Como eles desviaram milhões
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JAS Escreveu:Flying Turtle Escreveu:Como no caso do crédito bancário (vide CGD - Manuel Pinho), quando a dívida é pequena o problema é do devedor, mas quando a dívida é grande o problema passa a ser do credor...
Tartaruguinha Voadora, tu andas um bocado baralhado!
O Manuel Pinho é o ministro das Finanças que o Chavez trata por Pino.
O outro chama-se Fino pois é mais magrinho e, nos negócios até podemos dizer que é Finíssimo.
O Fino é que pertence ao Clube das Madalenas.
Um abraço,
JAS
... Ó isso...
Obrigado pela correcção

FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Flying Turtle Escreveu:Como no caso do crédito bancário (vide CGD - Manuel Pinho), quando a dívida é pequena o problema é do devedor, mas quando a dívida é grande o problema passa a ser do credor...
Tartaruguinha Voadora, tu andas um bocado baralhado!
O Manuel Pinho é o ministro das Finanças que o Chavez trata por Pino.
O outro chama-se Fino pois é mais magrinho e, nos negócios até podemos dizer que é Finíssimo.
O Fino é que pertence ao Clube das Madalenas.
Um abraço,
JAS
Na Bolsa como no Poker há que ter uma boa mão...
Flying Turtle Escreveu:Carla Pedro, citada por Açor3 Escreveu:Um esquema de Ponzi com a chancela do Estado
Um típico esquema piramidal é o da Segurança Social. Legal, com a chancela do Estado. Os actuais trabalhadores no activo estão a pagar, com as suas prestações sociais, não as suas reformas mas sim as de quem está já aposentado.
O esquema funciona enquanto houver mais jovens do que idosos. Quando o número de pessoas que fazem parte da população activa estiver for menor do que aqueles que estão a receber as suas reformas, o sistema colapsa.
Exactamente. Toda a gente o sabe. E por mais reformas que se anunciem em altos brados (políticos), o esquema piramidal continuará enquanto o modelo de financiamento da Segurança Social não for mudado. A única coisa que varia é o declive da pirâmide, ou seja, o tempo que demora a atingir o colapso.
Por via de regra, os detentores dos poderes legistalivo, executivo e judicial (leia-se: o Estado) tendem a implementar reformas que afastem suficientemente esse momento do limite da sua esperança de vida enquanto detentores desses poderes. Para eles, esse é o equilíbrio ideal entre a racionalidade das coisas (eles sabem bem que se trata de um esquema piramidal) e a contestação social que se vêem obrigados a enfrentar sempre que tocam no assunto.
E este problema da contestação social é o que verdadeiramente condiciona reformas mais profundas: É que, para agravar a coisa, todos estão conscientes do problema mas poucos são aqueles que aceitam que a mudança de paradigma os afecte a eles próprios.
Não há pior cego do que aquele que não quer ver. Neste caso, é a sociedade toda que está cega, nem sequer são só, ou principalmente, os governantes. Daí que ninguém se atreva a pôr o Estado em tribunal por desenvolver, e manter, um enormíssimo esquema piramidal quando, para o cidadão comum, tal seria crime e daria cadeia.
Como no caso do crédito bancário (vide CGD - Manuel Pinho), quando a dívida é pequena o problema é do devedor, mas quando a dívida é grande o problema passa a ser do credor...
FT
Para mim, o grande problema da segurança social está no facto de haver regras diferentes para calcular quanto cada um de nós recebe. Ou seja, se eu me reformar hoje, as regras serão diferentes de quem se reformar daqui a 10 anos. E na verdade é que se eu puder reformar hoje, iria ficar com um rendimento maior do que se reformasse daqui a 10 anos (apesar de ter contribuído para o sistema durante mais 10 anos).
Na mho, as regras devem ser aplicadas retroactivamente de um modo gradual, de modo a que todos recebam de acordo com o que descontaram durante a vida toda e não apenas de acordo com os melhores 5 anos dos últimos 15 ou de acordo com o último vencimento auferido.
Para além disso, o estado deveria comparticipar com uma maior % a SS dos seus próprios funcionários.
Um abr
Nuno
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
Fraude
Stanford invoca Quinta Emenda para não testemunhar em tribunal
O banqueiro texano R. Allen Stanford, acusado pelas autoridades reguladoras norte-americanas de uma fraude com investidores no valor de oito mil milhões de dólares, invocou o seu direito contra a auto-incriminação, nos termos da Constituição dos Estados Unidos, e afirmou que não testemunhará no processo contra si próprio.
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Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
O banqueiro texano R. Allen Stanford, acusado pelas autoridades reguladoras norte-americanas de uma fraude com investidores no valor de oito mil milhões de dólares, invocou o seu direito contra a auto-incriminação, nos termos da Constituição dos Estados Unidos, e afirmou que não testemunhará no processo contra si próprio.
