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Caldeirão da Bolsa

Portugueses consomem apenas 20% da água que pagam

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por charles » 9/11/2008 21:25

A grande maioria dos autoclismos actuais - eu arriscaria que a quase totalidade dos produzidos nos últimos 10 anos - possui mecanismos de regulação do nível de enchimento da cuba, pelo que o recurso à garrafa se torna desnecessário.

Por outro lado, muitos autoclismos permitem que se faça descarga parcial, tendo para o efeito dois botões de descarga.


Fica a sugestão para todos os outros, o meu é bem recente e não se consegue regular a um minimo de agua desejável, eu noto que neste momento com o recurso ao truque referido, a descarga é menor e nem por isso deixa de ser suficiente, há-des concordar que é mais fácil para quem leu este tópico pôr lá a garrafita do que ir ao Merlin ou Aki trocar o dispositivo, quantos que leram o artigo aqui no CB não puseram já a garrafita :mrgreen: .


Em muitos dos autoclismos que não dispõem dos sistemas acima, é possível fazer-se a substituição dos mecanismos de enchimento e/ou descarga por outros que o permitam, encontrando-se mecanismos destes à venda em estabelecimentos como, por exemplo, Aki, Leroy Merlin, Mestre Maco, Izi e similares.


Isso custa dinheiro o recurso à garrafa é bem mais simples e menos dispendioso :wink: .


De qualquer das formas, poder dispor de uma descarga completa é de vez em quando bem conveniente :mrgreen:


Nos casos de metabolismos mais complicados, se necessitar de uma descarga pontualmente superior, pode-se sempre descarregar duas vezes, mesmo assim a poupança é certa.

PS O pessoal dos mercados não pode passar muito tempo no WC senão vai tudo por água abaixo :mrgreen:


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por Flying Turtle » 9/11/2008 12:59

charles Escreveu:Quem quiser contribuir para a redução, por exemplo, da quantidade de litros que gasta cada vez que despeja o autoclismo é simples, basta colocar uma garrafa de plástico cheia de agua ou areia dentro do depósito, logo o espaço ocupado pela garrafa não vai ser ocupado com água servindo assim de doseador adicional ao do autoclismo, cada vez que o depósito despeja e enche são menos litros que se desperdiçam,em cada descarga do autoclismo gastam-se em média 10 a 12 litros de água, no final de um ano representaria uma poupança de muitos milhares de litros :wink: .

Eu já lá tenho a minha, motivos, dois, preocupação ambiental, preocupação tambem com a conta que pago :!:

Cumpt


A grande maioria dos autoclismos actuais - eu arriscaria que a quase totalidade dos produzidos nos últimos 10 anos - possui mecanismos de regulação do nível de enchimento da cuba, pelo que o recurso à garrafa se torna desnecessário.

Por outro lado, muitos autoclismos permitem que se faça descarga parcial, tendo para o efeito dois botões de descarga.

Em muitos dos autoclismos que não dispõem dos sistemas acima, é possível fazer-se a substituição dos mecanismos de enchimento e/ou descarga por outros que o permitam, encontrando-se mecanismos destes à venda em estabelecimentos como, por exemplo, Aki, Leroy Merlin, Mestre Maco, Izi e similares.

De qualquer das formas, poder dispor de uma descarga completa é de vez em quando bem conveniente :mrgreen:

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por Flying Turtle » 9/11/2008 12:11

Esta questão sobre a percentagem da água que consumimos que acaba sendo canalisada para o sistema de águas residuais (vulgo esgotos) é para mim extremamente enviesada e não é o melhor caminho para tratar o tema da utilização eficiente da água.

Assimilarmos o diferencial "input - output" da água, ao nível de uma unidade doméstica, aquilo que constitui água não desperdiçada, ou aproveitada (como no artigo se sugere), é extremamente contestável. Vejamos, por exemplo:

- Uma boa parte da água que ingerimos acaba sendo lançada no sistema de águas residuais através dos nossos próprios despejos;

- Dependendo da forma como se seca a roupa, a água que fica nos tecidos no fim das lavagens pode ser ou não lançada no sistema de águas residuais: Se a secarmos ao ar não o é, mas se utilizarmos um secador de roupa provavelmente sê-lo-á;

- Uma pessoa que, por razões de economia de energia e de defesa ambiental, tenha o cuidado de baixar o lume sempre que a água (ou genericamente o cozinhado) entre em fervura acaba, provavelmente, por lançar mais água nos esgotos do que uma que não o faça. No limite, se eu deixar a água da panela ferver até ao fim não lanço nada nos esgotos;

- Quem tenha ar condicionado, ou desumidificadores, e não tenha o resultado da condensação de água a pingar irritantemente nas cabeças de quem passa na rua, estará a recolher da atmosfera água que lança no sistema de águas residuais.

