Caldeirão da Bolsa

EDP admite reforçar investimentos no mercado espanhol

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 26/2/2005 3:57

Economia
Ota e TGV prioritários

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A CONSTRUÇÃO do aeroporto da Ota e o TGV são as grandes apostas estratégicas do Governo Sócrates para contrariar o abrandamento da actividade económica e cumprir a meta de reduzir em 150 mil o número de desempregados fixada na campanha eleitoral. O PS acredita que estes grandes empreendimentos - apresentados como os dois novos desígnios nacionais, na esteira da Expo-98 e do Euro- -2004 - serão as alavancas do desenvolvimento do país na próxima década, esperando que funcionem como uma gigantesca injecção de adrenalina aplicada no coração de uma economia em quebra.

A receita que o novo Governo Socialista quer aplicar no combate à crise consiste em reforçar o investimento público e privado.

O próximo Governo dará prioridade imediata ao arranque destas grandes obras, que têm a vantagem suplementar de não consumir apenas investimento público, uma vez que recorrerão a fortes doses de fundos comunitários e capitais privados («project finance»).

Esta é exactamente a mesma receita que Miguel Cadilhe vem recomendando desde Março de 2003, quando iniciou uma guerra com Manuela Ferreira Leite ao contrariar a sua obsessão pelo défice orçamental. Desde então, o antigo ministro das Finanças e presidente da Agência Portuguesa para o Investimento vem reiterando o seu pedido de mais despesa pública reprodutiva em autênticos investimentos pois «uma recessão mal tratada pode, por deficiência de medidas anticíclicas, afundar-se em depressão, deslizar e alongar-se por muito tempo».
 
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por marafado » 26/2/2005 3:55

Economistas consideram a diminuição "brutal"


"É uma quebra brutal. Além de ser uma quebra muito grande, é um valor baixíssimo". Foi esta a primeira reacção de João Ferreira do Amaral, professor universitário, aos dados do investimento directo estrangeiro em Portugal, em 2004. No entanto, o professor, apesar de considerar "surpreendente a amplitude da queda", afirma não ter sido surpreendido pela evolução registada, alegando, por um lado, que o ambiente internacional para o investimento "não tem sido bom" e , por outro, a existência de "grandes concorrências de destino do investimento estrangeiro, como os países do Leste europeu". Em sua opinião, a política interna "não tem grande significado", por Portugal fazer parte da União Europeia, e rejeita estar em causa uma questão confiança e de credibilidade nas instituições. "O que é relevante são as condições de competitividade de Portugal", com destaque para a relação custo/qualificação da mão-de-obra. Para inverter a situação, defende a criação de mais condições de atractividade, desde logo, "uma grande acção de desburocratizarão em geral do Estado português", e "continuar com campanhas agressivas para captar o investimento estrangeiro".

Para Francisco Castro, professor universitário, "o mercado doméstico não é atractivo e os nossos custos relativos não estão a melhorar". Defende uma redução dos impostos sobre as empresas como "a única forma de nos tornarmos, de novo, mais atractivos no curto prazo".T.C.
 
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por marafado » 26/2/2005 3:54

Quase 500 desempregados por dia em Janeiro



O número de desempregados não pára de aumentar. Só em Janeiro, inscreveram-se nos Centros de Emprego 14 595 pessoas, mais 3,1% que no mês anterior. Ou seja, quase 500 desempregados por dia. "É extremamente preocupante", referem os sindicatos, tanto mais que a economia portuguesa continua a arrefecer e se teme uma onda de despedimentos em alguns sectores tradicionais, como os têxteis, devido à forte concorrência da China e de alguns países da Europa de Leste.

Ao todo, no último mês, estavam registados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) mais de 483 mil desempregados, um aumento de 4,1% face a Janeiro de 2004. A principal razão para a inscrição nos centros de emprego é simples - em 33,2% dos casos terminou o contrato de trabalho não permanente.

