Caldeirão da Bolsa

A CGD e a rectificação do Orçamento de 2005

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 28/2/2005 16:30

Negócio
As “carolices”de um ‘self made man’

Catarina Madeira


Já lá vai o tempo em que “Delta” significava apenas café. Hoje, depois das azeitonas, dos toldos e das máquinas industriais, chegou o vinho e, mais tarde, será a vez do azeite. “Delta” é, agora, a marca do comendador que ousou construir o seu império no lugar mais improvável, a sua terra natal.

Quando falamos no nome “Nabeiro” a primeira palavra que nos ocorre é “café”. Fazendo jus a esta imagem, a produção de café continua a ser a actividade principal, representando 85 por cento do volume de negócios do Grupo Nabeiro (dados de 2003). Mas não só de café se faz este negócio nascido e criado em Campo Maior, vila onde de se localizam os cinco pólos industriais que o compõe: a Novadelta (principal industria do Grupo que produz Café), a Toldiconfex (toldos, luminosos e guarda-sóis), a Tecnidelta (comércio e reparação de máquinas), a Agrodelta (transformação de azeitonas) e a Torrefacção Camelo.

Perto de completar 74 anos, Manuel Rui Azinhais Nabeiro, o fundador carismático da Delta, persiste nas suas “carolices”. É com esta expressão que se refere aos negócios que continua a criar e aos novos produtos que vem acrescentando à já vasta lista de frutos das suas 22 empresas. “Estas carolices são demasiado arriscadas. É que fazemos porque gostamos!” Uma teimosia confessada ao Diário Económico por um alentejano de gema, cujas mais recentes “carolices” levaram à concretização de uma nova gama de produtos. A marca “Monte Maior” - antigo nome da vila de Campo Maior - consta, para já, nos rótulos do vinho produzido pelo grupo e, em breve será também a denominação do seu azeite.

Rui Nabeiro não é alheio às dificuldades económicas que o país vem atravessando nem aos riscos que as suas carolices comportam, mas revela o caminho que tem levado a bom porto a maioria dos seus projectos: “Se trabalharmos vencemos!” afirma convicto. Quanto aos riscos, defende que são agora maiores do que noutros tempos, já que “quando se começa do zero não há nada a perder”. Sem fugir ao risco, mas “sempre com algumas garantias”, conta que a partir de uma certa altura investiu continuamente “números grandes”, e declara: “até hoje não me enganei!”
Segundo o empresário, esta é também a receita que ajudou a tornar o grupo impermeável à célebre crise, de que tanto se fala nos nossos dias. “Até hoje não sentimos a crise. Acabámos 2004 com um saldo positivo, vendemos aquilo que nos propusemos vender e tivemos a rentabilidade que estava dentro dos nossos propósitos.” O segredo? Parece simples! “Não sentimos a crise por uma razão, trabalhamos muito mais em 2004 do que em 2003. Foi necessário ser mais exigente com os nossos trabalhadores. Lutando e investindo é mais fácil tirar o pensamento da crise.” Com o carregado sotaque alentejano que nunca disfarçou, revela-nos que assistiu com preocupação à instabilidade que ensombrou os mais recentes episódios da vida política e económica portuguesa. “Se nós nos lançamos numa atmosfera em existe instabilidade das mais diversas ordens não há dúvida de que há motivo para nos preocuparmos, mas devemos pensar automaticamente em como reagir melhor.”

Um investimento ambicioso
O vinho é a mais recente “menina dos olhos” do comendador. Mais de seis milhões de euros são os números que desenham o investimento nesta aposta do Grupo Nabeiro: a produção vinícola. Isto numa primeira fase, tendo em conta apenas as despesas envolvidas na construção, na aquisição de equipamento e no sector agrícola. “Ainda não estamos a contabilizar os custos adjacentes aos recursos humanos e à forma como vamos pagar aos nossos homens na logística e ao nível das vendas.”, esclarece o presidente da Delta.