Penso que ninguém ousará defender que a maioria da água que consumimos deve ser utilizada de tal forma que não seja lançada no sistema de águas residuais. Parece-me mais do que claro que a grande maioria (eu arriscaria, assim a "olhómetro", entre 80% e 90%) da água que consumimos acaba sendo devolvida ao ambiente no estado líquido (ou seja, lançada nos esgotos ou, onde estes não existam, directamente nos meios hídricos ou nos solos).

O problema do utilização responsável dos recursos ambientais (água, energia e devoluções que fazemos ao ambiente, como esgotos e lixos) tem muito mais a ver com a educação ambiental, a criação de hábitos de combate ao desperdício e a integral integração (perdoem-me a cacofonia), nos preços dos recursos, de todas as externalidades associadas à utilização dos mesmos do que com o tipo de abordagem que é feito no artigo. Acho que o jornalista, ao escrever uma peça atabalhoada, confusa, sem um fio condutor e sem uma mensagem clara contribuiu mais para confundir do que para esclarecer.

Por outro lado, algumas referências feitas no artigo, como é o caso dos campos de golf, pode não corresponder completamente à realidade actual: Já há muito tempo que não tenho contactos directos com o assunto, mas lembro-me de, há uns bons 10 anos, a questão do reaproveitamento quase integral das águas utilizadas na rega dos campos de golf ser já um tema relevante de discussão, falando-se em normativos obrigando a taxas mínimas de reutilização (o que é o mesmo que dizer taxas máximas de consumo) de água. Também têm sido desenvolvidos sistemas de rega muito mais eficientes, como são os por micro-aspersão, gota-a-gota e hidroponia.

Transcrevo a propósito um texto que encontrei em https://mail.uevora.pt/pipermail/ambio/ ... 10829.html:

Em: Público - http://jornal.publico.clix.pt/
>
> Regar golfe com águas residuais ainda não será obrigatório
>
> 18.06.2008, Idálio Revez
>
>
> O Programa Nacional do Uso Eficiente da Água permitirá ainda regas com água potável. Se a seca voltar, as coisas podem mudar
>
>
>
> A obrigatoriedade da rega de campos de golfe com águas residuais tratadas não faz parte do conjunto dos 23 medidas prioritárias do Programa Nacional do Uso Eficiente da Água, que está em estudo há sete anos e deverá ser aprovado em Outubro.
> O ministro do Ambiente, Nunes Correia, defende que essa medida deve ser apenas "fortemente recomendada". No futuro, se ela for importante para assegurar água para todos, sublinhou, será "eventualmente, obrigatória". Por agora, os promotores turísticos apenas aderem a medidas ambientais numa base "voluntária".
> A região algarvia, uma das mais atingidas pela seca de 2005, dispõe de 43 campos de golfe e estão previstos mais 20. Actualmente, apenas um, nos Salgados (Albufeira), reutiliza a água dos esgotos, tratada, para regar os relvados. O presidente da Câmara de Loulé, Seruca Emídio, defendeu ontem, em Vilamoura, na abertura do seminário sobre o Uso e Gestão Eficiente da Água, promovido pela Associação Nacional dos Municípios no Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação, que "seria desejável que a legislação fosse clarificada" no que respeita ao reaproveitamento das águas tratadas pelas Estações de Tratamento de Esgotos para rega de golfes e jardins. A ETAR de Vilamoura, exemplificou, custou cinco milhões de euros e não está a ser usada para esse fim.
> Nunes Correia, à margem do encontro, respondeu às preocupações do autarca de forma ambígua: "Não me parece que seja adequado uma determinação impositiva [regar golfes com efluentes tratados] em todos os casos." Segundos os promotores turísticos, existem reservas por parte dos praticantes em jogar em relvados regados com água que tenha passado pelas ETAR. Nesse sentido, o governante defendeu que não deve existir uma exigência legal, mas sim medidas graduais de adaptação a normas que decorrem de directivas comunitárias. "Julgo que o Algarve é um bom exemplo onde essa medida, primeiro numa base voluntária, e crescentemente numa base obrigatória, deve começar a ser adoptada", acrescentou.
>
> Espanha já proíbe
> Embora Portugal tenha um historial de situações cíclicas de falta de água, o ministro do Ambiente entende que ainda não devem existir - tal como já se verifica nas ilhas Baleares e noutras regiões espanholas - normas que proíbam a utilização de água potável para manter os relvados. "No Algarve não vai faltar água para os cidadãos e para o golfe", justificou. "As medidas são implementadas à medida que são necessárias", justificou.
> Lembrou que o golfe é uma âncora importante do desenvolvimento do turismo em Portugal. Por isso, apelou aos empresários para que construam "campos de golfe mais amigos do ambiente".
> O presidente da Quercus, Francisco Ferreira, não perdeu tempo: "É um erro crasso não exigir aos grandes consumidores aquilo que é pedido a todos os cidadãos no quotidiano." "[No Algarve e noutros locais], temos imensas estações de tratamento que foram planeadas para fazer reutilização de água para lavagens, jardins, regas de campos de golfe, e não o estão a fazer", acrescentou. Por falta de articulação, enfatizou, "está-se a desperdiçar dinheiro comunitário e nacional". A situação, na opinião do ambientalista, "mostra a fraca vontade política, e de capacidade de implementação deste objectivo prioritário, que é o uso eficiente da água".
> O presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Fernando Ruas, lembrou que passaram sete anos sobre a versão preliminar do Programa Nacional do Uso Eficiente da Água (PNUEA, elaborado pelo LNEC, "e o país continua sem o conhecer". O ministro reconheceu que se "perdeu muito tempo, e foi a seca de 2005 que fez reactivar o processo". Nas redes de distribuição, lembrou o ministro, perde-se 40 por cento da água que sai dos depósitos. Para combater o desperdício, o representante dos autarcas reclamou da administração central apoios para reabilitar as redes antigas, especialmente as que se localizam nos centros históricos. O ministro respondeu que os fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional, face à escassez de recursos, têm como " primeira prioridade levar água a casa de todos os portugueses".
> O conselho directivo da ANMP aprovou ontem uma declaração de empenho dos municípios no uso eficiente da água, defendendo ao mesmo tempo um sistema que permita que as áreas de menor densidade populacional possam beneficiar de tarifários socialmente comportáveis.
> Nunes Correia fez eco das reservas dos golfistas em jogar em campos regados com águas tratadas pelas ETAR
> Em casa de dez famílias algarvias foram colocados redutores de caudal nas torneiras de maior uso - duche, casa de banho e cozinha. A iniciativa, lançada pela Quercus em Janeiro, concluiu que é possível uma redução nos consumos na ordem dos 40 a 50 por cento. Sobre o que deve ser feito na gestão eficiente da água diz Francisco Ferreira que "já se sabe quase tudo o que é preciso fazer, quanto custa e quais são as prioridades, e na prática não se vê nada". Defende que é nas alturas em que não se prevê que haja sobressaltos no abastecimento que se devem tomar medidas. O projecto que a Quercus lançou no Algarve, que vai alargar a todo o país, permite "medições em tempo real". Dos primeiros resultados da amostra, revela Francisco Ferreira, há resultados surpreendentes: "Há famílias que estão a gastar mais com a lavagem da roupa do que com os duches, ou com o autoclismo", o que contraria os estudos nacionais. Por outro lado, o pagamento das taxas dos resíduos, indexada aos consumos de água, origina queixas. Em Faro, exemplificou, paga-se uma taxa superior a seis euros, quer se recicle, quer não se recicle.


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por charles » 9/11/2008 0:50

Sem fazer contas para concluir quantos litros representa os tais 20%, e pegando só no curto artigo, parece-me que consumimos, ou seja bebemos 20% da agua que pagamos e 80% resultam em águas residuais provenientes de banhos lavagens de roupas loiças, despejos provenientes do metabolismo humano, etc...