A declaração de Stanford está entre os documentos apresentados ontem junto do tribunal federal de Dallas por advogados da Securities and Exchange Commission (SEC - autoridade reguladora do mercado de capitais), que processaram Stanford, dois sócios e três subsidiárias suas devido à suspeita de prática de fraude que envolveu a venda de certificados de depósito com elevadas rendibilidades através do Stanford International Bank, sedeado em Antígua.
“Por este meio declaro o meu privilégio contra a auto-incriminação, nos termos da Quinta Emenda da Constituição dos Estados Unidos, e recuso testemunhar ou apresentar relatórios contabilísticos e continuarei a recusar testemunhar, apresentar relatórios contabilísticos ou fornecer quaisquer documentos” relacionados com as acusações de que sou alvo, afirmou Stanford numa declaração juramentada datada de 9 de Março, a que a Bloomberg teve acesso.
Stanford disse que não vai fornecer qualquer informação acerca dos seus antecedentes pessoais ou património, da conduta relacionada com as empresas do Stanford Financial Group, das suas conversas com os co-réus ou de informação relativa a quaisquer fundos que tenha recebido ou transferido no âmbito dos certificados de depósito, salienta a Bloomberg.
O pai de Allen Stanfor, James Stanford, invocou também a Quinta Emenda para recusar responder a qualquer pergunta sobre as operações do Stanford International Bank, onde ocupava cargo de administrador.
Nem Allen Stanford, “chairman” e accionista único do Stanford Financial Group, nem o director financeiro, James M. Davis, foram acusados de um crime específico.
Davis apresentou também uma declaração relativa ao seu direito contra a auto-incriminação e não respondeu à alegação da SEC de que ele e Stanford geriam um esquema Ponzi de larga escala, em que os investidores mais antigos eram pagos com o dinheiro dos novos participantes no esquema.
A directora de investimento, Laura Pendergest-Holt, também foi processada pela SEC, por alegada fraude, acabando por ser acusada de obstrução criminal e sendo libertada após pagar uma fiança de 300.000 dólares, refere a Bloomberg.
O milionário texano é patrocinador do críquete internacional, doador político e banqueiro privado com uma forte presença na América Latina. Depois de Bernard Madoff, supostamente Stanford terá cometido a segunda maior fraude financeira a ser descoberta nos últimos tempos nos Estados Unidos. Um caso de fraude civil que os reguladores do mercado dizem ser de “grande escala” e com “tentáculos” em todo o mundo.
JN
Stanford invoca Quinta Emenda para não testemunhar em tribunal
O banqueiro texano R. Allen Stanford, acusado pelas autoridades reguladoras norte-americanas de uma fraude com investidores no valor de oito mil milhões de dólares, invocou o seu direito contra a auto-incriminação, nos termos da Constituição dos Estados Unidos, e afirmou que não testemunhará no processo contra si próprio.
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Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
O banqueiro texano R. Allen Stanford, acusado pelas autoridades reguladoras norte-americanas de uma fraude com investidores no valor de oito mil milhões de dólares, invocou o seu direito contra a auto-incriminação, nos termos da Constituição dos Estados Unidos, e afirmou que não testemunhará no processo contra si próprio.
A declaração de Stanford está entre os documentos apresentados ontem junto do tribunal federal de Dallas por advogados da Securities and Exchange Commission (SEC - autoridade reguladora do mercado de capitais), que processaram Stanford, dois sócios e três subsidiárias suas devido à suspeita de prática de fraude que envolveu a venda de certificados de depósito com elevadas rendibilidades através do Stanford International Bank, sedeado em Antígua.
“Por este meio declaro o meu privilégio contra a auto-incriminação, nos termos da Quinta Emenda da Constituição dos Estados Unidos, e recuso testemunhar ou apresentar relatórios contabilísticos e continuarei a recusar testemunhar, apresentar relatórios contabilísticos ou fornecer quaisquer documentos” relacionados com as acusações de que sou alvo, afirmou Stanford numa declaração juramentada datada de 9 de Março, a que a Bloomberg teve acesso.
Stanford disse que não vai fornecer qualquer informação acerca dos seus antecedentes pessoais ou património, da conduta relacionada com as empresas do Stanford Financial Group, das suas conversas com os co-réus ou de informação relativa a quaisquer fundos que tenha recebido ou transferido no âmbito dos certificados de depósito, salienta a Bloomberg.
O pai de Allen Stanfor, James Stanford, invocou também a Quinta Emenda para recusar responder a qualquer pergunta sobre as operações do Stanford International Bank, onde ocupava cargo de administrador.
Nem Allen Stanford, “chairman” e accionista único do Stanford Financial Group, nem o director financeiro, James M. Davis, foram acusados de um crime específico.
Davis apresentou também uma declaração relativa ao seu direito contra a auto-incriminação e não respondeu à alegação da SEC de que ele e Stanford geriam um esquema Ponzi de larga escala, em que os investidores mais antigos eram pagos com o dinheiro dos novos participantes no esquema.
