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Caldeirão da Bolsa

Um óptimo conselho...

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Hubble » 2/11/2008 21:49

Lion, eu não procurei aconselhamento especializado. Fui lá apenas por causa de um crédito à habitação! Acho grave tentar vender a banha da cobra a alguém que está a pensar comprar uma casa. Ou não estás de acordo??? Aliás, a banha sem a casa já seria mau!



E repito: uma relação comercial terá sempre de estar assente no respeito e na honestidade!

Abraços

---------

Hubble (bláblá)
 
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por Lion_Heart » 2/11/2008 21:26

A isto simplesmente respondo:

Porque será que as pessoas não procuram aconselhamento especializado?

Existem muitas empresas dedicadas a consultoria financeira!
O serviço delas é aconselhar o melhor produto e/ou investimento para o cliente.

Estes sim são especialistas!

Um bancario simplesmente vai querer que a pessoa faça o maximo de produtos e/ou creditos junto desse Banco. Não é por ser "especialista" é por ser comercial!
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por Hubble » 2/11/2008 21:23

Acho que vou mesmo fazer isso, Pata. É a atitude mais acertada, sem dúvida!

E muito obrigado!

Abraços

-------------

A tal história do Hubble... tenho de alterar no perfil.. é que somos mesmo mesmo pequeninos... :wink:
E de pôr uma foto jeitosa, já agora!
 
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por Pata-Hari » 2/11/2008 21:11

Francamente acho que levantará muitas questões quer éticas quer mesmo legais (a tal questão do aconselhamento e da DMIF). E acho que a senhora não ganhará para o susto.
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por Hubble » 2/11/2008 21:08

Boa noite, novamente.

Obrigado pelo vosso feed-back! A excelente opinião que tinha sobre o caldeirão subiu ainda mais! :)

Penso que o Atomez tem razão no que diz: uma sociedade Orwelliana não deve interessar a muita gente. Mas, infelizmente, vivemos num país onde a sensibilidade cívica é diminuta e o conceito de cidadania é apenas isso: um conceito. E dos abstractos...

Esta é uma terra de chicos cada vez mais espertos. Ou de chicas, no caso... :wink:

Acreditem que foi mesmo uma das situações surreais da minha vida, bolas! Gostava que a senhora tivesse apanhado pela frente algum dos colegas do fórum com mais conhecimentos sobre mercados. Pagava para ver a contra-argumentação! Enfim, viver e aprender...

Pata, eu pensei nisso, mas não fui directamente prejudicado. Fiquei com muita pena dos eventuais clientes que foram na cantiga. A senhora podia estar apenas a gabar-se e a rebuscar argumentos, mas fiquei mesmo com a ideia de que, ao menos aí, estava a falar verdade. Posso fazer uma exposição, mas achas que irá haver algum follow-up por quem de direito?

Um abraço
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Edwin Hubble: o primeiro astrónomo a verificar a existência de galáxias exteriores à enorme Via Láctea. Talvez o maior contributo do século XX para o conceito de pequenez do Homem…
 
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por artista_ » 2/11/2008 17:05

Boas, concordo plenamente com o Dwer e com todos os que acharam reprovável a atitude da bancária!

Uma coisa é vender e ser profissional, outra é "impingir" recorrendo a todos os métodos, sejam eles legais ou ilegais... todos conhecemos casos destes, e o pior é que para muitos isto parece que é normal?!?!

Uma coisa é vender e informar o cliente de todos os riscos que corre, outra é vender mostrando apenas os aspectos potenciais positivos!!!

Realmente não obrigam ninguém a comprar mas mal de nós se chegarmos ao dia em que já não podemos confiar em ninguém... os meus pais ainda são do tempo em que lá na terrinha não eram precisos contratos nem escrituras, era tudo tratado na casa do povo, o Manuel comprou tal olival ao João, estava comprado e ponto final!

abraços

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por Pata-Hari » 2/11/2008 16:28

Hubble, já pensaste em escrever uma cartinha ao banco em causa explicando a situação? Acho que seria útil os bancos colocarem-se algumas questões éticas acerca do que é aceitável e não é aceitável fazer-se. Sobretudo agora em que a DMIF veio gerar obrigações adicionais a quem presta aconselhamento financeiro e veio proibir que alguns agentes o fizessem (estou certa que é o caso da senhora que não terá certamente autorização para fazer aconselhamento financeiro mas apenas para execução de ordens).
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Re: Um óptimo conselho...

por nahoot » 2/11/2008 16:05

Hubble Escreveu:Boas noites

[...]
Consegui uma casa dentro do concelho de Lisboa a um excelente preço: um T2 antigo, mas remodelado, por 90000 euros. Com a casa avaliada em 150000 por avaliadores independentes, dirigi-me a alguns bancos para obter condições sobre o empréstimo.

