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Caldeirão da Bolsa

Portugal pode ficar "irremediavelmente pobre"

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Portugal pode ficar "irremediavelmente pobre"

por Capitão Nemo » 20/5/2009 0:28

Quem o diz é Manuela Ferreira Leite numa sessão da câmara de comércio Luso-Ucraniana.

Esta senhora já nos habituou a frases fortes mas talvez politicamente incorrectas.

Mas dessas vezes também achei que disse o que realmente pensava...

Ferreira Leite teme que Portugal fique "irremediavelmente pobre"

19.05.2009 - 17h45 Lusa

A presidente do PSD disse hoje temer que o Estado esteja a aumentar de dimensão com o combate à crise e apontou o risco de Portugal ficar "irremediavelmente pobre" se não inverter o seu endividamento.

No final de um almoço com a Câmara de Comércio Luso-Ucraniana, em Lisboa, Manuela Ferreira Leite fez uma intervenção sobre o tema "Uma nova política para Portugal", dedicando a maior parte do tempo à análise da situação económica do país desde a entrada no Euro.

De acordo com a presidente do PSD, Portugal "entrou no Euro de uma forma errada e não soube nem tem sabido viver no Euro" porque a descida das taxas de juro levou "logicamente" ao endividamento das famílias e das empresas e "o Estado endividou-se também", em vez de adoptar uma política contrária.

Manuela Ferreira Leite acrescentou que o país entrou "num ciclo vicioso de empobrecimento, cada vez a endividar-se mais" e comparou-o a uma empresa em falência.

"Eu não sou empresária, mas julgo que numa empresa daria qualquer coisa como uma falência. Sobretudo se quem nos financia começar a desconfiar da nossa capacidade para produzir o suficiente para solver esses nossos encargos. E nós entrámos exactamente nessa fase", disse.

"Se não ultrapassarmos esta questão nos próximos quatro ou cinco anos... Eu não quero ser pessimista, bem pelo contrário, quero que as pessoas tomem consciência de que não é nada que se vá resolver a longo prazo. Ou se resolve este problema a médio prazo ou Portugal vai ficar irremediavelmente pobre. Ficaremos na Europa como uma zona irremediavelmente pobre", alegou, em seguida.

Segundo a presidente do PSD, "não há nenhum economista que consiga discutir e dizer que não concorda com este tipo de análise".

Referindo que entretanto surgiu a crise internacional, Manuela Ferreira Leite acusou o Goberno de a estar a combater "no sentido errado" fazendo com que esta se vá prolongar em Portugal: "A Europa há-de sair da crise, há-de entrar tudo em retoma e nós ainda em crise".

Por outro lado, acusou o executivo de aproveitar a crise "para se estar a intrometer em sectores onde não tinha nada que se intrometer", sem especificar quais, e disse ter "muito receio de que no fim da crise cheguemos à conclusão de que o Estado aumentou de dimensão".

"O Estado está praticamente a consumir metade do que nós produzimos, ainda para mais de uma forma pouco produtiva e pouco eficaz. Algo deverá ser feito nessa matéria. A dimensão do Estado é realmente extremamente pesada em relação àquilo que se pretende", considerou.

Como solução para travar o empobrecimento "irremediável" do país, a presidente do PSD defendeu "um modelo de endividamento que aposte nas exportações e no investimento privado, tanto nacional quanto estrangeiro".

Em vez de "incentivar a procura", fazendo aumentar as importações e o endividamento, "o Estado tem que desenvolver as condições necessárias para que a oferta se desenvolva", acrescentou, apelando a uma mudança de política.

"Não é uma fatalidade sermos pobres. Insistir na mesma política é dizer que somos fatalmente pobres. Se os resultados estão a ser negativos quer dizer que temos que mudar de política. Há políticas diferentes", disse, no final do seu discurso.



Fonte Público http://ultimahora.publico.pt/noticia.as ... idCanal=10
Cumprimentos,

Cap. Nemo
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