º, telefone a tecnocratas e pague-lhes
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A crise é só para alguns
porque se não houver crise ...os tecnocratas não se safam..
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Pague o que quiser
mais do que se paga ao director geral das finanças porque agora já nao contestamos ... nem a imprensa ...mas, veja lá a quem é que vai tirar o dinheiro!!!-- a nós não camarada
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º, telefone a tecnocratas e pague-lhes
fonte bpi
Senhor Eng.º, telefone a tecnocratas e pague-lhes muito bem!
25/02/2005 14:07
Senhor Eng.º, telefone a tecnocratas e pague-lhes muito bem!
O telefone está - e irreversivelmente ficará - para a História da Humanidade como um dos meios tecnológicos que mais contribuíram para fazer variar os níveis de adrenalina no catálogo de estados de alma do comum dos mortais. A ansiedade é um desses estados de alma. É o fornecedor que rói as unhas pela chamada do gestor de conta a confirmar que a conta finalmente foi - ou talvez não - creditada. São os amados amuadamente desavindos, cada qual aguardando do outro o telefonema de todas as pazes e juras. É, para abreviar, o ministeriável que nervosamente aguarda o ansiado toque - e subsequente honroso convite - de S. Exa. o Senhor Primeiro-Ministro. Consta aliás dos autos que, assim consolando uma alma em «stress», alguém terá anunciado: «Pai, sou Ministro!»
Como antevira no meu anterior artigo nestas páginas, José Sócrates ganhou. Clara e inequivocamente, sem «prolongamentos» ou «penaltis». «Deu uma abada» - alguns dirão. E deu mesmo. Embora, por si só, isso nada resolva das embrulhadas em que o país está ensarilhado. Como todos dizem, esta maioria absoluta implica, tão só, mais responsabilidade. Responsabilidade absoluta, proporcionalmente falando.
Como também então referi, o programa eleitoral do Partido Socialista, supostamente sufragado nestas eleições - ainda que, com grande probabilidade, não lido por mais de umas dezenas de eleitores - é, desde 20 de Fevereiro, letra morta. Paz, portanto, à sua alma.
O que agora aí vem é que é a sério e a doer. É um pouco à imagem da empresa de gestão de condomínios contratada - porque nenhum condómino tinha tempo para se ocupar do que também é seu - para fazer a gestão da «coisa» lá no prédio, à conta de um primeiro orçamento demagógico e irrealista; e a verdade é que, ano após ano, os condóminos lá vão sendo chamados a pagar a factura dos orçamentos baixos e das defraudadas promessas de serviços de altíssima qualidade. Ou, em alternativa, a aceitarem que a manutenção dos elevadores e a limpeza das escadarias, deixando mesmo a desejar, é problema sobre o qual nada há a fazer, já que a alternativa seria pagar o preço certo.
Nesta altura, em que o já indigitado Primeiro-Ministro afanosamente se ocupa da formação do seu Governo, o telefone reassume o seu indispensável papel, encaminhando alegrias e decepções, alívios e angústias, pressões e servindo de suporte a todo o tipo de tráfico de aconselhamento. Igualmente todos nós estamos ansiosos e angustiados com as escolhas - de primeira e de segunda, porque as coisas são como podem ser - que S. Exa. apresentará aos portugueses, em especial aos que nele votaram, mesmo que sob o lema do «mal menor».
E, neste plano, José Sócrates enfrentará enormes dificuldades em constituir o «seu» governo. Primeiro, à conta da imensa e complexíssima rede de interesses - mais ou menos afrontáveis - que, por todos os canais infiltráveis, avidamente lutam por interferir na lista e na ordem dos telefonemas a fazer. Depois, à conta de «nãos» de genuínas «primeiras escolhas»: uns na base do «já dei para o peditório»; outros porque não estarão para abdicar do direito à reserva da sua vida privada e familiar; e outros ainda para quem a aceitação «do» convite ou conduz a perdas patrimoniais significativas, ou a arriscar a troca de uma vida profissional consolidada e compensadora pela guerrilha permanente que, mais mês menos mês, se instalará com os outros colegas com assento no Conselho de Ministros. Um breve inquérito rezaria que, para qualquer ex-governante, os únicos genuínos adversários da sua acção governativa não terão sido nem a oposição nem os jornais mas, isso sim, os demais ex-colegas de Conselho de Ministros. Tratando-se então do Ministro das Finanças, essa conclusão está garantida.