[...]


Neste momento estou com uma inveja de ti que nem te passa pela cabeça... :evil:


Quanto à fulana do banco... era mete-la num pau e chegar-lhe o fogo... :lol:
Como já não estamos no tempo da inquisição, e falando um pouco mais a sério, acho que uma pessoa dessas não devia ser autorizada a atender clientes nem devia ser chamada de "especialista" de coisa nenhuma...
 
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por mikemix » 2/11/2008 13:51

E quem não tiver capacidade para defender os seus interesses provavelmente nem merece viver.

Viva o darwinismo social. Os tolos e incompetentes que se danem. Que morram para que os outros possam viver.

Para cada pessoa que se julga inteligente e competente há duas que o são mais, e prontinhas para o tramar (adaptação livre para 'there's a sucker born every minute, and two to take him').

Quando tal acontece, curiosamente, o discurso costuma mudar.


Estou plenamente de acordo!!!
E este é o nosso maior problema social! Tão grave como fazer mal, é olhar para o lado quando o fazem ao teu vizinho.

E claro que deveria haver fortes penalizações para quem vende produtos desta "importância", não é o mesmo que vender enciclopédias, ou máquinas de lavar! Quando vendes algo de forma "irresponsável" que pode por em risco o futuro de pessoas e famílias inteiras, deves ser responsabilizado por isso. :evil:
Abraços!
M





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por Celsius-reloaded » 2/11/2008 13:09

Penso que o objectivo do tópico é chamar a atenção para um fenomeno que se tem visto mto por cá, e porventura no resto do Mundo.

Quem não tem conhecimentos sobre certa matéria recorre a profissionais para saber o que fazer.

Sucede porém que há inumeros profissionais, que são não só incompetentes, mas também gananciosos e etc.

Neste contexto acontece o que aconteceu e aconteçe em mtos bancos. Os admin hipotecam o futuro do banco em troca de resultados no presente mto bons mas no futuro, potencialmente ruinosos.

E voltando ao exemplo essa funcionária tem naturalmente perante o comprador incauto uma imagem que de todo não corresponde à verdade, mas que foi usada no sentido de conferir credibilidd às afirmações.

E toda a gente sabe como o Tuga gosta de ser chico-esperto.

Em conclusão o que faltou aqui foi ética. e qdo se fala em eventuais indemnizações e coisas parecidas, nada se aplica.

Coisa diferente seria se a S.ra tivesse sugerido fundos de capital garantido...
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por atomez » 2/11/2008 2:16

Dwer Escreveu:E quem não tiver capacidade para defender os seus interesses provavelmente nem merece viver.

Viva o darwinismo social. Os tolos e incompetentes que se danem. Que morram para que os outros possam viver.

Bem, isso será a tua opinião.

Na minha, quem não entende de um assunto é melhor procurar a opinião de quem entenda e em quem confie, ou de instituições credíveis de solidariedade e de defesa do consumidor. Ou então não se meter nele.

É o que eu faço. De alguns assuntos entendo e julgo por mim, noutros sei que não entendo e procuro ajuda e informação antes de me decidir.

Prefiro isso a uma sociedade altamente regulamentada e controlada, com normas e regulamentos para tudo e mais alguma coisa e inspectores sempre a meter-se em tudo, em que para alguma coisa são precisos 10 pareceres e 20 autorizações e nos deixa uma falsa sensação de "segurança", e depois ainda por cima essas "seguranças" todas não funcionam e acabamos por nos tramar.

Prefiro a responsabilidade individual sobre a supervisão colectiva.

Agora, estar à espera que quem vende defenda os nossos interesses, ir na cantiga e depois queixar-se que foi enganado é que não leva a lado nenhum e só contribui para que tudo fique na mesma.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Re: Um óptimo conselho...

por salvadorveiga » 2/11/2008 2:04

Hubble Escreveu:Boas noites

Esta é a minha primeira participação no Caldeirão.

