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Caldeirão da Bolsa

off topic:Crisis? What crisis ? ( convite para dar exemplos)

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por RiscoCalculado » 8/7/2010 22:38

Parece que a crise anda por aqui...


http://albergueespanhol.blogs.sapo.pt/438056.html

http://albergueespanhol.blogs.sapo.pt/438290.html


A Crise a Norte


A grave crise em que o Norte de Portugal está mergulhado está a atingir dimensões inimagináveis e potenciadoras de graves crises sociais. Justiça seja feita ao actual Bispo do Porto, a voz mais sensata e audível nesta matéria.


Para evitar confusões, vou começar por alguns esclarecimentos prévios: Não vou, nem pretendo nem esse deve ser o caminho, culpar terceiros; Estamos perante uma situação real e grave, bastante ….


Quando Rui Rio, a propósito das portagens nas SCUTs, avisou publicamente do clima de tensão vivido na região, manifestou um sentimento que é verdadeiro mas que ultrapassa essa matéria pontual. Assiste-se, desde 2000, a um crescendo de revolta social proporcional ao crescimento da crise económica na região. Aliás, as posições públicas de homens do Norte como Rui Moreira e Carlos Abreu Amorim somando, recentemente, o nascimento de movimentos como o Douro Litoral ou potenciais partidos como o Movimento Norte, não são fruto do acaso mas “fruta da época”. Ou seja, parte das elites intelectuais do Norte começam, paulatinamente, a ser a voz pública e publicada desse sentimento de desespero.


Obviamente, quando se fala do Norte não se deve confundir com o “Porto”. A cidade é uma parte do todo e a crise é geral. Hoje, Braga, Vila Real ou mesmo Guimarães, conseguem ser excepções a esta regra de regressão. O problema do Porto é diverso do de Braga. Esta, sendo a capital do respectivo distrito, está bem mais pujante que o restante território e situação idêntica se pode afirmar de Vila Real. A contrário, a cidade do Porto já não é o motor do respectivo distrito (Gaia, Maia e Matosinhos conseguem estar a fazer melhor).


Os valores do desemprego na região começam a ser assustadores, quer se olhe para os oficiais quer se repare nos oficiosos. Pior, foi desta zona do país que mais trabalhadores da construção civil rumaram a Espanha permitindo, durante vários anos, esconder ou adiar os valores reais da crise. Agora, boa parte, está a regressar, com uma mão à frente e outra atrás. A “Sopa dos Pobres” e todas as Instituições de Solidariedade Social sentem o número de utentes a crescer de forma vertiginosa nos últimos dois anos. O ensino privado está a sentir na pele com o aumento de crianças a sair para a escola pública e os encarregados de educação a não cumprirem os prazos de pagamento de propinas. E que dizer, no ensino público, do elevado e crescente número de crianças cujos pais devem vários meses de senhas de refeição? Sim, já estamos a falar de situações graves de fome e oriundas da chamada “classe média”.


Quem anda pelas ruas do Porto e respectivos arredores, quem circula pelo interior norte, depara com uma florestas de placas “Vende-se” coladas nas janelas, penduradas nas varandas ou espetadas nos terrenos. Em praticamente todas as superfícies comerciais da região temos inúmeras lojas tapadas com o famoso e abundante letreiro publicitário: “Abre em breve mais uma loja para o servir”, sendo o “breve” algo de surreal. As principais ruas comerciais metem medo ao susto, parecendo zonas de guerra tal o grau de abandono das mesmas. Nas chamadas “Zonas Industriais” onde a industria é uma miragem e os serviços uma praga, voltamos a encontrar as famosas placas, sejam da ERA ou da REMAX ou outra qualquer imobiliária que promete vender ou arrendar. Depois temos os números oficiais de falências de empresas e já estamos em terrenos de filme de terror.


Basta uma subida, ligeira até, das taxas de juro no crédito à habitação e teremos aqui uma “região de Setúbal” dos anos oitenta em tamanho XXL.


