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Caldeirão da Bolsa

Bloco de Esquerda rejeita suspensão do TGV

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por EALM » 16/5/2010 0:46

Elias Escreveu:Bem, mas então no futuro como vês a rede ferroviária em termos de infra-estrutura?


Bem, como eu gostaria de ver seria algo como isto:

Um eixo Norte Sul (Faro a Vigo) em bitola Europeia, velocidades máximas de 250 km/h para usar com velocidades comerciais de 160 km/h (ou seja, Porto-Lisboa em 2h, Lisboa - Faro em menos de 2h). Usada essencialmente para passageiros de longo e medio curso, incluindo o internacional e obviamente mercadorias, pois tocaria todos os portos principais do litoral. Deste modo, e só deste modo, seria possível encaminhar as mercadorias com destino à EU para as plataformas logísticas que depois as encaminhariam para um dos 2 eixos transversais.

Entroncando neste eixo vertical teríamos 2 eixos transversais.
a) Aveiro Irún/França teria um duplo objectivo:
Escoar/ receber mercadorias de mais de metade do país, de Lisboa para cima, tirando vantagem das plataformas logísticas intermodais que se estão a construir (Exemplo - Cacia). Este eixo atravessa Valladolid, onde está situada uma das mais importantes plataformas logísticas espanholas: Medina del Campo.

O outro objectivo deste eixo, paralelo à A-25, é ligar, para passageiros, o Porto e a região das Beiras a Espanha, incluindo Madrid.

Para cumprir estes objectivos, bastaria velocidade moderada, Vmax de 220km/h, velocidades comerciais de 170km/h já seria óptimo.

b) Eixo Lisboa-Madrid com trafego misto, Vmax de 250km/h e com plataforma logistica no Poceirão ou Pinhal Novo. Aqui seria um bom cruzamento com o eixo vertical, tudo em bitola UIC, ligando assim o Porto de Sines com bitola Europeia, sem necessidade de um grande troço dedicado. Esta arquitectura permitiria também que o Porto de Sines pusesse mercadorias no Norte do País ou Galiza.

Quanto à linha do Norte actual: como é de bitola Ibérica e existe muito mercado no eixo Norte-Sul (linha está saturada), ficaria dedicada a tráfego de passageiros e mercadorias local/Nacional, que não necessite de sair das fronteiras. Aliviava assim o eixo vertical em UCI, permitindo que este último fosse também para trafego misto, mas mais vocacionado para trafego internacional de mercadorias ou passageiros longo curso.

Os eixos transversais antigos são um problema para resolver. Penso que o eixo Aveiro-Irun deveria utilizar parte da actual linha da Beira Alta, pois esta irá ficar obsoleta (no que toca a trafego internacional) assim que o lado espanhol migrar de bitola.

Outras linhas nacionais de bitola ibérica poderão continuar assim por mais tempo, mas nunca se deverá perder de vista o essencial - uma visão de rede, estruturada, ou seja, ter pontos de confluência, se possível intermodais, de modo a que umas linhas alimentem as outras, tal como o trafego automóvel e aeroportos. A tónica deveria ser REDE, logistica, intermodalidade e não velocidades tipo... F1.
 
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por ferreira10 » 16/5/2010 0:40

Não fugindo ao tema.Isto é que são uns tipos de esquerda! São pela construção de um Ferrari, como um outro dizia à dias.Um Ferrari que vai daqui, directo ao resto da Europa.Um Ferrari para todos pagarmos e somente alguns utilizarem.Se calhar um dia até vou utilizar o dito Ferrari.Que mais não seja para ver como é que «aquilo» anda! Mas será justo pedir esse esforço aos velhitos e velhitas de trans os Montes e demais?É que o acréscimo do Iva vai ser pago por todos.Eu também sou pelo investimento.Por forma a dinamizar a economia.Mas qual é o impacto económico do TGV?Nesta obra como em todas as outras o que me parece é que há uma falha de comunicação do governo.Já ouvi alguém dizer que o TGV vai ser sobretudo pago pelos privados.E que tem um considerável impacto económico.Mas então que o governo «salte» para a rua e se desmultiplique em explicações enviadas para as redacções; para os investidores institucionais estrangeiros e não só; explicações acerca das virtudes do impacto económico do Tgv.O problema de todos estes investimentos é que não se consegue ser convincente.
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por Elias » 15/5/2010 23:40

Bem, mas então no futuro como vês a rede ferroviária em termos de infra-estrutura?
 
