Miguel Cintra queria dar «chapada de luva branca»
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Miguel Cintra queria dar «chapada de luva branca»
"Miguel Cintra queria dar «chapada de luva branca» "
"POR QUE motivo foram compradas tantas acções da Vidago num tão curto espaço de tempo enquanto a cotação não parava de subir e dias antes de se saber que a Jerónimo Martins (JM) queria comprar aquela empresa? Miguel Sousa Cintra, a primeira pessoa a responder em tribunal por utilização de informação privilegiada em Portugal, afirmou que comprou as acções porque «tinha disponibilidades financeiras, acreditava na empresa e queria ter uma maior participação nos seus destinos». Disse mesmo que essas aquisições foram «uma espécie de chapada de luva branca» dada ao seu pai, José Sousa Cintra, de forma a tornar-se mais independente.
A juíza estranhou que, tendo disponibilidade financeira, Miguel Sousa Cintra tivesse necessitado de um empréstimo de quatro milhões de euros para o investimento. Resposta: «Tinha o dinheiro noutras aplicações e não foi a primeira vez que contraí empréstimos».
Esta aparente contradição não foi a única a marcar a primeira sessão do julgamento, realizada na segunda-feira. O arguido disse que «nunca tinha sido informado do interesse da JM antes da reunião de 30 de Outubro de 1996», marcada a pedido desta empresa. Ora esta afirmação contraria a que foi prestada ao EXPRESSO em Fevereiro. O acusado referiu então que só soube da intenção da JM de comprar a Vidago no dia em que o contrato de compra foi assinado, o que aconteceu de 8 para 9 de Novembro. A diferença de versões foi justificada com o facto de só agora ter estado a «rever as datas para se preparar para o julgamento».
Segundo contou, o pai pediu-lhe, ao fim da tarde de 30 de Outubro, que fosse à JM, tendo-lhe comunicado que esta ia fazer uma proposta de compra da Vidago. Os dois consideraram interessante o valor proposto, e o negócio ficou pré-acordado. Só no dia seguinte terá sido confirmado, e por isso o acusado interrompeu as compras, apesar de ainda ter dado uma ordem de aquisição de 25 mil acções, sem limite de preço (tendo conseguido apenas ficar com 900). O arguido referiu também que já tinha havido vários interessados na Vidago, afirmando, no entanto, que estava «completamente a leste» do que se passava e que o seu pai sempre lhe dissera que a empresa ia ficar para ele.
A declaração de José Sousa Cintra, segundo a qual só no fim de Setembro foi confrontado com o interesse da JM, também gerou dúvidas. «Eu disse que não queria vender a empresa», argumentou, apesar de também ter dito que a venda de 90% da Vidago - condição imposta pela JM - não seria um problema. Para tal, Miguel Sousa Cintra teria de vender os seus 22,23%."
(in www.expresso.pt)
"POR QUE motivo foram compradas tantas acções da Vidago num tão curto espaço de tempo enquanto a cotação não parava de subir e dias antes de se saber que a Jerónimo Martins (JM) queria comprar aquela empresa? Miguel Sousa Cintra, a primeira pessoa a responder em tribunal por utilização de informação privilegiada em Portugal, afirmou que comprou as acções porque «tinha disponibilidades financeiras, acreditava na empresa e queria ter uma maior participação nos seus destinos». Disse mesmo que essas aquisições foram «uma espécie de chapada de luva branca» dada ao seu pai, José Sousa Cintra, de forma a tornar-se mais independente.
A juíza estranhou que, tendo disponibilidade financeira, Miguel Sousa Cintra tivesse necessitado de um empréstimo de quatro milhões de euros para o investimento. Resposta: «Tinha o dinheiro noutras aplicações e não foi a primeira vez que contraí empréstimos».
Esta aparente contradição não foi a única a marcar a primeira sessão do julgamento, realizada na segunda-feira. O arguido disse que «nunca tinha sido informado do interesse da JM antes da reunião de 30 de Outubro de 1996», marcada a pedido desta empresa. Ora esta afirmação contraria a que foi prestada ao EXPRESSO em Fevereiro. O acusado referiu então que só soube da intenção da JM de comprar a Vidago no dia em que o contrato de compra foi assinado, o que aconteceu de 8 para 9 de Novembro. A diferença de versões foi justificada com o facto de só agora ter estado a «rever as datas para se preparar para o julgamento».
Segundo contou, o pai pediu-lhe, ao fim da tarde de 30 de Outubro, que fosse à JM, tendo-lhe comunicado que esta ia fazer uma proposta de compra da Vidago. Os dois consideraram interessante o valor proposto, e o negócio ficou pré-acordado. Só no dia seguinte terá sido confirmado, e por isso o acusado interrompeu as compras, apesar de ainda ter dado uma ordem de aquisição de 25 mil acções, sem limite de preço (tendo conseguido apenas ficar com 900). O arguido referiu também que já tinha havido vários interessados na Vidago, afirmando, no entanto, que estava «completamente a leste» do que se passava e que o seu pai sempre lhe dissera que a empresa ia ficar para ele.
A declaração de José Sousa Cintra, segundo a qual só no fim de Setembro foi confrontado com o interesse da JM, também gerou dúvidas. «Eu disse que não queria vender a empresa», argumentou, apesar de também ter dito que a venda de 90% da Vidago - condição imposta pela JM - não seria um problema. Para tal, Miguel Sousa Cintra teria de vender os seus 22,23%."
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