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Caldeirão da Bolsa

16 coisas que vamos ter saudades quando a crise acabar

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: 16 coisas que vamos ter saudades quando a crise acabar

por Xuly » 8/5/2009 23:55

M3 Escreveu:17.Quando tudo regressar ao normal não tardaremos a identificar os indícios de uma nova crise, que será, seguramente, muito pior que a versão de 2007/09. Aproveitem!
* Presidente da empresa de investimento London & Oxford Capital Markets e autor de The Euro: The Politics of the New Global Currency


Ainda não acabámos esta e, para mim, já identifiquei uma possível (grande) semente para uma futura crise:

:arrow: Fim do mark to market

Cumprimentos
Uly
 
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Re: 16 coisas que vamos ter saudades quando a crise acabar

por LTCM » 8/5/2009 20:11

M3 Escreveu:Se os optimistas estão realmente de volta e se a miséria económica e financeira está prestes a chegar ao fim, eis 16 razões para termos saudades dos tempos sombrios.

1.O ‘role play' vai ter menos graça. Dividimos o mundo em duas partes pantomímicas: o mal (simbolizado pelos banqueiros) e o bem (todos os outros). No futuro, teremos que ter mais imaginação para identificar vítimas e vilões.
2.A crise tem favorecido passatempos socialmente construtivos e pouco dispendiosos como a observação de aves, a leitura e a criação de cooperativas de bordadeiras. É de prever que actividades mais agressivas venham a estar brevemente em voga.
3.Os profetas do Apocalipse não têm tido mãos a medir. Apesar disso, não nos sentimos desconfortáveis no meio destas Cassandras. No fundo até gostámos que nos dissessem que a luz ao fundo do túnel era o prenúncio da solução. Agora teremos de reaprender a lidar com os optimistas que são, comparativamente, mais inquietantes e perigosos.
4.Durante a recessão tirámos partido dos aviões, hotéis, restaurantes e autocarros vazios. Com a retoma virá também o excesso de procura. O que era bom vai estar a abarrotar de gente.
5.Os preços têm estado em queda. Mas não é isso que toda a gente quer, afinal? Daqui em diante, tudo - das maçãs aos iates - vai aumentar. Agora todos iremos sofrer com a "Grande Inflação", certo? O leitor que prefere: uma Grã-Bretanha Austera ou uma República de Weimar?
6.Os bancos centrais passaram a ser os amigos do povo. O Banco Central Europeu é disso exemplo pois até cortou nas taxas de juro. Dentro em breve, as taxas voltarão a subir. Adeus bancos a preço de saldo, adeus crédito ao consumo super barato e adeus ao crédito hipotecário mais baixo de sempre.
7.Muitas lojas de luxo que vendiam bens que ninguém queria fecharam portas dando lugar a galerias de arte e outras empresas edificantes. Infelizmente, essas lojas com arrebites espalhafatosos e de mau gosto não tardarão a reocupar o mesmo lugar.
8.As pessoas começaram a comer menos. A obesidade está em declínio e as hortas estão de volta. A partir do momento que a economia começar a crescer a riqueza nacional irá cair a pique.
9.As conversas ao jantar sobre a subida dos preços imobiliários vão voltar a estar na moda. Os agentes imobiliários deixarão de ter vergonha do que fazem. Filhos e netos vão novamente preferir a banca de investimento à agricultura ecológica.
10.Vamos ter de nos habituar a uma nova e penosa gíria. O "alívio quantitativo" já era mau, mas a terminologia da retoma será ainda pior. Prepare-se: os bancos centrais vão começar a vender massivamente obrigações do Tesouro a taxas de juro elevadas. O melhor é habituar-se já a dizer "estabilidade quantitativa".
11.Os serviços tendem a florescer nos períodos de declínio. Os empregados servem, os engraxadores engraxam e os porteiros abrem portas. Crescimento do PIB = rabugice geral.
12.É óptimo ter bodes expiatórios. Toda a gente adorou culpar o antigo presidente americano, George W. Bush, e o actual primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, pela crise. O que significa que o actual presidente americano, Barack Obama, vai receber os louros da retoma. Pode, inclusive, tornar-se presunçoso. Nesse caso, o anti-americanismo estará de volta.
13.O consumo de energia vai voltar a aumentar. Convencemo-nos que com uma profunda recessão pela frente se havia resolvido o problema do aquecimento global. Errado. A OPEP vai passar a ter mais poder e importância, mas também é natural que surjam, um pouco por todo o lado, novas centrais nucleares.
14.Teremos mais dificuldade em controlar os russos a partir do momento em que o preço do barril de petróleo se começar a aproximar dos 100 dólares. Nesse momento, o presidente Dmitri Medvedev deixará de ser todo sorrisos para passar a adoptar um semblante carrancudo. Isto para não falar da atitude que os iranianos passarão a ter.
15.A "cruz" do século XXI, isto é, os desequilíbrios da balança de transacções correntes, tem-se tornado paulatinamente mais leve, suportável. Daqui em diante, porém, a situação vai ficar descontrolada com a queda do valor do dólar. Pior: os corretores de câmbio vão acabar por não ter outras moedas como referência.
16.A China vai começar a exercer o seu verdadeiro poder e autoridade quando esgotar o motor da sua economia, as exportações. O mandarim será a nova língua oficial da União Europeia. Esqueçam os Direitos de Saque Especiais. O renmimbi passará a ser a nova moeda oficial dos bancos centrais.
17.Quando tudo regressar ao normal não tardaremos a identificar os indícios de uma nova crise, que será, seguramente, muito pior que a versão de 2007/09. Aproveitem!
* Presidente da empresa de investimento London & Oxford Capital Markets e autor de The Euro: The Politics of the New Global Currency


Não são 17 coisas? :lol:
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16 coisas que vamos ter saudades quando a crise acabar

por M3 » 8/5/2009 13:38

Se os optimistas estão realmente de volta e se a miséria económica e financeira está prestes a chegar ao fim, eis 16 razões para termos saudades dos tempos sombrios.