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por EALM » 15/5/2010 22:34

Elias Escreveu:
Se me dizes que a tendência é para as vias convencionais desaparecerem, então passamos a ter apenas TGV??? Deixa de haver comboios suburbanos e regionais???


Obviamente que não. A infra-estrutura é que poderá ser a mesma. Como bem disseste, os comboios rápidos franceses podem circular a baixa velocidade em linhas lentas. E o contrário também é possível e desejável - se o tráfego o permitir! A razão usualmente causadora de linhas dedicadas a apenas passageiros para o longo curso é o tráfego intenso!! Por acaso o nosso eixo da linha do Norte é capaz de ser um caso desses, mas não é uma impossibilidade que outro tipo de tráfego circule em linhas de grande velocidade. Muito pelo contrário, é o mais normal, como a Espanha nos mostra na maior parte da sua rede.

Elias, deixa-me dizer-te: o troço da Linha do Norte Pampilhosa - Quintãs foi construído segundo parâmetros de alta velocidade:

- Pendentes,
- Raios de curvatura
- Max. Ton/ eixo
- Sinalização (muito importante em AV/VE)
- etc,

foi tudo projectado tal e qual muitas linhas alemãs, espanholas, italianas para AV/VE. A única coisa a apontar é o facto de não ter travessas polivalentes UIC, de resto... é um troço AV.
 
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por Elias » 15/5/2010 21:31

EALM Escreveu:A tendência é para que desapareça essa coisa chamada "vias convencionais".

O que é uma linha convencional? É uma linha lenta ou uma linha em bitola Iberica? O que chamas aos troços renovados da Linha do Norte?


Para mim os troços renovados da linha do Norte são via convencional.

Uma linha de AV é exclusiva para comboios de AV, não circulam lá composições lentas.

Por exemplo, em França o TGV Atlantique vai por uma linha de AV entre Paris e Tours (ou Poitiers) e depois segue pela via convencional à velocidade convencional (160 km/h aproximadamente).

EALM Escreveu:Convencionais ou AV (ou VE) ? É isto que parece difícil de fazer compreender... essa coisa de "linha convencional" vai desaparecer (...)


Se me dizes que a tendência é para as vias convencionais desaparecerem, então passamos a ter apenas TGV??? Deixa de haver comboios suburbanos e regionais???
 
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por Fingerspitzengefuhl » 15/5/2010 4:10

rmachado Escreveu:
A questão é, pagam impostos pelas mais valias?

Essa é que é a questão..

Ou será que por ser de esquerda não podem ter acções..

Ou será que devem ser pobres e receber o RSI?

Sinceramente irrita-me este tipo de noticias... e note-se que não simpatizo com o partido em causa...



Rmachado, eu não comentei porque não pensei ser necessário, a questão é: Consideras normal estarmos a entregar uma parcela dos nossos rendimentos para os anticapitalistas jogarem na bolsa?

Eu acho que não... :roll:
 
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por tugatuga11 » 15/5/2010 3:09

rmachado Escreveu:A questão é, pagam impostos pelas mais valias?

Essa é que é a questão..

Ou será que por ser de esquerda não podem ter acções..

Ou será que devem ser pobres e receber o RSI?


Depois de estarem sempre a malhar no capitalismo e no mercado de capitais é natural que sejam alvo de criticas :wink:
Abraço.
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por moppie85 » 15/5/2010 2:59

EALM Escreveu:
Elias Escreveu:EALM, as linhas passam todas a ser de bitola europeia 1435mm mas continuamos a ter vias convencionais, certo?

Então porque é que as mercadorias não podem ir pela via convencional? Qual a necessidade de alta velocidade (mais cara) para as mercadorias, que podem ir pela via convencional com custos muito inferiores?


Há aqui uma coisa que a maioria das pessoas ainda não percebeu...

A tendência é para que desapareça essa coisa chamada "vias convencionais".

