Onde estão os corajosos ?
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Onde estão os corajosos ?
"Sê receoso quando os outros são gananciosos e sê ganancioso quando os outros estão receosos" - Warren E. Buffett, NY Times, 17 Outubro 2008.
"Eu patino para onde o disco vai estar e não para onde já esteve" - Wayne Gretzky, considerado o maior jogador de hóquei no gelo de todos os tempos.
O comportamento dos mercados nas últimas semanas tem sido especialmente negativo. As acrobacias das cotações resultaram em novos recordes, quer de baixa (a semana de 6 a 10 de Outubro foi a mais negra de sempre), quer de alta (o dia 13 de Outubro estabeleceu a maior valorização diária de sempre). A volatilidade está nos máximos, o medo também. O investidor de longo prazo sente-se perdido, o investidor mais experiente sente-se a viajar por território desconhecido.
As actuais quedas, em redor dos 50%, partilham em dimensão as perdas registadas em 1973 e 2000 (as duas únicas situações similares após 1945), mas divergem na duração: 12 meses agora contra 21 e 30 meses nas anteriores. Sem dúvida esta correcção está a ser bastante mais dura. Dificilmente alguém terá tido oportunidade de testemunhar, no passado, um mercado tão brutal e hostil como este.
Mesmo em situações nunca vistas como a actual, é importante procurar colocar as coisas em perspectiva. Ajuda a arrefecer a inevitável tentação de nos tornarmos demasiado emocionais e pouco racionais. É fundamental não esquecer, que depois da tempestade vem a bonança e que os novos recordes verificados em vários indicadores que medem o medo, embora estabeleçam um novo paradigma para o futuro, sinalizam claramente uma oportunidade também ela de carácter único. Este pânico, tal como outros também irá passar.
Existem várias formas de medir o medo, a aversão ao risco, ou a volatilidade. O mérito destas análises está em antecipar prováveis e bruscas alterações nos comportamentos dos mercados, frequentemente com recuperações em "V". O medo não é infinito, i.e, extremos de sentimento não podem persistir para sempre. Assim que todos os investidores com medo abandonarem o mercado, só restam os compradores, e os preços sobem, por vezes violentamente. Por isso, a melhor altura para comprar acções surge quando o medo atinge valores extremos.
O VIX, criado em 1993, mede a volatilidade implícita nas opções sobre o índice S&P 500, ou seja reflecte o sentimento dos investidores acerca da volatilidade prevista para os 30 dias seguintes. A história mais recente regista apenas 7 momentos em que este indicador superou a barreira dos 40 (curiosamente 5 deles ocorreram em Outubro). Em todas estas ocasiões, o mercado accionista viveu períodos excepcionalmente difíceis, capitulando numa enorme onda de vendas, e registando níveis de pânico invulgares. Nessas ocasiões o VIX, depois de atingir um clímax de medo, retorna rapidamente a valores bem abaixo dos 40, enquanto as acções mergulham em direcção ao vazio para logo de seguida, num movimento quase simétrico, encetarem uma recuperação.
A recompensa vem especialmente nos 30 dias seguintes, sendo que depois disso o mercado inicia habitualmente uma fase de consolidação, para cerca de um ano depois entrar no seu ritmo "normal" de valorização, próximo do seu potencial de longo prazo. A única excepção a este padrão ocorreu após Setembro de 2001, em que no ano seguinte o mercado voltou a cair para novos mínimos. Em Outubro de 1987, com as acções a caírem mais de 20% num só dia, o VIX atingiu valores que dificilmente veremos de novo, visto que após esse "crash" foram introduzidos mecanismos de estabilização nas bolsas.
DATA...........VIX FECHO....S&P 500 FECHO
27-out-97........38,20.........876,96
08-out-98........45,74.........959,44
21-set-01........42,66.........965,80
23-jul-02.........44,92.........797,70
09-jul-02.........42,13.........776,76
10-out-08........69,95.........899,22
Fonte: MFI
Tal como o medo não é infinito, as acções não descerão até zero. Nos próximos tempos haverá certamente muito trigo para separar do joio e esse trabalho só pode ser levado a cabo com os mercados mais calmos e mais virados para os fundamentais. O que acontecerá sobretudo depois de os excessos de desvalorização serem corrigidos. Tal como Warren Buffett, também nós acreditamos que já estamos a assistir ao decorrer dessa etapa. E tal como Wayne Gretzky, entendemos que é altura de nos posicionarmos no sítio certo.
É obvio que as cotações podem ainda voltar a cair, mas é pouco provável que desçam muito abaixo dos níveis atingidos no dia 10 de Outubro (mínimo de 840.54 no S&P 500). Nestes tempos de elevada volatilidade, é necessária uma enorme coragem para investir em acções.