Águas residuais domésticas: as águas residuais de serviços e instalações residenciais e essencialmente provenientes do metabolismo humano e de actividades domésticas;


http://www.inag.pt/inag2004/port/r_exte ... s_urb.html

Quem quiser contribuir para a redução, por exemplo, da quantidade de litros que gasta cada vez que despeja o autoclismo é simples, basta colocar uma garrafa de plástico cheia de agua ou areia dentro do depósito, logo o espaço ocupado pela garrafa não vai ser ocupado com água servindo assim de doseador adicional ao do autoclismo, cada vez que o depósito despeja e enche são menos litros que se desperdiçam,em cada descarga do autoclismo gastam-se em média 10 a 12 litros de água, no final de um ano representaria uma poupança de muitos milhares de litros :wink: .

Eu já lá tenho a minha, motivos, dois, preocupação ambiental, preocupação tambem com a conta que pago :!:

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por Pata-Hari » 9/11/2008 0:46

I rest my case, Elias e Turtle. Num percebo o artigo.
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por Panizzi » 9/11/2008 0:46

Eu acho que o título devia ser : "Portugueses desperdicam água pr'a..."

Achei piada á separação das águas residuais... como se essa também não fizesse parte do consumo.

Vou comecar a beber a água da sanita e a água do banho , para o consumo ser 100%.
Editado pela última vez por Panizzi em 9/11/2008 0:47, num total de 1 vez.
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Debrucei-me todo este Sabado sobre esta intrigante questao..

por bboniek33 » 9/11/2008 0:38

...concluindo que devemos tomar menos banho e beber mais Vinho. Sejamos ecologicos de Corpo Inteiro ! :idea:
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por Flying Turtle » 9/11/2008 0:29

Elias Escreveu:Ó Pata mas se isso fosse assim então se eu consumir 10 metros cúbicos por mês eu estava a engolir 2 mil litros por mês ou seja 60 litros por dia. Não faz muito sentido...


Pata-Hari Escreveu:Mas tu não consomes 10 metros cúbicos sózinho. Eu consumo 24 metros cúbicos cada dois meses, para quatro pessoas. 0.01 metro cubico por dia é muito se tiver em conta o que uso em sopas, em água de beber, em arroz, em pasta, em cozer legumes...? estou a enganar-me nas contas?


As tuas contas não me parecem correctas Pata:

24m3/2 meses corresponde a 3m3/pessoa/mês, o que dá 100 litros / pessoa e dia. Se 20% forem para ingestão, daria 20 litros / pessoa e dia. Parece-me um pouco demais, mas tu lá sabes claro :wink: :lol:

Eu tenho um consumo médio de 10m3/mês para 4 pessoas (adultos), o que dá 2,5m3/pessoa/mês, ou seja, 83 litros por pessoa e dia. Destes, receio bem que mais de 80% não sejam ingeridos...

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por Flying Turtle » 9/11/2008 0:21

Elias Escreveu:Obrigado Rockerduck.

De facto o artigo é bastante confuso: primeiro fala em desperdício e depois vem dizer que não consumimos aquilo que pagamos.


O artigo é mas é uma valente trapalhada, uma manta de retalhos completamente redonda - isto é, não tem ponta por onde se lhe pegue -.

De qualquer forma, a frase bombástica do título, "desperdiçamos 80% da água que pagamos" - o que é, diga-se, diferente de afirmar que "consumimos 80% da água que pagamos", como o recorte online afirmava - é de interpretação clara, e coincidente com aquela que eu tinha sugerido.

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por lothar_m » 9/11/2008 0:20

Elias Escreveu:
Flying Turtle Escreveu:Penso que o excerto do artigo que a Pata citou é relativamente claro: Da água que pagamos, ou seja, aquela que passa pelos nossos contadores, 80% acabam por ser escoadas pelos nossos esgotos. Isto inclui águas de banhos, lavagens (casa, roupa, loiça, automóveis...), cozinha, etc.


turtle não concordo muito com a tua interpretação.
A água do banho é por mim utilizada, tal como a do autoclismo ou da cozinha. Eu uso água para o banho e pago por isso.
Se eu uso 20% da água que pago, significa que há 80% que eu não uso.