Nós até podemos ficar com linhas "convencionais" - assumo que queres dizer em bitola Iberica - mas que não nos servirão para quase nada. Em primeiro lugar porque não ligam a França, e em segundo lugar porque as novas plataformas logisticas em Espanha estarao ligadas às linhas em bitola UIC e não às antigas em bitola Iberica, que gradualmente irão ser adaptadas para UIC. Só nós iremos ficar com Iberica...

Estamos no século XXI e as tecnologias evoluiram imenso, pelo que actualmente, o mais comum é que se se fizer qualquer obra em ferrovia, essa infraestrutura será equiparada a linhas de boas prestações, vulgo velocidade elevada e em sistema UIC. É o que Espanha está a fazer, e até nós fizemos na linha do Norte, com a terrivel excepção que nao colocámos travessas compativeis UIC.

O que é uma linha convencional? É uma linha lenta ou uma linha em bitola Iberica? O que chamas aos troços renovados da Linha do Norte? Convencionais ou AV (ou VE) ? É isto que parece difícil de fazer compreender... essa coisa de "linha convencional" vai desaparecer. O que nós temos é infra-estruturas, que podem ou não ficar desadaptadas à restante rede Iberica e Europeia. Nao faz sentido a questao que colocas. Nao ha diferença de preço numa rede de 7200km como a que Espanha está a construir...é uma rede, com migração gradual para bitola UIC - se for este o teu criterio, entao sao 7200km em AV. Só temos que enviar as mercadorias pela linha mais propicia, e vai acontecer - como em VIGO - que essa linha pode até nem ter grande velocidade, mas tem bitola UIC !!!!

O problema da bitola é o mais importante, nao o da velocidade. Leia-se, importante no sentido que temos que acompanhar Espanha. Se eles adiarem, nós também podemos adiar, mas é importante que mudemos as linhas (ou construamos novas) que ligam com Espanha para bitola UIC assim que Espanha o fizer. Só que isso se "confunde" com a introdução da AV, e por isso o povo não entende...

Trata-se de uma profunda reformulação dos transportes terrestres que Espanha está a fazer, com o PEIT.


cheira-me que o que ele quer dizer é bitola europeia sem ser para TGV
 
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por EALM » 15/5/2010 2:20

Elias Escreveu:EALM, as linhas passam todas a ser de bitola europeia 1435mm mas continuamos a ter vias convencionais, certo?

Então porque é que as mercadorias não podem ir pela via convencional? Qual a necessidade de alta velocidade (mais cara) para as mercadorias, que podem ir pela via convencional com custos muito inferiores?


Há aqui uma coisa que a maioria das pessoas ainda não percebeu...

A tendência é para que desapareça essa coisa chamada "vias convencionais".

Nós até podemos ficar com linhas "convencionais" - assumo que queres dizer em bitola Iberica - mas que não nos servirão para quase nada. Em primeiro lugar porque não ligam a França, e em segundo lugar porque as novas plataformas logisticas em Espanha estarao ligadas às linhas em bitola UIC e não às antigas em bitola Iberica, que gradualmente irão ser adaptadas para UIC. Só nós iremos ficar com Iberica...

Estamos no século XXI e as tecnologias evoluiram imenso, pelo que actualmente, o mais comum é que se se fizer qualquer obra em ferrovia, essa infraestrutura será equiparada a linhas de boas prestações, vulgo velocidade elevada e em sistema UIC. É o que Espanha está a fazer, e até nós fizemos na linha do Norte, com a terrivel excepção que nao colocámos travessas compativeis UIC.

O que é uma linha convencional? É uma linha lenta ou uma linha em bitola Iberica? O que chamas aos troços renovados da Linha do Norte? Convencionais ou AV (ou VE) ? É isto que parece difícil de fazer compreender... essa coisa de "linha convencional" vai desaparecer. O que nós temos é infra-estruturas, que podem ou não ficar desadaptadas à restante rede Iberica e Europeia. Nao faz sentido a questao que colocas. Nao ha diferença de preço numa rede de 7200km como a que Espanha está a construir...é uma rede, com migração gradual para bitola UIC - se for este o teu criterio, entao sao 7200km em AV. Só temos que enviar as mercadorias pela linha mais propicia, e vai acontecer - como em VIGO - que essa linha pode até nem ter grande velocidade, mas tem bitola UIC !!!!