A situação vivida a Norte não é, de todo, idêntica a que ocorre na região Centro (aqui incluindo Lisboa e Vale do Tejo) ou na região Sul ou na Madeira e Açores. Nestas não será boa mas não é trágica. A região Norte só não está numa situação dramática desde 2000 por um simples motivo: as autarquias locais. Foram elas, para o bem e para o mal, que aguentaram a situação, que investiram e que criaram postos de trabalho directos e, sobretudo, indirectos. Pelo menos até 2007. Porém, como seria de esperar, não seria possível continuar neste sistema “económico” indefinidamente e o endividamento autárquico chegou ao limite.



Continua...





Continuação...


Sem indústria, sem comércio, sem as autarquias locais, já mais nada resta. Lembro-me de ler, no início dos anos noventa, um livro chamado “As Regiões Ganhadoras” e a forma como estas necessitavam de autonomia política para vencerem as dificuldades e combaterem o centralismo naturalmente asfixiador. Nós não temos forma de as diferentes regiões concorrerem entre si na obtenção de investimento privado e público. Como pode uma região, que não existe politicamente, competir com outra quando esta é subsidiada por investimento público em detrimento da anterior? Mas vamos ser práticos e utilizar um exemplo que a maioria percebe:


Como pode o Sporting de Braga competir com o Porto, Benfica e Sporting quando não consegue negociar valores próximos dos recebidos por estes seus adversários pela estatal PT/TMN/SAPO? Dirão os mais conhecedores que é uma questão de mercado. Não, não é. Se assim fosse, como me dói escrever isto, o Benfica teria de receber bem mais do dobro do Porto e Sporting pois o seu “mercado” é duplamente (ou mais) superior. Quando não se praticam as regras do mercado este não pode servir de desculpa.


Ora, o futebol é um espelho do país que somos e temos, reflectindo esta realidade “distorcida” e cujo exemplo máximo é o actual QREN e o anterior QCA III (Quadro Comunitário de Apoio). Numa recente tese de mestrado apresentada numa universidade portuense, uma estudiosa da matéria prova, com números e factos concretos, a diferença entre a taxa de execução de candidaturas apresentadas em sede de Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional em contraponto com a taxa de execução de candidaturas apresentadas aos Programas Operacionais não regionais decididos pelo Poder Central.


E essa taxa é bem menor no segundo caso. Não estamos a falar “em teoria” mas na prática corrente e puramente real. Estes desequilíbrios não são ficção nem “mania da perseguição destes gajos labregos do Norte”. Não. E a realidade é bem pior no Interior. A diferença é que a Norte e, em especial, no litoral, a situação social é explosiva fruto de crescentes focos de pobreza onde, como já alguns dizem sem qualquer freio nas palavras, “quando o meu filho começar a passar fome mais não me resta do que roubar”. Quando na “sopa dos pobres” encontramos professores, profissionais liberais e famílias inteiras e se soma o esgotar do leite e do arroz, estamos já a caminhar rente à linha negra do desespero.


Não perceber a realidade e nada fazer para a inverter é brincar com o fogo. É esta realidade que explica a “revolta das SCUTs”. Por vezes, como a história nos ensina, são as coisas menores amplificadas pelas dores maiores que levam à revolta popular.

"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger

"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
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por Um curioso... » 16/6/2010 19:08

Da mesma maneira que uma empresa quando abre, ou se expande cria postos de trabalho directos e indirectos, no Estado para além dos FP do quadro existem recibos verdes, CIT-contractos individuais de trabalho e serviços de outsourcing que trabalham quase em exclusivo para o Estado e ainda as célebres Fundações.
Assim como é natural, têm os 2 razão :lol: . Depende do nome que derem "aos bichos"...
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por Elias » 16/6/2010 18:23

MarcoAntonio Escreveu:São os que quiseres porque não interessa para nada...


Marco não entendo a tua atitude. Confesso que não entendo.

Mas não vou insistir.

Fica bem.
 
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 18:20

São os que quiseres porque não interessa para nada...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 16/6/2010 18:18

MarcoAntonio Escreveu:A minha resposta ao teu último post é a seguinte:

MarcoAntonio Escreveu:A crise pára no PIB, na taxa de desemprego, no déficit da balança comercial, no déficit orçamental, na evolução das taxas de juro ou na capacidade de obtenção de crédito, etc, etc, etc.

