Um jogo de soma zero
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Ciena diminui perdas em 25%
DE
A fabricante de redes de comunicação norte-americana registou prejuízos pelo 14º trimestre consecutivo, embora tenha registado um aumento de vendas o que a levou, neste primeiro trimestre, a diminuir as perdas em 25%, quando comparadas com o mesmo período em 2004.
A empresa tecnológica divulgou hoje em comunicado que o prejuízo se fixou em 57 milhões de dólares (43 milhões de euros).
O documento da Ciena adianta também que as vendas atingiram 71,4 milhões de euros nestes três primeiros meses, valores que a empresa norte-americana estima ver continuar a crescer no próximo trimestre.
Segundo as previsões da empresa, as vendas deverão sofrer um aumento de 7%, atingindo os 76,4 milhões de euros, no segundo trimestre.
DE
A fabricante de redes de comunicação norte-americana registou prejuízos pelo 14º trimestre consecutivo, embora tenha registado um aumento de vendas o que a levou, neste primeiro trimestre, a diminuir as perdas em 25%, quando comparadas com o mesmo período em 2004.
A empresa tecnológica divulgou hoje em comunicado que o prejuízo se fixou em 57 milhões de dólares (43 milhões de euros).
O documento da Ciena adianta também que as vendas atingiram 71,4 milhões de euros nestes três primeiros meses, valores que a empresa norte-americana estima ver continuar a crescer no próximo trimestre.
Segundo as previsões da empresa, as vendas deverão sofrer um aumento de 7%, atingindo os 76,4 milhões de euros, no segundo trimestre.
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O fantasma da alta do euro e petróleo
Helena Garrido, António José Gouveia e Hermínio Santos
Esta semana começa o pior possível para as perspectivas económicas de Portugal, em especial, e da Europa em geral.
O euro valorizou-se ontem significativamente, mais de 1% num dia, somando uma subida de quase 4% face ao mínimo atingido há menos de 15 dias. Um autêntico carrossel que, obviamente, tem efeitos mais perversos que a apreciação lenta do euro. A juntar a esta subida do euro, e numa correlação que é, em geral, regra, o petróleo também subiu, aproximando-se dos 50 dólares o barril. A imagem do pesadelo económico é esta. Um euro forte afecta a competitividade das exportações europeias um pouco para todo o mundo, já que existem um conjunto de moedas, designadamente a Oriente, que estão indexadas ao dólar e com ele caem. Este mesmo movimento a Oriente aumenta a competitividade da produção desses países, concorrendo com a produção que as empresas lançam no mercado interna europeu. Os últimos números sobre a economia europeia dizem que, desde o segundo semestre, a recuperação perdeu velocidade, podendo estar a assistir-se a uma nova quebra da actividade económica. A valorização do euro modera o efeito da subida do petróleo mas trava ainda mais a frágil retoma de uma economia europeia onde as baixas taxas de juro de longo prazo, expostas nos títulos de dívida pública, revelam que os tempos de uma prosperidade visível ainda não estão garantidos.
Euro sobe 1,2% num dia
Euro face ao dólar
Fonte: Reuters
Álvaro Barreto e o interesse nacional
A decisão do ministro das Actividades Económicas em atribuir as centrais de ciclo combinado pedidas pela EDP em detrimento das eléctricas espanholas está apoiada no chamado ‘interesse nacional’, mesmo que a consequência seja os consumidores pagarem caro pela energia que consomem. No caso concreto, Álvaro Barreto concedeu mais licenças à EDP para a construção de centrais de ciclo combinado, numa altura em que a empresa já domina 80% do mercado da produção de energia. As eléctricas espanholas ficaram com o restante, a bem do famoso Mibel. Nada disto seria extraordinário, até porque a visão de mercado tem que ser ao nível da Península Ibérica, se Álvaro Barreto não tivesse feito declarações públicas a defender que a EDP teria de perder quota na produção de energia, como o afirmou numa entrevista ao Diário de Notícias: “A única coisa que posso garantir é que vou fazer os possíveis para que a EDP tenha menos 80% do mercado de produção eléctrica. É preciso aumentar a concorrência”.