Preocupante é o facto de a fatia de pessoas à procura de trabalho há mais de um ano ter crescido 10,6%, representando já 41,7% do total de desempregados. E é claro que as mulheres continuam a ser as mais afectadas pela falta de trabalho - são já 272 mil (+3,2%), embora o crescimento do desemprego, no último ano, tenha sido mais significativo nos homens (+5,2%).

O grosso dos desempregados, mais de 160 mil, tem apenas o 1º Ciclo Básico; outros 100 mil tem o 2º Ciclo. Mas estão também sem trabalho nada menos de 37 mil pessoas com um curso superior.

O Norte, onde o tecido empresarial é muito concentrado na pequena indústria de cariz familiar e tradicional, é a região do país mais afectada pela crise - mais de 200 desempregados, quase 40% do total. Mas a Madeira destaca-se por uma subida vertiginosa de 24,3% no número de pessoas inscritas nos centros de emprego.

A esmagadora maioria dos inscritos nos centros de emprego (56,3%) vem de "actividades do sector de serviços, onde predominava o comércio por grosso e a retalho, as actividades imobiliárias e serviços prestados a empresas". Da indústria vieram 39,5% dos desempregados, com destaque para a construção, indústria do vestuário e fabricante de têxteis. Os restantes 4% são do sector agrícola
 
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por marafado » 26/2/2005 3:53

Ernâni Lopes 'despede' um terço dos funcionários

Arquivo DN-Ernâni Lopes

Pessimismo. Ernâni Lopes diz que se sente diariamente em Portugal a deterioração da actividade

Ernâni Lopes defendeu ontem que a administração pública portuguesa precisa de ser reduzida em um terço e posteriormente aumentada em 5% ou 6% para se tornar mais eficiente e mais jovem.

Na 16.ª Jornada da Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco (SaeR), o economista defendeu que o aparelho administrativo do Estado "precisa de ser muito reduzido", sendo desejável que um terço dos funcionários públicos abandone o sistema.

Esses 33% de trabalhadores têm "produtividade marginal nula", pelo que o aumento da eficiência do Estado passa pela sua dispensa, explicou o ex-ministro das Finanças. Além disso, e porque a administração pública precisa de pessoal mais jovem e qualificado, o Estado deve voltar a contratar mais 5% ou 6% de pessoas.

A banca portuguesa sofreu um reajustamento semelhante a este nos últimos anos, lembrou Ernâni Lopes e, "mais tarde ou mais cedo", a administração pública também o vai ter, simplesmente "porque tem de ser".

Falando sobre o "Alargamento da União Europeia e as Empresas Portuguesas. Um Patamar de exigência", o economista voltou a dizer que, actualmente, a economia portuguesa está a braços com um problema não apenas conjuntural, mas sobretudo estrutural. Para vingar, Portugal tem de saber articular as relações com o Brasil, África e Europa e fazer um esforço prolongado para se aproximar dos seus parceiros.

A margem de manobra da economia portuguesa é agora "reduzida", numa altura em que se sente diariamente o "agravamento da deterioração" económica. Para evoluir no sentido do desenvolvimento e do crescimento económico, Portugal precisa que as suas empresas se centrem na melhoria da "matriz produto/preços/mercado/custos", conseguindo assim aumentar a produtividade e, posteriormente, a competitividade, na opinião de Ernâni Lopes.

É também necessário um enquadramento de políticas económicas sadias, que não fujam aos problemas e que dêem credibilidade e estabilidade à economia portuguesa, disse ainda o presidente não-executivo da Portugal Telecom. Voltou a insistir em que o turismo, o ambiente, as cidades e a economia do mar são os domínios onde Portugal pode ter sucesso, cabendo às políticas económicas identificar e concretizar um quadro estratégico favorável a estas áreas
 
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por marafado » 26/2/2005 3:51

"Petrocer prejudicou fortemente a Galp"



márcio alves candoso
DN-Pedro Saraiva

Que balanço é que faz do seu mandato à frente da Galp?

Foi um percurso bem mais complexo do que o que eu estava à espera. Por virtude da reestruturação do sector energético, isto não foi como navegar em águas calmas. O 'alvo' da reestruturação era a Galp. Tivemos incertezas em cada esquina. Apesar disso tenho que elogiar a administração e os trabalhadores por terem superado tudo isso e ainda terem feito um magnífico trabalho.