Antes de mais, gostaria de expressar os meus agradecimentos aos administradores do fórum. Julgo que fazem um excelente trabalho de informativo e educacional! Evitei grandes erros pela leitura das análises que têm sido feitas por eles!

Gostaria de partilhar convosco uma situação magnífica que teve lugar na semana que passou.

Consegui uma casa dentro do concelho de Lisboa a um excelente preço: um T2 antigo, mas remodelado, por 90000 euros. Com a casa avaliada em 150000 por avaliadores independentes, dirigi-me a alguns bancos para obter condições sobre o empréstimo.

Na sede de um dos bancos estrangeiros que operam em Portugal, fui encaminhado para a especialista (sic) em crédito à habitação. A senhora, ao saber o preço de aquisição da casa e o valor aproximado da avaliação, recomendou-me que pedisse o valor na totalidade e que investisse o que restasse (falamos de cerca de 60 000 euros). Julgando não ter percebido bem o que me estava a ser proposto, pedi que me explicasse melhor o que me estava a aconselhar.

Ficou completamente "em pulgas" e foi a correr buscar uns prospectos sobre os produtos de investimento desse banco.

Rentabilidades maravilhosas, fundos a bater os índices, grandes gestores de produtos estruturados... enfim, a totalidade dos peixes da caldeirada...

Ao perceber a enormidade do que ouvia, agradeci-lhe o tempo dispensado e anunciei a minha intenção de procurar outras propostas noutras instituições bancárias.

A senhora, insistente e diligente, conseguiu manter-me sentado mais alguns minutos. Disse-me que era “a especialista” e a responsável pelo crédito à habitação, mas que a sua grande paixão era a banca de investimentos. “Ah sim? Então ponha-me ao corrente do que pensa que poderá acontecer ao montante que me aconselha a investir”, solicitei.

No meio de um discurso extremamente atabalhoado e incoerente, fez a sua exposição. Com expressões do tipo “quando a América espirra o resto do mundo fica constipado”, “é boa altura para entrar no mercado”, “tudo o que desce tem de subir”, entre outras pérolas de calibre semelhante (com péssimo português pelo meio destes chavões estafados), lá ouvi um conjunto de disparates que me fizeram colocar muitas dúvidas sobre as capacidades intelectuais da senhora. Mas o melhor ficou para o final. Ao perceber que eu não iria, de todo, proceder segundo os seus conselhos, confidenciou-me: “Sabe, tenho tido muitos clientes a fazerem os investimentos que tenho recomendado! E estão todos satisfeitos! E a maior parte deles não tem conhecimentos suficientes para investir no mercado, por isso é um grande favor que lhes faço!”.

:shock:

Sem poder ouvir mais uma palavra, despedi-me, levantei-me e saí, tendo ficado com a certeza de nunca tornar a entrar numa dependência de um banco que tem uma “especialista” assim.

Tenho muita pena dos incautos que foram na cantiga da senhora… e vossa, se tiveram a paciência de ler um texto tão comprido! :wink:

Mas pergunto: uma pessoa que actua assim pode ficar impune? Se os futuros lesados assim decidirem poderão proceder judicialmente contra a “especialista”? É que a situação ficou realmente a revolver-me as entranhas…

Agradeço o vosso parecer.

Um óptimo resto de fim-de-semana e um abraço a todos

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Se tens o capital todo, eu preferia ficar livre de divida em vez de recorrer ao credito. Sim, depois possivelmnete ficas sem capital para investir e e' um custo de oportunidade, mas eu prefereria assim. Nunca se sabe o dia de amanha, e ao menos esse activo era teu...

um abraço
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por atomez » 2/11/2008 2:01

Dwer Escreveu:E quem não tiver capacidade para defender os seus interesses provavelmente nem merece viver.

Viva o darwinismo social. Os tolos e incompetentes que se danem. Que morram para que os outros possam viver.

Bem, isso será a tua opinião.

Na minha, quem não entende de um assunto é melhor procurar a opinião de quem entenda e em quem confie, ou de instituições credíveis de solidariedade e de defesa do consumidor. Ou então não se meter nele.

É o que eu faço. De alguns assuntos entendo e julgo por mim, noutros sei que não entendo e procuro ajuda e informação antes de me decidir.

Agora, estar à espera que quem vende defenda os nossos interesses, ir na cantiga e depois queixar-se que foi enganado é que não leva a lado nenhum e só contribui para que tudo fique na mesma.
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por Hubble » 2/11/2008 2:00

Caros

Agradeço as vossas respostas! Mas acho que o Dwer colocou o dedo na ferida: "O trabalho para que lhe pagam inclui mentir descaradamente?". Darwinismo social: boa expressão. Acho que se trata precisamente disso!

