Mercados estão acima do justo valor
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Mercados estão acima do justo valor
Colaboração Schroders
Mercados estão acima do justo valor
Os mercados estão a ser impulsionados por um excesso de liquidez, mas na opinião da Schroders, a maior parte dos mercados está agora ligeiramente acima do valor justo.
25-02-2005, Leonardo Mathias
Embora pensemos que os mercados accionistas irão atingir o máximo na primeira metade deste ano, à medida que as taxas de juro de curto prazo norte-americanas subirem e que os investidores descontarem o futuro abrandamento do crescimento dos lucros, a curto prazo ainda vemos margem para valorização. Os mercados estão a ser impulsionados por um excesso de liquidez, reflectido na crescente actividade de fusões e aquisições nos EUA, no Reino Unido e na Europa. As acções de baixa qualidade voltaram a ter um bom desempenho em Janeiro, o que poderá continuar a suceder a curto prazo. No entanto, na nossa opinião, a maior parte dos mercados está agora ligeiramente acima do valor justo, e o facto dos sectores defensivos terem tido bom desempenho no mês passado e nos últimos três meses indicia uma dupla personalidade nos mercados que não é inconsistente com a aproximação do ponto de viragem. Prevemos realizar algumas mais valias numa das próximas subidas significativas - provavelmente reduzindo a sobreponderação aos mercados emergentes, que estão expostos a uma diminuição da apetência pelo risco.
Estamos a investir o numerário em títulos de dívida pública. Embora as taxas de juro de curto prazo norte-americanas estejam a subir, a política da Fed continua transparente e os aumentos deverão continuar a ser graduais. A Fed parece determinada a causar o menor distúrbio possível. Os mercados de dívida pública serão sustentados por compras por parte dos bancos centrais asiáticos e recompra de investidores para cobertura das actuais posições curtas. Além disso, existe procura para as obrigações com maturidades longas, uma vez que alguns investidores institucionais precisam de activos que assegurem o cumprimento das suas responsabilidades de longo prazo. Isto, em combinação com a menor emissão de obrigações de empresas, deverá continuar a exercer pressão no sentido de uma descida das yields de prazo intermédio e longo.
Mercados Accionistas
- Temos uma subponderação em acções dos EUA. Esperamos uma queda nos lucros das empresas norte-americanas em 2005. Os custos salariais têm vindo a aumentar desde meados de 2004 num mercado laboral difícil e o crescimento da produtividade está a abrandar. As empresas não têm poder suficiente de fixação de preços para absorver estes custos crescentes. Como resultado, prevemos que o crescimento das margens de lucro abrande no primeiro semestre do ano, e no segundo semestre iremos provavelmente assistir a uma contracção das margens. O aumento das taxas de juro (que prevemos que atinjam 4% até ao fim do ano) também deverá exercer pressão sobre os lucros.
- O mercado accionista do Reino Unido é defensivo e os fundamentais são mais fortes do que nos EUA, com melhores perspectivas para os lucros. As empresas do Reino Unido têm reduzido os custos e esperamos que isto continue a reflectir-se nos lucros. Tal como nos EUA, as empresas estão cheias de liquidez, o que está a levar a um aumento da actividade de fusões e aquisições. Considera-se que o Banco de Inglaterra atingiu o seu objectivo de moderar a procura por parte dos consumidores e o aumento dos preços do sector da habitação, e não prevemos por isso mais aumentos das taxas de juro. Prevemos que estas caiam no final de 2005.
- Temos uma posição neutral em acções da Europa Continental. Embora tenha havido uma melhoria temporária nos dados macroeconómicos, e no sector empresarial como resultado da redução de custos, os mercados europeus tendem a ser vulneráveis quando a apetência mundial pelo risco diminui. No entanto, a actividade do sector empresarial serve de suporte aos mercados. O BCE continua a manter as taxas de juro inalteradas nos 2,0% e não esperamos que haja este ano qualquer alteração.
- Mantemos uma sobreponderação em acções do Japão. Nos últimos meses os fundamentais têm-se deteriorado (prevê-se que a economia doméstica continue a abrandar no primeiro semestre), mas o mercado teve um desempenho fraco e pensamos, pois, que uma grande parte destas más notícias esteja já descontada. Além disso, nas nossas carteiras japonesas continuamos centrados nas empresas de qualidade com avaliações atractivas, que são menos vulneráveis a uma deterioração da economia, capazes de gerar liquidez e de impulsionar o crescimento dos lucros através da redução dos custos. O Japão tende a ser ligeiramente defensivo pelo facto de não estar fortemente correlacionado com os mercados accionistas mundiais.
- Temos uma posição neutral na região do Pacífico ex Japão. Embora nos últimos meses a região tenha registado um forte desempenho, os investidores estão preocupados com as perspectivas para os EUA, com a dimensão do abrandamento do crescimento económico da China e com a viragem estrutural para preços mais elevados do petróleo.