O problema da bitola é o mais importante, nao o da velocidade. Leia-se, importante no sentido que temos que acompanhar Espanha. Se eles adiarem, nós também podemos adiar, mas é importante que mudemos as linhas (ou construamos novas) que ligam com Espanha para bitola UIC assim que Espanha o fizer. Só que isso se "confunde" com a introdução da AV, e por isso o povo não entende...

Trata-se de uma profunda reformulação dos transportes terrestres que Espanha está a fazer, com o PEIT.
 
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por Elias » 14/5/2010 22:16

EALM, as linhas passam todas a ser de bitola europeia 1435mm mas continuamos a ter vias convencionais, certo?

Então porque é que as mercadorias não podem ir pela via convencional? Qual a necessidade de alta velocidade (mais cara) para as mercadorias, que podem ir pela via convencional com custos muito inferiores?
 
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por EALM » 14/5/2010 22:12

Elias Escreveu:
Isto é algo que até hoje ainda não consegui perceber: qual a necessidade de uma ligação TGV para mercadorias? A via convencional não serve?


Não, para a EU (excluindo Espanha) não serve. Só serve dentro da Ibéria, e com tempo limitado. Conforme estou já cansado de mostrar em "posts" anteriores, a Espanha vai mudar a bitola e sistema de sinalização em toda a sua rede, convencional ou não, para sistema UIC. Quando acabar de fazer essa migração... o problema dos pininéus transfere-se para a fronteira portuguesa. Mais uma vez: o problema não é a velocidade, é todo o sistema incompatível da nossa via convencional. Ao fazer linhas novas, estas poderão ser um novo fôlego para o trafego de mercadorias por modo ferroviário, diminuindo a enorme quota e dependência do modo rodoviário.

Elias Escreveu:Existe, pois. Em via convencional.


Não existe não. Tudo o que é bitola Ibérica acaba, obviamente, dento de Espanha. Passar actualmente para França (e por conseguinte para a rede europeia) qualquer vagão, contentor, mercadoria, é um processo lento e dispendioso, o que explica a taxa "zero" de inport-export do nosso país para a EU (ex-Espanha) por via ferroviária.
 
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por Elias » 14/5/2010 19:38

EALM Escreveu:Aveiro-Vilar Formoso - Fronteira Francesa - Paris - Belgica, Holanda, UK, Alemanha. Isto sim, interessaria para as nossas exportações.


Isto é algo que até hoje ainda não consegui perceber: qual a necessidade de uma ligação TGV para mercadorias? A via convencional não serve?

EALM Escreveu:Esta ligação não existe hoje por via ferroviária, nem existirá com uma Linha de Lisboa para Madrid.


Existe, pois. Em via convencional.
 
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por rmachado » 14/5/2010 17:20

Fingerspitzengefuhl Escreveu:
Quanto às acções de Ana Drago e Joana Amaral Dias ( Expresso noticiou também que a dirigente e a ex-deputada possuem acções da PT e da EDP, respectivamente), Louçã fez notar que “as acções de Ana Drago valem mil euros”. “Quero agradecer ao Expresso ter divulgado ao país inteiro que a Ana Drago teve e já não tem mil euros de acções”, disse. Acrescentou ainda que o caso de Amaral Dias “é falso”: “Ele tinha uma conta conjunta com a mãe e foi a mãe que comprou algumas acções da EDP.”


http://publico.pt/1401405

Esta foto tirei eu em Lisboa ontem

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A questão é, pagam impostos pelas mais valias?

Essa é que é a questão..

Ou será que por ser de esquerda não podem ter acções..

Ou será que devem ser pobres e receber o RSI?



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por Elias » 14/5/2010 16:47

Governo vai anular concurso da terceira travessia sobre o Tejo
O Governo vai anular o concurso para a terceira travessia sobre o Tejo, disse hoje à Lusa o secretário de Estado dos Transportes, que espera lançar um novo concurso dentro de seis meses.
Jornal de Negócios Online
negocios@negocios.pt

O Governo vai anular o concurso para a terceira travessia sobre o Tejo, disse hoje à Lusa o secretário de Estado dos Transportes, que espera lançar um novo concurso dentro de seis meses.