Trabalhei muitos anos no comércio, e se tenho alguma certeza a respeito das relações comerciais é a de que têm de ser feitas com base na confiança! E da maximização do lucro, obviamente, mas nunca defraudando nem enganando quem nos procura.

Há pouco esqueci-me de referir um detalhe: produtos financeiros sem garantias de retorno...

Eu achei mesmo mauzinho e interesseiro... e completamente desprovido de escrúpulos!


P.S. Panizzi, eu não acho que tenhas ridicularizado a questão. É a tua opinião!

Um abraço

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Editado pela última vez por Hubble em 2/11/2008 2:04, num total de 2 vezes.
 
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por Dwer » 2/11/2008 1:51

Atomez Escreveu:
Dwer Escreveu:E os respeitados comentadores do post, não só acham bem, como quase ridicularizam quem achou por bem revelar uma situação bizarra como esta?

Eu por mim acho muito bem que o tenha exposto e acho muito bem a atitude que tomou.

Quanto mais não seja porque pelos vistos o número de totós que acreditam em tudo o que os vendedores lhes dizem é muito elevado.

Eles defendam os interesses deles. Cada um de nós tem de defender os seus.

E acho que assim é que deve ser.


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Quando tal acontece, curiosamente, o discurso costuma mudar.
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por Panizzi » 2/11/2008 1:45

Dwer , "Mas a senhora não era especialista de crédito à habitação? E o propósito do cliente, não era pedir um empréstimo? E a especialista de crédito à habitação, tenta impingir produtos de investimento? "

Mais uma razão para não ir na cantiga , desejar Boa Tarde e nunca mais lá meter os pés , penso eu ?

Não sou bancário.

Não ridicularizei ninguém nem faz parte da minha maneira de ser essa postura.
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por atomez » 2/11/2008 1:42

Dwer Escreveu:E os respeitados comentadores do post, não só acham bem, como quase ridicularizam quem achou por bem revelar uma situação bizarra como esta?

Eu por mim acho muito bem que o tenha exposto e acho muito bem a atitude que tomou.

Quanto mais não seja porque pelos vistos o número de totós que acreditam em tudo o que os vendedores lhes dizem é muito elevado.

Eles defendam os interesses deles. Cada um de nós tem de defender os seus.

E acho que assim é que deve ser.
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por Dwer » 2/11/2008 1:40

Onorio Escreveu:A senhora limite-se a fazer o trabalho dela que é vender um produto, é claro que ela faz o papel dela e diz maravilhas do produto que vende, alias, é para isso que lhe pagam!


Mas o trabalho dela não é venda de crédito à habitação?
Abraço,
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por Dwer » 2/11/2008 1:39

Atomez Escreveu:Ela está a fazer o trabalho para que lhe pagam -- vender produtos a clientes.


O trabalho para que lhe pagam incluí mentir descaradamente?
Abraço,
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por Dwer » 2/11/2008 1:30

Ah!
Ou uma remota terceira hipótese: serão os respeitados comentadores, porventura, bancários?
Abraço,
Dwer

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por Dwer » 2/11/2008 1:28

Mas a senhora não era especialista de crédito à habitação? E o propósito do cliente, não era pedir um empréstimo?
E não estamos numa crise económica só comparável a 1929 e no meio de um bear market ao qual não se vê o fundo?
E a especialista de crédito à habitação, tenta impingir produtos de investimento?
E os respeitados comentadores do post, não só acham bem, como quase ridicularizam quem achou por bem revelar uma situação bizarra como esta?

Se calhar sou eu que não estou a ver bem.
Ou embruteci de vez. Só pode.
Abraço,
Dwer

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por Onorio » 2/11/2008 1:22

A senhora limite-se a fazer o trabalho dela que é vender um produto, é claro que ela faz o papel dela e diz maravilhas do produto que vende, alias, é para isso que lhe pagam!

Agora, so compra quem quer. Cabe a cada um julgar a qualidade dos produtos que nos querem vender, e se temos necessidades deles, os vendedores apenas cumprem o seu papel, a responsabilidade é unica e exclusivamente do cliente.
Abraço
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por atomez » 2/11/2008 1:21

Ela está a fazer o trabalho para que lhe pagam -- vender produtos a clientes.