- Mantivemos uma ligeira sobreponderação em acções dos mercados emergentes. No entanto, se virmos um desempenho forte nesta classe de activos a partir de agora, vamos garantir os lucros. As perspectivas para o crescimento da economia e dos lucros são relativamente fortes e estes mercados poderão beneficiar fortemente, dada a nossa convicção de que as acções mundiais ainda irão registar mais valorizações, devido à elevada liquidez existente.
Mercados Obrigacionistas
- Aumentámos a exposição aos títulos de dívida pública, mudando para uma ligeira sobreponderação e mantendo posições de duração longa nas nossas carteiras. A Fed mantém a sua política transparente e moderada de endurecimento monetário e uma volatilidade mais baixa vai servir de suporte aos títulos de dívida pública. Prevemos uma procura contínua por parte dos bancos centrais asiáticos e outros investidores têm uma duração curta - que esperamos que seja corrigida. Por último, as novas emissões estão a diminuir. Dentro dos mercados, os investidores estão a tentar encontrar equivalência para as suas responsabilidades a um prazo mais alargado o que irá aumentar a procura de obrigações com maturidades mais longas. A nossa convicção mais forte de posição longa é em títulos de dívida pública europeus.
- Temos uma subponderação em obrigações de empresas. Embora os factores técnicos e os fundamentais do crédito permaneçam fortes, aos níveis actuais há pouca margem para uma maior diminuição dos spreads. Estamos em vez disso centrados na selecção de títulos, identificando os emitentes com fundamentais fortes e margem para melhorias dos ratings. Muitos destes podem ser encontrados nas categorias do mercado de crédito com menores ratings, tais como nas obrigações de alto rendimento e nas cross-overs (obrigações que estão em transição para grau de investimento).
- Continuamos neutrais em obrigações de alto risco (obrigações de empresas de alto rendimento e dívida de mercados emergentes), dado o forte desempenho já registado. De facto, o excesso de liquidez significa que se está a formar uma espécie de bolha na dívida dos mercados emergentes. A curto prazo, pensamos, no entanto, que poderá haver mais suporte para as obrigações de alto risco devido às baixas taxas de incumprimento, ao excesso contínuo de liquidez, à oferta reduzida e às contínuas melhorias dos ratings.
- Estamos neutrais em obrigações mundiais indexadas à inflação. Embora a inflação a nível mundial permaneça baixa, no mês de Janeiro os preços do petróleo voltaram a subir. Mantemos uma posição geral de duração neutral. Fonte Semanário Económico
Mercados estão acima do justo valor
Os mercados estão a ser impulsionados por um excesso de liquidez, mas na opinião da Schroders, a maior parte dos mercados está agora ligeiramente acima do valor justo.
25-02-2005, Leonardo Mathias
Embora pensemos que os mercados accionistas irão atingir o máximo na primeira metade deste ano, à medida que as taxas de juro de curto prazo norte-americanas subirem e que os investidores descontarem o futuro abrandamento do crescimento dos lucros, a curto prazo ainda vemos margem para valorização. Os mercados estão a ser impulsionados por um excesso de liquidez, reflectido na crescente actividade de fusões e aquisições nos EUA, no Reino Unido e na Europa. As acções de baixa qualidade voltaram a ter um bom desempenho em Janeiro, o que poderá continuar a suceder a curto prazo. No entanto, na nossa opinião, a maior parte dos mercados está agora ligeiramente acima do valor justo, e o facto dos sectores defensivos terem tido bom desempenho no mês passado e nos últimos três meses indicia uma dupla personalidade nos mercados que não é inconsistente com a aproximação do ponto de viragem. Prevemos realizar algumas mais valias numa das próximas subidas significativas - provavelmente reduzindo a sobreponderação aos mercados emergentes, que estão expostos a uma diminuição da apetência pelo risco.
Estamos a investir o numerário em títulos de dívida pública. Embora as taxas de juro de curto prazo norte-americanas estejam a subir, a política da Fed continua transparente e os aumentos deverão continuar a ser graduais. A Fed parece determinada a causar o menor distúrbio possível. Os mercados de dívida pública serão sustentados por compras por parte dos bancos centrais asiáticos e recompra de investidores para cobertura das actuais posições curtas. Além disso, existe procura para as obrigações com maturidades longas, uma vez que alguns investidores institucionais precisam de activos que assegurem o cumprimento das suas responsabilidades de longo prazo. Isto, em combinação com a menor emissão de obrigações de empresas, deverá continuar a exercer pressão no sentido de uma descida das yields de prazo intermédio e longo.
Mercados Accionistas
- Temos uma subponderação em acções dos EUA. Esperamos uma queda nos lucros das empresas norte-americanas em 2005. Os custos salariais têm vindo a aumentar desde meados de 2004 num mercado laboral difícil e o crescimento da produtividade está a abrandar. As empresas não têm poder suficiente de fixação de preços para absorver estes custos crescentes. Como resultado, prevemos que o crescimento das margens de lucro abrande no primeiro semestre do ano, e no segundo semestre iremos provavelmente assistir a uma contracção das margens. O aumento das taxas de juro (que prevemos que atinjam 4% até ao fim do ano) também deverá exercer pressão sobre os lucros.
