Caldeirão da Bolsa

Sócrates e Cavaco não são dos que ganham mais!!!!!!!!!!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Martins_Braz » 9/9/2008 23:12

canguru Escreveu:Se olharmos para o passado vemos que a politica teve o dom de chamar até ela gente qualificada. Podemos discordar desta ou daquela pessoa mas parece-me consensual que as pessoas altamente qualificadas que abdicaram da sua actividade profissional altamente remunerada (e.g., professores universitários como Freitas do Amaral, Lucas Pires, Cavaco Silva) em prol de uma crença, uma ideia, um país e não de “encher o bolso”.

Há um outro ponto que gostaria de frisar:
Para mim está tudo dito, quando um país que acha (como muitos pensaram, porventura a maioria) que trazer gestores altamente competentes para esferas públicas (e.g, Paulo Macedo nas Finanças ou Fernando Pinto para a TAP), tendo como consequência natural pagar salários iguais aos do privado, ainda que trazendo retornos elevadíssimos ao Estado, uma má politica de gestão.



Isso do Paulo Macedo não é totalmente verdade (sem colocar em causa a sua competência profissional)... agora anda o Estado a pagar indemnizações a particulares e empresas da actuação ilegal do fisco.
 
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por canguru » 9/9/2008 23:03

Se olharmos para o passado vemos que a politica teve o dom de chamar até ela gente qualificada. Podemos discordar desta ou daquela pessoa mas parece-me consensual que as pessoas altamente qualificadas que abdicaram da sua actividade profissional altamente remunerada (e.g., professores universitários como Freitas do Amaral, Lucas Pires, Cavaco Silva) em prol de uma crença, uma ideia, um país e não de “encher o bolso”.

Há um outro ponto que gostaria de frisar:
Para mim está tudo dito, quando um país que acha (como muitos pensaram, porventura a maioria) que trazer gestores altamente competentes para esferas públicas (e.g, Paulo Macedo nas Finanças ou Fernando Pinto para a TAP), tendo como consequência natural pagar salários iguais aos do privado, ainda que trazendo retornos elevadíssimos ao Estado, uma má politica de gestão.
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Re: Re

por Elias » 9/9/2008 16:59

rufa Escreveu:Como o fosso no público é mais pequeno, só entendo isso como uma atitude pedagógica para influenciar o privado, onde o fosso é bem maior. :idea:


Sim a ideia era essa.
o Estado deve(ria) liderar pelo exemplo.
 
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Re

por rufa » 9/9/2008 16:58

Elias Escreveu:Eu não sugeri que se equiparasse o público com o privado mas sim que o público tentasse estreitar o fosso no sector público (por exemplo nas empresas públicas)



Como o fosso no público é mais pequeno, só entendo isso como uma atitude pedagógica para influenciar o privado, onde o fosso é bem maior. :idea:

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por Elias » 9/9/2008 16:55

Eu não sugeri que se equiparasse o público com o privado mas sim que o público tentasse estreitar o fosso no sector público (por exemplo nas empresas públicas)
 
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Re: Convergência divergente.

por PJBM2 » 9/9/2008 16:49

Elias Escreveu:
rufa Escreveu:Mas não era má ideia pelo meio pormos o fosso entre ricos e pobres um "POUCO" mais pequeno.


Acho que todos estamos de acordo quanto a isso.
O problema é como é que fazes para conseguir estreitar esse fosso.

(sugestão: que tal o Estado começar por dar o exemplo?)


Mas não é equiparando os salários com os privados que se faz isso, visto que é no sector privado onde o fosso é disparatadamente maior.
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Re: Convergência divergente.

por Elias » 9/9/2008 16:40

rufa Escreveu:Mas não era má ideia pelo meio pormos o fosso entre ricos e pobres um "POUCO" mais pequeno.


Acho que todos estamos de acordo quanto a isso.
O problema é como é que fazes para conseguir estreitar esse fosso.

(sugestão: que tal o Estado começar por dar o exemplo?)
 
