Caldeirão da Bolsa

O Ikea segundo Ricardo Araújo

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por barnabe447 » 8/6/2008 21:01

Vamos a factos:

- temos uma carga de impostos elevadíssima;
- fraco consumo interno;
- burocracia;
- pessoal com baixo nível de formação;
- níveis elevados de corrupção;
- localização periférica;
- taxas de crescimento practicamente nulo - até já foi recentemente apelidado de uma economia "submergente"

Portugal é um autêntico espantalho de investimento. Não há absolutamente razão algum para alguém, que não seja português, investir em Portugal. É isso que se está a passar e que só se poderá agravar. Estava a pensar fazer um (modesto) investimento em Lisboa e já desisti totalmente da ideia - antes ter o $ paradinho no banco..

A solução para sairmos deste marasmo TEM que passar necessariamente pelo primeiro ponto - a actual carga fiscal é INACEITAVEL e está a destruir a economia deste País. Malditos os que nos governam
 
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comentário

por jotabilo » 7/6/2008 15:55

Caros

Andamos muto iludidos com a Irlanda.
Os maiores investimentos desse país provêm dos USA desde há muito tempo.
Não podemos deixar de considerar a comunidade que existe os USA e que têm ocupado lugares na administração, mesmo que apenas sejam os capatazes da organização propiciam desvio de investimento para a sua terra a Irlanda.
Andamos todos imbuídos de um sistema de crênças que os tipos de poder nos inculcam.
Observemos todos os argumentos antes de adoptarmos o nosso sistema de crenças ...as nossas certezas.
Não sei que mais comentar ou dizer sobre essa da Irlanda.

cumps
 
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Re

por Cem pt » 7/6/2008 14:26

Eheh, esta da (ou será do) Ikea está bem apanhada.
Patolas, tu não deixas passar nada, rapariga!
Beijinhos,
Cem
 
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por Pata-Hari » 7/6/2008 13:20

Exacto, o problema é que fazer as coisas bem mexe com o status quo. E isso é sempre impopular, o que gera perda de votos....
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por Keyser Soze » 7/6/2008 13:02

zguibz Escreveu:Mas se nós percebemos isso, porque raio é que os politicos não percebem?
Ou se calhar percebem mas fazem-se depercebidos...


pq não podem

senão onde iam buscar as receitas para pagar a despesa

reduzir a despesa implica levar a cabo reformas profundas e estruturantes que deixariam muita gente insatisfeita

os politicos veriam assim a possibilidade de serem reeleitos reduzida

pelo que o melhor é "fingir" q se está a fazer alguma coisa, e deixar tudo na mesma...e no final arranjar um tacho jeitoso numa empresa pública com reforma milionária garantida
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por zguibz » 7/6/2008 12:57

Se calhar pelo meu post anterior ficaram a pensar que eu era a favor dos benefícios fiscais.Nop!
Estou totalmente de acordo convosco.

Mas se nós percebemos isso, porque raio é que os politicos não percebem?
Ou se calhar percebem mas fazem-se depercebidos...

Não seria possível contratar uns políticos, ainda que fossem estrangeiros, com competência demonstrada? :roll:

Pagava-se-lhes um bom ordenado, que mesmo assim ficavam bem mais baratos que os nossos!!! :lol:

Mas vou-me calar que já estou a fugir ao tema do tópico...


abraços
zguibz
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por Pata-Hari » 7/6/2008 12:42

Yep, estou de acordo com o Keyser e com o the traveler.
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por Keyser Soze » 7/6/2008 12:40

eheehe....colocamos o post ao mesmo tempo

da para aprender muita coisa com a Irlanda, mas esses já nos passaram e estão noutro campeonato


agora estamos a "jogar" no campeonato da Europa de Leste

e esses tb já estão a apostar em politicas fiscais competitivas, vide a Flat Tax
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por Keyser Soze » 7/6/2008 12:37

zguibz Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:zguib, o que deveria fazer pensar duas vezes quem dá as benesses fiscais...


Sem dúvida, mas se não lhes oferecerem esses benefícios quem é que vai querer investir cá?

Com os preços das telecomunicações que temos, com os preços da energia que temos, o IVA, o nível de formação, etc etc...
Achas que alguém vem para cá investir pelos nossos lindos olhos? :)



as benesses fiscais não seriam necessárias se os impostos fossem baixos...

foi o que paises como a Irlanda optaram....impostos reduzidos para atrair IDE


em Portugal não funiona pq temos um Estado "gordo" que precisa de ser alimentado com receitas via impostos....e ainda se dá luxo de apostar continuadamente em obras megalómanas ( mais despesa no longo prazo)
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por TheTraveler » 7/6/2008 12:33

zguibz Escreveu:Sem dúvida, mas se não lhes oferecerem esses benefícios quem é que vai querer investir cá?

Com os preços das telecomunicações que temos, com os preços da energia que temos, o IVA, o nível de formação, etc etc...
Achas que alguém vem para cá investir pelos nossos lindos olhos? :)


Só investem cá se dermos benifícios, quando acaba o benifício, é claro que se vão embora, nós fazíamos o mesmo.

Agora se tivéssmos políticos com massa cinzenta em vez de castanha, era fazermos como a Irlanda. Baixa generalizada de impostos, perde-se a curto prazo, mas a médio/longo é muito positivo. Não eram os Irlandeses que eram mais pobres que nós quando entrámos na CEE?
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por zguibz » 7/6/2008 12:29

Pata-Hari Escreveu:zguib, o que deveria fazer pensar duas vezes quem dá as benesses fiscais...


