professor literalmente DEU e as notas obtidas nos exames nacionais. Sim, sim que diferença e atenção, que as médias dos exames nacionais tem subido de forma vertiginosa. Segundo o Nuno Crato, deve-se ao facilitismo nos exames e à incompetência do GAVE, organismo responsável pela elaboração dos exames nacionais. Façam o exercício e depois não se espantem de os seus filhos serem excelentes alunos, mesmo estudando metade do que você estudou no seu tempo e tendo nos dias de hoje tantos factores de distracção e de distanciamento da escola e em relação à obtenção de conhecimento.
No que respeita aos responsáveis, serão os professores? Talvez, somos cobardes, fracos e acomodados a uma profissão que dá uma estabilidade financeira, intelectual e social. Grande parte dos professores não é fraco, nem cobarde, nem acomodado mas infelizmente, basta uma minoria sê-lo para que os outros também o sejam. Mas porquê? Perguntarão vocês. Fácil, porque estamos sujeitos a um tipo de avaliação que não faz qualquer sentido e que é da responsabilidade das mesmas pessoas que nos “pedem”, ou “obrigam”, ou “impõem ditatorialmente” a subida das notas. Assim sendo, temos de entrar no “sistema”, tipo o filme “favores em cadeia” mas aqui no lado negativo do ser humano. Mas não somos os RESPONSÁVEIS, ou seja, os grandes responsáveis são o Ministério da Educação que não é capaz de criar um organismo, ou outra entidade qualquer, nem que seja uma entidade privada, para avaliar de forma concreta e criteriosa os professores. E observar duas aulas para se inferir a avaliação de todo o ano lectivo quando um professor lecciona umas 1000 aulas ou mais, por amor de Deus, então será que esses professores avaliados fazem plano de aula, planificação para todas as outras aulas, não creio… Os outros RESPONSAVEIS são os DITADORES, desculpem, directores, que em vez de serem responsáveis por uma escola de qualidade são responsáveis pela Escola de quantidade, quantidade de classificações superiores a 18, e depois mais nome terá a escola e por conseguinte mais alunos terá a escola, e logo mais dinheiro irá ganhar o director e seus colaboradores e mais o país estará enterrado.
Em suma, é o país que temos ao nível das instâncias públicas, não só na educação como no resto, estamos a educar uma geração para o facilitismo depois teremos desempregados e subsídio dependentes em catadupa. Depois mais deficit. E pior de tudo, daqui a 30 teremos um primeiro-ministro, ministros, deputados, etc, etc etc… desta geração, ai ai, aí é que vão ser elas. Não pensem na reforma, que eles serão incompetentes e não a pagarão. Mas não haverá gente com visão nesta geração, claro que sim, irão governar-nos, claro que não. Na política reina e reinará a incompetência ao mais alto nível, ninguém que tenha um pouco de inteligência se subjugará ao poder político partidário para poder governar o país. E se surgir alguém a sua credibilidade será dizimada sem que dê por isso.
Por isso, pais deste país atentem à educação dos vossos filhos, duvidem das notas e mantenham-se atentos aquilo que se educa e como se educa.
Uma palavra para os alunos, atenção que só vocês poderão mudar o estado em que estamos, mas para isso queiram saber mais e fazendo mais por vocês e um pouco mais pelos outros e pela sociedade o país irá evoluir.

PS: sou um professor fraco mas com visão, todavia alimento-me com o que ganho na Escola não me posso dar ao luxo de fugir desta educação.
 
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