Nos rankings internacionais pára a inconsciência dos portugueses e a mentalidade mediterranica do "se o vizinho comprou um Mercedes, eu tenho de comprar um BMW"...

Pena é que não nos dê antes para o "se o vizinho produz Mercedes, eu tenho de produzir BMWs"!


e

MarcoAntonio Escreveu:Isso a mim diz-me da inconsciência dos portugueses e ainda mais como que explica o porquê da crise ser mais severa em Portugal do que noutros países!

Eu volto a insistir que a (existência da) crise não se mede pelas asneiras que os portugueses fazem. A crise mede-se em coisas como a taxa de desemprego ou o PIB.

Depois podemos olhar para as asneiras para ver o que temos de deixar de fazer por forma a corrigir...


Se um país tem um PIB per capita abaixo da média europeia e taxa de desemprego acima da média europeia mas tem automóveis per capita acima da média europeia e bandas largas acima da média europeia, estes últimos então não são dados positivos porque obviamente o português não se mune de tecnologia para produzir. Mune-se de tecnologia para se divertir e para mostrar ao vizinho que está na moda!



Ao que acrescento: o resto é uma teia de aranha qual malha de argumentos que vai crescendo, crescendo até que se fica a discutir o que não tem interesse nenhum para a opinião que apresentei, na qual eu vou participando mas interessando-me cada vez menos quanto mais nos afastamos do que é relevante para o caso no meu entender!


tanta coisa e continuas a não responder sobre o número de funcionários públicos que dizes existir... :roll:
 
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 18:13

A minha resposta ao teu último post é a seguinte:

MarcoAntonio Escreveu:A crise pára no PIB, na taxa de desemprego, no déficit da balança comercial, no déficit orçamental, na evolução das taxas de juro ou na capacidade de obtenção de crédito, etc, etc, etc.

Nos rankings internacionais pára a inconsciência dos portugueses e a mentalidade mediterranica do "se o vizinho comprou um Mercedes, eu tenho de comprar um BMW"...

Pena é que não nos dê antes para o "se o vizinho produz Mercedes, eu tenho de produzir BMWs"!


e

MarcoAntonio Escreveu:Isso a mim diz-me da inconsciência dos portugueses e ainda mais como que explica o porquê da crise ser mais severa em Portugal do que noutros países!

Eu volto a insistir que a (existência da) crise não se mede pelas asneiras que os portugueses fazem. A crise mede-se em coisas como a taxa de desemprego ou o PIB.

Depois podemos olhar para as asneiras para ver o que temos de deixar de fazer por forma a corrigir...


Se um país tem um PIB per capita abaixo da média europeia e taxa de desemprego acima da média europeia mas tem automóveis per capita acima da média europeia e bandas largas acima da média europeia, estes últimos então não são dados positivos porque obviamente o português não se mune de tecnologia para produzir. Mune-se de tecnologia para se divertir e para mostrar ao vizinho que está na moda!



Ao que acrescento: o resto é uma teia de aranha qual malha de argumentos que vai crescendo, crescendo até que se fica a discutir o que não tem interesse nenhum para a opinião que apresentei, na qual eu vou participando mas interessando-me cada vez menos quanto mais nos afastamos do que é relevante para o caso no meu entender!
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por Elias » 16/6/2010 17:57

MarcoAntonio Escreveu:Eu não sei porque continuas a insistir depois de eu já ter sido mais do que explícito sobre o tipo de discussão para que neste momento tenho tempo, paciência ou vontade para participar (ainda no penúltimo post o reforcei).


Marco, não entendo a tua atitude.