Para justificar o investimento avultado, o grupo não deixou os seus créditos por mãos alheias e rodeou-se de profissionais conceituados. Uma equipa escolhida a dedo para concretizar um velho desejo do presidente da empresa. Paulo Laureano, um enólogo alentejano com provas dadas, “foi o escolhido para desenhar os vinhos” juntamente com uma série de profissionais experientes e conhecedores da vinha e dos seus frutos. O arquitecto Siza Vieira aceitou o convite para desenhar a adega, que o Grupo Nabeiro pretende que seja “uma imagem de marca do projecto”. A maqueta já existe é deixa adivinhar um espaço amplo com um terraço panorâmico que se abre sobre uma paisagem natural habitada por vinha e olival.

Vinha e olival de regresso a Campo Maior
A produção de vinho e azeite nasce de um projecto assumidamente ambicioso que deu os seus primeiros passos há oito anos. O negócio é fruto da vontade de fazer regressar a Campo Maior estes dois produtos, que outrora eram vulgares na região. Recuando no tempo, descobrimos que a história remonta aos anos 60, quando Rui Nabeiro comprou “um bocado de terra para garantir o seu futuro”, numa época em que grande parte da população de Campo Maior tinha o um espaço de vinha e de olival. “Nessa altura as pessoas tinham que fazer o seu pé-de-meia!”, conta o empresário.

São vinte hectares de uma terra arenosa onde foram cultivadas as vinhas das Argamassas e da Godinha. “Depois desses terrenos, partimos para o espaço onde temos as instalações da nossa fábrica. Uma pequena herdade de 106 hectares, onde temos um bocado de olival, uma coisa que eu também gosto muito.”


O vinho
Empenhado em produzir um “bom néctar”, o Comendador Rui Nabeiro assegura que o vinho só será produzido se houver condições para fazer um produto de qualidade. “Se houver um ano em que as coisas não sejam tão aconselháveis não fabricaremos o vinho, até porque a nossa principal actividade não é essa, é o café.” Os dois primeiros produtos das vinhas de Campo Maior já estão prontos a provar. Eis o “Monte Maior” e o “Reserva do Comendador”, os dois vinhos alentejanos do grupo Delta que exibem personalidades totalmente distintas. O “Monte Maior” é um vinho para consumo quotidiano, fruto da colheita de Setembro de 2003. É o resultado de um conjunto de castas de cariz predominantemente regional, onde sobressaem o Aragonez (casta de ciclo vegetativo relativamente curto que se desenvolve melhor em solos arenosos e argilo-calcários) e a Trincadeira (bastante difícil do ponto de vista vitícola, é uma casta com grandes potencialidades para a produção de vinhos de qualidade) complementadas com uma pequena percentagem de Alicante Bouschet (uma casta que dá cor ao vinho). Cada garrafa de “Monte Maior” é vendida por 5,75 euros, mas por agora só tem sido distribuído no sector da restauração aproveitando a estrutura logística e comercial do café Delta. Por seu turno, o “Reserva do Comendador” é um néctar mais distinto que resulta de uma selecção cuidadosa de uvas, com maior concentração das mesmas castas que compõem o “Monte Maior”. É um vinho de cor escura com aroma de frutas, madeira, folha de tabaco e especiarias. Esta é uma edição limitada que só terá 19.500 garrafas no mercado, pelo preço de 12,5 euros (preço sem IVA).


Novo entusiasmo a cada projecto
"São as paixões que nos movem." Foi assim que Rui Nabeiro apresentou aos jornalistas os primeiros frutos das vinhas de Campo Maior. Ao Diário Económico o empresário condecorado pelo Presidente da República, Mário Soares, com o grau de Comendador falou dos seus projectos à frente do grupo que lidera desde 1961 e que continua nas mãos do comendador.