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Re: Convergência divergente.

por PJBM2 » 9/9/2008 16:38

rufa Escreveu:Uns que os gestores são mal pagos, outros que os políticos deviam ganhar mais, outros que os assalariados em geral ganham pouco etc.......
Num ponto parecem estar todos de acordo :idea: É no "POUCO". Parece unânime que todos acham que os pobres ganham "POUCO" e que os ricos ganham "POUCO" :idea: Mas não era má ideia pelo meio pormos o fosso entre ricos e pobres um "POUCO" mais pequeno.

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Bom post. Estou de acordo.
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Convergência divergente.

por rufa » 9/9/2008 16:24

Uns que os gestores são mal pagos, outros que os políticos deviam ganhar mais, outros que os assalariados em geral ganham pouco etc.......
Num ponto parecem estar todos de acordo :idea: É no "POUCO". Parece unânime que todos acham que os pobres ganham "POUCO" e que os ricos ganham "POUCO" :idea: Mas não era má ideia pelo meio pormos o fosso entre ricos e pobres um "POUCO" mais pequeno.

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por Ulisses Pereira » 9/9/2008 15:56

De facto, se entendes que os melhores devem estar no privado e quem lidera os destinos do país devem ser as segundas escolhas, então a actual situação adequa-se bem a isso. Eu acho que, infelizmente, isso foi o que foi acontecendo ao longo dos anos e discordo por completo desta lógica de funcionamento.

Um abraço,
Ulisses
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por PJBM2 » 9/9/2008 15:45

Eu não acho que quem deve estar no governo e no parlamento sejam os melhores gestores do país. Esses estão muito bem no sector privado a dar o seu melhor para gerir as empresas. Afinal de contas, são dessas empresas que depende o estado da economia.

O que acho é que há gente a mais a fazer de menos na política, e por isso, se é para subir o salário de alguns, tem-se que diminuir o números daqueles que recebem.
O salário dos dirigentes políticos não têm de ser comparados com os do sector privado. O salário destes tem de estar equiparado à realidade económica do país. Se a economia é fraca, essa fraqueza tem de estar reflectida nos salários (de todos). Se a economia se fortalece, então os salários têm de aumentar.

Vai-se para a política para servir o país criando as condições e oportunidades às pessoas para produzir riqueza.

E para isso não tem de ser os maiores génios do país (como já disse, esses têm de estar no lado da produção de riqueza).
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por Ulisses Pereira » 9/9/2008 15:27

Como consegui estar tão em desacordo com o teu outro post, consigo estar plenamente de acordo com este. :)

Um abraço,
Ulisses
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por EALM » 9/9/2008 15:19

Compreendo perfeitamente, Ulisses. E estou até de acordo!

O problema é a desigualdade crescente e gritante! Como é que se chegou a este ponto ? Sinto que algo deve ser feito, porque isto constitui um problema! Como é que as pessoas que estão a frente do país vão melhorar o país? Precisam destas outras pessoas. São uma espécie de base. Sem os portugueses todos trabalharem (bem), nada se consegue. E esta disparidade de remunerações cria mal-estar, revolta mesmo em alguns casos. Acho que é um problema e que deve ser atacado, ao mesmo tempo que se tenta atrair boas pessoas para lugares chave, e claro, bem remuneradas.

O que acontece aqui é que nem é só o problema da remuneração, como refiro acima. Há também o problema da responsabilização. É que o motivo muitas vezes usado para altos salários é a "responsabilidade", mas quando as coisas correm mal ou há gestão danosa, etc, etc... é muito raro existir efectiva responsabilização. Só existe para auferir. E o povo vê isto, ou pelo menos sente isto (porque a verdade é sempre "percebida", mesmo que nao corresponda à realidade)...

Abraço,
 
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por Ulisses Pereira » 9/9/2008 15:12

A questão não pode ser vista nesses termos. Claro que é pena que haja tanta gente a receber o salário mínimo ou próximo disso. Mas quem está à frente da nação não é com essas pessoas que vão comparar os seus salários. Vão comparar com o que ganharaiam se estivessem no privado. 20 mil, 50 mil ou 100 mil euros mês que são as remunerações das chefias nas empresas de topo em Portugal.

