Caldeirão da Bolsa

Maior produção de cereais e de leite discutida pela UE

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Sei lá » 21/5/2008 11:39

Apesar de eu ter a opinião que tenho sobre os preços actuais dos cereais, sei que a UE está longe de ficar isenta de culpas pelo que se passa.

Mas parece que em Bruxelas há quem ache que têm feito tudo bem e culpas só as dos outros...

UE debate crise alimentar
Comissão denuncia acção dos especuladores na espiral de preços.

Luís Rego, em Bruxelas

Num sinal do nervosismo com a crise alimentar e as suas consequências, a Comissão Europeia convidou ontem os líderes europeus a discutir a fundo o problema na cimeira dentro de um mês em Bruxelas, o que foi imediatamente aceite pela presidência eslovena. Numa comunicação coordenada por Durão Barroso, a Comissão lança o debate acusando os especuladores como uma parte central na espiral de preços, mas por outro lado modera o impulso com a meta de 10% em 2020 dos biocombustíveis em função dos progressos feitos ao nível da segunda geração (com base em produtos não alimentares).

“O objectivo nunca foi chegar aos nunca foi chegar aos 10% a qualquer preço”, concede o texto, condicionando a meta “à viabilidade comercial dos biocombustíveis de segunda geração”, algo que não está no horizonte. Vários organismos os internacionais, no quadro das Nações Unidas, defendem que a conversão de colheitas para combustíveis e não para a função alimentar também contribuiu para elevar preços, com o que a Comissão não concorda.

Esta comunicação surge no dia em que Bruxelas cumpre calendário com uma proposta de revisão pouco ambiciosa da Política Agrícola Comum que não vem responder directamente à crise, apesar de alguns elementos contribuírem para “mitigar” a subida de preços elevando a produção, como seja o aumento das quotas de leite ou o fim do pousio.

A crise alimentar pela alta de preços está a assumir proporções dramáticas de fome no mundo e tem sido origem de um conjunto de revoltas sociais em países tão distantes como Egipto, Peru ou Moçambique, representando o lado negro da globalização.

Se é consensual que as más colheitas na Austrália e EUA, o aumento da procura alimentar na Índia e China e o esgotamento de stocks ajudou à subida de preços, Bruxelas insiste nos especuladores. “Estas actividades [especulativas] conduziram a um aumento do movimento dos preços e volatilidade nos futuros” alimentando uma espiral inflacionista.

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 25813.html
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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Maior produção de cereais e de leite discutida pela UE

por Pata-Hari » 21/5/2008 8:13

Proposta do Conselho Europeu, em Junho
Maior produção de cereais e de leite é estratégia para conter subida dos preços dos alimentos
20.05.2008 - 17h37
Por Lusa
Pedro Cunha (arquivo)

Aumentando a oferta de produtos agrícolas, a Comissão tenta assim limitar a subida dos preços dos produtos alimentares
A Comissão Europeia propôs hoje para discussão em Conselho Europeu, em Junho, uma estratégia contra o aumento dos preços dos bens alimentares, que inclui o fim do pousio nos campos de cereais e o aumento progressivo das quotas de produção de leite.

"A União Europeia reagiu com celeridade ao aumento repentino dos preços dos produtos alimentares. Estamos a ser confrontados com um problema com múltiplas causas e numerosas consequências. Por conseguinte, temos de agir simultaneamente em várias frentes para o solucionar", afirmou hoje o presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso.

"As possíveis respostas políticas que hoje propomos complementam as medidas que já adoptámos. A Comissão convida os Estados-membros a darem uma resposta europeia única a este desafio mundial. Coordenaremos a nossa resposta com os nossos parceiros internacionais na ONU e no G8 ", salientou ainda.

O executivo comunitário prevê que, a curto prazo, medidas como o fim do pousio obrigatório das terras de cultivo de cereais e o progressivo aumento das quotas de produção de leite, até à sua abolição em 2015, medidas que integram a proposta hoje apresentada de revisão "health check" da política agrícola comum (PAC), ajudem à baixa dos preços dos alimentos.

Nas medidas de curto prazo está ainda incluído o "acompanhamento do sector retalhista, no âmbito da Revisão do Mercado Único em conformidade com os princípios da concorrência e do mercado interno", segundo uma nota hoje divulgada.

Uma segunda vertente da comunicação, com um horizonte de mais longo prazo, prevê iniciativas para aumentar a oferta de produtos agrícolas, garantindo a segurança alimentar e o reforço da investigação no sector agrícola.

A aposta no desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração - sintetizados a partir de fontes diversas da biomassa, não usadas na alimentação humana, por exemplo, aparas florestais - e, entretanto promover critérios sustentáveis para os de primeira geração são pontos incluídos na proposta.

Em terceiro lugar, a Comissão Europeia quer ainda apostar em iniciativas destinadas a contribuir para o esforço global no sentido de lutar contra os efeitos dos aumentos dos preços junto das populações mais pobres.

Neste sentido, inclui a necessidade de haver uma resposta internacional mais coordenada à crise alimentar, designadamente no contexto da ONU e do G8.

Bruxelas quer ainda a "prossecução de uma política comercial aberta que ofereça aos países mais pobres do mundo um acesso preferencial ao mercado da UE", aludindo à ronda de Doha, da Organização Mundial do Comércio.


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