A directora de investimento, Laura Pendergest-Holt, também foi processada pela SEC, por alegada fraude, acabando por ser acusada de obstrução criminal e sendo libertada após pagar uma fiança de 300.000 dólares, refere a Bloomberg.
O milionário texano é patrocinador do críquete internacional, doador político e banqueiro privado com uma forte presença na América Latina. Depois de Bernard Madoff, supostamente Stanford terá cometido a segunda maior fraude financeira a ser descoberta nos últimos tempos nos Estados Unidos. Um caso de fraude civil que os reguladores do mercado dizem ser de “grande escala” e com “tentáculos” em todo o mundo.
JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Panizzi Escreveu:Se vocês forem a vêr isto é tudo uma pirâmide...
Os bancos ... o teu dinheiro é quase que pago pelos outros.
Se os outros levantarem , chapéu
Não concordo: Excluindo alavancagens malucas sobre activos inadequadamente avaliados, que deram no que deram (mas não é disto que estás a falar) não há à partida qualquer pirâmide na actividade bancária. Não confundir com falta de liquidez, que resulta da aplicação dos fundos captados em investimentos potendialmente geradores de rendimento mas, por vezes e sobretudo em situações de desconfiança, não convertíveis em liquidez no prazo eventualmente desejado pelos aforradores.
FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Madeirense Escreveu:Quais as alternativas não piramidais para a Segurança Social?
Não sou especialista e como tal a minha visão pecará certamente por ser demasiado simplista. No entanto, eu entendo que alguns princípios poderiam ser observados:
- Primeiro nível: Sistema público de redistribuição (o actual), obrigatório e universal mas limitado a um nível de subsistência adequado - com isto cumprir-se-ia a função social do Estado. O seu financiamento seria público (pago por todos através dos impostos) na parte eventualmente não suportada pelas contribuições da população activa. Deixaria de haver pirâmide a partir do momento em que se assumisse o financiamento a partir dos impostos conforme a necessidade. No limite, este nível poderia ser integralmente pago pelos impostos, com a correspondente redução nas contribuições para a segurança social por parte dos trabalhadores activos. Ia dar ao mesmo mas seria mais transparente.
- Segundo nível: Sistema público ou privado de capitalização, obrigatório e proporcional aos rendimentos (tal como agora), com um limite superior a determinar (p. ex. 10 salários mínimos). Aqui não há pirâmide, cada um contribui para a sua própria reforma.
- Terceiro nível: Sistema público ou privado de capitalização, facultativo e sem limites - Também não há pirâmide. Em boa parte, isto já existe.
FT
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Flying Turtle Escreveu:Carla Pedro, citada por Açor3 Escreveu:Um esquema de Ponzi com a chancela do Estado
Um típico esquema piramidal é o da Segurança Social. Legal, com a chancela do Estado. Os actuais trabalhadores no activo estão a pagar, com as suas prestações sociais, não as suas reformas mas sim as de quem está já aposentado.
O esquema funciona enquanto houver mais jovens do que idosos. Quando o número de pessoas que fazem parte da população activa estiver for menor do que aqueles que estão a receber as suas reformas, o sistema colapsa.
Exactamente. Toda a gente o sabe. E por mais reformas que se anunciem em altos brados (políticos), o esquema piramidal continuará enquanto o modelo de financiamento da Segurança Social não for mudado. A única coisa que varia é o declive da pirâmide, ou seja, o tempo que demora a atingir o colapso.
Por via de regra, os detentores dos poderes legistalivo, executivo e judicial (leia-se: o Estado) tendem a implementar reformas que afastem suficientemente esse momento do limite da sua esperança de vida enquanto detentores desses poderes. Para eles, esse é o equilíbrio ideal entre a racionalidade das coisas (eles sabem bem que se trata de um esquema piramidal) e a contestação social que se vêem obrigados a enfrentar sempre que tocam no assunto.
E este problema da contestação social é o que verdadeiramente condiciona reformas mais profundas: É que, para agravar a coisa, todos estão conscientes do problema mas poucos são aqueles que aceitam que a mudança de paradigma os afecte a eles próprios.
Não há pior cego do que aquele que não quer ver. Neste caso, é a sociedade toda que está cega, nem sequer são só, ou principalmente, os governantes. Daí que ninguém se atreva a pôr o Estado em tribunal por desenvolver, e manter, um enormíssimo esquema piramidal quando, para o cidadão comum, tal seria crime e daria cadeia.
Como no caso do crédito bancário (vide CGD - Manuel Pinho), quando a dívida é pequena o problema é do devedor, mas quando a dívida é grande o problema passa a ser do credor...
FT
O principal problema não é a piramide que está a ser construida, mas a justiça que está na base da construção!!!
Enfim, a minha opinião sobre isto é que devo continuar a descontar para ver se ainda me calha qualquer coisa!!!