O Governo ‘revolucionário’ de Belmiro
Há cerca de um ano o empresário Belmiro de Azevedo foi à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto dar uma aula. Como homem que não tem medo de dizer o que pensa, o responsável máximo da Sonae proferiu, perante uma plateia atenta de alunos, algumas frases provocadoras. A saber: «o direito a ser professor por toda a vida tem de ser banido»; o início de uma carreira exige «10 a 12 anos» de diversificação para evitar ser «um funcionário público dentro de uma empresa privada». Aquele que Maria Filomena Mónica considerou como um dos mais imaginativos empresários portugueses pois «sem qualquer capital inicial conseguiu montar, através da sua energia e audácia, o maior grupo privado português», diz sempre o que pensa. O mundo empresarial e político respeita-o, ouve-o mas raramente o segue. Como provavelmente nunca veremos Belmiro de Azevedo a desempenhar o cargo de ministro – seria um desafio altamente interessante – fiquemos com o Governo ‘revolucionário’ de 10 ministros, cuja estrutura o empresário revela nesta edição do DE.
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Helena Garrido, António José Gouveia e Hermínio Santos
Esta semana começa o pior possível para as perspectivas económicas de Portugal, em especial, e da Europa em geral.
O euro valorizou-se ontem significativamente, mais de 1% num dia, somando uma subida de quase 4% face ao mínimo atingido há menos de 15 dias. Um autêntico carrossel que, obviamente, tem efeitos mais perversos que a apreciação lenta do euro. A juntar a esta subida do euro, e numa correlação que é, em geral, regra, o petróleo também subiu, aproximando-se dos 50 dólares o barril. A imagem do pesadelo económico é esta. Um euro forte afecta a competitividade das exportações europeias um pouco para todo o mundo, já que existem um conjunto de moedas, designadamente a Oriente, que estão indexadas ao dólar e com ele caem. Este mesmo movimento a Oriente aumenta a competitividade da produção desses países, concorrendo com a produção que as empresas lançam no mercado interna europeu. Os últimos números sobre a economia europeia dizem que, desde o segundo semestre, a recuperação perdeu velocidade, podendo estar a assistir-se a uma nova quebra da actividade económica. A valorização do euro modera o efeito da subida do petróleo mas trava ainda mais a frágil retoma de uma economia europeia onde as baixas taxas de juro de longo prazo, expostas nos títulos de dívida pública, revelam que os tempos de uma prosperidade visível ainda não estão garantidos.
Euro sobe 1,2% num dia
Euro face ao dólar
Fonte: Reuters
Álvaro Barreto e o interesse nacional
A decisão do ministro das Actividades Económicas em atribuir as centrais de ciclo combinado pedidas pela EDP em detrimento das eléctricas espanholas está apoiada no chamado ‘interesse nacional’, mesmo que a consequência seja os consumidores pagarem caro pela energia que consomem. No caso concreto, Álvaro Barreto concedeu mais licenças à EDP para a construção de centrais de ciclo combinado, numa altura em que a empresa já domina 80% do mercado da produção de energia. As eléctricas espanholas ficaram com o restante, a bem do famoso Mibel. Nada disto seria extraordinário, até porque a visão de mercado tem que ser ao nível da Península Ibérica, se Álvaro Barreto não tivesse feito declarações públicas a defender que a EDP teria de perder quota na produção de energia, como o afirmou numa entrevista ao Diário de Notícias: “A única coisa que posso garantir é que vou fazer os possíveis para que a EDP tenha menos 80% do mercado de produção eléctrica. É preciso aumentar a concorrência”.
O Governo ‘revolucionário’ de Belmiro
Há cerca de um ano o empresário Belmiro de Azevedo foi à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto dar uma aula. Como homem que não tem medo de dizer o que pensa, o responsável máximo da Sonae proferiu, perante uma plateia atenta de alunos, algumas frases provocadoras. A saber: «o direito a ser professor por toda a vida tem de ser banido»; o início de uma carreira exige «10 a 12 anos» de diversificação para evitar ser «um funcionário público dentro de uma empresa privada». Aquele que Maria Filomena Mónica considerou como um dos mais imaginativos empresários portugueses pois «sem qualquer capital inicial conseguiu montar, através da sua energia e audácia, o maior grupo privado português», diz sempre o que pensa. O mundo empresarial e político respeita-o, ouve-o mas raramente o segue. Como provavelmente nunca veremos Belmiro de Azevedo a desempenhar o cargo de ministro – seria um desafio altamente interessante – fiquemos com o Governo ‘revolucionário’ de 10 ministros, cuja estrutura o empresário revela nesta edição do DE.
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Um jogo de soma zero
Um jogo de soma zero
Pedro Marques Pereira
O Ministro das Actividades Económicas, Álvaro Barreto, atribuiu duas das seis centrais de ciclo combinado que serão construídas no nosso país nos próximos anos à EDP.