Que expectativas tem para os seus vinhos?
A nossa aposta é fazer um bom vinho. Não está nas minhas mãos, mas tenho gosto por aquilo que estamos a fazer, tenho sentimento por esta nova actividade e, por isso, escolhi um naipe de técnicos que nos permitam fazer um excelente trabalho. No entanto, no dia em que não conseguirmos fazer melhor devemos saber aplicá-lo noutro sítio.

Quais são os seus principais objectivos nesta área de negócio?
Queríamos abranger mais uma actividade e também trazer mais uma riqueza para a nossa região. Perante um número tão grande de produtores o que pretendemos é marcar uma posição de diferença.

Depois do vinho o que virá a seguir?
Tenho também em cima da mesa o princípio do nosso azeite. Temos um bocado de olival já bastante razoável e as obras do lagar já estão em fase de projecto. Tenho propostas para a actualização do lagar ainda este ano e é em 2005 que quero começar a produzir o azeite.

Quantos postos de trabalho poderão surgir destas novas actividades?
Neste momento, a trabalhar no nosso espaço de terreno de olival e vinha temos entre 12 e 14 pessoas fixas e estamos a caminhar para os 20 trabalhadores. Há muitas coisas pequenas que é preciso fazer, temos olival variado que está disperso pelo terreno, temos a vinha e queremos entrar noutras áreas.

É um investimento ambicioso?
É um projecto bonito e um investimento que não é nada pequeno.

Para quando prevê o retorno deste investimento?
Penso que o futuro é que vai dizer, porque não é um negócio que eu domine a 100 por cento. Os cálculos que fizemos, e se tivermos um bom produto, apontam para que o investimento seja amortizado nos tempos aconselhados. Não podemos começar uma coisa de raiz e dizer que temos meia dúzia de anos para recuperar. Com certeza que não! O prazo para obter lucro deverá andar nos dez anos, teremos de fazer um trabalho árduo e eu espero ter saúde suficiente para daqui a um ano poder dar números com mais garantias.

Qual é o grau de risco?
Temos meios, sem os termos tirado a lado nenhum, e estamos a aplicá-los da forma conveniente e aconselhável. Tenho a certeza de que vamos fazer um trabalho com tranquilidade, porque quem tem recursos pode estar mais tranquilo e pode fazer um trabalho mais palpável, mais sentido e mais objectivo.
 
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por marafado » 28/2/2005 16:14

A riqueza das nações está a ser delapidada

Partha Dasgupta*


A expressão “desenvolvimento sustentado” é já um lugar-comum, todavia, os analistas económicos pecam por não explicar nem orientar o público para saber em que circunstâncias o desenvolvimento económico de uma dada nação é, ou não, sustentado.

O famoso relatório da Comissão Brundtland, de 1987, definia o desenvolvimento sustentado como “… o desenvolvimento que responde às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de resposta das futuras gerações às suas necessidades”. Neste sentido, pode dizer-se que o desenvolvimento sustentado implica que cada geração legue à seguinte uma base de produtividade tão alargada quanto aquela que herdou. Impõe-se, contudo, uma pergunta: como pode uma geração ajuizar sobre a base produtiva que deixa como herança?
Os economistas alegam que a base produtiva de uma economia é mensurável através da riqueza, onde se contempla o valor dos activos produzidos – edifícios, maquinaria e estradas –, bem como o “capital humano” – conhecimento, aptidões e saúde –, o capital natural – ecossistemas, minerais e combustíveis fósseis – e as instituições – governo, sociedade civil e justiça. O desenvolvimento só é sustentado quando a riqueza gerada pela economia se prolonga no tempo. Por outras palavras, o crescimento económico deve, assim, ser encarado como um crescimento da riqueza e não do PIB. Existe uma grande diferença entre as duas abordagens, na medida em que são muitas as circunstâncias em que o PIB per capita de uma nação aumenta, quando a sua riqueza per capita decresce.