O secretário de Estado Correia da Fonseca justificou a anulação do concurso com as decisões tomadas pelo Governo no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e disse que esta decisão vai permitir ao Estado obter fundos europeus adicionais para o projecto.

Correia da Fonseca falava à Lusa à margem da assinatura de um memorando de entendimento entre o Estado e a Siemens Portugal que formalizou o envolvimento da empresa no Programa de Mobilidade Eléctrica em Portugal (MOBI.E).



Comentário meu: estou desconfiado que esta anulação do concurso tem a ver com o facto de os espanhóis da FCC terem apresentado a proposta mais barata.
 
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por EALM » 5/5/2010 22:36

MarcoAntonio Escreveu:
EALM Escreveu:
ul Escreveu:TGV Madrid - Paris, é para fazer?????


A resposta está aqui, mais uma vez:
http://www.fomento.es/NR/rdonlyres/459A ... tulo07.pdf

-ver mapa da página 65.

Mas para facilitar, aqui fica.
É fácil de ver que Madrid NÃO vai ter boas ligações com Paris.
É fácil de ver que a linha que nos interessa para ligar a Paris é por Norte, até San Sebastian / IRUN, que em Portugal ligaria à linha Aveiro-Salamanca.

Só esta linha nos liga verdadeiramente à Europa, é uma falácia dizer que a linha Lisboa-Madrid nos liga à rede Europeia, quer dizer, liga, com umas voltas danadas por dentro de Espanha. No máximo liga ao Sul de França/ Itália, mas o que nos interessaria mais, a avaliar pelo tráfefo rodoviário, é o Eixo

(...)


EALM, ou liga ou não liga.

A conclusão é que liga e não me parece que fugir a Madrid para poupar cerca de 200Kms nos trajectos mais longos faça algum sentido. Em viagens de vários milhares de kilometros, esses 200Kms são marginais!

Não estou a defender o TGV (não tenho uma opinião segura formada sobre a matéria) mas a fazer, parece-me óbvio que o trajecto é via Madrid - uma das grandes capitais europeias e a mais próxima de nós - dando então algumas voltas dentro de Espanha (o que nem sequer é necessariamente mau pois muito do tráfego do TGV espera-se que seja entre estações intermédias).

Para trajectos directos já existe o avião (e nem sequer se espera que o trafego aéreo sofra grande impacto como TGV, o concorrente ao TGV é o trafego rodoviário).

Não creio que estejas a levantar uma questão realmente relevante. É a minha opinião...


Infelizmente não é assim tão simples.
Eu estou sobretudo a pensar nas plataformas logísticas, e a plataforma logística que nos interessa mais está em Valladolid (Medina del Campo) que fica bem a Norte de Madrid. Neste momento, não consegues re-encaminhar mercadorias em Madrid, é um "dead-end" pois não existe hub.

Por outro lado, o sector exportador está mais concentrado no Norte de Portugal do que propriamente no Sul. Como explicas que se o Porto de Leixões quiser colocar uma mercadoria nos Pirinéus tenha que ir dar a volta a Lisboa, depois a Madrid, Medina del Campo e só depois França?? Tens ideia dos custos adicionais envolvidos e da perda de competitividade daí inerente? É muito maior do que possas pensar. Tudo isto conta sim, e bastante. Não é por acaso que o mapa espanhol tem a ramificação que tem, e todo ele praticamente em tráfego misto.

É também por estes factores que a fronteira de Vilar Formoso continua a ser a mais movimentada do país, quer em passageiros, quer em mercadorias, quer por via rodoviária, quer por via ferroviária. Não queiram agora subverter a realidade.
 
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por jlmf » 5/5/2010 20:21

EALM Escreveu:
ul Escreveu:TGV Madrid - Paris, é para fazer?????


A resposta está aqui, mais uma vez:
http://www.fomento.es/NR/rdonlyres/459A ... tulo07.pdf

-ver mapa da página 65.

Mas para facilitar, aqui fica.
É fácil de ver que Madrid NÃO vai ter boas ligações com Paris.
É fácil de ver que a linha que nos interessa para ligar a Paris é por Norte, até San Sebastian / IRUN, que em Portugal ligaria à linha Aveiro-Salamanca.