Quantos estão dispostos a vir receber 5 ou 10 vezes menos para terem que ouvir insultos todos os dias, para serem acusados de serem vigaristas, para não terem um dia livre por semana, na maioria das vezes?

Eu não estaria, certamente.

Aliás, quando saiu a lei das incompatibilidades no Parlamento se viu a debandada de alguns que considerava os melhores deputados da nossa nação. É muito nobre servir a pátria. Mas perder MUITO dinheiro para servir a pátria é algo que está ao alcance de poucos.

Um abraço,
Ulisses
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por EALM » 9/9/2008 14:53

Adrox Escreveu:
Entre os novos reformados milionários

Receber mais de 4000€ de reforma, é uma reforma milionária?

Cumprimentos.



Eu as vezes fico perplexo com o que leio neste fórum... Nota-se mesmo que há muito desconhecimento de quanto vale e custa um dia de trabalho por tanta empresa neste país. Chego a pensar o inimaginável: que às vezes faz falta a muita gente ter colegas a auferir os magníficos 426 euros do salário mínimo nacional. E ver a sua luta diária para sobreviver com isso, ter 2 empregos, etc.

Não sou contra reformas de 4000 euros. Sou contra pessoas com família trabalharem no duro a produzir riqueza para o país e no fim do mês levar para casa aquilo que levam. É uma questão de distribuição de riqueza, e que como está a ser feita nesta altura não tenho dúvidas nenhumas que está a penalizar imenso a nossa economia...
 
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por Adrox » 9/9/2008 14:25

Entre os novos reformados milionários

Receber mais de 4000€ de reforma, é uma reforma milionária?

Tristeza de noticia...
É como diz a anedota, estamos mesmo a tentar acabar com os ricos, e já agora com a classe media-alta também...


Cumprimentos.
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Re: As duas....

por mquinaz » 9/9/2008 14:22

rufa Escreveu:.....coisas.

Lindo :idea: Vou enviar um mail ao Pároco cá do burgo, para ver se ele consegue explicar melhor à malta a compra do X5. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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:mrgreen: :mrgreen: Os Srs Padres é que são uns artistas, o da minha aldeola troca de carro quase todos os anos, vai lá para aí uma vez por mês celebrar missa. São uns senhores muito ricos, alguns são muito felizes, têm muitos "afilhados" :mrgreen: :mrgreen: :?:. Enfim, o que casou o meu Pai, também já se casou, tem duas filhas, quem sabe um dia volte ao sacerdócio e case as proprias filhas :)
Editado pela última vez por mquinaz em 9/9/2008 14:25, num total de 1 vez.
Carteira mquinaz

Se me interesso rápidamente sei... Prof. Salete

Bons Negócios e melhor Saúde
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Re: As duas....

por rufa » 9/9/2008 11:05

bboniek00 Escreveu:
rufa Escreveu:.....coisas.

Que tal ter um espírito "rico" e a carteira recheada :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Cumps.


O Problema estaa em que, por vezes, a riqueza corroi o Espirito, afasta o Homem do Verdadeiro Caminho atraindo-o inexoravelmente para a via da Perdicao. Ao Pobre, porem, resta seguir a sua Vida simples, ser Humilde e Atento, e seguiraa em Paz numa Existencia tranquila. :!:


Lindo :idea: Vou enviar um mail ao Pároco cá do burgo, para ver se ele consegue explicar melhor à malta a compra do X5. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

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Re: As duas....

por bboniek33 » 9/9/2008 10:50

rufa Escreveu:.....coisas.

Que tal ter um espírito "rico" e a carteira recheada :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Cumps.


O Problema estaa em que, por vezes, a riqueza corroi o Espirito, afasta o Homem do Verdadeiro Caminho atraindo-o inexoravelmente para a via da Perdicao. Ao Pobre, porem, resta seguir a sua Vida simples, ser Humilde e Atento, e seguiraa em Paz numa Existencia tranquila. :!:
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As duas....

por rufa » 9/9/2008 10:37

.....coisas.