Sem dúvida, mas se não lhes oferecerem esses benefícios quem é que vai querer investir cá?

Com os preços das telecomunicações que temos, com os preços da energia que temos, o IVA, o nível de formação, etc etc...
Achas que alguém vem para cá investir pelos nossos lindos olhos? :)

Enfim, enquanto os nossos políticos não frequentarem uns cursos de formação intensivos, não acredito que saiamos da cepa torta; mas isso é outra loooonga conversa que já está mais do que discutida!


abraços
zguibz
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por pvg80713 » 7/6/2008 11:50

lembro-me quando o Ikea fez uma campanha de 10% de desconto.

Um velhote na fila... para encomendar o transporte do que tinha comprado dizia muito chateado :
estes gajos são espertos... a malta compra e paga, depois carrega e espera para entregar nos transportes para eles irem entregar a casa. depois trabalha trabalha... e depois ainda volta ca com o desconto para comprar mais....

bom domingo a todos, cuidado com os gajos dos transportes que não são Ikea... são um bocado broncos...
 
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por tiagopt2 » 7/6/2008 11:46

He he he :lol: Esse jovem é de morrer :mrgreen:
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por Laaz Rockit » 7/6/2008 11:40

Não sei se os móveis da "Ikeiá" são baratos. Compram-se directamente na loja, têm que se transportar e ainda montar. Se somarmos todos esses custos, tenho a impressão que se consegue comprar mais barato e de melhor qualidade numa loja tradicional. E sem corrermos o risco de o "puzzle" não encaixar.

É verdade que há coisas interessantes e baratas na parte de decorações. Mas os móveis deixam muito a desejar. São piores que os da Moviflor.

Um abraço.
O cérebro tem uma capacidade tão grande que hoje em dia, praticamente, toda a gente tem um.
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por Pata-Hari » 7/6/2008 10:14

zguib, o que deveria fazer pensar duas vezes quem dá as benesses fiscais... se precisamos pagar para criar emprego, se calhar não faz sentido criar esses empregos. Temos que ser competitivos suficiente para sermos interessantes sem ter que pagar para nos tornarmos interessantes.

No entanto, se a passagem temporária dessas empresas por cá gerasse formação que fizesse com que a empregabilidade dos funcionários se tornasse maior, esses subsidios seriam um investimento.
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por Cubriclas » 7/6/2008 10:13

Subscrevo o Ricardo :wink:
Uma boa análise é 90% do sucesso...os outros 10% é pura sorte...
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por zguibz » 7/6/2008 9:52

Sendo eu da zona dos móveis,é com alguma "estranheza" que vejo a implantação da Ikea nesta zona.

Aqui os móveis ainda não são pensados dessa forma, embora se caminhe para lá.

Há muitos industriais que temem pela concorrência que a Ikea possa fazer, (se ela fosse real iria ser complicado para muitas pequenas empresas, que não teriam a minima hipótese de competir com um gigante desse tamanho), mas eu não penso, pelo menos no imediato que isso venha a acontecer; são mercados diferentes, com produtos totalmente diferentes.


É bom para o país e particularmente para esta zona, que este tipo de empresas venham trazer uma lufada de ar fresco ao nível da criação de emprego, da modernidade do tecido empresarial que neste sector caminha bastante devagar; (culpa dos empresários que de "empresário" só têm nome, a grande maioria são "patrões").

Pena é que ao fim de alguns anos e após terem aproveitado as benesses fiscais que o governo lhes faculta, estas multinacionais decidam dar de frosques para outras paragens onde a mão de obra é mais barata; mas isso é outra história.


abraços
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O Ikea segundo Ricardo Araújo

por Pata-Hari » 7/6/2008 9:09

Com dedicatória ao cem (ele sabe porquê) e ao Arnie (que o cem imaginava lado a lado comigo a encher prateleiras)


Opinião
IKEA: enlouqueça você mesmo

Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros


Os problemas dos clientes do IKEA começam no nome da loja. Diz-se «Iqueia» ou «I quê à»? E é «o» IKEA ou «a» IKEA»? São ambiguidades que me deixam indisposto. Não saber a pronúncia correcta do nome da loja em que me encontro inquieta-me. E desconhecer o género a que pertence gera em mim uma insegurança que me inferioriza perante os funcionários. Receio que eles percebam, pelo meu comportamento, que julgo estar no «I quê à», quando, para eles, é evidente que estou na «Iqueia».
As dificuldades, porém, não são apenas semânticas mas também conceptuais. Toda a gente está convencida de que o IKEA vende móveis baratos, o que não
é exactamente verdadeiro. O IKEA vende pilhas de tábuas e molhos de parafusos que, se tudo correr bem e Deus ajudar, depois de algum esforço hão-de transformar-se em móveis baratos. É uma espécie de Lego para adultos. Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Há dias, comprei no IKEA um móvel chamado Besta. Achei que combinava bem com a minha personalidade. Todo o material de que eu precisava e que tinha de levar até à caixa de pagamento pesava seiscentos quilos. Percebi melhor o nome do móvel. É preciso vir ao IKEA com uma besta de carga para carregar a tralha toda até à registadora. Este é um dos meus conselhos aos clientes do IKEA: não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias.
É claro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada. O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada.
Por outro lado, há problemas de solução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes. A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece--me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço de montagem. Idiossincrasias do comércio moderno.
Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir. O meu é este: para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro.
E os suecos que montem tudo, se quiserem receber.

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