O seu papel é defender os interesses de quem lhe paga. Se queres alguém que defenda os teus interesses tens de ser tu a fazê-lo ou então paga a alguém para isso. Agora não esperes é que alguém defenda os teus interesses a troco de nada. O mundo é como é e não é com lamúrias que te safas.

Em qualquer relação comercial há sempre o princípio básico: quem compra que se cuide


PS: nesse caso que citas há outro elemento qie é preciso ter em conta -- é que os impostos que pagas (antes era a sisa, agora tem outro nome) são sobre o valor da avaliação e não da transacção
Editado pela última vez por atomez em 2/11/2008 1:35, num total de 1 vez.
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por Panizzi » 2/11/2008 1:08

Não obrigou a nada.

Todos os que escolheram aceitar as propostas , fizeram de livre vontade.

Aliás , tiveram vontade própria , como você teve ao lhe desejar "Boa Tarde" e dar meia volta.

De resto , pela minha parte , Bem Vindo.
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Um óptimo conselho...

por Hubble » 2/11/2008 0:31

Boas noites

Esta é a minha primeira participação no Caldeirão.

Antes de mais, gostaria de expressar os meus agradecimentos aos administradores do fórum. Julgo que fazem um excelente trabalho de informativo e educacional! Evitei grandes erros pela leitura das análises que têm sido feitas por eles!

Gostaria de partilhar convosco uma situação magnífica que teve lugar na semana que passou.

Consegui uma casa dentro do concelho de Lisboa a um excelente preço: um T2 antigo, mas remodelado, por 90000 euros. Com a casa avaliada em 150000 por avaliadores independentes, dirigi-me a alguns bancos para obter condições sobre o empréstimo.

Na sede de um dos bancos estrangeiros que operam em Portugal, fui encaminhado para a especialista (sic) em crédito à habitação. A senhora, ao saber o preço de aquisição da casa e o valor aproximado da avaliação, recomendou-me que pedisse o valor na totalidade e que investisse o que restasse (falamos de cerca de 60 000 euros). Julgando não ter percebido bem o que me estava a ser proposto, pedi que me explicasse melhor o que me estava a aconselhar.

Ficou completamente "em pulgas" e foi a correr buscar uns prospectos sobre os produtos de investimento desse banco.

Rentabilidades maravilhosas, fundos a bater os índices, grandes gestores de produtos estruturados... enfim, a totalidade dos peixes da caldeirada...

Ao perceber a enormidade do que ouvia, agradeci-lhe o tempo dispensado e anunciei a minha intenção de procurar outras propostas noutras instituições bancárias.

A senhora, insistente e diligente, conseguiu manter-me sentado mais alguns minutos. Disse-me que era “a especialista” e a responsável pelo crédito à habitação, mas que a sua grande paixão era a banca de investimentos. “Ah sim? Então ponha-me ao corrente do que pensa que poderá acontecer ao montante que me aconselha a investir”, solicitei.

No meio de um discurso extremamente atabalhoado e incoerente, fez a sua exposição. Com expressões do tipo “quando a América espirra o resto do mundo fica constipado”, “é boa altura para entrar no mercado”, “tudo o que desce tem de subir”, entre outras pérolas de calibre semelhante (com péssimo português pelo meio destes chavões estafados), lá ouvi um conjunto de disparates que me fizeram colocar muitas dúvidas sobre as capacidades intelectuais da senhora. Mas o melhor ficou para o final. Ao perceber que eu não iria, de todo, proceder segundo os seus conselhos, confidenciou-me: “Sabe, tenho tido muitos clientes a fazerem os investimentos que tenho recomendado! E estão todos satisfeitos! E a maior parte deles não tem conhecimentos suficientes para investir no mercado, por isso é um grande favor que lhes faço!”.

:shock:

Sem poder ouvir mais uma palavra, despedi-me, levantei-me e saí, tendo ficado com a certeza de nunca tornar a entrar numa dependência de um banco que tem uma “especialista” assim.

Tenho muita pena dos incautos que foram na cantiga da senhora… e vossa, se tiveram a paciência de ler um texto tão comprido! :wink:

Mas pergunto: uma pessoa que actua assim pode ficar impune? Se os futuros lesados assim decidirem poderão proceder judicialmente contra a “especialista”? É que a situação ficou realmente a revolver-me as entranhas…

Agradeço o vosso parecer.

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