Que tal ter um espírito "rico" e a carteira recheada :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Cumps.
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Eu continuo a dizer...

por bboniek33 » 9/9/2008 10:22

Valem mais os Valores Espirituais do que os materiais. Que interessa ter riqueza (dinheiro, casas, carros, etc) e ter um Espirito Pobre ?

Desprendamo-nos, uma vez por todas, da Ganancia que nos tolhe a Visao de um Mundo melhor. :idea:
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Reformas...

por rufa » 9/9/2008 9:53

Dois funcionários dos CTT contam com valores mais altos
O número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com reformas mensais superiores a quatro mil euros, o escalão mais alto para os trabalhadores ligados à Administração Pública, está a revelar um ritmo de crescimento imparável: só entre Janeiro e Outubro deste ano reformaram-se 207 funcionários do Estado com pensões «douradas».

Entre os novos reformados milionários contam-se, a partir de Outubro, João Pedro Barros, Simoneta Luz Afonso e Alfredo Bruto da Costa, presidente do Institututo Politécnico de Viseu, do Instituto Canões e do Conselho Económico e Social, respectivamente, avança o «Correio da Manhã».

Ao todo, segundo os dados da CGA, desde 1997 o universo de indivíduos com reformas superiores a quatro mil euros já aumentou 640%, uma média de 358 novos reformados milionários por ano.

CTT lideram salários mais altos

O valor mais alto das reformas não foi atribuído a magistrados ou professores, como é habitual, mas funcionários dos CTT: Francisco Viegas, inspector-geral, vai receber a partir de Outubro uma pensão mensal de 8.093 euros e Elídeo Abreu, especialista em organização receberá uma reforma de 6.109 euros.

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por canguru » 8/9/2008 23:28

Concordo com o Silvaxico quando diz “Em Portugal os políticos são mal pagos. Para a responsabilidade que têm o vencimento deveria ser superior(…)”.

Quando um país acha justo dar ~4.000€ a quem decide o futuro e as opções estratégicas do país está tudo dito! Faz lembrar alguns empresários portugueses que assentam o êxito (ou melhor, inexito) das suas empresas numa politica de baixos salários dos seus funcionários.

No que à politica de salários pagos pelas empresas a dirigentes diz respeito, é lá com eles! Parece-me errado legislar sobre isso (e acho engraçado um liberal - o Dr. Cavaco - discursar sobre isso). Se a empresa (os seus accionistas) decidir premiar as suas chefias com camiões atulhados em ouro, pois que o faça! Agora, nós, enquanto cidadãos podemos agir em conformidade e decidir se recorremos a produtos disponibilizados por essas empresas e se nos mantemos como accionistas.
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The other side

por rufa » 8/9/2008 18:27

Trabalhar por conta de outrem não é solução para sair da pobreza
Cerca de 151 mil pessoas não ganhavam mais do que 310 euros líquidos por mês, em 2007, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística. Em Portugal, metade dos trabalhadores ganha menos de 600 euros por mês, diz o «Jornal de Notícias».

Em Portugal, para se ser oficialmente pobre, não se pode ganhar mais do que 370 euros, mas quem gere a vida com o salário mínimo (426 euros), ou pouco mais, não se considera propriamente de classe média. E, o salário líquido de quase metade dos trabalhadores por conta de outrem não passa dos 600 euros,

É certo que, nos últimos anos, a quantidade de pessoas a viver com ordenados pouco acima do mínimo oficial tem vindo a diminuir. Em 2004, mais de metade (52%) dos trabalhadores por conta de outrem tinha um ordenado líquido até 600 euros; no final do ano passado, eram 46%.

Contudo, as subidas recentes de preços (da alimentação e dos combustíveis, em particular) «está a afectar toda a gente, mas sobretudo os mais pobres», lembrou Agostinho Jardim Moreira, presidente em Portugal da Rede Europeia Anti-Pobreza, que encontra os casos mais graves na região Norte, mas sente que Setúbal e o Algarve começam a ver a pobreza crescer.