De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
Açor3 Escreveu:Um esquema de Ponzi com a chancela do Estado
Um típico esquema piramidal é o da Segurança Social. Legal, com a chancela do Estado. Os actuais trabalhadores no activo estão a pagar, com as suas prestações sociais, não as suas reformas mas sim as de quem está já aposentado.
O esquema funciona enquanto houver mais jovens do que idosos. Quando o número de pessoas que fazem parte da população activa estiver for menor do que aqueles que estão a receber as suas reformas, o sistema colapsa.
JN
Brilhante. Embora perfeitamente consciente de como funciona a Segurança Social, nunca me tinha ocorrido que era comparável ao esquema.
Celeste
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Carla Pedro, citada por Açor3 Escreveu:Um esquema de Ponzi com a chancela do Estado
Um típico esquema piramidal é o da Segurança Social. Legal, com a chancela do Estado. Os actuais trabalhadores no activo estão a pagar, com as suas prestações sociais, não as suas reformas mas sim as de quem está já aposentado.
O esquema funciona enquanto houver mais jovens do que idosos. Quando o número de pessoas que fazem parte da população activa estiver for menor do que aqueles que estão a receber as suas reformas, o sistema colapsa.
Exactamente. Toda a gente o sabe. E por mais reformas que se anunciem em altos brados (políticos), o esquema piramidal continuará enquanto o modelo de financiamento da Segurança Social não for mudado. A única coisa que varia é o declive da pirâmide, ou seja, o tempo que demora a atingir o colapso.
Por via de regra, os detentores dos poderes legistalivo, executivo e judicial (leia-se: o Estado) tendem a implementar reformas que afastem suficientemente esse momento do limite da sua esperança de vida enquanto detentores desses poderes. Para eles, esse é o equilíbrio ideal entre a racionalidade das coisas (eles sabem bem que se trata de um esquema piramidal) e a contestação social que se vêem obrigados a enfrentar sempre que tocam no assunto.
E este problema da contestação social é o que verdadeiramente condiciona reformas mais profundas: É que, para agravar a coisa, todos estão conscientes do problema mas poucos são aqueles que aceitam que a mudança de paradigma os afecte a eles próprios.
Não há pior cego do que aquele que não quer ver. Neste caso, é a sociedade toda que está cega, nem sequer são só, ou principalmente, os governantes. Daí que ninguém se atreva a pôr o Estado em tribunal por desenvolver, e manter, um enormíssimo esquema piramidal quando, para o cidadão comum, tal seria crime e daria cadeia.
Como no caso do crédito bancário (vide CGD - Manuel Fino), quando a dívida é pequena o problema é do devedor, mas quando a dívida é grande o problema passa a ser do credor...
FT
EDITADO: Correcção do nome do Fino, que afinal não é nem o Pino nem o Lino

Editado pela última vez por Flying Turtle em 12/3/2009 23:10, num total de 1 vez.
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
O Esquema
As centenárias pirâmides do engano
Os esquemas piramidais e os esquemas de Ponzi (o nome vem de Charles Ponzi, que geriu um esquema deste tipo em 1919 e 1920) são esquemas de investimento em que os retornos que os primeiros investidores vão recebendo provêm inteiramente do dinheiro que entra através dos novos investidores.
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Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
Os esquemas piramidais e os esquemas de Ponzi (o nome vem de Charles Ponzi, que geriu um esquema deste tipo em 1919 e 1920) são esquemas de investimento em que os retornos que os primeiros investidores vão recebendo provêm inteiramente do dinheiro que entra através dos novos investidores.
Os esquemas de Ponzi são similares aos piramidais, mas diferem no facto de os de Ponzi serem operados por uma empresa ou pessoa que centraliza tudo. Ambos os tipos de esquemas são "abastecidos" pelos novos investidores. Quando eles deixam de entrar, o esquema colapsa. Ou seja, quando deixa de entrar "dinheiro fresco" trazido pelos novos membros, o esquema implode.
Muitas fraudes usam esquemas ainda mais simples, limitando-se ao clássico "gato por lebre". O burlão promete ganhos colocando o dinheiro numa aplicação segura, mas rouba ou o investe o montante noutro activo.
Um esquema de Ponzi com a chancela do Estado
Um típico esquema piramidal é o da Segurança Social. Legal, com a chancela do Estado. Os actuais trabalhadores no activo estão a pagar, com as suas prestações sociais, não as suas reformas mas sim as de quem está já aposentado.
O esquema funciona enquanto houver mais jovens do que idosos. Quando o número de pessoas que fazem parte da população activa estiver for menor do que aqueles que estão a receber as suas reformas, o sistema colapsa.
JN
As centenárias pirâmides do engano
Os esquemas piramidais e os esquemas de Ponzi (o nome vem de Charles Ponzi, que geriu um esquema deste tipo em 1919 e 1920) são esquemas de investimento em que os retornos que os primeiros investidores vão recebendo provêm inteiramente do dinheiro que entra através dos novos investidores.
