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Caldeirão da Bolsa

Schroders prevê recuperação dos mercados daqui a oito meses

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por corvo47 » 11/11/2008 22:59

Schroders e outros.
Tudo isto não passa de palpites.

Há uns meses atrás quando o PSI20 ainda estava nos
10 000 pontos, já existiam outros "palpitadores" e sabichões a tecer conjecturas para o futuro.De lá para cá o dito índice já caiu cerca de 40%.

Não será mais coerente aguardar, ver os gráficos e analisar os sinais que a economia vai dando.


Um abraço.
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por R_Martins » 11/11/2008 22:39

O Schroders é uma instituição enorme, portanto a assinatura de muitos colaboradores.
Eu piquenino e insignificante, uma única pessoa, tenho previsões diferentes e com assinatura: Subidas substanciais a partir de Dezembro de 2008
Rmartins
Quem não conhece o «CALDEIRÃO» não conhece este mundo
 
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por Resina » 11/11/2008 22:28

Grande artigo.... :lol:
Se não podes vencê-los, o melhor mesmo é juntares-te a eles!
Porquê ir contra o mercado? Perdemos sempre!
És fraco, junta-te aos fortes!
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por Capitão Nemo » 11/11/2008 22:23

Concordo que vivemos momentos de grande incerteza e a vários níveis.

Desde logo nos mercados financeiros, desde Julho do ano passado com o inicio da crise do subprime e que continua bem viva.

Entretanto a crise contaminou várias empresas, nomeadamente os Bancos nos quais os governos de diversos países tiveram de intervir para que não colapsassem.

Por outro lado as economias dos EUA e da Europa entraram em recessão e outras empresas começaram a apresentar resultados péssimos e começam a ter dificuldades de tal ordem que o gigante GM necessita do auxílio governamental. Acredito que outras empresas se seguirão e muitas apresentarão falência.

Com o aprofundamento da recessão e as dificuldades das empresas vem o drama do desemprego, já que felizmente a inflação parece não vir a ser um problema.

As eleições e a mudança de presidente nos EUA criam ainda um ambiente de expectativa sobre como irão ser geridos muitos dossiers deixados em aberto, como a economia americana, as guerras do Afeganistão e no Iraque, as relações com os Aliados Europeus, as tensões com o Irão e alguns países da América Latina.

O panorama por agora é sombrio mas isto vai-se resolver, como não sei, mas um dia vai-se abrir uma nova porta, novas janelas de oportunidade vão surgir, as empresas sobreviventes a esta crise irão de novo impulsionar a economia.

Que esta crise me parece diferente e é mais grave do que outras também acho, porque penso que estão em causa Bancos que geralmente são empresas mais imunes a estes maus momentos.

No entanto um dia tudo vai melhorar, só não sei quando vai ser ou quanto tempo mais vai demorar, porque no fundo a História assim nos diz.

E a História, já o sabemos, repete-se infinitamente.
Cumprimentos,

Cap. Nemo
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por corvo47 » 11/11/2008 20:25

Seis meses!?

Quem sabe.

Com tanta incerteza o melhor é esperar para ver.

Aqui vai mais um artigo do Pedro Guerreiro (JN), que espelha bem como vai o nosso mundo financeiro.

Pedro Santos Guerreiro
Humor negro
psg@mediafin.pt

"Uma mulher de 67 anos morreu após ser atingida pelo caixão onde estava o seu marido, que ia a enterrar, no Rio Grande do Sul. Um veículo colidiu na traseira da funerária, deslocando o caixão para a frente, que acabou atingindo a vítima". Esta é uma notícia publicada ontem na Bloomberg. Ao lado, outra: "Deutsche Bank avalia acções da General Motors a zero". Qual delas é a mais bizarra? Alguma é mais tétrica que a outra?

A Bolsa anda de tal forma que o noticiário financeiro poderia ser fonte para os guionistas da série de cangalheiros "Sete Palmos de Terra". Dizer que as acções do maior fabricante automóvel dos Estados Unidos valem zero dólares é prognosticar a morte ao paciente. A morte, nas empresas, chama-se falência e há muito que ela não saía tantas vezes à rua.

Aliás: em 133 empresas cotadas na Bolsa de Madrid, apenas três não estão negativas este ano e a que mais sobe (17,47%) é a Funespana, uma fornecedora de serviços funerários e gestora de cemitérios em Espanha e na América Latina. Sobe mais que 597 empresas do índice Stoxx 600. Ao contrário do romance de José Saramago, a morte não é intermitente, o negócio floresce.

Mas há mais na lista das histórias estranhas, incluindo o incrível "short squeeze" da Volkswagen, que aqui já foi relatado e que levou as acções a disparar para mais de mil dólares sem nenhuma razão de negócio, caindo para metade logo depois. Ou a estranha republicação em Setembro passado de uma notícia de 2002, pelo Chicago Tribune, que levou as acções da United Airlines a afundar 99,9%, por afirmar que a transportadora ia pedir falência, o que, mesmo há seis anos, era errado.

Só em tempos de hipersensibilidade como estes as reacções de pânico e de euforia se incendeiam em menos tempo que um fósforo raspa em lixa. Só em tempos tão voláteis como este se escrevem títulos como "Bolsa desliza 9%", em que a escolha do verbo mostra a anestesia em que nos encontramos.