(newsletter millenniumbcp.pt)
"Eu patino para onde o disco vai estar e não para onde já esteve" - Wayne Gretzky, considerado o maior jogador de hóquei no gelo de todos os tempos.
O comportamento dos mercados nas últimas semanas tem sido especialmente negativo. As acrobacias das cotações resultaram em novos recordes, quer de baixa (a semana de 6 a 10 de Outubro foi a mais negra de sempre), quer de alta (o dia 13 de Outubro estabeleceu a maior valorização diária de sempre). A volatilidade está nos máximos, o medo também. O investidor de longo prazo sente-se perdido, o investidor mais experiente sente-se a viajar por território desconhecido.
As actuais quedas, em redor dos 50%, partilham em dimensão as perdas registadas em 1973 e 2000 (as duas únicas situações similares após 1945), mas divergem na duração: 12 meses agora contra 21 e 30 meses nas anteriores. Sem dúvida esta correcção está a ser bastante mais dura. Dificilmente alguém terá tido oportunidade de testemunhar, no passado, um mercado tão brutal e hostil como este.
Mesmo em situações nunca vistas como a actual, é importante procurar colocar as coisas em perspectiva. Ajuda a arrefecer a inevitável tentação de nos tornarmos demasiado emocionais e pouco racionais. É fundamental não esquecer, que depois da tempestade vem a bonança e que os novos recordes verificados em vários indicadores que medem o medo, embora estabeleçam um novo paradigma para o futuro, sinalizam claramente uma oportunidade também ela de carácter único. Este pânico, tal como outros também irá passar.
Existem várias formas de medir o medo, a aversão ao risco, ou a volatilidade. O mérito destas análises está em antecipar prováveis e bruscas alterações nos comportamentos dos mercados, frequentemente com recuperações em "V". O medo não é infinito, i.e, extremos de sentimento não podem persistir para sempre. Assim que todos os investidores com medo abandonarem o mercado, só restam os compradores, e os preços sobem, por vezes violentamente. Por isso, a melhor altura para comprar acções surge quando o medo atinge valores extremos.
O VIX, criado em 1993, mede a volatilidade implícita nas opções sobre o índice S&P 500, ou seja reflecte o sentimento dos investidores acerca da volatilidade prevista para os 30 dias seguintes. A história mais recente regista apenas 7 momentos em que este indicador superou a barreira dos 40 (curiosamente 5 deles ocorreram em Outubro). Em todas estas ocasiões, o mercado accionista viveu períodos excepcionalmente difíceis, capitulando numa enorme onda de vendas, e registando níveis de pânico invulgares. Nessas ocasiões o VIX, depois de atingir um clímax de medo, retorna rapidamente a valores bem abaixo dos 40, enquanto as acções mergulham em direcção ao vazio para logo de seguida, num movimento quase simétrico, encetarem uma recuperação.
A recompensa vem especialmente nos 30 dias seguintes, sendo que depois disso o mercado inicia habitualmente uma fase de consolidação, para cerca de um ano depois entrar no seu ritmo "normal" de valorização, próximo do seu potencial de longo prazo. A única excepção a este padrão ocorreu após Setembro de 2001, em que no ano seguinte o mercado voltou a cair para novos mínimos. Em Outubro de 1987, com as acções a caírem mais de 20% num só dia, o VIX atingiu valores que dificilmente veremos de novo, visto que após esse "crash" foram introduzidos mecanismos de estabilização nas bolsas.
DATA...........VIX FECHO....S&P 500 FECHO
27-out-97........38,20.........876,96
08-out-98........45,74.........959,44
21-set-01........42,66.........965,80
23-jul-02.........44,92.........797,70
09-jul-02.........42,13.........776,76
10-out-08........69,95.........899,22
Fonte: MFI
Tal como o medo não é infinito, as acções não descerão até zero. Nos próximos tempos haverá certamente muito trigo para separar do joio e esse trabalho só pode ser levado a cabo com os mercados mais calmos e mais virados para os fundamentais. O que acontecerá sobretudo depois de os excessos de desvalorização serem corrigidos. Tal como Warren Buffett, também nós acreditamos que já estamos a assistir ao decorrer dessa etapa. E tal como Wayne Gretzky, entendemos que é altura de nos posicionarmos no sítio certo.
É obvio que as cotações podem ainda voltar a cair, mas é pouco provável que desçam muito abaixo dos níveis atingidos no dia 10 de Outubro (mínimo de 840.54 no S&P 500). Nestes tempos de elevada volatilidade, é necessária uma enorme coragem para investir em acções.
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"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos." Shakespeare
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