APB acusa Concorrência de lançar consulta enviesada e com "resultados predeterminados"

[tiagopt2]

Deixo um post do Blogue. Embora seja dirigido aos meus amigos de carne e osso, parece-me mais que justo que os meus amigos virtuais também o leiam...

Nove meses após a inauguração oficial deste modesto sítio plantado na imensidão da blogosfera, surge o momento de explicar o seu nome. Ao longo deste tempo foi-me perguntado diversas vezes, especialmente pelos meus amigos pessoais (que têm poucos conhecimentos de economia) porque escolhi um nome que "está mais relacionado com surf do que com economia". Além dessa merecida crítica, apontam-me também várias vezes o dedo porque "não se entende nada do que está escrito".
Ora, com este post pretendo matar dois coelhos com uma só cajatada: Explicar a origem do nome do Blog e ao mesmo tempo escrever de forma simples, sem termos técnicos.
Ora aqui vai, um post dedicado aos amigos de carne e osso

Antes da explicação, uma história. A história dos meus primeiros passos.
Como grande parte dos que começam nos mercados, também eu comecei ambicioso e a tentar enriquecer no mais curto espaço de tempo possível. Sabia pouco, ou quase nada sobre o funcionamento dos mercados. Mas se tantos encontravam o sucesso, eu havia de ser mais um. O meu primeiro pensamento foi comprar o que já estava barato. E o que é barato? O que tiver um preço baixo, claro (ironia)! Na altura era a Pararede que dava cartas nessa área, já cotava abaixo de 1€ e com os meus trocos "apurados" no tempo de estudante não era fácil enriquecer depressa de outra forma. As contas eram simples de fazer: comprava 1000 títulos, passado um ano subiam 1€ (quando eu pedia, era em grande) e pronto! 1000€ ganhos num instante, sem esforço. Como é óbvio, isso não aconteceu. Passados 2 ou 3 anos já nem metade do dinheiro lá estava... E as minhas ilusões levaram assim o primeiro abanão.

Mas não é fácil desmotivar-me, passei à outra área de especialidade de quem começa: comprar empresas depois de sair uma boa notícia. Mais uma vez, genial (ironia, again)! Rapidamente a fraqueza da estratégia se começou a materializar e novas perdas se acumularam.
Mas eu sou mesmo persistente, como quem me conhece bem sabe. E voltei ao ataque. Terceira estratégia infalível: Meter-me num aumento de capital sem fazer a mais pálida ideia de como funcionava nem em que consistia tal coisa. Mas se é um aumento de capital, é óbvio que nos vai aumentar o capital, não é? (é óbvio que estou a ironizar uma vez mais)
Ora, desse aumento de capital surgiu mais uma avultada perda, a definitiva chapada para a realidade. Já não era sem tempo!

Decidido a enriquecer dos mercados, percebi que só o iria conseguir se começasse da forma tradicional: agarrado aos livros, para deixar de cometer erros tão básicos como os acima descritos. Estudei, provavelmente muito mais do que havia estudado uns anos antes durante o meu curso de base. No meio dessa minha pesquisa, deparei-me com a teoria de Dow. O senhor Dow disse-nos há um século que os mercados têm movimentos equiparáveis ao movimento do mar. As marés correspondem aos grandes ciclos (que podem durar anos), as ondas correspondem às tendências secundárias (que podem durar meses) e o refluxo das ondas corresponde ao "ruído do mercado" (que geralmente dura poucos dias). O que é que eu aprendi com isso? Que devemos ignorar a tendência terciária (ou ruído), temer a tendência secundária e negociar a tendência primária! Era tão simples quanto isso, negociar apenas na direcção da tendência primária e esquecer tudo o resto. Foi assim que encontrei a resposta à pergunta que avidamente buscava: Bastava "Surfar a Tendência"! (Ignoremos o pormenor técnico de que normalmente se surfam as ondas e não as marés. Preciosismos )

Quando criei este espaço foi na tentativa de fazer com que erros básicos como os que eu cometi não continuassem a ser cometidos pelos que todos os dias se iludem como eu me iludi. Os artigos que por vezes escrevo têm essa base, alertar, abrir os olhos para os perigos que o canto da sereia esconde. Como alguém diz, durante a nossa vida não temos tempo para cometer todos os erros, por isso mais vale aprendermos com os erros dos outros.
Com o passar do tempo cheguei a uma conclusão, talvez a pedra basilar para começar finalmente a ter algum sucesso: Nunca vou enriquecer dos mercados, e se o tentar fazer vou acabar sem nada.
Custou-me a entender isso, foi talvez a lição mais importante e dura de aprender. Hoje persigo metas mais modestas, crescer sustentadamente para daqui a algumas décadas me poder reformar de forma confortável. Modesto, talvez? Provavelmente. Mas manter os pés no chão é a melhor forma que conheço para ultrapassar obstáculos...

Um abraço especial para os que tantas vezes me ouvem, mesmo sem perceberem patavina do que digo