Caldeirão da Bolsa

Porque cai o dólar?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por djovarius » 9/3/2005 16:23

Nem em termos de AT nem em AF.

Ainda agora há pouco tempo saiu o relatório do BIS que mostra bem como as Reservas internacionais de USD na posse dos Bancos Centrais estão em queda desde 2001 !!

Penso que isso mostra bem uma boa parte do que se passa.
E o artigo deste cavalheiro só perde por estar dois anos atrasado em relação ao que se escreve neste Fórum. Paciência

Além do mais, não há qualquer bolha no EUR/USD e não é o sr. Sérgio Figueiredo que faz uma bolha, nem o Soros, nem o Buffett nem o Gates.

Uma bolha que nos leve a ser contrários, só ocorre quando o assunto faz a primeira página da imprensa, escrita ou audiovisual. Quando o povo está altamente investido num certo activo.

Antes de lá chegarmos, há todo um percurso a decorrer...

Abraço

djovarius
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por D1as » 9/3/2005 16:21

A AT é um pau de dois bicos: dá sempre para arranjar argumentos para o lado que queremos :)

Vou tentar arranjar argumentos baseados em AT para defender uma valorização do Dollar:

O EURUSD fez hoje máximos de cerca de dois meses, mas longe dos máximos absolutos. Tendo em conta que o EURUSD é um "indicador" do estado do Dollar mais fidedigno que o AUDUSD, e sabendo que o AUDUSD fez hoje máximos de sempre, diria que estamos a assistir a uma forte divergência.

A acrescentar, temos que o EURUSD fez máximos de dois meses, mas o USDJPY ainda está longe de o fazer. Outra divergência a favor do Dollar. Por fim, em termos de divergências, hoje o EURUSD quebrou os máximos de ontem mas o GBPUSD não.

Em termos de AT relativa ao USD Index, vimos uma boa reacção aos 80 e nas semanas um retrace à boa reacção nos 80.

Enfim, argumentos um pouco mal amanhados e à pressa (sem contar nos dois exemplos de cima em termos de Media) para uma opinião que neste momento é favoravel ao Dollar.

Mas as opiniões leva-as o vento :) o q conta é o resultado! E até agora, e para já, não me posso queixar de ter posições favoraveis ao Dollar. Até pode ser que no fim do dia já tenha mudado de opinião, mas neste momento não :)

Abraço Cem
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por Cem » 9/3/2005 16:04

Oi amigo D1as!
Fiquei preocupado com a tua posição no Dollar.
Segundo depreendi, trata-se de uma posição baseada exclusivamente em critérios fundamentais, é isso?
É que em termos de AT sinceramente não consigo arranjar argumentos para posições vendedoras no EURUSD...
De qualquer forma desejo-te a maior sorte do mundo.
Um abraço,
Cem
 
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por azarento » 9/3/2005 15:55

O Sérgio Figueiredo é uma pessoa engraçada. Viu-se no debate a tratar dos programas de governo dos vários partidos em que apareceu que lhe faltam muitos anos para ganhar experiencia. Vê-se que gosta de saber um pouco de tudo e não tudo de poucas coisas! :wink:
o Forex é um modo de vida... ;)
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por D1as » 9/3/2005 15:44

Esqueci-me de acrescentar:

O Santander pagou um anúncio de página inteira na última página do caderno de economia do Expresso a informar que agora pode-se aproveitar a desvalorização do Dollar atravez de um fundo por eles disponibilizado...
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por D1as » 9/3/2005 15:39

Já estava desde ontem mas agora ainda mais...

Estou Bull no Dollar.
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Porque cai o dólar?

por luiz22 » 9/3/2005 15:35

Sérgio Figueiredo
Porque cai o dólar?
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Confrontados com os lamentos sobre a queda do dólar, os americanos reagiam: «o dólar é a nossa moeda, mas o problema é vosso». A resposta não é de agora, mas de 1971. E é atribuída a um político, John Connally, na época o secretário do Tesouro de Nixon. O dólar continua a ser a moeda dos EUA, mas a queda persistente da sua taxa de câmbio não constitui uma dor de cabeça apenas para os outros.
É também um problema dos Estados Unidos.

Na época de Nixon, eles exerciam um poder monopolista de emissão de moeda, porque fixavam unilateralmente a paridade do dólar face ao ouro e, por arrasto, face às restantes divisas.

Mesmo com o colapso do padrão-ouro, a hegemonia era garantida pelos elevados graus de liquidez e de integração dos seus mercados financeiros. Franco suíço, iene ou marco alemão, moedas ligadas a mercados sem profundidade, não conseguiam rivalizar sequer com a sombra do dólar.

Sucede que, a partir de 1991, o euro mudou esta constelação. Além da dimensão geográfica, a moeda europeia começou a ganhar relevância económica.

Países não-alinhados, com a China à cabeça, adoptaram, ou anunciam a intenção de adoptar, o euro como taxa de câmbio de referência para as suas moedas. Outras nações, sobretudo produtoras de petróleo, anunciam a intenção de cotar as suas exportações na moeda europeia.

Dito de outra forma, está em causa o papel do dólar como única reserva cambial e como principal divisa para o comércio internacional.

Existe hoje um consenso no sistema financeiro internacional de que a queda abrupta do dólar deve ser evitada. Já se conhecem as razões dos europeus: quanto mais fraco estiver o dólar, menos capacidade exportadora têm a Alemanha e outras economias que precisam do estímulo externo.

Japão e China não desejam igualmente o crash do dólar. Os japoneses, como principais credores dos EUA, por serem os que mais investiram em activos americanos. A China também não, pelo menos enquanto não trocar por petróleo, matérias-primas ou outras divisas, parte significativa dos dólares que acumula em reservas.

O contraste entre a realidade e os desejos de ministros e de banqueiros centrais é, contudo, abissal. E as explicações que se procuram para o facto de o dólar cair, quando todos querem que ele suba, são ainda mais extraordinárias.

A justificação de um fenómeno serve, dias depois, para explicar o seu contrário. O que a Fed ou BCE podem fazer. A estatística importante que acaba de sair. A inflação que surgiu com mais umas décimas do que os analistas previam.

Procura-se nos fundamentos económicos dos dois blocos a razão para a queda do dólar. Mas a economia não tem sido suficiente para dar a explicação sólida, muito menos coerente. A queda do dólar é umfenómeno porventura mais fácil de entender através das tais tendências de fundo, algumas de natureza geo-estratégica, que estão a reduzir o papel do dólar na economia global.

O que perverte a arrogância do senhor Connally e de todos os secretários do Tesouro que o sucederam: o dólar é do mundo, mas o problema é americano.
 
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