Quem, há um ano, não cairia da cadeira ao ler que "o tempo do dinheiro fácil acabou" no mesmo dia em que "taxas de juro aproximam-se do zero"? Ou que dois terços do dinheiro pedido emprestado por bancos ao BCE são depositados no dia seguinte... no BCE, com perda de meio ponto percentual entre uma coisa e outra? Quem podia acreditar que, em meia dúzia de meses, 60 bancos seriam nacionalizados em todo o mundo?

Olhando para o valor das empresas cotadas, a anormalidade prossegue, mesmo em Portugal. Por que é que a Teixeira Duarte vale menos que a soma das suas participações directas no BCP, Cimpor e BBVA? Por que é que a Sonae Indústria vale apenas um terço das avaliações dos analistas? Por que é que se tornou habitual ver listas de empresas transaccionadas abaixo do próprio valor nominal, como o BCP ou como a Sonae SGPS, que já custam menos dinheiro do que um arrumador de carros aceita de gorjeta? Por que é que as acções da Galp não incorporam qualquer expectativa quanto ao petróleo brasileiro que um dia há-de jorrar? Sabe qual é a segunda melhor empresa do ano na Bolsa de Lisboa? A Papelaria Fernandes, que enfrenta o abismo.

Há várias explicações para o inexplicável. Os investidores não compram o amanhã, porque sabem que ele não chegará para muitas empresas. Os bancos não emprestam o dinheiro e ficam sentados em cima da liquidez. As empresas deixaram de anunciar intenções, passaram a gerir o calendário.

Não é o humor que está negro, é a percepção, as expectativas. Por enquanto, isto não tem graça nenhuma. Nem graça, nem saída.


Um abraço.
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Schroders prevê recuperação dos mercados daqui a oito meses

por Capitão Nemo » 10/11/2008 3:07

Os especialistas da Schroders consideram que a recuperação económica vai ser lenta, mas que os mercados deverão começar a descontar melhores perspectivas para 2010 já em Junho do próximo ano.

Marta Marques Silva

“A dimensão do corte é reveladora da dimensão dos problemas.” Era assim que Keith Wade, economista chefe da Schroders, interpretava na sexta-feira o maior corte de juros alguma vez realizado pelo Banco de Inglaterra.

Por ocasião do International Media Day, que teve lugar em Londres, a Schroders reuniu alguns dos seus maiores especialistas para partilharem perspectivas para 2009. E o panorama é sombrio: “Podemos estar perto do fim da crise de crédito, mas ainda é só o início de uma crise na economia real”, avançava Keith Wade. Segundo este especialista, EUA, Reino Unido, Europa e Japão deverão entrar em recessão em 2009, o que servirá para alimentar a “espiral descendente”: contracção dos lucros empresariais, perda de empregos, mais incumprimentos no pagamento de dívidas, maior aversão ao risco. Da mesma forma, e uma vez resolvido o problema da capacidade de financiamento – Keith Wade acredita que a generalidade dos bancos tenha os rácios de capital restaurados até final do ano –, “as pessoas não vão querer pedir mais empréstimos porque perderam o emprego ou deixaram de ter uma situação estável. Logo vai ser uma recuperação lenta. Vamos demorar vários anos a recuperar desta crise”.

Ainda assim, existem algumas notícias positivas: a inflação deixou de ser um problema, e as taxas de juro de referência deverão permanecer em níveis baixos até 2011. Keith Wade antevê que a taxa de juro fixada pelo BCE esteja nos 2% até ao final do próximo ano: “A actuação do BCE foi lenta, mas agora parecem estar a acordar.” Keith Wade alerta ainda para a necessidade de ver o valor das hipotecas a cair nos EUA: “O preço das casas terá de corrigir mais 15% a 20%. Sem isso não teremos estabilidade.”

Quanto ao futuro, um novo modelo económico e financeiro está a ser esculpido por esta crise e algumas mudanças começam já a afigurar-se no horizonte. “Existe claramente um risco de regulação excessiva. Especialmente quando se sentem culpados de não ter feito nada”, adianta Virginie Maisonneuve, ‘head of global and international equities’ da Schroders, a respeito da actuação das autoridades reguladoras. Que tipo de sistema sairá desta crise? Keith Wade responde: “O Volkswagen versus o Porsche.” Ou seja, enquanto o segundo é rápido, desregulado e excitante, o primeiro zela pela segurança.

Da macroeconomia para os mercados

Os primeiros sinais de recuperação, embora fraca, deverão chegar em 2010, mas, tal como é seu costume, os mercados deverão começar a descontar essas perspectivas logo após o segundo trimestre de 2009. Ou seja, “até Junho do próximo ano vão haver grandes oportunidades”, diz Virginie Maisonneuve, que ainda assim considera que a quebra dos lucros empresariais ainda não está totalmente incorporada no preço das acções. Esta especialista prefere as acções ‘growth’ e a razão é simples: “Porque vão existir menos.” Já Andy Lynch, responsável pelas acções europeias coloca a tónica em empresas com elevados níveis de ‘cash flow’, com constância de resultados e com uma gestão de elevada qualidade. Este responsável considera que os preços actuais estão atractivos, “embora estejam a descontar apenas uma recessão normal e não uma recessão profunda”. Ou seja, considera ser possível que os mercados accionistas caiam ainda mais 10%. Aconselha a exposição gradual a acções e, embora não tenha actualmente investimentos no mercado português, diz que há empresas que vai manter debaixo de olho. À margem da conferência assumiu a sua preferência pela Galp Energia, devido às novas reservas de petróleo no Brasil.


Fonte Diário Económico
Cumprimentos,

Cap. Nemo
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