Regra geral, estas circunstâncias envolvem mercados em crescimento em determinadas classes de bens e serviços (produtos intensivos à base de recursos naturais), concomitantes com mercados ausentes e políticas colectivas para o capital natural (serviços dos ecossistemas). Como os problemas ambientais globais criam, muitas vezes, problemas adicionais às bases de recursos locais das nações mais pobres, é importante que o crescimento do PIB dos países industrializados consiga minorar a pressão exercida sobre a riqueza dos mais pobres.

Não é, pois, possível pactuar para sempre com uma situação em que o crescimento do PIB é acompanhado pelo decréscimo da riqueza. Quando uma economia se alimenta da sua base produtiva para aumentar a produção corrente, incorre no risco de ver o PIB descer, salvo se adoptar políticas capazes de mudar essa situação, estimulando a acumulação da riqueza.

Os economistas estimam com base nos dados disponibilizados pelo Banco Mundial, relativos à desvalorização de um dado número de recursos naturais, que embora o PIB per capita no sub-continente indiano tenha aumentado nos últimos 30 anos, a riqueza per capita não acompanhou essa tendência. Este declínio teve lugar porque o crescimento demográfico, o investimento em capital fixo, o conhecimento e as aptidões, bem como o desenvolvimento das instituições acabaram por não compensar a deterioração do capital natural.

Na África subsariana, tanto o PIB per capita como a riqueza per capita sofreram um decréscimo significativo. Os economistas concluíram, igualmente, que nas regiões mais pobres do mundo – África e sub-continente indiano –, o crescimento demográfico é sinónimo de perda de riqueza per capita, embora a um ritmo ainda mais rápido.

As economias chinesa e dos países da OCDE, pelo contrário, têm visto a riqueza per capita acompanhar a subida do PIB per capita, tendo os últimos suprido o declínio do capital natural através da acumulação de outros activos de capital. Em suma, nos últimos trinta anos, os países industrializados mantiveram o que se pode chamar de “desenvolvimento sustentado”, por oposição aos países pobres, que, salvo a China, não registaram qualquer evolução nesse sentido.

Embora se refiram aqui os primórdios do estudo quantitativo do desenvolvimento sustentado, nem mesmo os resultados actuais escapam às críticas, sendo acusados de parcialidade. Relembre-se, a propósito, que em relação ao capital natural, o Banco Mundial se limitou, até agora, a visar a atmosfera enquanto receptáculo de dióxido de carbono, petróleo e gás natural, e as florestas, pelo facto de fornecerem madeira.

Não foram, porém, contemplados outros tipos de capital natural: água de nascente, solos e florestas – na qualidade de fornecedoras de serviços de ecossistema –, ou a atmosfera, enquanto receptáculo de fontes de poluição, como as emissões de partículas e óxidos sulfúricos. Se estes itens também fossem contemplados, o desempenho económico dos países mais pobres, incluindo a China, nos últimos trinta anos, teria sido substancialmente pior. Importa, todavia, realçar que as recentes estimativas de acumulação de riqueza nos países industrializados são, também elas, tendenciosas. Afinal, são muitos os estudos empíricos e os cientistas que alertam para as limitações dos sistemas naturais, incapazes de neutralizar o impacto das agressões a que estão sujeitos. Quando essa capacidade chegar ao limite, corre-se o risco dos sistemas naturais entrarem em ruptura, tornando-se improdutivos. Nesse estádio, a sua recuperação é mais difícil e onerosa, tanto em termos temporais como materiais. Tomemos a corrente do Atlântico – que mantém o Norte da Europa mais tépido – como exemplo. Se viesse a mudar de direcção ou desacelerasse a sua progressão, as alterações e efeitos provocados no aquecimento global teriam consequências irreversíveis.

O Homem tem consciência de que pode usar o conhecimento, as instituições e o capital manufacturado como substitutos do capital natural. Mas só até certo ponto. Não obstante, se uma economia perder parte do seu capital natural, em quantidade ou qualidade, a sua riqueza só poderá crescer se os investimentos forem aplicados noutros activos. O extraordinário crescimento da produtividade agrícola nos últimos duzentos anos demonstra-o claramente.

