Caldeirão da Bolsa

A prosa da semana

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

A prosa da semana

por vmerck » 11/5/2005 10:12

Liedson resolve fazer parvoíce!

Liedson visionou o cartão amarelo que o impossibilita de jogar na Luz, tal como já tinha acontecido na primeira volta do campeonato. Ou seja, ninguém me tira da cabeça que o avançado do Sporting é benfiquista desde pequenino e a última coisa que quer é defrontar a equipa do seu coração. Obrigado, ó fininho!



ATENÇÃO, pessoal mal intencionado! Hoje, vou aderir à política editorial de A BOLA, tal como foi explanada na edição de ontem. Ou seja, prometo que vou tentar falar de futebol português sem me referir às suspeitas que recaem sobre a arbitragem. Por isso... realmente, quero dizer que... bom, em relação ao... quer dizer, penso que... hum... Mainada! Até para semana! Eh, eh, eh! Estou a reinar, pá. Eu estou convencido de que consigo efectivamente falar das partidas desta jornada sem me referir às escandaleiras que praí houve. É só uma questão de hábito. Basta fingir que ainda estamos a falar dos tempos em que o apito era pálido.

VAMOS a isto: a minha pessoa não queria acreditar quando, no último minuto do Sporting-Guimarães, o Liedson visionou o cartão amarelo que o impossibilita de jogar na Luz, tal como já tinha acontecido na primeira volta do campeonato. Ou seja, ninguém me tira da cabeça que o avançado do Sporting é benfiquista desde pequenino e a última coisa que quer é defrontar a equipa do seu coração. Obrigado, ó fininho! É claro que, ontem, os dirigentes do Pampilhosa telefonaram logo prò Dias da Cunha a dizer: «Ó shôr presidente, desta vez, nós não podemos fazer nada mas, se quiser mandar-nos uns milharzitos de contos na mesma, nós não nos importamos nada». Eh, eh, eh!

A nível de Glorioso, as coisas não nos correram nada bem em Penafiel, também graças ao facto da equipa da casa ter defendido com onze homens. Quer-me parecer que, em vez de jogadores de futebol, o Benfica está a precisar é de contratar um arrumador. Assim, quando o treinador da equipa adversária quisesse estacionar o autocarro à frente da sua grande-área, o arrumador dizia que não podia ser e indicava um lugar mais à frente. Sinceramente, eu pensava que só havia equipas com três objectivos: ser campeão, ir às competições europeias e não descer de divisão. Mas, pelos vistos, há um quarto: impedir o Benfica de ser campeão. Escusado será dizer que, nesse capítulo, o Rio Ave, o Estoril, o Belenenses e o Penafiel têm feito um campeonato bem tranquilo. Parabéns!

AINDA a nível de lagartagem, é bonito assistir à estreia do Sporting em finais de competições europeias que não foram à vida. Aliás, agora que os lagartos chegaram à final da Taça UEFA, penso que isso é um sinal claro de que também esta competição já teve o seu tempo. Por outro lado, parece-me que os sócios lagartos estão no bom caminho, uma vez que já festejam efusivamente as derrotas por 3-2. Que é como quem diz: «Yupi! Desta feita, quase ganhávamos o jogo a uma equipa holandesa de segunda categoria! Viva!»

EM termos de finalmente, visionei o anúncio do José Mourinho àquele cartão de crédito. Estou a imaginar o técnico do Chelsea a negociar com a multinacional: «Deixem ver se percebi: vocês dão-me duzentos mil contos, não pra fazer figuras parvas, mas sim pra fazer um anúncio que mostra ao mundo que eu sou o maior? Hum... Não sei se aceite...» Só tenho pena que tenham cortado do anúncio uma cena que considero a melhor de todas. Via-se o Mourinho a passear-se tranquilamente pela cidade do Porto, quando, de repente, surge um Super-Dragão que se dirige pra ele com o punho cerrado. Antes que o elemento da claque conseguisse tocar no treinador do Chelsea, aparecia um segurança privado contratado pelo Mourinho que pegava no Super-Dragão e levava-o até à esquadra mais próxima. Depois, o Mourinho virava-se prà câmara e dizia: «A minha vida é estar um passo à frente». Eh, eh, eh! Mainada! Até prà semana!

O CLIENTE DA SEMANA: José Couceiro

JÁ estou em pulgas prò jogo do título, frente a o Sporting. Parece que, depois do equipamento do centenário, vamos usar agora outro, que tem uma espécie de mochila nas costas e uma pistola de borrifar à frente. É como os exterminadores usam. Diz que é a melhor coisa que há quando se quer dizimar lagartos. O Peseiro, quando lhe perguntaram como é que ia ser o jogo da Luz sem o Liedson, disfarçou bem que o que lhe apetecia mesmo era empacotar o ex-empacotador brasileiro e mandá-lo de volta prò Brasil, e respondeu, parvamente: «Bom, nós já ganhámos sem o Liedson.» E é verdade. Nos tempos do Yazalde, de Peyroteo e do Jordão, o Sporting conseguia ganhar jogos sem este fiteiro. Pode ser que um deles esteja disponível prà Luz… Bom, estava eu a matutar nisto quando me entra no veículo o homem que está a fazer um belo trabalho no futebol português: se lhe derem tempo, conseguirá pôr o Porto no lugar em que pôs o Alverca…

Zé Manel: Ora viva, shôr Zé Couceiro. O Mourinho dos pobres. Você também é bem parecido, também veste bem… Só lhe falta mesmo perceber de futebol.

José Couceiro: A culpa do empate contra o Moreirense não foi minha. Viu aquela arbitragem? Houve ali um lançamento de linha lateral contra nós que foi mal assinalado.

Zé Manel: Alto aí! Você não leu A BOLA de ontem? Neste jornal não se incendeia o ambiente dizendo parvoíces sobre a arbitragem.

José Couceiro: Não se pode falar de arbitragem?! Mas assim fico sem nada para dizer. De que é que querem que eu fale? Da qualidade do meu plantel? Da honestidade dos meus dirigentes? É difícil, pá.

Zé Manel: Pois é. Eh pá, fale do seu sono. Você tem dormido bem? Numa semana está a sonhar com o título, depois na outra já não está, depois na outra já está outra vez, depois empata com uns tipos que vão descer de divisão e já não está outra vez…

José Couceiro: Tem sido difícil, tem. Não consigo sonhar com a mesma coisa duas semanas seguidas. O melhor é sonhar só com a Taça UEFA, porque já se percebeu que qualquer equipa é capaz de chegar à final.

Zé Manel: Isso é verdade. Olhe lá, você acha que o Porto ainda tem hipóteses de ser campeão?

José Couceiro: Claro. Só dependemos de nós… Ops! Esqueci-me de que já não posso usar esta lengalenga.

Zé Manel: Pois, você já não usava essa há algum tempo. Como é que se safa agora?

José Couceiro: Acho que vou começar a dizer mal da imprensa. Já experimentei dizer mal dos adversários e dos árbitros. Só me falta a imprensa.

Zé Manel: Boa. Dê uma lição àqueles gajos que dizem que a sua equipa tem jogadores fracos e que você não tem carisma.

José Couceiro: Quem disse isso? Algum jornalista?

Zé Manel: Não, foram os Super-Dragões.

José Couceiro: Ah. Que azar.
 
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