Abriu a caça à PT
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Re: Abriu a caça à PT
luiz22 Escreveu:Baah! Na hora da verdade, é Belmiro que avança para a PT, é Amorim que avança para a Galp. Ambos, curiosamente, financiados pelo mesmo banco, o espanhol Santander.
Temos homem. Temos OPA. Temos mercados a funcionar. Falar assim é mesmo optimus.
Abriu a caça à PT
Abriu a caça à PT
06/02/2006 22:37
Abriu a caça à Portugal Telecom. E o primeiro tiro não vem de Madrid, de Milão ou de Nova Iorque, como em fábulas precoces se avisava: vem da Maia. Vem de Belmiro de Azevedo. Pensando bem, podia vir de outro alguém?
E assim abriu a caça. Ontem à noite, às 20:16, o Jornal de Negócios Online dava a notícia em primeira mão: a Sonae vai lançar uma oferta pública de aquisição sobre a PT. Às 20:17 o telefone não parava de tocar, os leitores estavam atónitos. Às 20:18 já ninguém duvidava: haverá contra-OPA. De Madrid, de uma Milão ou de outra Nova Iorque. E por essa hora já todas as luzes do último andar do Fórum Picoas estavam acesas.
Analisemos os factos: a proposta da Sonae propõe um prémio aliciante, pagando 9,5 euros por acção. Belmiro de Azevedo volta a surpreender, atira-se a um grande colosso português e fá-lo à sua maneira: no mercado. É do mercado que vai receber a resposta. É dos accionistas, para quem a operação será hostil, que vai receber as retaliações. E temos OPA para meses.
Se é verdade que a probabilidade de lançamento de uma contra-OPA é elevada, a Telefónica é a primeira candidata a candidata.
Este é, aliás, um teste para o operador espanhol, que foi aumentando o seu peso na estrutura accionista da PT fazendo juras de vida harmoniosa com os accionistas portugueses mas aumentando as desconfianças junto do Estado, de um ministro Mário Lino muito incomodado. Não terá sido por acaso que ontem mesmo um representante do Estado na PT decidiu sair, fazer «Bleck out».
Veremos agora se a Telefónica se fixa nessa parceria e faz muro contra a proposta da Sonae ou se, pelo contrário, justifica que as circunstâncias mudaram - e mudaram - e avança sozinha para uma contra-OPA.
Este é também um teste à capacidade do Estado meter o pé na porta, de fazer das suas 500 acções a alavanca para evitar não se sabe bem o quê mas que passa pelo entendimento que os Governos, nas suas circunstâncias, fazem de subjectividadescomo «interesse nacional» e definição de «sectores estratégicos». E, reconheçamos, a Portugal Telecom hoje ainda é quase um sector.
Aqui começa portanto uma novela que vai ter muitos capítulos. Esses capítulos vão passar-se na bolsa, nas empresas concorrentes, e, certamente, também em Bruxelas. Vai haver contra-propostas, reacção dos accionistas estratégicos, em caso de sucesso da OPA haverá alienações de activos, TMN e Optimus juntas não dá, etc..
Belmiro de Azevedo já garantiu o papel principal neste filme. Na hora da verdade, os grandes negócios estão a ser feitos pelos grandes empresários e não por aqueles que se arrogam o direito de defender a pátria em nome de princípios magníficos, de centros de decisão, da portugalidade dos sectores estratégicos, da inconsequente invocação de desígnios superiores para mantermos as águas, as energias, os telefones.
Baah! Na hora da verdade, é Belmiro que avança para a PT, é Amorim que avança para a Galp. Ambos, curiosamente, financiados pelo mesmo banco, o espanhol Santander.
Temos homem. Temos OPA. Temos mercados a funcionar. Falar assim é mesmo optimus.
Bpionline
06/02/2006 22:37
Abriu a caça à Portugal Telecom. E o primeiro tiro não vem de Madrid, de Milão ou de Nova Iorque, como em fábulas precoces se avisava: vem da Maia. Vem de Belmiro de Azevedo. Pensando bem, podia vir de outro alguém?
E assim abriu a caça. Ontem à noite, às 20:16, o Jornal de Negócios Online dava a notícia em primeira mão: a Sonae vai lançar uma oferta pública de aquisição sobre a PT. Às 20:17 o telefone não parava de tocar, os leitores estavam atónitos. Às 20:18 já ninguém duvidava: haverá contra-OPA. De Madrid, de uma Milão ou de outra Nova Iorque. E por essa hora já todas as luzes do último andar do Fórum Picoas estavam acesas.
Analisemos os factos: a proposta da Sonae propõe um prémio aliciante, pagando 9,5 euros por acção. Belmiro de Azevedo volta a surpreender, atira-se a um grande colosso português e fá-lo à sua maneira: no mercado. É do mercado que vai receber a resposta. É dos accionistas, para quem a operação será hostil, que vai receber as retaliações. E temos OPA para meses.
Se é verdade que a probabilidade de lançamento de uma contra-OPA é elevada, a Telefónica é a primeira candidata a candidata.
Este é, aliás, um teste para o operador espanhol, que foi aumentando o seu peso na estrutura accionista da PT fazendo juras de vida harmoniosa com os accionistas portugueses mas aumentando as desconfianças junto do Estado, de um ministro Mário Lino muito incomodado. Não terá sido por acaso que ontem mesmo um representante do Estado na PT decidiu sair, fazer «Bleck out».
Veremos agora se a Telefónica se fixa nessa parceria e faz muro contra a proposta da Sonae ou se, pelo contrário, justifica que as circunstâncias mudaram - e mudaram - e avança sozinha para uma contra-OPA.
Este é também um teste à capacidade do Estado meter o pé na porta, de fazer das suas 500 acções a alavanca para evitar não se sabe bem o quê mas que passa pelo entendimento que os Governos, nas suas circunstâncias, fazem de subjectividadescomo «interesse nacional» e definição de «sectores estratégicos». E, reconheçamos, a Portugal Telecom hoje ainda é quase um sector.
Aqui começa portanto uma novela que vai ter muitos capítulos. Esses capítulos vão passar-se na bolsa, nas empresas concorrentes, e, certamente, também em Bruxelas. Vai haver contra-propostas, reacção dos accionistas estratégicos, em caso de sucesso da OPA haverá alienações de activos, TMN e Optimus juntas não dá, etc..
Belmiro de Azevedo já garantiu o papel principal neste filme. Na hora da verdade, os grandes negócios estão a ser feitos pelos grandes empresários e não por aqueles que se arrogam o direito de defender a pátria em nome de princípios magníficos, de centros de decisão, da portugalidade dos sectores estratégicos, da inconsequente invocação de desígnios superiores para mantermos as águas, as energias, os telefones.
Baah! Na hora da verdade, é Belmiro que avança para a PT, é Amorim que avança para a Galp. Ambos, curiosamente, financiados pelo mesmo banco, o espanhol Santander.
Temos homem. Temos OPA. Temos mercados a funcionar. Falar assim é mesmo optimus.
Bpionline
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