Só esta linha nos liga verdadeiramente à Europa, é uma falácia dizer que a linha Lisboa-Madrid nos liga à rede Europeia, quer dizer, liga, com umas voltas danadas por dentro de Espanha. No máximo liga ao Sul de França/ Itália, mas o que nos interessaria mais, a avaliar pelo tráfefo rodoviário, é o Eixo

Aveiro-Vilar Formoso - Fronteira Francesa - Paris - Belgica, Holanda, UK, Alemanha. Isto sim, interessaria para as nossas exportações. Esta ligação não existe hoje por via ferroviária, nem existirá com uma Linha de Lisboa para Madrid.

Temos pena, mas a geografia não engana, e a importância de Lisboa-Madrid é maior para o lado espanhol do que para o nosso, pois sacará importância a Lisboa, tornando-a uma cidade ainda mais satélite de Madrid.

Nós tínhamos obrigação de negociar com Espanha de modo a termos uma boa ligação para França em troca de uma ligação que lhes providenciaríamos até ao Litoral Oeste.


Atenção ao Caia e muitos outros pormenores nesse mapa. Alem de outras ligações previstas e em curso. para não falar do novo tunel sob os Pirinéus direcção Toulouse mas este é para mais tarde.

Não vou entrar em pormenores técnicos, não é este o local, mas em termos gerais imagine que se fala em construir uma linha A.V. Faro/Braga, para ligar os extremos de forma rápida, o caminho mais directo e mais fácil até para evitar grandes obras de arte junto ao litoral onde os cursos de água são mais largos e a carga humana mais densa, seria sempre a direito pelo centro do país na vertical.

O objectivo seria atingido, mas seria rentável social e economicamente, ignorar os mais de 40% de potenciais utentes (Lisboa e Porto), em nome do traçado mais curto?
 
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por Fingerspitzengefuhl » 5/5/2010 19:13

Quanto às acções de Ana Drago e Joana Amaral Dias ( Expresso noticiou também que a dirigente e a ex-deputada possuem acções da PT e da EDP, respectivamente), Louçã fez notar que “as acções de Ana Drago valem mil euros”. “Quero agradecer ao Expresso ter divulgado ao país inteiro que a Ana Drago teve e já não tem mil euros de acções”, disse. Acrescentou ainda que o caso de Amaral Dias “é falso”: “Ele tinha uma conta conjunta com a mãe e foi a mãe que comprou algumas acções da EDP.”


http://publico.pt/1401405

Esta foto tirei eu em Lisboa ontem

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por MarcoAntonio » 5/5/2010 18:35

EALM Escreveu:
ul Escreveu:TGV Madrid - Paris, é para fazer?????


A resposta está aqui, mais uma vez:
http://www.fomento.es/NR/rdonlyres/459A ... tulo07.pdf

-ver mapa da página 65.

Mas para facilitar, aqui fica.
É fácil de ver que Madrid NÃO vai ter boas ligações com Paris.
É fácil de ver que a linha que nos interessa para ligar a Paris é por Norte, até San Sebastian / IRUN, que em Portugal ligaria à linha Aveiro-Salamanca.

Só esta linha nos liga verdadeiramente à Europa, é uma falácia dizer que a linha Lisboa-Madrid nos liga à rede Europeia, quer dizer, liga, com umas voltas danadas por dentro de Espanha. No máximo liga ao Sul de França/ Itália, mas o que nos interessaria mais, a avaliar pelo tráfefo rodoviário, é o Eixo

(...)


EALM, ou liga ou não liga.

A conclusão é que liga e não me parece que fugir a Madrid para poupar cerca de 200Kms nos trajectos mais longos faça algum sentido. Em viagens de vários milhares de kilometros, esses 200Kms são marginais!

Não estou a defender o TGV (não tenho uma opinião segura formada sobre a matéria) mas a fazer, parece-me óbvio que o trajecto é via Madrid - uma das grandes capitais europeias e a mais próxima de nós - dando então algumas voltas dentro de Espanha (o que nem sequer é necessariamente mau pois muito do tráfego do TGV espera-se que seja entre estações intermédias).