Sobre tudo isto, e na linha dos preventivos alertas para que se evite o regresso à ribalta da «tralha guterrista», bem escrevia Eduardo Pr...
Senhor Eng.º, telefone a tecnocratas e pague-lhes muito bem!
25/02/2005 14:07
Senhor Eng.º, telefone a tecnocratas e pague-lhes muito bem!
O telefone está - e irreversivelmente ficará - para a História da Humanidade como um dos meios tecnológicos que mais contribuíram para fazer variar os níveis de adrenalina no catálogo de estados de alma do comum dos mortais. A ansiedade é um desses estados de alma. É o fornecedor que rói as unhas pela chamada do gestor de conta a confirmar que a conta finalmente foi - ou talvez não - creditada. São os amados amuadamente desavindos, cada qual aguardando do outro o telefonema de todas as pazes e juras. É, para abreviar, o ministeriável que nervosamente aguarda o ansiado toque - e subsequente honroso convite - de S. Exa. o Senhor Primeiro-Ministro. Consta aliás dos autos que, assim consolando uma alma em «stress», alguém terá anunciado: «Pai, sou Ministro!»
Como antevira no meu anterior artigo nestas páginas, José Sócrates ganhou. Clara e inequivocamente, sem «prolongamentos» ou «penaltis». «Deu uma abada» - alguns dirão. E deu mesmo. Embora, por si só, isso nada resolva das embrulhadas em que o país está ensarilhado. Como todos dizem, esta maioria absoluta implica, tão só, mais responsabilidade. Responsabilidade absoluta, proporcionalmente falando.
Como também então referi, o programa eleitoral do Partido Socialista, supostamente sufragado nestas eleições - ainda que, com grande probabilidade, não lido por mais de umas dezenas de eleitores - é, desde 20 de Fevereiro, letra morta. Paz, portanto, à sua alma.
O que agora aí vem é que é a sério e a doer. É um pouco à imagem da empresa de gestão de condomínios contratada - porque nenhum condómino tinha tempo para se ocupar do que também é seu - para fazer a gestão da «coisa» lá no prédio, à conta de um primeiro orçamento demagógico e irrealista; e a verdade é que, ano após ano, os condóminos lá vão sendo chamados a pagar a factura dos orçamentos baixos e das defraudadas promessas de serviços de altíssima qualidade. Ou, em alternativa, a aceitarem que a manutenção dos elevadores e a limpeza das escadarias, deixando mesmo a desejar, é problema sobre o qual nada há a fazer, já que a alternativa seria pagar o preço certo.
Nesta altura, em que o já indigitado Primeiro-Ministro afanosamente se ocupa da formação do seu Governo, o telefone reassume o seu indispensável papel, encaminhando alegrias e decepções, alívios e angústias, pressões e servindo de suporte a todo o tipo de tráfico de aconselhamento. Igualmente todos nós estamos ansiosos e angustiados com as escolhas - de primeira e de segunda, porque as coisas são como podem ser - que S. Exa. apresentará aos portugueses, em especial aos que nele votaram, mesmo que sob o lema do «mal menor».
E, neste plano, José Sócrates enfrentará enormes dificuldades em constituir o «seu» governo. Primeiro, à conta da imensa e complexíssima rede de interesses - mais ou menos afrontáveis - que, por todos os canais infiltráveis, avidamente lutam por interferir na lista e na ordem dos telefonemas a fazer. Depois, à conta de «nãos» de genuínas «primeiras escolhas»: uns na base do «já dei para o peditório»; outros porque não estarão para abdicar do direito à reserva da sua vida privada e familiar; e outros ainda para quem a aceitação «do» convite ou conduz a perdas patrimoniais significativas, ou a arriscar a troca de uma vida profissional consolidada e compensadora pela guerrilha permanente que, mais mês menos mês, se instalará com os outros colegas com assento no Conselho de Ministros. Um breve inquérito rezaria que, para qualquer ex-governante, os únicos genuínos adversários da sua acção governativa não terão sido nem a oposição nem os jornais mas, isso sim, os demais ex-colegas de Conselho de Ministros. Tratando-se então do Ministro das Finanças, essa conclusão está garantida.
Sobre tudo isto, e na linha dos preventivos alertas para que se evite o regresso à ribalta da «tralha guterrista», bem escrevia Eduardo Pr...
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