O flying turtle tem razão. 80% é o valor normalmente atribuido à relação esgoto/agua de abastecimento numa casa. isto é, considera-se que, em média, apenas 80% da água que entra nas casas das pessoas (pelas torneiras) é recolhida pelos esgotos. os restantes 20% não entram na rede de esgotos (são usados em rega de jardins particulares, lavagens de pavimentos e automoveis, etc).

quanto à questão das perdas na rede de abastecimento, estas representam a diferença entre o caudal de água produzida nas estaçoes de tratamento de água para consumo e o caudal que é medido nos contadores dos clientes. Uma das causas para esta diferença é o mau estado de conservação das canalizações. Uma vez que as redes de distribuição de água em portugal são, no geral, bastante antigas e sofrem manutenção reduzida, verifica-se que na maioria dos municipios se perde muita agua no percurso entre a fonte (albufeira, furo, etc) e a casa dos clientes. Perdas de 50%-60% nas redes de distribuição de águas são relativamente comuns em portugal.

No geral, perdas inferiores a 20% são consideradas boas.
 
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por Pata-Hari » 9/11/2008 0:13

Mas tu não consomes 10 metros cúbicos sózinho. Eu consumo 24 metros cúbicos cada dois meses, para quatro pessoas. 0.01 metro cubico por dia é muito se tiver em conta o que uso em sopas, em água de beber, em arroz, em pasta, em cozer legumes...? estou a enganar-me nas contas?
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por Elias » 9/11/2008 0:00

Ó Pata mas se isso fosse assim então se eu consumir 10 metros cúbicos por mês eu estava a engolir 2 mil litros por mês ou seja 60 litros por dia. Não faz muito sentido...
 
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por Pata-Hari » 8/11/2008 23:49

A minha interpretação do artigo é que essa será a percentagem de água que "engolimos", que consumimos fisicamente. Não fiquei muito esclarecida com a leitura, admito.
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por Elias » 8/11/2008 21:52

Obrigado Rockerduck.

De facto o artigo é bastante confuso: primeiro fala em desperdício e depois vem dizer que não consumimos aquilo que pagamos.
 
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por Rockerduck » 8/11/2008 21:34

cá está o pdf do artigo
Anexos
e-xpresso desperdiçamos 805 da água que pagamos.pdf
(299.2 KiB) Transferido 207 Vezes
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por Flying Turtle » 8/11/2008 21:10

Elias Escreveu:
Flying Turtle Escreveu:Penso que o excerto do artigo que a Pata citou é relativamente claro: Da água que pagamos, ou seja, aquela que passa pelos nossos contadores, 80% acabam por ser escoadas pelos nossos esgotos. Isto inclui águas de banhos, lavagens (casa, roupa, loiça, automóveis...), cozinha, etc.


turtle não concordo muito com a tua interpretação.
A água do banho é por mim utilizada, tal como a do autoclismo ou da cozinha. Eu uso água para o banho e pago por isso.
Se eu uso 20% da água que pago, significa que há 80% que eu não uso.
Não usar é diferente de ir pelo cano abaixo depois de eu a usar.


Eu tentei interpretar o texto postado. Issso de modo algum significa que concorde com a formulação do mesmo - o que significa que estou de acordo contigo!

Como não compro o Expresso, fica por fazer por enquanto o "tira-teimas" sobre o verdadeiro sentido do artigo... :?

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por Elias » 8/11/2008 21:03

Flying Turtle Escreveu:Penso que o excerto do artigo que a Pata citou é relativamente claro: Da água que pagamos, ou seja, aquela que passa pelos nossos contadores, 80% acabam por ser escoadas pelos nossos esgotos. Isto inclui águas de banhos, lavagens (casa, roupa, loiça, automóveis...), cozinha, etc.


turtle não concordo muito com a tua interpretação.
A água do banho é por mim utilizada, tal como a do autoclismo ou da cozinha. Eu uso água para o banho e pago por isso.
Se eu uso 20% da água que pago, significa que há 80% que eu não uso.
Não usar é diferente de ir pelo cano abaixo depois de eu a usar.