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Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
Os esquemas piramidais e os esquemas de Ponzi (o nome vem de Charles Ponzi, que geriu um esquema deste tipo em 1919 e 1920) são esquemas de investimento em que os retornos que os primeiros investidores vão recebendo provêm inteiramente do dinheiro que entra através dos novos investidores.
Os esquemas de Ponzi são similares aos piramidais, mas diferem no facto de os de Ponzi serem operados por uma empresa ou pessoa que centraliza tudo. Ambos os tipos de esquemas são "abastecidos" pelos novos investidores. Quando eles deixam de entrar, o esquema colapsa. Ou seja, quando deixa de entrar "dinheiro fresco" trazido pelos novos membros, o esquema implode.
Muitas fraudes usam esquemas ainda mais simples, limitando-se ao clássico "gato por lebre". O burlão promete ganhos colocando o dinheiro numa aplicação segura, mas rouba ou o investe o montante noutro activo.
Um esquema de Ponzi com a chancela do Estado
Um típico esquema piramidal é o da Segurança Social. Legal, com a chancela do Estado. Os actuais trabalhadores no activo estão a pagar, com as suas prestações sociais, não as suas reformas mas sim as de quem está já aposentado.
O esquema funciona enquanto houver mais jovens do que idosos. Quando o número de pessoas que fazem parte da população activa estiver for menor do que aqueles que estão a receber as suas reformas, o sistema colapsa.
JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Burlas no mundo já somam um terço do PIB português
As burlas descobertas nos últimos meses levaram as poupanças de milhares de investidores. A soma total aproxima-se dos 50 mil milhões de euros, valor que equivale a 30% do PIB português previsto pelo Governo para 2008.
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André Veríssimo
averissimo@negocios.pt
As burlas descobertas nos últimos meses levaram as poupanças de milhares de investidores. A soma total aproxima-se dos 50 mil milhões de euros, valor que equivale a 30% do PIB português previsto pelo Governo para 2008.
O esquema piramidal de Madoff contribui com a maior parte do bolo (38,5 mil milhões de euros), seguido por Stanford (6,15 mil milhões) e Kerviel (4,9 mil milhões). Outras fraudes, de menor dimensão, completam a soma contribuindo com mais 360 milhões.
JN
As burlas descobertas nos últimos meses levaram as poupanças de milhares de investidores. A soma total aproxima-se dos 50 mil milhões de euros, valor que equivale a 30% do PIB português previsto pelo Governo para 2008.
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André Veríssimo
averissimo@negocios.pt
As burlas descobertas nos últimos meses levaram as poupanças de milhares de investidores. A soma total aproxima-se dos 50 mil milhões de euros, valor que equivale a 30% do PIB português previsto pelo Governo para 2008.
O esquema piramidal de Madoff contribui com a maior parte do bolo (38,5 mil milhões de euros), seguido por Stanford (6,15 mil milhões) e Kerviel (4,9 mil milhões). Outras fraudes, de menor dimensão, completam a soma contribuindo com mais 360 milhões.
JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
As tramas que a crise destapou
Kerviel, Madoff, Nadel, Stanford são apenas quatro nomes entre os muitos que têm sido revelados com a actual crise. Esquemas que correm mal, muitos dos quais envolvendo milhares de crédulos, estão a levar à detenção dos burlões. Mas também ao suicídio de muitas vítimas que perdem as poupanças de uma vida inteira.
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Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
Kerviel: o corretor caído em desgraça
Se as suas apostas continuassem a ser bem sucedidas, Jérôme Kerviel poderia ser ainda um perfeito desconhecido para a maioria do comum dos mortais. Mas a queda da bolsa no início do ano passado, já em plena crise financeira mundial, fez com que este ex-corretor do Société Générale caísse em desgraça.
As perdas reportadas em finais de Janeiro de 2008 pela entidade financeira francesa ascendem a 4,9 mil milhões de euros. Kerviel admitiu ter reunido 50 mil milhões de euros de posições não autorizadas, dissimulando-as através de falsas coberturas e documentos falsificados. O ex-corretor da Société Générale disse aos investigadores que os seus supervisores sabiam das suas actividades, mas essas acusações são negadas pelos visados.
Jérôme Kerviel tinha um limite de negociação de 250 milhões de euros. Segundo o ex-corretor, era normal este valor ser superado. Em entrevista ao canal de televisão TF1, Kerviel referiu que chegou a fazer apostas de 10 mil milhões de euros.
Madoff: O investidor que lesou o próprio advogado
Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa tecnológica Nasdaq e fundador da Bernard L. Madoff Investment Securities, foi detido a 11 de Dezembro, depois de alegadamente ter contado aos seus dois filhos que tinha estado a utilizar dinheiro de novos investidores para pagar aos mais antigos, naquele que poderá ser o maior esquema de Ponzi da história - estando avaliado em 35,2 mil milhões de euros.
