Uma história portuguesa
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é so tachos
toca a desviar $$$$
E ainda querem q a gente não fuja aos impostos!!!!
devem estar a brincar

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Uma história portuguesa
Uma história portuguesa
PEDRO ROLO DUARTE
S e tudo correr como previsto, hoje vai fazer-se silêncio. Não para o fado, mas para toda a música. Abre a Casa da Música do Porto e começam as desfilar os elogios à monumental obra do arquitecto Rem Koolhaas, sem dúvida uma chave da modernidade que marcará a capital do Norte nos próximos anos. O caos que rodeia o edifício - das obras exteriores às "interiores" indefinições sobre financiamentos, administração e direcção artística - será abafado pelo som de Lou Reed. No entanto, o silêncio que hoje se fará, e a música que no seu lugar se ouvirá, não é de ouro. Nem fica bem. É um silêncio de culpa, um silêncio feito de negligência, demagogia, promessas e irresponsabilidades. Foram seis anos
de "Portugal no seu pior" quatro datas de abertura prometidas e não cumpridas, uma brutal derrapagem nos custos (de 40 para 100 milhões de euros!), intrigas, polémicas, demissões, administrações sucessivas. Numa obra privada - ou numa obra pública de um país civilizado... - tinham rolado cabeças e tinham sido penalizados responsáveis. Na Casa da Música do Porto, os danos foram suaves demissões que resultaram em novos empregos, ou regressos a antigos empregos. Ou seja, não aconteceu nada àqueles que permitiram gastar três vezes mais do que o previsto e caucionaram um atraso na obra que poderia ter sido evitado se não se lançassem promessas gratuitas para conquistar apoios e simpatias.
Já se sabia que uma obra daquela dimensão - especialmente daquela natureza inovadora e experimental - estava sujeita a um tempo de construção (e, por isso mesmo, a um preço) muito maior do que os longínquos 40 milhões de euros. Sabia-se, mas fez-se de conta que não era nada. Como se fosse natural. Como se o dinheiro fosse de ninguém.
O primeiro capítulo do folhetim termina hoje. Tem um final feliz, porque a obra existe e promete dar ao Porto, com imponência e qualidade, algo que sempre fez falta à cidade. Mas por detrás desse final feliz esconde-se uma triste história portuguesa. Talvez seja realmente fado. Infelizmente, um fado sem o remate dos aplausos. Aliás, sem remate. Porque se aguardam as cenas dos próximos capítulos.
Editorial
Numa obra privada - ou numa obra pública de um país civilizado... - tinham sido penalizados responsáveis. Na Casa da Música, os danos foram suaves demissões que resultaram em novos empregos
PEDRO ROLO DUARTE
S e tudo correr como previsto, hoje vai fazer-se silêncio. Não para o fado, mas para toda a música. Abre a Casa da Música do Porto e começam as desfilar os elogios à monumental obra do arquitecto Rem Koolhaas, sem dúvida uma chave da modernidade que marcará a capital do Norte nos próximos anos. O caos que rodeia o edifício - das obras exteriores às "interiores" indefinições sobre financiamentos, administração e direcção artística - será abafado pelo som de Lou Reed. No entanto, o silêncio que hoje se fará, e a música que no seu lugar se ouvirá, não é de ouro. Nem fica bem. É um silêncio de culpa, um silêncio feito de negligência, demagogia, promessas e irresponsabilidades. Foram seis anos
de "Portugal no seu pior" quatro datas de abertura prometidas e não cumpridas, uma brutal derrapagem nos custos (de 40 para 100 milhões de euros!), intrigas, polémicas, demissões, administrações sucessivas. Numa obra privada - ou numa obra pública de um país civilizado... - tinham rolado cabeças e tinham sido penalizados responsáveis. Na Casa da Música do Porto, os danos foram suaves demissões que resultaram em novos empregos, ou regressos a antigos empregos. Ou seja, não aconteceu nada àqueles que permitiram gastar três vezes mais do que o previsto e caucionaram um atraso na obra que poderia ter sido evitado se não se lançassem promessas gratuitas para conquistar apoios e simpatias.
Já se sabia que uma obra daquela dimensão - especialmente daquela natureza inovadora e experimental - estava sujeita a um tempo de construção (e, por isso mesmo, a um preço) muito maior do que os longínquos 40 milhões de euros. Sabia-se, mas fez-se de conta que não era nada. Como se fosse natural. Como se o dinheiro fosse de ninguém.
O primeiro capítulo do folhetim termina hoje. Tem um final feliz, porque a obra existe e promete dar ao Porto, com imponência e qualidade, algo que sempre fez falta à cidade. Mas por detrás desse final feliz esconde-se uma triste história portuguesa. Talvez seja realmente fado. Infelizmente, um fado sem o remate dos aplausos. Aliás, sem remate. Porque se aguardam as cenas dos próximos capítulos.
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Numa obra privada - ou numa obra pública de um país civilizado... - tinham sido penalizados responsáveis. Na Casa da Música, os danos foram suaves demissões que resultaram em novos empregos
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