Quais foram esses aspectos negativos de que fala?

Há quase três anos que a Galp estava nisto dividir-se, partir-se, cortar-se, colar-se... obviamente isto criou uma incerteza muito grande. Tínhamos grandes projectos que só se podem levar a cabo com o acordo dos principais accionistas. De modo que esta reestruturação apareceu como uma do- ença.

E os problemas com os italianos da ENI?

São de natureza diferente. Contrariamente ao que se diz, vivemos sempre muito bem, ao nível da administração, com a ENI. Mostraram-se sempre empenhados na empresa. Houve uma divergência grave, que foi a interpretação do acordo para a expansão ibérica. Mas o acordo era ambíguo e eu não diminuo o valor da interpretação deles. Felizmente tudo acabou sem necessidade de haver uma zanga.

Se a ENI pudesse ter tido a maioria do capital da Galp, isso seria um problema?

Seria uma questão entre accionistas a que a administração da empresa tem que ficar alheia. Mas eu acho que a ENI sabe que uma boa parte do valor da Galp é o facto de as pessoas a reconhecerem como uma empresa portuguesa.

É uma marca afirmada...

A Galp é a marca portuguesa. Está inscrita nos nossos activos como valendo 500 milhões de euros. É de longe a marca nacional mais conhecida.

Como é que chegaram aos resultados actuais - os melhores de sempre da empresa - com todos os problemas que enfrentou?

Esta empresa sofreu uma revolução. Há cinco anos vivia sentada em cima da sua quota de mercado, que era quase administrativa. Abandonou essa filosofia de vida. Tanto é assim que agora gostamos da concorrência, não sabemos viver sem ela.

Mas foi empurrada para essa concorrência?

Quando a concorrência passou a ser óbvia, não tivemos que ser empurrados. Começámos a perceber que se não olhássemos para o cliente ele ia comprar no vizinho do lado. Devo dizer que os nossos rácios são hoje melhores que os da maior parte da concorrência.

É também por isso que diz que a empresa está preparada para a dispersão de capital em bolsa (IPO)?

Entendo que está completamente preparada. A única condição que falta é assegurar a estabilidade accionista, já que o mercado não responde sem isso estar definido. Esta empresa em Bolsa, com o historial que tem, com os projectos em carteira, com a simpatia de que aufere junto do público, seria um êxito.

Voltando um pouco atrás não podendo já aspirar à quota nacional que teve no passado, valia a pena crescer rapidamente em Espanha, e o facto de não ter comprado a rede Shell foi um fracasso...

Nós sabíamos que íamos descer até aos 35%, o que é uma belíssima quota. Espantosamente até recuperámos um pouco, estamos em torno dos 38%. O nosso rácio de venda de litros de combustível por posto está acima da concorrência. Em Espanha, no ano passado crescemos 44%

Mas podia ter crescido mais com os postos da Shell.

É evidente. Mas nós perdemos, não pelo preço (tínhamos capacidade para ir acima da proposta vencedora), mas porque o negócio começou a aparecer nos jornais, com um consórcio que ainda nem sequer era accionista a opor-se.

A Petrocer?

Sim. A partir daí acabou, porque a Shell não vendia num negócio contestado. É extraordinário que quem não tinha sequer responsabilidades como sócio tenha prejudicado tão fortemente esta em- presa.

É possível crescer em Espanha sem a concretização deste negócio?

É. E não só organicamente, continuamos atentos a outras oportunidades de negócio.

Há também a hipótese de ir para a distribuição no Brasil.

Sim, em parceria com a Petrobras. Não sabemos ainda como, embora seja mais fácil adquirindo rede.

No Brasil têm a vossa primeira experiência de exploração petrolífera directa.

É verdade, já que a participação em Angola é financeira, não temos técnicos, podíamos ser um banco que não seria muito diferente.

E noutras paragens?