Entre os clientes de Madoff contam-se bancos, fundos de cobertura de risco, instituições de caridade, universidades e muitos investidores privados, e clientes como o realizador Steven Spielberg, do actor Kevin Bacon ou do jogador de basebol Sandy Koufax. O próprio advogado de Madoff, Ira Lee Sorkin, consta da lista de lesados.
Os reguladores norte-americanos dizem ter provas da má conduta de Madoff, cuja fraude remonta até pelo menos à década de 70. Madoff é tido como o gestor do dinheiro dos ricos. A sua fama de pagamento de elevadas remunerações durante anos a fio deu-lhe a reputação que precisava para que o esquema não parasse. Até que chegou a crise...
Stanford: A dupla face do banqueiro com dupla nacionalidade
Allen Stanford tem 58 anos e é um economista com dupla nacionalidade. Tem B.I. dos Estados Unidos e de Antígua e Barbuda (Caraíbas). Começou a construir a sua fortuna através de investimentos no mercado imobiliário texano depois da crise das "Savings & Loans" na década de 80.
No passado dia 17 de Fevereiro rebentou o escândalo. Stanford foi acusado da segunda maior fraude financeira a ser descoberta nos últimos três meses nos Estados Unidos. Um caso de fraude civil que os reguladores do mercado disseram ter "tentáculos" em todo o mundo. A SEC acusa o texano de gerir um esquema piramidal - com certificados de depósito - avaliado em 6,3 mil milhões de euros através de um império financeiro que inclui um banco privado domiciliado em Antígua, uma sociedade de corretagem e uma unidade de consultoria em investimento.
Os certificados de depósitos vendidos através do Stanford International Bank prometiam retornos da ordem dos 15%, o quádruplo daquilo que os bancos americanos oferecem em aplicações similares.
JN
Kerviel, Madoff, Nadel, Stanford são apenas quatro nomes entre os muitos que têm sido revelados com a actual crise. Esquemas que correm mal, muitos dos quais envolvendo milhares de crédulos, estão a levar à detenção dos burlões. Mas também ao suicídio de muitas vítimas que perdem as poupanças de uma vida inteira.
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Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
Kerviel: o corretor caído em desgraça
Se as suas apostas continuassem a ser bem sucedidas, Jérôme Kerviel poderia ser ainda um perfeito desconhecido para a maioria do comum dos mortais. Mas a queda da bolsa no início do ano passado, já em plena crise financeira mundial, fez com que este ex-corretor do Société Générale caísse em desgraça.
As perdas reportadas em finais de Janeiro de 2008 pela entidade financeira francesa ascendem a 4,9 mil milhões de euros. Kerviel admitiu ter reunido 50 mil milhões de euros de posições não autorizadas, dissimulando-as através de falsas coberturas e documentos falsificados. O ex-corretor da Société Générale disse aos investigadores que os seus supervisores sabiam das suas actividades, mas essas acusações são negadas pelos visados.
Jérôme Kerviel tinha um limite de negociação de 250 milhões de euros. Segundo o ex-corretor, era normal este valor ser superado. Em entrevista ao canal de televisão TF1, Kerviel referiu que chegou a fazer apostas de 10 mil milhões de euros.
Madoff: O investidor que lesou o próprio advogado
Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa tecnológica Nasdaq e fundador da Bernard L. Madoff Investment Securities, foi detido a 11 de Dezembro, depois de alegadamente ter contado aos seus dois filhos que tinha estado a utilizar dinheiro de novos investidores para pagar aos mais antigos, naquele que poderá ser o maior esquema de Ponzi da história - estando avaliado em 35,2 mil milhões de euros.
Entre os clientes de Madoff contam-se bancos, fundos de cobertura de risco, instituições de caridade, universidades e muitos investidores privados, e clientes como o realizador Steven Spielberg, do actor Kevin Bacon ou do jogador de basebol Sandy Koufax. O próprio advogado de Madoff, Ira Lee Sorkin, consta da lista de lesados.
Os reguladores norte-americanos dizem ter provas da má conduta de Madoff, cuja fraude remonta até pelo menos à década de 70. Madoff é tido como o gestor do dinheiro dos ricos. A sua fama de pagamento de elevadas remunerações durante anos a fio deu-lhe a reputação que precisava para que o esquema não parasse. Até que chegou a crise...
Stanford: A dupla face do banqueiro com dupla nacionalidade
Allen Stanford tem 58 anos e é um economista com dupla nacionalidade. Tem B.I. dos Estados Unidos e de Antígua e Barbuda (Caraíbas). Começou a construir a sua fortuna através de investimentos no mercado imobiliário texano depois da crise das "Savings & Loans" na década de 80.
No passado dia 17 de Fevereiro rebentou o escândalo. Stanford foi acusado da segunda maior fraude financeira a ser descoberta nos últimos três meses nos Estados Unidos. Um caso de fraude civil que os reguladores do mercado disseram ter "tentáculos" em todo o mundo. A SEC acusa o texano de gerir um esquema piramidal - com certificados de depósito - avaliado em 6,3 mil milhões de euros através de um império financeiro que inclui um banco privado domiciliado em Antígua, uma sociedade de corretagem e uma unidade de consultoria em investimento.
