Três horas de trabalho por dia
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Re: Três horas de trabalho por dia
Sonhou alto de mais.. esqueceu-se que há mais no planeta para além dos Estados Unidos e que a população cresceu muito em todo lado.. sendo a riqueza distribuída por muitos mais do que era fica muito mais complicado
No entanto, sou da convicção que como medida de emergência numa situação de desemprego extremo como a que temos fazia muito mais sentido reduzir o horário de trabalho (mantendo o salário horário) a toda a gente mas todos trabalharem(ganhando ou mantendo competências, mantendo-se mentalmente mais sãos, não precisando da esmola do estado que mais não é do que os impostos de quem trabalha, e com isso impulsionarem a economia para progressivamente todos voltarem a horário completo)
No entanto, sou da convicção que como medida de emergência numa situação de desemprego extremo como a que temos fazia muito mais sentido reduzir o horário de trabalho (mantendo o salário horário) a toda a gente mas todos trabalharem(ganhando ou mantendo competências, mantendo-se mentalmente mais sãos, não precisando da esmola do estado que mais não é do que os impostos de quem trabalha, e com isso impulsionarem a economia para progressivamente todos voltarem a horário completo)
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Três horas de trabalho por dia
E que tal uma semaninha de trabalho de 15 horas
Paulo Gaião
Keynes parece hoje ficção científica. Em 1930, em plena Grande Depressão, o economista britânico escreveu um pequeno ensaio a que chamou "As perspectivas económicas para os nossos netos". Previa para daí a cem anos a abundância económica no mundo capitalista. Esboçava as ideias que expõs poucos anos depois na bíblia Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda sobre a intervenção do Estado na economia, capaz de dar "longos anos de vida" ao capitalismo ao regular os ciclos e domar a recessão.
Keynes estava tão convencido do seu prognóstico que uma das maiores preocupações no ensaio é saber como "os nossos netos" vão resolver em 2030 o pequeno pormenor de viverem bem demais. Com a abundância, surge o problema de "os nossos netos" não precisarem trabalhar porque têm as suas necessidades básicas asseguradas, como também prevê Keynes. Ora o economista acredita que a luta do Homem pela subsistência económica sempre foi o motor da história. Com ela resolvida, o homem perdia o sentido da vida. Escreve ele: "A evolução dos nossos instintos sempre esteve ligada à resolução do problema económico. Se este for resolvido, a humanidade fica privada da sua meta tradicional".
O instinto do velho Adão
Keynes vai mais longe: "não existe país ou povo que, em minha opinião, possa encarar sem terror a era da abundância e do tempo livre. Durante muito tempo fomos treinados para trabalhar e não para descansar" Que soluções dá o economista para sair deste nó górdio? Semanas de quinze horas, com três horas de trabalho por dia.
Escreve Keynes: "o instinto do velho Adão permaneceu tão forte por várias gerações que temos necessidade de trabalhar, termos deveres, obrigações, rotinas, para sermos felizes. É preciso empenhar-nos na partilha deste "pão", de modo a que o pouco trabalho que ainda reste seja distribuído entre o maior número de pessoas. Turnos de três horas e semanas de trabalho de 15 horas podem solucionar o problema por um bom período de tempo. Três horas de trabalho por dia, na verdade, são mais que suficientes para satisfazer o velho Adão que existe em cada um de nós".
Mais antropólogo que economista
Os "nossos netos", hoje dispostos a trabalhar 15 horas por dia com salários baixos só para terem emprego riem para não chorar. Quanto a Keynes, se fosse hoje vivo, talvez ficasse admirado pelos seus dotes de antropólogo e não de economista. Não é preciso esperar por 2030. A nova fase do capitalismo, onde a abundância é uma caricatura porque não há trabalho, nem salários dignos e só resta o empobrecimento, garante já em 2012 que os nossos instintos vão continuar a reger-se pela sobrevivência económica. A capacidade de sofrer do velho Adão que existe em cada um de nós está salva. Keynes nem por isso. Em 2009, o keynesianismo parecia que ia de novo descolar com os programas públicos para combater a crise económica. Depois vieram os corvos negros do pagamento das dívidas com o argumento de que estávamos a hipotecar o futuro. Mas, no futuro, como disse Keynes, "estamos todos mortos".
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/e-que-tal-uma-s ... z2PV79W3gs
Paulo Gaião
Keynes parece hoje ficção científica. Em 1930, em plena Grande Depressão, o economista britânico escreveu um pequeno ensaio a que chamou "As perspectivas económicas para os nossos netos". Previa para daí a cem anos a abundância económica no mundo capitalista. Esboçava as ideias que expõs poucos anos depois na bíblia Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda sobre a intervenção do Estado na economia, capaz de dar "longos anos de vida" ao capitalismo ao regular os ciclos e domar a recessão.
Keynes estava tão convencido do seu prognóstico que uma das maiores preocupações no ensaio é saber como "os nossos netos" vão resolver em 2030 o pequeno pormenor de viverem bem demais. Com a abundância, surge o problema de "os nossos netos" não precisarem trabalhar porque têm as suas necessidades básicas asseguradas, como também prevê Keynes. Ora o economista acredita que a luta do Homem pela subsistência económica sempre foi o motor da história. Com ela resolvida, o homem perdia o sentido da vida. Escreve ele: "A evolução dos nossos instintos sempre esteve ligada à resolução do problema económico. Se este for resolvido, a humanidade fica privada da sua meta tradicional".
O instinto do velho Adão
Keynes vai mais longe: "não existe país ou povo que, em minha opinião, possa encarar sem terror a era da abundância e do tempo livre. Durante muito tempo fomos treinados para trabalhar e não para descansar" Que soluções dá o economista para sair deste nó górdio? Semanas de quinze horas, com três horas de trabalho por dia.
Escreve Keynes: "o instinto do velho Adão permaneceu tão forte por várias gerações que temos necessidade de trabalhar, termos deveres, obrigações, rotinas, para sermos felizes. É preciso empenhar-nos na partilha deste "pão", de modo a que o pouco trabalho que ainda reste seja distribuído entre o maior número de pessoas. Turnos de três horas e semanas de trabalho de 15 horas podem solucionar o problema por um bom período de tempo. Três horas de trabalho por dia, na verdade, são mais que suficientes para satisfazer o velho Adão que existe em cada um de nós".
Mais antropólogo que economista
Os "nossos netos", hoje dispostos a trabalhar 15 horas por dia com salários baixos só para terem emprego riem para não chorar. Quanto a Keynes, se fosse hoje vivo, talvez ficasse admirado pelos seus dotes de antropólogo e não de economista. Não é preciso esperar por 2030. A nova fase do capitalismo, onde a abundância é uma caricatura porque não há trabalho, nem salários dignos e só resta o empobrecimento, garante já em 2012 que os nossos instintos vão continuar a reger-se pela sobrevivência económica. A capacidade de sofrer do velho Adão que existe em cada um de nós está salva. Keynes nem por isso. Em 2009, o keynesianismo parecia que ia de novo descolar com os programas públicos para combater a crise económica. Depois vieram os corvos negros do pagamento das dívidas com o argumento de que estávamos a hipotecar o futuro. Mas, no futuro, como disse Keynes, "estamos todos mortos".
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