Para trajectos directos já existe o avião (e nem sequer se espera que o trafego aéreo sofra grande impacto como TGV, o concorrente ao TGV é o trafego rodoviário).

Não creio que estejas a levantar uma questão realmente relevante. É a minha opinião...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
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por Quico » 5/5/2010 16:53

rmachado Escreveu:
PMACS Escreveu:Mas alguma vez na vida conheceste algum comunista que abrisse uma empresa?
Eu não,e se algum dia isso aconteceu,rapidamente deixou de ser comunista...


Eu conheço... vários... e curiosmente continuam comunistas... lol


Eu também! Continuam... mas "no abstracto", curiosamente!
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por rmachado » 5/5/2010 16:15

Pois.. o tal afamado eixo Aveiro Viseu Vilar Formoso Salamanca.

É curioso que só agora é que o comboio vai chegar ao Porto de Aveiro... já chega com anos e anos de atraso.
Tivessem feito uma linha com pés e cabeça neste eixo e talvez se tivessem poupado milhares de Euros em Petroil e melhorado toda a economia destas cidades
 
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por EALM » 5/5/2010 16:04

ul Escreveu:TGV Madrid - Paris, é para fazer?????


A resposta está aqui, mais uma vez:
http://www.fomento.es/NR/rdonlyres/459A ... tulo07.pdf

-ver mapa da página 65.

Mas para facilitar, aqui fica.
É fácil de ver que Madrid NÃO vai ter boas ligações com Paris.
É fácil de ver que a linha que nos interessa para ligar a Paris é por Norte, até San Sebastian / IRUN, que em Portugal ligaria à linha Aveiro-Salamanca.

Só esta linha nos liga verdadeiramente à Europa, é uma falácia dizer que a linha Lisboa-Madrid nos liga à rede Europeia, quer dizer, liga, com umas voltas danadas por dentro de Espanha. No máximo liga ao Sul de França/ Itália, mas o que nos interessaria mais, a avaliar pelo tráfefo rodoviário, é o Eixo

Aveiro-Vilar Formoso - Fronteira Francesa - Paris - Belgica, Holanda, UK, Alemanha. Isto sim, interessaria para as nossas exportações. Esta ligação não existe hoje por via ferroviária, nem existirá com uma Linha de Lisboa para Madrid.

Temos pena, mas a geografia não engana, e a importância de Lisboa-Madrid é maior para o lado espanhol do que para o nosso, pois sacará importância a Lisboa, tornando-a uma cidade ainda mais satélite de Madrid.

Nós tínhamos obrigação de negociar com Espanha de modo a termos uma boa ligação para França em troca de uma ligação que lhes providenciaríamos até ao Litoral Oeste.
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por rmachado » 5/5/2010 11:39

PMACS Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Sobre este tópico a unica coisa que tenho a dizer é:

Eu fico espantado como em Portugal no séc XXI temos 20% da população votante a colocar o seu voto em partidos anti democraticos e extremistas.

São esses e os das centrais sindicais a quem responderia da seguinte forma se alguma vez falasse com um:

o caro amigo porque não abre uma empresa e põe no papel tudo o que diz, eu quero ser o seu primeiro trabalhador. Cheio de o ouvir ando eu, agora ponha o que diz em acção.



Mas alguma vez na vida conheceste algum comunista que abrisse uma empresa?
Eu não,e se algum dia isso aconteceu,rapidamente deixou de ser comunista...


Eu conheço... vários... e curiosmente continuam comunistas... lol
 
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por LTCM » 5/5/2010 11:28

TGV et all.: 30 mil milhões, 12% ou 0,4%?

Todos sabemos um pouco de crescimento económico. Por exemplo, todos sabemos discutir as décimas que nos separam da convergência. "A Europa cresceu a 3% ao ano e nós apenas 2,5%? Então, temos um problema." Esta frase, que denota alguma intuição sobre o que vale 0,5, podia ser dita por muita gente. Todavia, quando se fala nas obras públicas que os governos deste país têm em programa desde os tempos de Guterres, Barroso e Santana e agora com Sócrates, aquilo de que se fala é de milhares de milhões de euros. E são as pessoas mais proficientes em matérias económicas e financeiras (embora não necessariamente em matérias de crescimento) que falam assim. Num post anterior a este citei um economista que dizia que as obras públicas programadas iriam custar 30 mil milhões de euros. Mas o que é que isso significa? Simples, diz-nos o mesmo economista, significa 12% do PIB nacional de 2008. Peguemos nesse número que inclui tudo o que é possível incluir e olhemos mais de perto com a ajuda de um pertinente comentário que foi feito a esse post.