Os certificados de depósitos vendidos através do Stanford International Bank prometiam retornos da ordem dos 15%, o quádruplo daquilo que os bancos americanos oferecem em aplicações similares.
JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Como eles desviaram milhões
Fraudes financeiras
Como eles desviaram milhões
A mais grave crise financeira desde a Grande Depressão, iniciada em 1929, está a destapar as maiores fraudes da História e os mecanismos que estão por detrás delas. Nos últimos meses, nomes como Madoff, Nadel, Stanford ou Kerviel já não soam a estranho a ninguém. Vaja aqui o trabalho do Negócios sobre fraudes financeiras.
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Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
João Andrade Costa
A mais grave crise financeira desde a Grande Depressão, iniciada em 1929, está a destapar as maiores fraudes da História e os mecanismos que estão por detrás delas. Nos últimos meses, nomes como Madoff, Nadel, Stanford ou Kerviel já não soam a estranho a ninguém.
Os chamados esquemas piramidais e esquemas de Ponzi estão nas bocas do mundo, fazendo-nos recuar a meados da década de 90, quando se descobriu que este tipo de esquemas representava cerca de 30% do PIB da Albânia.
Em épocas de euforia, quem tem dinheiro, investe. E quem aplica o seu dinheiro nestes esquemas fraudulentos é, na maioria das vezes, bem enganado. Até porque as coisas correm muito bem enquanto não há crise. Mas quando se dá uma recessão como aquela em que o mundo está mergulhado, a necessidade de capital bate a todas as portas. E é nessa altura que as coisas se complicam para os burlões. Os clientes acorrem em simultâneo a pedir o seu dinheiro de volta. E é então que o esquema colapsa.
Mas de quem é a culpa? Como é que estes negócios escuros podem durar tanto tempo sem serem descobertos? E como há tantos investidores a serem ludibriados? Estas são algumas das perguntas que estão actualmente em cima da mesa. A credibilidade dos "hedge funds", que não fizeram os estudos necessários para saberem se era seguro ou não investir em determinados fundos, está posta em causa. Não procederam ao que é conhecido como "due diligence". E porquê? Confiança a mais? Os próprios reguladores saem mais fragilizados a cada nova fraude que é desmontada. A pergunta que mais se ouve é "como puderam não identificar sinais que deveriam ser óbvios"?
"Por vezes é difícil desmontar esquemas, pois estão bem montados. Noutros casos, acho que há negligência ou corrupção da supervisão. Interrogo-me como é que a SEC [autoridade reguladora do mercado de capitais norte-americano] pode ter inspeccionado localmente os escritórios de Madoff e não ter detectado nada de estranho...", comentou ao Negócios João Duque, professor de Finanças no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
Teste ao sistema
É difícil traçar o perfil de um "burlão". De origem humilde ou rica, como mais ou menos relevo na sociedade, na sua maioria o que os caracteriza é a ambição de enriquecer rapidamente, a aventura (risco) de alcançar lucros de uma forma ilícita e a habilidade, ou não, na fuga à justiça.
Em Portugal, todos anos surgem novos casos de burla, corrupção, suborno, falsificação, abuso de confiança, entre outros, mas há sempre uns que se destacam pela amplitude das "façanhas" alcançadas ou pelas personalidades que envolvem. Apesar de não ser o seu principal fim, a fraude resulta muitas vezes num teste ao sistema, que nem sempre consegue impermeabilizar-se do crime. "Como é possível ultrapassar reconciliações bancárias, reconciliações com Câmaras de Compensação e não detectar nada... Incompetência? Corrupção?", interroga-se João Duque.
"É de estranhar que se garantam taxas de rentabilidade superiores à taxa sem risco de produtos que não apresentam risco. É de estranhar comportamentos do preço de activos que nunca apresentam perdas de valor e se destacam claramente dos 'benchmarks'. Se me prometerem que me garantem o capital, que em cima me dão a taxa de remuneração sem risco e ainda me garantem taxa de remuneração do índice accionista se ele subir, aqui há gato...", diz o professor do ISEG. E salienta que garantir o capital ao fim de cinco anos não significa não perder dinheiro. "Significa a perda do juro e é com esse juro não pago que se podem comprar produtos derivados e aditivar a remuneração do instrumento financeiro em causa. Mas, de qualquer modo, há a perda do juro e isso já é uma penalização. Mas se me garantem tudo, então é de desconfiar...", conclui.
É justamente a alta rentabilidade e e ausência de risco que fazem com que estes esquemas durem tanto tempo sem rebentarem. Os mais crédulos caem facilmente. E há vítimas que até podem analisar o investimento, mas não possuírem conhecimentos adequados para avaliar o grau de risco. Seja qual for a lacuna, o certo é que entre os lesados não estão apenas cidadãos mal informados. Na lista pública de lesados por Madoff, constam mais de 13.000 nomes.