- O mercado accionista do Reino Unido é defensivo e os fundamentais são mais fortes do que nos EUA, com melhores perspectivas para os lucros. As empresas do Reino Unido têm reduzido os custos e esperamos que isto continue a reflectir-se nos lucros. Tal como nos EUA, as empresas estão cheias de liquidez, o que está a levar a um aumento da actividade de fusões e aquisições. Considera-se que o Banco de Inglaterra atingiu o seu objectivo de moderar a procura por parte dos consumidores e o aumento dos preços do sector da habitação, e não prevemos por isso mais aumentos das taxas de juro. Prevemos que estas caiam no final de 2005.
- Temos uma posição neutral em acções da Europa Continental. Embora tenha havido uma melhoria temporária nos dados macroeconómicos, e no sector empresarial como resultado da redução de custos, os mercados europeus tendem a ser vulneráveis quando a apetência mundial pelo risco diminui. No entanto, a actividade do sector empresarial serve de suporte aos mercados. O BCE continua a manter as taxas de juro inalteradas nos 2,0% e não esperamos que haja este ano qualquer alteração.
- Mantemos uma sobreponderação em acções do Japão. Nos últimos meses os fundamentais têm-se deteriorado (prevê-se que a economia doméstica continue a abrandar no primeiro semestre), mas o mercado teve um desempenho fraco e pensamos, pois, que uma grande parte destas más notícias esteja já descontada. Além disso, nas nossas carteiras japonesas continuamos centrados nas empresas de qualidade com avaliações atractivas, que são menos vulneráveis a uma deterioração da economia, capazes de gerar liquidez e de impulsionar o crescimento dos lucros através da redução dos custos. O Japão tende a ser ligeiramente defensivo pelo facto de não estar fortemente correlacionado com os mercados accionistas mundiais.
- Temos uma posição neutral na região do Pacífico ex Japão. Embora nos últimos meses a região tenha registado um forte desempenho, os investidores estão preocupados com as perspectivas para os EUA, com a dimensão do abrandamento do crescimento económico da China e com a viragem estrutural para preços mais elevados do petróleo.
- Mantivemos uma ligeira sobreponderação em acções dos mercados emergentes. No entanto, se virmos um desempenho forte nesta classe de activos a partir de agora, vamos garantir os lucros. As perspectivas para o crescimento da economia e dos lucros são relativamente fortes e estes mercados poderão beneficiar fortemente, dada a nossa convicção de que as acções mundiais ainda irão registar mais valorizações, devido à elevada liquidez existente.
Mercados Obrigacionistas
- Aumentámos a exposição aos títulos de dívida pública, mudando para uma ligeira sobreponderação e mantendo posições de duração longa nas nossas carteiras. A Fed mantém a sua política transparente e moderada de endurecimento monetário e uma volatilidade mais baixa vai servir de suporte aos títulos de dívida pública. Prevemos uma procura contínua por parte dos bancos centrais asiáticos e outros investidores têm uma duração curta - que esperamos que seja corrigida. Por último, as novas emissões estão a diminuir. Dentro dos mercados, os investidores estão a tentar encontrar equivalência para as suas responsabilidades a um prazo mais alargado o que irá aumentar a procura de obrigações com maturidades mais longas. A nossa convicção mais forte de posição longa é em títulos de dívida pública europeus.
- Temos uma subponderação em obrigações de empresas. Embora os factores técnicos e os fundamentais do crédito permaneçam fortes, aos níveis actuais há pouca margem para uma maior diminuição dos spreads. Estamos em vez disso centrados na selecção de títulos, identificando os emitentes com fundamentais fortes e margem para melhorias dos ratings. Muitos destes podem ser encontrados nas categorias do mercado de crédito com menores ratings, tais como nas obrigações de alto rendimento e nas cross-overs (obrigações que estão em transição para grau de investimento).
- Continuamos neutrais em obrigações de alto risco (obrigações de empresas de alto rendimento e dívida de mercados emergentes), dado o forte desempenho já registado. De facto, o excesso de liquidez significa que se está a formar uma espécie de bolha na dívida dos mercados emergentes. A curto prazo, pensamos, no entanto, que poderá haver mais suporte para as obrigações de alto risco devido às baixas taxas de incumprimento, ao excesso contínuo de liquidez, à oferta reduzida e às contínuas melhorias dos ratings.
- Estamos neutrais em obrigações mundiais indexadas à inflação. Embora a inflação a nível mundial permaneça baixa, no mês de Janeiro os preços do petróleo voltaram a subir. Mantemos uma posição geral de duração neutral. Fonte Semanário Económico
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