Vou recordar aquilo que escreveste e o que eu respondi:

- MA às 15h21: Os trabalhadores do estado (mais de um milhão, cerca de 1 em 4 trabalhadores)
- Elias às 15h47: Como é que chegas à conclusão que o Estado tem mais de 1 milhão de trabalhadores?
- MA às 17h27: Actualmente existem imensos trabalhadores do estado que não são considerados funcionários públicos (só na saúde são muitos milhares).
- Elias às 17h31: referes-te aos recibos verdes?
- MA às 17h35: Não. Refiro-me a trabalhadores contratados que não são actualmente funcionários públicos (inclui enfermeiros e outros técnicos de saúde, por exemplo).
- Elias às 17h37: Contratados a prazo pelo Estado? E esses são mais de 400 mil?
- MA às 17h43: Eu não sei porque continuas a insistir depois de eu já ter sido mais do que explícito sobre o tipo de discussão para que neste momento tenho tempo, paciência ou vontade para participar (ainda no penúltimo post o reforcei).

Marco, não percebo uma coisa: exactamente em que é que tu achas que eu estou a insistir?

E também não percebo isto: em que é que a minha pergunta vai contra o tipo de discussão em que tens paciência ou vontade de participar (aliás quem trouxe à baila os números de trabalhadores do Estado foste tu e não eu, por isso não percebo porque é que te recusas a discutir comigo um aspecto que colocaste em cima da mesa, com números que agora te recusas a justificar).

Devo depreender que é uma questão pessoal?
 
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por mais_um » 16/6/2010 17:44

já agora, indo ao cerne da questão.

Quem mantem o emprego e tem emprestimo à habitação tem mais dinheiro para gastar agora do que tinha à 3 anos, mesmo sem aumentos salariais.

Nestes casos, a poupança nos juros ultrapassa os eventuais aumentos dos produtos e dos impostos. (o meu caso)
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 17:43

Elias Escreveu:Contratados a prazo pelo Estado?

E esses são mais de 400 mil?


Eu não sei porque continuas a insistir depois de eu já ter sido mais do que explícito sobre o tipo de discussão para que neste momento tenho tempo, paciência ou vontade para participar (ainda no penúltimo post o reforcei).
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 16/6/2010 17:44, num total de 1 vez.
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por Elias » 16/6/2010 17:37

MarcoAntonio Escreveu:
Elias Escreveu:referes-te aos recibos verdes?


Não. Refiro-me a trabalhadores contratados que não são actualmente funcionários públicos (inclui enfermeiros e outros técnicos de saúde, por exemplo).


Contratados a prazo pelo Estado?

E esses são mais de 400 mil?
 
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 17:35

Elias Escreveu:referes-te aos recibos verdes?


Não. Refiro-me a trabalhadores contratados que não são actualmente funcionários públicos (inclui enfermeiros e outros técnicos de saúde, por exemplo).
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por mais_um » 16/6/2010 17:32

MarcoAntonio Escreveu:Actualmente existem imensos trabalhadores do estado que não são considerados funcionários públicos (só na saúde são muitos milhares). Muitos deles a opinião pública considera-os e continua a vê-los como funcionários públicos mas tecnicamente não são contabilizados como tal (eu referi trabalhadores do estado). Em todo o caso, não vou entrar num pormenor de números desse porque não é particularmente relevante para caso e se não ultrapassa o milhão também não ficará lá longe...


Mas esses que consideras trabalhadores do estado mas não são funcionários publicos (trabalham em empresas que vendem serviços ao estado ) não se regem pelas mesmas regras de aumentos e progressões da carreira dos funcionários publicos.
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por Elias » 16/6/2010 17:31

MarcoAntonio Escreveu:Actualmente existem imensos trabalhadores do estado que não são considerados funcionários públicos (só na saúde são muitos milhares). Muitos deles a opinião pública considera-os e continua a vê-los como funcionários públicos mas tecnicamente não são contabilizados como tal (eu referi trabalhadores do estado)


referes-te aos recibos verdes?
 
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 17:27

Actualmente existem imensos trabalhadores do estado que não são considerados funcionários públicos (só na saúde são muitos milhares). Muitos deles a opinião pública considera-os e continua a vê-los como funcionários públicos mas tecnicamente não são contabilizados como tal (eu referi trabalhadores do estado). Em todo o caso, não vou entrar num pormenor de números desse porque não é particularmente relevante para caso e se não ultrapassa o milhão também não ficará lá longe...
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por mais_um » 16/6/2010 17:16

Elias Escreveu:- o Estado tem mais de 1 milhão de trabalhadores?
(eu pensava que eram 700 mil, mas não tenho números exactos, alíás consta que nem o próprio Estado sabe)


Actualmente rondará os 675 mil funcionários publicos.