Os restantes concorrentes, que incluíam a Galp, a Iberdrola, a Endesa e a Tejo Energia, dominada pela International Power, receberam uma central cada uma. Os espanhóis da Gaz Natural ficaram de fora. A eléctrica nacional, que já domina 80% da produção, consegue assim aumentar a sua quota de mercado. Um favorecimento descarado contra as regras da concorrência? Depende do ponto de vista. Do lado de lá da fronteira, certamente que sim. Os gigantes espanhóis, como a Iberdrola e a Endesa estão desejosos de reforçar a sua posição no mercado. E se têm razões de queixa no concurso agora decidido por Álvaro Barreto, a verdade é que os seus mercados, pelo menos ao nível regional, são igualmente à prova de concorrência.
A decisão vai, no entanto, contra as (parcas) declarações proferidas até agora sobre o sector por José Sócrates - já para não falar das declarações recentes do próprio Álvaro Barreto - no sentido de aumentar a concorrência à EDP no mercado nacional.
O argumento do Ministro para reforçar a posição da EDP na produção é a de que, quando estas centrais entrarem em funcionamento, o mercado estará já liberalizado, com a criação efectiva do já quase mítico Mercado Ibérico de Electricidade, o Mibel. Nessa altura, a EDP estará reduzida à sua quase insignificância a nível Ibérico, com uma quota na produção de apenas 11%. No fundo, o Governo, impedido por Bruxelas de engordar a EDP com os negócios de gás da Galp, decidiu reforçá-la com mais centrais de produção. Os espanhóis acabaram por levar por tabela.
É certo que num mundo em que os Governos continuam a defender com unhas e dentes os seus “campeões nacionais” do “papão” da concorrência externa, Portugal, com empresas de dimensão inferior, seria rapidamente engolido. Mas convém não esquecer que enquanto o Mibel continuar a ser uma miragem, os custos de manutenção da posição dominante da EDP continuam a ser pagos, diariamente, na perda de competitividade das empresas em que a energia é um custo de produção determinante, e que pagam preços mais caros do que os rivais. A concorrência é um jogo de soma zero. O que ganha a EDP, perdem os consuidores. Que venha depressa o Mibel!
pmpereira@economicasgps.com
Pedro Marques Pereira
O Ministro das Actividades Económicas, Álvaro Barreto, atribuiu duas das seis centrais de ciclo combinado que serão construídas no nosso país nos próximos anos à EDP.
Os restantes concorrentes, que incluíam a Galp, a Iberdrola, a Endesa e a Tejo Energia, dominada pela International Power, receberam uma central cada uma. Os espanhóis da Gaz Natural ficaram de fora. A eléctrica nacional, que já domina 80% da produção, consegue assim aumentar a sua quota de mercado. Um favorecimento descarado contra as regras da concorrência? Depende do ponto de vista. Do lado de lá da fronteira, certamente que sim. Os gigantes espanhóis, como a Iberdrola e a Endesa estão desejosos de reforçar a sua posição no mercado. E se têm razões de queixa no concurso agora decidido por Álvaro Barreto, a verdade é que os seus mercados, pelo menos ao nível regional, são igualmente à prova de concorrência.
A decisão vai, no entanto, contra as (parcas) declarações proferidas até agora sobre o sector por José Sócrates - já para não falar das declarações recentes do próprio Álvaro Barreto - no sentido de aumentar a concorrência à EDP no mercado nacional.
O argumento do Ministro para reforçar a posição da EDP na produção é a de que, quando estas centrais entrarem em funcionamento, o mercado estará já liberalizado, com a criação efectiva do já quase mítico Mercado Ibérico de Electricidade, o Mibel. Nessa altura, a EDP estará reduzida à sua quase insignificância a nível Ibérico, com uma quota na produção de apenas 11%. No fundo, o Governo, impedido por Bruxelas de engordar a EDP com os negócios de gás da Galp, decidiu reforçá-la com mais centrais de produção. Os espanhóis acabaram por levar por tabela.
É certo que num mundo em que os Governos continuam a defender com unhas e dentes os seus “campeões nacionais” do “papão” da concorrência externa, Portugal, com empresas de dimensão inferior, seria rapidamente engolido. Mas convém não esquecer que enquanto o Mibel continuar a ser uma miragem, os custos de manutenção da posição dominante da EDP continuam a ser pagos, diariamente, na perda de competitividade das empresas em que a energia é um custo de produção determinante, e que pagam preços mais caros do que os rivais. A concorrência é um jogo de soma zero. O que ganha a EDP, perdem os consuidores. Que venha depressa o Mibel!
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