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Todos à EDP

Candidatos à compra da EDP parecem não faltar, mas as acções não sobem

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A CORRIDA à EDP parece estar ao rubro, a julgar pelo desfile de interessados em comprar uma participação relevante na empresa. A mais surrealista manifestação de interesse veio de um fundo que representa grupos russos e árabes e que dá pelo nome de Advancer Mercantiles Plc. Esta entidade enviou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) uma carta com questões sobre o futuro da empresa, nomeadamente após o reforço da Iberdrola, e em que deixava no ar a hipótese de avançar com uma oferta pública de aquisição (OPA). A carta chegou aos jornais e como tal a CMVM abriu um processo de investigação que parece não ter outro desfecho que não seja, no mínimo, a aplicação de uma coima.

Mas há mais candidatos a comprar acções da EDP: Joe Berardo disse que está «atento»; Stanley Ho fez saber que gostaria de ter mais de 5% (a última indicação é que já ia com mais de 3%). E houve também esta semana outra manifestação de interesse, desta vez da parte da Sonatrach, a maior empresa de gás da Argélia, que pretende ter 5%.

Todo este interesse é estranho, pois quem quer comprar acções de uma empresa, primeiro compra-as e só depois se quiser (ou for obrigado) é que o anuncia. Isto porque é natural que as acções subam em face de uma maior procura - e ninguém quer comprar acções a preços altos quando as pode comprar mais baratas.

Mas as acções da EDP não subiram, longe disso, pois a cotação continua a cair, num movimento em que não está isolada. Aliás, esta semana foram raras as empresas que não perderam valor, o que não foi sequer exclusivo de Portugal. Aparentemente são os investidores a aproveitar para tirar partido dos elevados valores atingidos pelas acções nas últimas semanas, amealhando assim algumas mais-valias interessantes. A subida dos juros na Europa e nos Estados Unidos também terá penalizado as bolsas, perante receios de subida da inflação nos dois lados do Atlântico.

As empresas envolvidas nas OPA também não escaparam. A PT começou a ser negociada sem direito ao dividendo e as suas acções rapidamente desceram abaixo do preço oferecido na OPA. Também a PT Multimédia tem negociado abaixo desse valor. A mesma história para o BPI, com o BCP a atingir mesmo o valor mais baixo do ano. Já o BES, em pleno processo de aumento de capital, poderá estar a ser penalizado pela proposta que apresentou na semana anterior para a compra do espanhol Urquijo