Comparar um investimento que será feito ao longo de vários anos com o PIB de um ano é errado. Não se devem comparar stocks com fluxos, todos sabemos isso. Quando se faz uma comparação do género, mostra-se uma dimensão "grande" mas perde-se a proporção. É preciso comparar o investimento anual com o PIB anual. Ora 30 mil milhões serão gastos em, digamos, 5 anos (serão mais anos, muitos mais, mas não faz mal, até porque depois os valores vão subir). 30 a dividr por 5 dá 6 mil milhões, ou seja 2,4% do PIB de 2008. Se supusermos que o PIB não cresce entre 2008 e 2013, aquela proporção manterse-á. Se crescer, diminuirá, claro. Conclusão, as "grandes obras públicas" vão afinal custar 2,4% do PIB em cada ano, nos próximos 5 anos. A percepção sobre as mesmas torna-se diferente, não torna? Note-se que tudo aquilo é investimento. Pode ser mau (não é) ou bom (é) mas é investimento. Quanto investe uma economia por ano? Digamos que devia investir pelo menos 25% do PIB. Assim, continuando nestas contas, as "grandes obras" corresponderão a 10% de todo o investimento nacional. Not bad. (o investimento em Portugal está abaixo dos 25% do PIB, porque, entre outras coisas, o "Monstro" não tem investido suficientemente).

Mas ainda não chega de contas. Alguém estimou que a dívida para se investir nas obras públicas em carteira levará a encargos de 0,6% do PIB. Isso é muito? Para mim não é. Se, por exemplo, fosse tudo pago pelo orçamento do Estado (que não é) eu até gostaria de um acréscimo desse montante no défice público nacional tendo como objectivo financiar tais obras. Mas aquela conta é ainda incompleta, pois não tem em consideração que parte dos fundos vão ser dados pela União Europeia (lá sabe-se melhor do que cá o que estas coisas valem, parece); que uma parte do financiamento será feita pelo Banco Europeu de Investimentos a taxas mais baixas; e que apesar de tudo estes investimentos vão dar retorno. Não consigo contabilizar estes efeitos aqui, mas seguramente eles vão reduzir aqueles 0,6% a 0,5 ou 0,4%.

Portugal tem dinheiro para pagar isso. Todo o Portugal, visto como uma economia, isto é. São projectos nacionais e a nação, como um todo, já tem dinheiro para ter um novo aeroporto e um TGV do Porto, a Lisboa, a Madrid. Não percebo como é que se pode pensar de outro modo. Mas pensa-se. Gostava de conseguir explicar isso. Há várias explicações possíveis, mas nenhuma me satisfaz. Também pode ser que eu não esteja mesmo a ver bem a coisa. Caso isso assim seja, preferia que me explicassem melhor com base em valores anuais em percentagem do PIB, e não com base em biliões.


http://pedrolains.typepad.com/pedrolain ... ou-04.html
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por PMACS » 5/5/2010 11:23

Lion_Heart Escreveu:Sobre este tópico a unica coisa que tenho a dizer é:

Eu fico espantado como em Portugal no séc XXI temos 20% da população votante a colocar o seu voto em partidos anti democraticos e extremistas.

São esses e os das centrais sindicais a quem responderia da seguinte forma se alguma vez falasse com um:

o caro amigo porque não abre uma empresa e põe no papel tudo o que diz, eu quero ser o seu primeiro trabalhador. Cheio de o ouvir ando eu, agora ponha o que diz em acção.



Mas alguma vez na vida conheceste algum comunista que abrisse uma empresa?
Eu não,e se algum dia isso aconteceu,rapidamente deixou de ser comunista...
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por Opcard » 5/5/2010 11:19

TGV Madrid - Paris, é para fazer?????
 
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