Flying Turtle Escreveu:Ora, segundo o que depreendo, seria possível e desejável que essa percentagem fosse menor, isto é, que nós desenvolvêssemos hábitos de consumo de água mais eficientes: Banhos mais curtos / com menos caudal, racionalização da utilização das máquinas de lavar roupa e loiça, lavagens de automóveis com balde e não à mangueira, etc. - tudo, afinal, coisas que estamos fartos de saber mas, parece, não de aplicar.


Concordo com esta parte, mas desperdício/eficiência é uma coisa; pagar mas não usar é outra completamente diferente...

1 abraço,
Elias
 
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por Flying Turtle » 8/11/2008 19:47

Pata-Hari Escreveu:Eu não interpreto como tu, acho que simplesmente alguns consumidores não estão a ser correctamente cobrados (porque os contadores não são substituidos, porque não funcionam, porque ...). E sei que isto é verdade porque conheço alguns. Do mesmo modo que conheço outros que pagam exorbitancias e que certamente pagam pelos que não pagam nada.


Mas, Pata, das duas uma:

- Ou os contadores contam de menos - e a empresa distribuidora terá de se pôr a pau - mas isso não representa qualquer desperdício de água;

- Ou os contadores contam demais - e aí certamente que os clientes se irão queixar diss, pelo menos quando os desvios são significativos - mas isso tão pouco representa qualquer desperdício de água.

Imaginemos no entanto que tu interpretas o artigo como pretendendo dizer que os consumidores pagam, devido a ineficiente calibração dos contadores, 5 vezes mais água do que a que consomem, daí só consumirem 20% da água que pagam. Tenho a maior das convicções, para não dizer que tenho a certeza, de que isso não pode ser verdade. Admito que, no limite, possa haver um ou outro caso em que isso eventualmente aconteça, mas nunca de uma forma suficientemente generalizada para sustentar um artigo de jornal.

E, aliás, o excerto que tu copiaste para aqui não aponta, de modo algum, nesse sentido. Porque se apontasse então isso quereria dizer que os contadores do sector agrícola seriam muito mais eficientes, enquanto que os utilizados no sector do Turismo seriam ainda mais ineficientes.

Desculpa, mas isto não tem lógica nenhuma. Mesmo sem ter lido o artigo, não vejo como o mesmo possa referir-se a algo que não ao que sugeri acima:

O consumo residencial é pouco eficiente, sendo-o muito mais na agricultura (a água é em grande maioria retida pelos solos) e menos no sector turístico, onde a o tipo de utilização conduz a que uma percentagem ainda maior de água consumida acabe sendo conduzida para os sistemas de águas residuais.

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por Flying Turtle » 8/11/2008 19:29

rnbc Escreveu:Não consegui encontrar muitos dados concretos, mas aqui está um estudo sério:

http://www.ualg.pt/5cigpa/comunicacoes/ ... %A1gua.doc

Perdas da ordem de 40% a 70% são aí reportadas.


Em vez de "Perdas da ordem de 40% a 70% são aí reportadas", devias, em defesa do rigor, ter afirmado "Perdas da ordem de 20% a 70% são aí reportadas" (isto para utilizar números redondos). Mas adiante...

O estudo que indicas refere-se apenas a 3 subsistemas de um único concelho - Santa Marta de Penaguião -, abrangendo um total de 891 habitantes ( :shock: :shock: ) pelo que me parece totalmente impróprio para alegar como representativo da situação no País.

E mesmo nesse estudo (ver cópia abaixo dos dados relevantes), apenas um dos 3 subsistemas estudados apresenta perdas na ordem dos 70% (74% para ser mais preciso), enquanto que os outros dois apresentam perdas de 38% e 15%.

Cito ainda a passagem seguinte das Considerações Finais do estudo:

Relativamente à percentagem de perdas de água, os 3 subsistemas apresentam valores bem distintos. Alvações com 38% de perdas de água totais, valor frequente no panorama nacional de abastecimento de água; Sanhoane com um surpreendente valor de 16% (num subsistema em que nem se quer existe um controlo de caudais!); Portela atingindo os 74% de perdas, revela por isso uma dimensão de perdas preocupante.