Na versão preliminar da proposta orçamental para 2010, a que o PÚBLICO teve acesso, o Governo refere que no final do ano passado o número de funcionários públicos era de 675.048 trabalhadores, face aos 747.880 existentes em 2005

http://economia.publico.pt/Noticia/redu ... no_1419828



Elias Escreveu:
- os trabalhadores do Estado tiveram uma perda de vencimento real próxima de 10% durante este período?


Os sindicatos estimam perdas entre entre os 3,7% e os 7% (conforme os vencimentos), na ultima decada.

Nota: não inclui as progressões de carreira. (estiveram congeladas entre agosto de 2005 e 2008)

As três estruturas sindicais da Função Pública concretizam na quinta-feira uma greve contra o congelamento salarial, lembrando as perdas de poder de compra acumuladas nos dez últimos anos, que foram de 3,7% para uns e de 7% para outros.

http://www.oje.pt/noticias/economia/sin ... ima-decada

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por Ulrich » 16/6/2010 16:14

Viva,
não me vou meter na discussão, até porque já disse o que pensava .
Eu já me tinha questionado algumas vezes sobre isto
MarcoAntonio Escreveu: (aliás, estar a continuar a discussão é enterrar os argumentos relevantes que estão atrás e ficam esquecidos e enterrados).


de facto por vezes torna-se ingrato para os adeptos de "esgrima intelectual", à medida que o tópico avança parece, ou eu tenho essa sensação, de que a argumentação é um rolo compressor, sempre prá frente em vez de ser um consolidar/amadurecer/aperfeiçoar das ideias transmitidas.

Por outro lado,se não assim fosse, os tópicos seriam menos vivos.

Isto foi só um aparte(eu a pensar) :roll:

Abraços
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 15:57

Quanto aos dados que pedes eles já passaram noutros tópicos (eu próprio coloquei alguns, há um tópico onde tenho por exemplo os aumentos salariais da última década toda e a inflacção). É uma questão de procurares que eu agora não posso fazer isso e vou estar ocupado nas próximas duas horas...
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 15:52

Esquece, Elias. Quem falou, quem disse ou quem fez não é para mim - estou cansado que as discussões acabem sempre nisso - e eu tenho outras coisas para fazer de momento...

A minha opinião já está clara atrás e não tenho mais nada para acrescentar (aliás, estar a continuar a discussão é enterrar os argumentos relevantes que estão atrás e ficam esquecidos e enterrados).

Para o resto francamente não tenho tempo nem vontade.

Mas admito que o defeito seja meu, não seja por isso!
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por Elias » 16/6/2010 15:47

MarcoAntonio Escreveu:Elias, confesso que às vezes tenho dificuldade em perceber do que estás a falar.

Há alguém que viva completamente à margem da Economia regular?


Eu é que não percebo como é que tu lês coisas que eu não escrevi...

Onde é que eu escrevi que havia gente à margem da economia regular?

Aliás, quem falou em supermercados foste tu e não eu.

O que eu escrevi é que a economia paralela paga zero por cento. Não escrevi que havia alguém que pagasse zero por cento.

Repara, o que eu quero dizer é que todos nós usamos (em maior ou menor grau) serviços que funcionam na economia paralela e que não pagam qualquer imposto. Certo?

Elias Escreveu:Epá, todos é uma expressão. Eu não tenho paciência para quando as discussões descarrilam para isto.

Mas até admito que o defeito seja meu, não seja lá por isso!


Marco, não leves a mal, mas às vezes interrogo-me o que te leva a estares constantemente a dizer mal das discussões (que "não servem para nada", que "são uma perda de tempo", que "descarrilam", etc.) ao mesmo tempo que as vais alimentando continuamente.

Honestamente, eu quando um assunto não me interessa desligo e pura e simplesmente deixo de participar, em lugar de continuar a escrever posts e mais posts a "malhar" nos outros intervenientes a dizer que isto é uma perda de tempo.

