Caldeirão da Bolsa

Reflexão interessante

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por vipassana » 17/11/2004 18:24

Tema interessante e actual, cada vez mais! :-)

Quanto mais se quer, mais se sofre. Quando mais se evita, mais se sofre. Não é coincidência que todas as religiões defendam a libertação do 'querer'. O problema é como o conseguir... A teoria e o simples conselho não ajuda muito.

Uma solução está aqui: http://www.dhamma.org/

:-)
vipassana
 

por heterocedastico » 17/11/2004 13:56

Mas um Pocket PC Phone Edition também!


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por D1as » 17/11/2004 12:58

Eu assisti à apresentação deste estudo, ontem de manhã na FNAC Colombo.

"Um roteiro para a felicidade" apresenta algumas conclusões interessantes, outras banais, mas a que mais me chamou a atenção é a que este artigo de certa forma chama à atenção: a felicidade não está, no seu todo, directamente relacionada com bens materiais.

A conclusão a que se chega é que até um certo nível, esta relação directa está bem presente. No entanto, apartir de um determinado ponto, esta relação torna-se inversamente proporcional.

Este "ponto" pode ser definido no momento em que os bens primários de necessidade deixam de representar uma mais valia marginal. Concretizando: para quem não tem arroz, ter um kilo de arroz traduz-se em felicidade. Mas apartir do momento em que já se tem arroz "suficiente" na despensa (suponhamos que são 5 kg), adequirir mais 5kg acrescente em termos marginais, muito pouca felicidade.

Por outro lado, apartir do tal "ponto", adequirir bens não-primários de necessidade, com elevada qualidade ao invés de quantidade, revela-se como uma forma de felicidade marginal muito mais elevada.

Eu concordo.

Um passeio a cavalo na praia nos dias solarengos de inverno, ir à caça da perdiz e da lebre no domingo de madrugada, uma almoçarada de família ao sábado, ir ver o Glorioso ao estádio num domingo ao fim do dia, ir passear com a minha namorada e o Fox (o meu pastor alemão)... representam mais felicidade do que qualquer "move" que os mercados possam fazer :)

Mas um Pocket PC Phone Edition também! :P
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Reflexão interessante

por Thomas Hobbes » 17/11/2004 12:20

Editorial


Hermínio Santos
«A felicidade»
Como ser feliz é a grande ideia de marketing do século XXI. Não há nenhuma marca, nenhum político, nenhum conceito de vida, nenhuma religião, nenhum dirigente de futebol que não prometa a felicidade do próximo. Hoje, quase que é obrigatório ser feliz. A publicidade diz que nós podemos ser felizes ao comprar uma casa, os videntes vêem nos astros e nas linhas das mãos as nossas trajectórias celestes - com alguns precalços pelo meio mas quase sempre com um final feliz -, os mestres de técnicas transcendentais marcam o nosso encontro com a felicidade a troco de muita meditação e do indispensável cheque no final da sessão. As páginas dos tablóides enchem-se de homens e mulheres que prometem a felicidade no amor, no emprego, entre a família. Hoje, não se diz é proibido proibir mas sim é proibido não ser feliz.

Apesar de o mundo que rodeia esta ideologia da felicidade não ser um grande aliado da ideia - os telejornais são um festival de crimes, desavenças, guerras, condutores a baterem recordes de álcool no sangue, tragédias, roubos, infelicidades, mortes, ajustes de contas, intolerância - toda a sociedade vive cada vez mais à procura dela. A felicidade pode ser encontrada no cartão de crédito, no carro novo, na caneta de marca com que se rubrica um contrato, no ginásio, nas compras, numa viagem, numa massagem, num estádio, numa mensagem sms, num email provocante. Trata-se de um verdadeiro labirinto de oportunidades ao qual só se pode aceder com dinheiro, esse ingrediente indispensável à vida social.

Obviamente que esta busca de felicidade é analisada com todo o cuidado pelos especialistas. Escrevem-se tratados, analisam-se comportamentos e fazem-se os necessários estudos. Um deles, divulgado na terça-feira, revela que «ter uma família feliz» é um dos principais ingredientes para a felicidade dos portugueses. Numa escala de um a dez, 32% dos inquiridos declaram estar no nível oito de felicidade, ainda que existam algumas preocupações, como o futuro do filhos ou o desemprego. Segundo o estudo, 44% dos consumidores mantém-se fiel às marcas, 41% das mulheres são mais felizes que os homens (33%) e que, analisando por faixa etária, são os jovens entre os 15 e os 17 anos que dizem ser mais felizes, com 42% de respostas positivas.

A ideia de ser feliz é tão antiga como a Humanidade mas com o passar dos séculos a sua busca tornou-se sofisticada e num negócio. São raras as pessoas que trocam o fitness urbano, a terapia de sotaque oriental ou a febre de consumo de tudo o que é erudito pelo passeio à beira-mar, os trilhos das montanhas, os silêncios das dunas, a descoberta de uma paixão e o prazer de uma conversa eterna sem horas nem prefácios doutrinais. É certo que vivemos - e precisamos e até o adoramos - num mundo do high tech mas seria bom não perdermos esse apego às coisas simples que fazem de nós aquilo que somos: simples mortais.

hsantos@dinheirodigital.pt
Todo o Homem tem um preço, nem que seja uma lata de atum
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