Caldeirão da Bolsa

Economia espanhola em queda livre

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Economia espanhola em queda livre

por luiz22 » 15/7/2008 10:54

Recessão ameaça Europa 2008-07-15 00:05

Economia espanhola em queda livre
Ninguém pára a economia espanhola. Desde que o sobreaquecido sector da habitação começou a dar sinais de desaceleração, há um ano, que as sucessivas previsões de crescimento desiludem.

Luís Rego, em Bruxelas

E quanto mais alto, maior a queda: de 3,8% de crescimento em 2007 para menos de 2% este ano. Depois de muitos meses em exercícios públicos de negação, há membros do governo que já admitem recessão técnica no terceiro trimestre. E o governador do Banco de Espanha, Miguel Ordoñez, admite que a crise pode ser longa.

A retracção espanhola é um dos principais factores responsáveis pelo crescimento negativo de Portugal no primeiro trimestre de 2008 (-0,2%). Sendo responsável por quase 30% das exportações portuguesas, a economia espanhola está a minar um dos poucos factores de crescimento a que a economia portuguesa se poderia permitir, visto que outros, como o consumo público ou o investimento, estão inibidos por constrangimentos orçamentais que o Governo quer respeitar.

Em Espanha, a ameaça da recessão é bem real. Depois de dizer que era “discutível” falar de crise, o primeiro-ministro José Luis Zapatero, usou a palavra pela primeira vez esta semana, em plena televisão. E o ministro da Indústria, Miguel Sebastian, admite já que, no terceiro trimestre, a economia possa estar em recessão técnica – ou seja, com dois trimestres consecutivos de crescimento negativo. Uma responsabilidade que 63% dos espanhóis atribui ao Governo que, dizem, não sabe responder à crise – revela uma sondagem publicada este fim-de-semana pelo “El País”. Entretanto, o vice-presidente – e super-prudente ministro da economia –, Pedro Solbes, já avisou que tem informação sobre o segundo semestre, que diz estar perto do zero (depois de ter crescido 0,3% nos primeiros três meses do ano). Solbes já abriu mão do célebre excedente orçamental e Zapatero, que raramente fala de política internacional e ainda menos de economia, chegou mesmo a criticar a recente subida dos juros pelo BCE.

Em Bruxelas, a preocupação face à economia espanhola subiu de tom. Um alto quadro da Comissão, que preferiu não ser identificado, diz nunca ter esperado que a queda fosse tão violenta. “A correcção no sector da habitação era previsível mas não num cenário de confluência de problemas como a crise, que se sente na economia real de vários parceiros comerciais, a subida de preços dos alimentos e sobretudo a factura energética”, de que Espanha é um dos países mais dependentes da UE (a par de Portugal) – mais de 80% da energia consumida é importada.



França em abrandamento - Nicolas Sarkozy
A França tem resistido à crise, revelando um crescimento de cinco décimas no primeiro trimestre. Mas outros indicadores dão conta do que aí vem. A produção industrial teve um dos maiores recuos da UE – de 1,5% em Abril para -2,6% em Maio. Ao contrário de outras economias, o país não tem folga orçamental, estando já perto do limite do pacto em plena presidência da UE. Enquanto a inflação deverá duplicar, este ano, para 3%, o investimento e a criação de emprego cairão para metade – 2% e 0,6%, respectivamente.


Alemanha ainda resiste - Angela Merkel
Apesar de alguns dos seus bancos terem sido expostos à crise, a economia alemã tem conseguido escapar ao abrandamento generalizado, revelando um crescimento espectacular de 1,5% no primeiro trimestre. Todavia, é sol de pouca dura: ainda ontem a produção industrial referente a Maio batia recordes, recuando 2,6%. O motor alemão deverá crescer os 1,8% previstos pela CE este ano, mas o investimento vai cair de 5% para 3,4%. Sempre tardio a reflectir o ciclo, o desemprego continuará a diminuir de 8,4% para 7,3%.


Irlanda cai a pique - Brian Cowen
O ano não está a correr de feição para os irlandeses. Tal como em Espanha, a bolha de preços no mercado imobiliário rebentou e se no último trimestre de 2007, a economia crescia 5,6% – mais do que em período homólogo –, mantendo as taxas de crescimento a que o país nos habituou desde os anos 90, no início do ano tudo mudou. A economia recuou 1,5% em termos anuais, algo que raramente se vê. Este ano o desemprego deverá subir (de 4% para 5,5%) e o investimento sofrerá uma contracção de 7,4%.


Reino Unido mais afectado - Gordon Brown
Tal como a popularidade do seu líder, Gordon Brown, a economia britânica está a sofrer. Depois da nacionalização forçada do Northern Rock espelhar bem a exposição do sector financeiro à crise do crédito com origem nos EUA, as más notícias sucedem-se. Este ano o crescimento deverá saldar-se em 1,7%, contra 3% no ano passado. O consumo público já empurrou o défice para lá da fasquia psicológica dos 3% do PIB e o consumo privado não ajuda, devendo cair de 3% em 2007 para 1,1% este ano.


Itália mais doente em 2008 - 1.º ministro Sílvio Berlusconi
O doente europeu, como lhe chama a “The Economist”, vai agravar os sintomas em 2008. Com o executivo de Berlusconi a surgir como resultado da crise, a expectativa é grande para saber que soluções trará. Apesar da correcção orçamental imposta pelo governo anterior, com um défice de 2,3% em 2008, a margem é mínima para ser o Estado a relançar a economia, que deverá desacelerar de 1,5% em 2007 para 0,5% este ano. O desemprego estabilizará nos 6% mas a criação de emprego cairá para metade – 0,4%.



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