Mas voltando ao assunto...

Como é que chegas à conclusão que:
- o Estado tem mais de 1 milhão de trabalhadores?
(eu pensava que eram 700 mil, mas não tenho números exactos, alíás consta que nem o próprio Estado sabe)
- os trabalhadores do Estado tiveram uma perda de vencimento real próxima de 10% durante este período?

E já agora, como é que incluis nessas contas das supostas perdas de vencimento as progressões automáticas que existem no Estado (actualmente estão congeladas, mas até há poucos anos não estavam) mas não no sector privado?
 
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 15:34

Elias Escreveu:Todos, não. A economia paralela paga, na sua maioria, zero por cento.

Poderás argumentar que a economia paralela é ilegal - e é. Mas é uma realidade e é um fenómeno que tende a crescer quanto mais pesada for a carga fiscal.


Elias, confesso que às vezes tenho dificuldade em perceber do que estás a falar.

Há alguém que viva completamente à margem da Economia regular? E que haja, vamos ficar a dissecar aqui o "todos", epá não são todos, são 99.97% porque há 0.03% que nunca entram num supermercado e nêm têm carro sequer. E depois estás-te a esquecer dos sem-abrigo e tal...

Epá, todos é uma expressão. Eu não tenho paciência para quando as discussões descarrilam para isto.

Mas até admito que o defeito seja meu, não seja lá por isso!


Elias Escreveu:A que período te referes exactamente?


Está logo no início do texto...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 16/6/2010 15:28

MarcoAntonio Escreveu:todos viram o IVA subir desde os 17 aos 21%, etc.



Todos, não. A economia paralela paga, na sua maioria, zero por cento.

Poderás argumentar que a economia paralela é ilegal - e é. Mas é uma realidade e é um fenómeno que tende a crescer quanto mais pesada for a carga fiscal.

MarcoAntonio Escreveu:Os trabalhadores do estado (mais de um milhão, cerca de 1 em 4 trabalhadores) tiveram uma perda de vencimento real próxima de 10% durante este período, os outros é mais difícil de determinar e mais variável.


A que período te referes exactamente?
 
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 15:21

Já agora, o gráfico da taxa de desemprego na última década (este gráfico quase sozinho esclarece sobre a existência da crise ou não).

Por outro lado, enquanto estes ficaram desempregados, outros vêm o seu vencimento congelado ou reduzido, todos viram o IVA subir desde os 17 aos 21%, etc. Os trabalhadores do estado (mais de um milhão, cerca de 1 em 4 trabalhadores) tiveram uma perda de vencimento real próxima de 10% durante este período, os outros é mais difícil de determinar e mais variável.

Como generalização, não funciona por certo dizer que os não desempregados saiem beneficiados. Como análise individual, naturalmente há os que estão melhor que há uns anos atrás (sendo que é sempre discutível se num cenário de não crise se não estariam ainda melhor). De qq das formas dou de barato que há pessoas beneficiadas durante uma crise, até porque há sectores que crescem nesses períodos.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 14:59

Depende dos créditos que tens contraídos (se é que tens) e do volume de consumo, da taxa de inflacção e mais uma data de coisas (depende até de quem é o teu empregador).

Naturalmente, durante praticamente qualquer crise, há sempre quem saia beneficiado...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 16/6/2010 14:50

Estás a referir-te aos impostos que eu pago a mais quando o IVA sobe, por exemplo.

Eu estou a referir-me aos juros bancários que deixo de pagar quando a taxa de referência baixa.

Agora qual deles vale mais?
 
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por MarcoAntonio » 16/6/2010 14:45

Elias Escreveu:Sim e não.

Quem não perde o emprego quase não é afectado pela crise (e em certa medida sai até beneficiado, devido à descida dos juros).


Não é verdade...

Tu és afectado quando vais ao supermercado ou quando abasteces o teu automóvel, por exemplo.

A percentagem da população que está desempregada e recebe RSI ou subsídio de desemprego é sustentada precisamente pelos que trabalham.




Nota: no caso de seres trabalhador do estado podes ainda e/ou adicionalmente ser afectado de forma mais directa.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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