No entanto, existem limites para este carácter substitutivo: os custos da substituição – mormente da inventiva humana – disparam à medida que os recursos fundamentais se começam a degradar. O aquecimento global é disso um exemplo emblemático. Todavia, quando estes limites se encontram associados a potenciais despedimentos e esses dados passam a constar nas estimativas do desenvolvimento sustentado, o crescimento da riqueza nas nações mais ricas ficará, decerto, muito aquém dos valores que hoje equacionamos.

*Professor de Economia em Cambridge e ‘Fellow’ no St. John’s College, em Cambridge. A sua obra mais recente intitula-se Human Well-Being and the Natural Environment.
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Em parceria com o Project Syndicate, o DE publica mensalmente, em exclusivo para Portugal, textos de opinião dos economistas Alberto Alesina e Francesco Giavazzi, Robert J. Shiller, J. Bradford DeLong, Partha Dasgupta, entre outros. O Project Syndicate é uma associação internacional que dispõe de parcerias com cerca de 200 jornais de todo o mundo, 60 dos quais, pertencentes a países em vias de desenvolvimento, não pagam pelos trabalhos de análise publicados.
 
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por marafado » 28/2/2005 16:11

BPI estima que resultado da Telefónica pode ter impacto 'Positivo'

DE


Os peritos do Banco BPI consideram que os bons resultados obtidos no mercado fixo pela maior operadora espanhola poderá ter um impacto ligeiramente "Positivo" para as acções da empresa, apesar destes estarem em linha com as expectativas.

De acordo com os resultados hoje divulgados pela Telefónica, o grupo obteve um lucro de 2,87 mil milhões de euros em 2004, mais 30,6% que no ano anterior, apesar das despesas extraordinárias com a redução de efectivos em curso em Espanha.

Estes resultados já eram esperados pelos analistas do BPI que consideram, no entanto, que estes foram penalizados, no quarto trimestre, pelos custos associados ao plano de reestruturação.

A Telefónica divulgou hoje que o EBITDA aumentou 4,9% no exercício em análise, atingindo os 13,21 mil milhões de euros, em linha com as previsões.

As receitas subiram para 30,32 mil milhões de euros, mais 6,8% do que em 2003, impulsionadas pelo negócio da telefonia móvel, que a Telefónica fez crescer com a compra de mais operadoras na América Latina - negócio móvel da Bellsouth, operação concluída em Janeiro deste ano.
 
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A CGD e a rectificação do Orçamento de 2005

por marafado » 28/2/2005 16:09

A CGD e a rectificação do Orçamento de 2005

Luís Reis Ribeiro, António Costa e António Freitas de Sousa


A Caixa Geral de Depósitos (CGD) paga ao Estado, desde 2001, cerca de 320 milhões de euros por ano em dividendos, um valor importante já que os lucros distribuídos pelo banco representaram em média 80% do total de dividendos pagos pelo Sector Empresarial do Estado.

Mas as Finanças não vão poder contar com este contributo da CGD para equilibrar as contas públicas deste ano. O banco explicou que teve de abater no balanço perdas na ordem dos 1.500 milhões de euros associadas aos custos de transferência do fundo de pensões e às menos-valias com a venda de participações no BCP e na EDP. Os prejuízos “não resultaram da actividade normal do banco”, referiu Norberto Rosa, um dos administradores da CGD. De facto, foi porque o ex-ministro das Finanças, Bagão Félix, decidiu recorrer ao fundo da CGD para salvar o défice público, que a Caixa se viu obrigada a abater “integralmente” as referidas perdas nos capitais próprios de 2004. Em resultado disso, o banco público não vai distribuir dividendos, o que penaliza directamente as contas públicas deste ano. Está, portanto, lançado o debate em torno do próximo orçamento rectificativo, ainda para mais quando o desemprego está a crescer, e com ele a pressão de mais despesas sociais, e a recuperação da economia está a ser muito mais lenta do que o esperado.
 
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