Este parágrafo mostra quão rudimentar é o sistema de abastecimento estudado o qual, mesmo assim, ostenta um nível médio de perdas de cerca de 35% (ponderando as perdas de cada subsistema pela população servida), muito abaixo dos alegados 70%. É metade...

Afinal, tende mais a confirmar do que a contradizer a minha argumentação.

rnbc Escreveu:Não são dados para Lisboa, mas do que me lembro na rede da Epal as perdas são mesmo dessa ordem de grandeza, e por incrivel que pareça é considerado normal!


Trata-se de uma afirmação não comprovada - aliás desmentida - pelo que já postei acima:

- Nem o nível das perdas em Lisboa sequer pouco mais ou menos se aproxima desses valores;

- Nem esse nível é considerado normal em lado algum.

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SMP_UAlg agua.gif
Estudo Ualg Santa Marta de Penaguião
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por Flying Turtle » 8/11/2008 19:08

Flying Turtle Escreveu:A EPAL vendeu em 2007 209.854.898 m3 de água (cf. Relatório e Contas de 2007, pág. 9) pelo que, a acreditar na notícia do Portugal Diário, a taxa de desperdício da EPAL em 2007 foi de 19,4 / 210 = 9,2%.


Afinal o R&C da EPAL contém a informação que procurava (ver abaixo), que mostra que a informação do Portugal Diário pecou por defeito: A taxa de desperdício da EPAL em 2007 foi afinal de 13,7%. Muitíssimo aquém dos valores sugeridos acima e, assinale-se, em constante progresso desde, pelo menos, 2003.

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Anexos
EPAL 2007.gif
Snapshot do R&C da EPAL, pág. 9 (parte)
EPAL 2007.gif (39.44 KiB) Visualizado 1397 vezes
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por Pata-Hari » 8/11/2008 19:04

Eu não interpreto como tu, acho que simplesmente alguns consumidores não estão a ser correctamente cobrados (porque os contadores não são substituidos, porque não funcionam, porque ...). E sei que isto é verdade porque conheço alguns. Do mesmo modo que conheço outros que pagam exorbitancias e que certamente pagam pelos que não pagam nada.
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por rnbc » 8/11/2008 19:04

Não consegui encontrar muitos dados concretos, mas aqui está um estudo sério:

http://www.ualg.pt/5cigpa/comunicacoes/ ... %A1gua.doc

Perdas da ordem de 40% a 70% são aí reportadas. Não são dados para Lisboa, mas do que me lembro na rede da Epal as perdas são mesmo dessa ordem de grandeza, e por incrivel que pareça é considerado normal!
However elegant the method we should occasionally look at the results.
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por Flying Turtle » 8/11/2008 18:59

Pata-Hari Escreveu:Turtle, sim. o custo do desperdicio não te é imputado na factura de modo directo, apenas tens que pagar o dobro ou mais pela água que consomes.

Não há milagre, alguém tem que a pagar e não vai ser certamente a companhia que vai tirar do seu bolso e ter prejuizo. Faz parte do custo de exploração o desperdicio e faz parte do teu preço o custo dessa mesma distribuição.


Pata, eu admiti essa possibilidade acima e isso acontece aliás com os preços de praticamente tudo aquilo que pagamos, não só a água. Mas isso não significa necessariamente:

- Que exista um nível de desperdício na rede pública da ordem dos 70% ou mesmo algo que se aproxime;

- Que esse seja o sentido do artigo cujo excerto publicaste.

Em confirmação do que digo acima cito, por exemplo:

Diário Digital Escreveu:sábado, 8 de Março de 2008 | 10:30

Algarve: Desperdício de água atinge 40%

O desperdício de água na rede pública do Algarve atinge entre 30 a 40% e há autarquias cuja percentagem do fornecimento não facturado é superior a 50%, conclui um estudo da empresa Águas do Algarve.

O estudo, realizado em 14 dos 16 municípios algarvios e divulgado recentemente num seminário sobre «Uso Eficiente a Água - para consumidores colectivos», concluiu que cerca de um terço das autarquias avaliadas «tem percentagens de água não facturada próximas ou superiores a 50%, estando o concelho de Faro à frente na lista com 58% de água não facturada.

O estudo indica ainda que »poucos são os municípios que apresentam um volume de água não facturada muito próximo dos 20%, enquanto que cerca de um terço têm percentagens próximas ou superiores a 50%.