Transportada para um cenário moderno, Miss Marple teria hoje uma série televisiva intitulada "Fraude, disse ela".
JN
Como eles desviaram milhões
A mais grave crise financeira desde a Grande Depressão, iniciada em 1929, está a destapar as maiores fraudes da História e os mecanismos que estão por detrás delas. Nos últimos meses, nomes como Madoff, Nadel, Stanford ou Kerviel já não soam a estranho a ninguém. Vaja aqui o trabalho do Negócios sobre fraudes financeiras.
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Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
João Andrade Costa
A mais grave crise financeira desde a Grande Depressão, iniciada em 1929, está a destapar as maiores fraudes da História e os mecanismos que estão por detrás delas. Nos últimos meses, nomes como Madoff, Nadel, Stanford ou Kerviel já não soam a estranho a ninguém.
Os chamados esquemas piramidais e esquemas de Ponzi estão nas bocas do mundo, fazendo-nos recuar a meados da década de 90, quando se descobriu que este tipo de esquemas representava cerca de 30% do PIB da Albânia.
Em épocas de euforia, quem tem dinheiro, investe. E quem aplica o seu dinheiro nestes esquemas fraudulentos é, na maioria das vezes, bem enganado. Até porque as coisas correm muito bem enquanto não há crise. Mas quando se dá uma recessão como aquela em que o mundo está mergulhado, a necessidade de capital bate a todas as portas. E é nessa altura que as coisas se complicam para os burlões. Os clientes acorrem em simultâneo a pedir o seu dinheiro de volta. E é então que o esquema colapsa.
Mas de quem é a culpa? Como é que estes negócios escuros podem durar tanto tempo sem serem descobertos? E como há tantos investidores a serem ludibriados? Estas são algumas das perguntas que estão actualmente em cima da mesa. A credibilidade dos "hedge funds", que não fizeram os estudos necessários para saberem se era seguro ou não investir em determinados fundos, está posta em causa. Não procederam ao que é conhecido como "due diligence". E porquê? Confiança a mais? Os próprios reguladores saem mais fragilizados a cada nova fraude que é desmontada. A pergunta que mais se ouve é "como puderam não identificar sinais que deveriam ser óbvios"?
"Por vezes é difícil desmontar esquemas, pois estão bem montados. Noutros casos, acho que há negligência ou corrupção da supervisão. Interrogo-me como é que a SEC [autoridade reguladora do mercado de capitais norte-americano] pode ter inspeccionado localmente os escritórios de Madoff e não ter detectado nada de estranho...", comentou ao Negócios João Duque, professor de Finanças no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
Teste ao sistema
É difícil traçar o perfil de um "burlão". De origem humilde ou rica, como mais ou menos relevo na sociedade, na sua maioria o que os caracteriza é a ambição de enriquecer rapidamente, a aventura (risco) de alcançar lucros de uma forma ilícita e a habilidade, ou não, na fuga à justiça.
Em Portugal, todos anos surgem novos casos de burla, corrupção, suborno, falsificação, abuso de confiança, entre outros, mas há sempre uns que se destacam pela amplitude das "façanhas" alcançadas ou pelas personalidades que envolvem. Apesar de não ser o seu principal fim, a fraude resulta muitas vezes num teste ao sistema, que nem sempre consegue impermeabilizar-se do crime. "Como é possível ultrapassar reconciliações bancárias, reconciliações com Câmaras de Compensação e não detectar nada... Incompetência? Corrupção?", interroga-se João Duque.
"É de estranhar que se garantam taxas de rentabilidade superiores à taxa sem risco de produtos que não apresentam risco. É de estranhar comportamentos do preço de activos que nunca apresentam perdas de valor e se destacam claramente dos 'benchmarks'. Se me prometerem que me garantem o capital, que em cima me dão a taxa de remuneração sem risco e ainda me garantem taxa de remuneração do índice accionista se ele subir, aqui há gato...", diz o professor do ISEG. E salienta que garantir o capital ao fim de cinco anos não significa não perder dinheiro. "Significa a perda do juro e é com esse juro não pago que se podem comprar produtos derivados e aditivar a remuneração do instrumento financeiro em causa. Mas, de qualquer modo, há a perda do juro e isso já é uma penalização. Mas se me garantem tudo, então é de desconfiar...", conclui.
É justamente a alta rentabilidade e e ausência de risco que fazem com que estes esquemas durem tanto tempo sem rebentarem. Os mais crédulos caem facilmente. E há vítimas que até podem analisar o investimento, mas não possuírem conhecimentos adequados para avaliar o grau de risco. Seja qual for a lacuna, o certo é que entre os lesados não estão apenas cidadãos mal informados. Na lista pública de lesados por Madoff, constam mais de 13.000 nomes.
Transportada para um cenário moderno, Miss Marple teria hoje uma série televisiva intitulada "Fraude, disse ela".
JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
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