Tanto no Norte como nos Açores, quase seis em cada dez trabalhadores empregados ganha até 600 euros. Em Lisboa, não chega a três em cada dez.

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Há médicos a ganhar 2.500 euros por dia nas urgências!

por rufa » 8/9/2008 18:20

Há médicos que ganham 2.500 euros numa urgência de 24 horas num hospital público, quando contratados por empresas privadas. Alguns pertencem ao quadro da unidade de saúde onde fazem o «banco» através da empresa.

Anestesiologia, obstetrícia ou pediatria são especialidades em que há falta de profissionais. A solução tem sido empresas privadas de médicos que cobram valores muito superiores aos pagos por hora extraordinária aos profissionais dos quadros dos hospitais.

As empresas privadas recrutam os médicos nas urgências hospitalares, a quem convidam para realizar «bancos» em determinados hospitais.

Por se tratar de uma situação comum a hospitais em todo o país, alguns médicos chegam a ser convidados pelas empresas - através de um telefonema ou por correio electrónico - a irem prestar «bancos» em hospitais em cidades distantes daquelas onde trabalham.

Um médico que trabalha num hospital em Lisboa disse à Lusa que é regularmente convidado para ir fazer «bancos» a várias zonas do país.

Este clínico confidenciou que chega a receber propostas de 2.500 euros por «banco» de 24 horas, mais do que ganha num mês, embora garanta que nunca aceitou.

Seguro de três milhões

Quando aceitam, os médicos assinam um contrato com a empresa e é com esta que têm um vínculo. A Lusa teve acesso a um contrato que define as normas de acordo para a prestação de serviços na Maternidade Alfredo da Costa (MAC).

Os médicos obstetras que trabalham para esta empresa têm de subscrever um seguro de responsabilidade civil profissional no valor de três milhões de euros para «cobertura de danos».

De acordo com o contrato, o médico recebe por hora entre 45 euros (interno) e 55 euros (especialista chefe de equipa).

Um valor mais do que três vezes superior ao que é pago, por exemplo, à coordenadora das urgências na MAC, Clara Soares, que recebe 16 euros por hora, disse a própria à Lusa.

Na MAC tem sido frequente o recurso a empresas que, em Agosto, forneceram obstetras para 74 turnos de 12 horas, o que representou uma despesa de cerca de 50 mil euros só para aquela especialidade.

De acordo com o administrador da MAC, Jorge Branco, um anestesiologista fornecido por uma empresa pode custar 100 euros por hora. Em casos de «bancos» de 24 horas, a despesa por médico pode ascender a 2.400 euros.

Estes montantes não são incluídos na rubrica das despesas com pessoal, sendo antes classificados como gastos com aquisição de serviços, impedindo assim que sejam ultrapassados os limites para as horas extraordinárias.

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, Lucindo Ormonde, o recurso a estas empresas é uma situação «perigosa» e não passa de um «jogo financeiro».

A mesma opinião tem Manuel Delgado, ex-presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares e administrador do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde cerca de dez por cento dos médicos nas urgências são fornecidos por empresas. Por mês, os médicos destas empresas custam até seis mil euros ao Curry Cabral e são essencialmente de medicina interna.

Em alguns casos, adiantou, os hospitais encontram-se numa situação limite ficando sujeitos a este tipo de «chantagem» por parte das empresas que «pedem o que querem», o que «não é saudável para a economia» do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Hospital de Santa Maria

Também o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, recorre a empresas para assegurar a presença de anestesiologistas nos blocos cirúrgicos, devido ao «aumento da produção cirúrgica», disse o administrador.

No Hospital de Évora, as empresas são responsáveis por entre 50 a 100 turnos por mês nos serviços de urgência.

O bastonário da Ordem dos Médicos está ao corrente desta situação. ¿Ninguém pode criticar os médicos por quererem ganhar mais. Não foram os médicos que inventaram a empresarialização dos hospitais¿, disse à Lusa.


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