«Este resultado indica que grande parte dos municípios está muito afastado do valor de referência do Instituto Regulador de Água e Resíduos (IRAR), que é de 20% para sistemas de distribuição e mistos», um valor considerado, em média, técnica e economicamente aceitável, lê-se no estudo a que a Lusa teve acesso.


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=322233

O artigo acima mostra designadamente que:

- Uma taxa dse desperdício de 30% é já considerada exagerada;

- Os desperdícios existentes, mesmo quando elevados, não estão - no Algarve, é certo - a ser repercutidos na facturação ao cliente;

- O valor de referência do Instituto Regulador de Água e Resíduos (IRAR) para o desperdício da rede pública é de 20%.

Portugal Diário Escreveu:A rede de distribuição de água para consumo humano na área de Lisboa perdeu 19,4 milhões de metros cúbicos em 2007, em 1.463 roturas nos ramais de abastecimento, disse à Lusa fonte da EPAL.

Estas perdas de água equivalem, por exemplo, a 3.800 tanques centrais do Oceanário de Lisboa, que tem capacidade de 5.000 metros cúbicos, ou a 19 dias consecutivos de captação, pela torre de bombagem existente na albufeira da Barragem de Castelo do Bode.


http://diario.iol.pt/noticia.html?id=909750&div_id=291

A EPAL vendeu em 2007 209.854.898 m3 de água (cf. Relatório e Contas de 2007, pág. 9) pelo que, a acreditar na notícia do Portugal Diário, a taxa de desperdício da EPAL em 2007 foi de 19,4 / 210 = 9,2%.

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por Pata-Hari » 8/11/2008 18:19

Turtle, sim. o custo do desperdicio não te é imputado na factura de modo directo, apenas tens que pagar o dobro ou mais pela água que consomes.

Não há milagre, alguém tem que a pagar e não vai ser certamente a companhia que vai tirar do seu bolso e ter prejuizo. Faz parte do custo de exploração o desperdicio e faz parte do teu preço o custo dessa mesma distribuição.
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por Flying Turtle » 8/11/2008 18:09

rnbc Escreveu:Acho que o artigo não diz toda a verdade... o que já me contaram é que >70% da água que entra nos canos aqui em Lisboa, por exemplo, é perdida em fugas!

Chamar a isso "águas residuais" e andar ali às voltas é tentar dourar a pílula.


Pata-Hari Escreveu:rnbc, o que eu li era exactamente isso, ou seja, que haveria necessidade de invetimentos massivos em infraestruturas de distribuição (e conservação, portanto) de águas.


Não li o artigo e portanto não posso pronunciar-me sobre ele. Permito-me no entanto fazer dois comentários críticos às duas afirmações acima:

1. rnbc, parece-me difícil que exista, na rede de abastecimento pública, um desperdício por fugas de 70% ou mesmo coisa parecida. Sinceramente, não vejo como, particularmente no caso das cidades, a ocorrer tal nível de fugas, isso não haveria de ser visível a olho nu. Claro que isso não tem nada a ver com águas residuais que, como já foi referido, são as águas dos esgotos não pluviais.

2. Pata, se o problema estivesse nas fugas na rede pública, isso não seria pago pelos consumidores, pelo menos directamente (as fugas ocorreriam a montante dos contadores). Claro que o preço da água poderia incorporar a ineficiência dos distribuidores, mas não vejo que seja aí que está a questão.

Penso que o excerto do artigo que a Pata citou é relativamente claro: Da água que pagamos, ou seja, aquela que passa pelos nossos contadores, 80% acabam por ser escoadas pelos nossos esgotos. Isto inclui águas de banhos, lavagens (casa, roupa, loiça, automóveis...), cozinha, etc. Ora, segundo o que depreendo, seria possível e desejável que essa percentagem fosse menor, isto é, que nós desenvolvêssemos hábitos de consumo de água mais eficientes: Banhos mais curtos / com menos caudal, racionalização da utilização das máquinas de lavar roupa e loiça, lavagens de automóveis com balde e não à mangueira, etc. - tudo, afinal, coisas que estamos fartos de saber mas, parece, não de aplicar.

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