1.O ‘role play' vai ter menos graça. Dividimos o mundo em duas partes pantomímicas: o mal (simbolizado pelos banqueiros) e o bem (todos os outros). No futuro, teremos que ter mais imaginação para identificar vítimas e vilões.
2.A crise tem favorecido passatempos socialmente construtivos e pouco dispendiosos como a observação de aves, a leitura e a criação de cooperativas de bordadeiras. É de prever que actividades mais agressivas venham a estar brevemente em voga.
3.Os profetas do Apocalipse não têm tido mãos a medir. Apesar disso, não nos sentimos desconfortáveis no meio destas Cassandras. No fundo até gostámos que nos dissessem que a luz ao fundo do túnel era o prenúncio da solução. Agora teremos de reaprender a lidar com os optimistas que são, comparativamente, mais inquietantes e perigosos.
4.Durante a recessão tirámos partido dos aviões, hotéis, restaurantes e autocarros vazios. Com a retoma virá também o excesso de procura. O que era bom vai estar a abarrotar de gente.
5.Os preços têm estado em queda. Mas não é isso que toda a gente quer, afinal? Daqui em diante, tudo - das maçãs aos iates - vai aumentar. Agora todos iremos sofrer com a "Grande Inflação", certo? O leitor que prefere: uma Grã-Bretanha Austera ou uma República de Weimar?
6.Os bancos centrais passaram a ser os amigos do povo. O Banco Central Europeu é disso exemplo pois até cortou nas taxas de juro. Dentro em breve, as taxas voltarão a subir. Adeus bancos a preço de saldo, adeus crédito ao consumo super barato e adeus ao crédito hipotecário mais baixo de sempre.
7.Muitas lojas de luxo que vendiam bens que ninguém queria fecharam portas dando lugar a galerias de arte e outras empresas edificantes. Infelizmente, essas lojas com arrebites espalhafatosos e de mau gosto não tardarão a reocupar o mesmo lugar.
8.As pessoas começaram a comer menos. A obesidade está em declínio e as hortas estão de volta. A partir do momento que a economia começar a crescer a riqueza nacional irá cair a pique.
9.As conversas ao jantar sobre a subida dos preços imobiliários vão voltar a estar na moda. Os agentes imobiliários deixarão de ter vergonha do que fazem. Filhos e netos vão novamente preferir a banca de investimento à agricultura ecológica.
10.Vamos ter de nos habituar a uma nova e penosa gíria. O "alívio quantitativo" já era mau, mas a terminologia da retoma será ainda pior. Prepare-se: os bancos centrais vão começar a vender massivamente obrigações do Tesouro a taxas de juro elevadas. O melhor é habituar-se já a dizer "estabilidade quantitativa".
11.Os serviços tendem a florescer nos períodos de declínio. Os empregados servem, os engraxadores engraxam e os porteiros abrem portas. Crescimento do PIB = rabugice geral.
12.É óptimo ter bodes expiatórios. Toda a gente adorou culpar o antigo presidente americano, George W. Bush, e o actual primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, pela crise. O que significa que o actual presidente americano, Barack Obama, vai receber os louros da retoma. Pode, inclusive, tornar-se presunçoso. Nesse caso, o anti-americanismo estará de volta.
13.O consumo de energia vai voltar a aumentar. Convencemo-nos que com uma profunda recessão pela frente se havia resolvido o problema do aquecimento global. Errado. A OPEP vai passar a ter mais poder e importância, mas também é natural que surjam, um pouco por todo o lado, novas centrais nucleares.
14.Teremos mais dificuldade em controlar os russos a partir do momento em que o preço do barril de petróleo se começar a aproximar dos 100 dólares. Nesse momento, o presidente Dmitri Medvedev deixará de ser todo sorrisos para passar a adoptar um semblante carrancudo. Isto para não falar da atitude que os iranianos passarão a ter.
15.A "cruz" do século XXI, isto é, os desequilíbrios da balança de transacções correntes, tem-se tornado paulatinamente mais leve, suportável. Daqui em diante, porém, a situação vai ficar descontrolada com a queda do valor do dólar. Pior: os corretores de câmbio vão acabar por não ter outras moedas como referência.
16.A China vai começar a exercer o seu verdadeiro poder e autoridade quando esgotar o motor da sua economia, as exportações. O mandarim será a nova língua oficial da União Europeia. Esqueçam os Direitos de Saque Especiais. O renmimbi passará a ser a nova moeda oficial dos bancos centrais.
17.Quando tudo regressar ao normal não tardaremos a identificar os indícios de uma nova crise, que será, seguramente, muito pior que a versão de 2007/09. Aproveitem!
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