Estamos a estudar projectos em várias partes do Mundo. Em São Tomé toda a gente sabe que estamos interessados
 
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por marafado » 26/2/2005 3:50

Galp vale 4000 milhões de euros



"Para estar num projecto destes, temos que nos portar como se fosse para sempre." É assim que Joaquim Ferreira do Amaral diz encarar a sua provável substituição à frente da Galp. O seu mandato, que terminou em 31 de Dezembro, pode prolongar-se por mais três anos, se essa for a vontade dos accionistas, ou apenas por mais alguns meses, ou seja, o tempo que ainda vai demorar a arrumar a casa. A confissão - antiga - de sedução pelo serviço público e pela política poderá levá-lo, no entanto, a um maior empenho na vida do seu partido, o PSD. "Mas se continuar aqui vou ter que pedir autorização aos accionistas, já que para mim é incompatível ter cargos políticos e exercer estas funções", diz. Problema de consciência que não vai ter - mas que chegou a pôr como hipótese - é o deixar a Galp pior do que estava quando lá entrou. "Nunca me tinha acontecido, mas com a história da reestruturação cheguei a temer isso", confessa. Hoje está bastante convicto de que "essa ideia típica de economia planificada de fazer uma reestruturação a régua e esquadro está posta de parte". E avisa "Uma empresa que acha que ganha alguma coisa com uma reestruturação feita nos gabinetes governamentais está enfraquecida à partida."

O recado vai directo para a EDP, à qual agora a Galp vai poder fazer concorrência também no sector eléctrico, após lhe ter sido concessionado um ponto de interligação de ciclo combinado. "Desfez-se a ideia de que para aumentar a concorrência no mercado eléctrico era preciso contar com os estrangeiros", reflecte.

Na semana em que a Galp bateu o recorde de resultados líquidos, Ferreira do Amaral parece estar à vontade para 'avaliar' a empresa "Vale seguramente mais do que 3500 milhões de euros e talvez mais que 4000 milhões."
 
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EDP admite reforçar investimentos no mercado espanhol

por marafado » 26/2/2005 3:49

EDP admite reforçar investimentos no mercado espanhol



O plano estratégico de investimentos das empresas espanholas HidroCantábrico e Naturcorp, ambas controladas pela EDP, pode vir a ser "incrementado significativamente, devido ao desenvolvimento de novos projectos que estão em fase de definição". A revelação foi feita ontem, em comunicado, pelos presidentes da EDP - Energias de Portugal e da HidroCantábrico. João Talone sublinhou que "a grande aposta da EDP na actividade do gás, onde a Naturcorp [segunda do sector em Espanha] deve jogar um papel de primeiro plano, mediante o desenvolvimento de infra-estruturas e reforçando a sua capacidade de armazenagem, distribuição e comercialização de gás".

Manuel Menéndez, presidente do Conselho de Administração da HidroCantábrico, destacou a necessidade de aproveitar o actual momento de liberalização dos mercados "para aumentar a quota na electricidade e no gás", em particular aproveitando "as alterações tecnológicas que estão a produzir ao nível da geração e também fortalecer a actividade comercial nos mercados naturais" (Portugal e Espanha). Menéndez destacou ainda a forte aposta da empresa nas energias renováveis, especialmente a eólica, onde espera ter mais 100 MW de potência instalada até ao fim do exercício de 2010.

Esta mensagem foi transmitida pelos dois gestores, após uma reunião do Conselho de Administração das duas empresas, que serviu para nomear novos administradores-delegados para a HidroCantábrico e a Naturcorp.

O português João Manuel Manso Neto, que tinha o cargo de director-geral na EDP foi nomeado administrador-delegado da HidroCantábrico e da Naturcorp. Por seu lado, o espanhol Rubén Llop passa a desempenhar as funções de administrador director-geral também de ambas as empresas. A HidroCantábrico é a quarta maior eléctrica espanhola e controla a empresa de gás Naturcorp.

Na Euronext lisboa, as acções da EDP não reagiram a estas declarações, tendo encerrado a sessão de ontem a cotar a 2,22 euros, o mesmo valor da véspera.
 
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